IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL DE PACIENTES EM ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL DO ISEA: UMA INFORMAÇÃO SOBRE O DIABETES MELLITUS GESTACIONAL

Documentos relacionados
GESTANTES DIABÉTICAS E HIPERTENSAS: QUAIS OS RISCOS PARA O RECÉM-NASCIDO?

DIABETES GESTACIONAL EM CAMPINA GRANDE-PB: PREVALÊNCIA E IDADE MATERNA

TABELA 1. Médias e desvios padrão da média (x±dp) das variáveis clínicas e laboratoriais das mulheres com diabetes gestacional

INFLUÊNCIA DOS DESVIOS NUTRICIONAIS GESTACIONAIS NO PESO AO NASCER DE RECÉM-NASCIDOS ATENDIDOS PELA REDE PÚBLICA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PALMAS TO

Diabetes mellitus gestacional em um laboratório escola no município de Ribeirão Preto - SP

DIABETES MELLITUS OBSTETRÍCIA

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES ATENDIDAS NOS ESF DO MUNICÍPIO DE SÃO LUDGERO NO ANO DE 2007

CUSTO DA HOSPITALIZAÇÃO COMPARADO COM ATENÇÃO AMBULATORIAL EM GESTANTES E PARTURIENTES DIABÉTICAS EM CENTRO TERCIÁRIO RIO NO BRASIL

Diagnóstico e metas do controle glicêmico no diabetes gestacional

Introdução Descrição da condição

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

PERFIL DAS MÃES DE RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS DO HOSPITAL MATERNO INFANTIL DA CIDADE DE APUCARANA

Características da gestante adolescente em estudo prospectivo de 4 anos: realidade em Teresópolis

Diabetes na gravidez

IMPORTÂNCIA DO MISOPROSTOL NA PREVENÇÃO DE HEMORRAGIAS PUERPERAIS.

XII Encontro de Iniciação Científica do Centro Universitário Barão de Mauá

PANORAMA DAS COMPLICAÇÕES PERINATAIS EM NEONATOS MACROSSÔMICOS FILHOS DE MÃES COM DIABETES MELLITUS GESTACIONAL

AMBULATÓRIO DE ENDOCRINOLOGIA OBSTÉTRICA ENDOB

FATORES DE RISCO PARA TRABALHO DE PARTO PREMATURO EM PALMAS-TO

Agravos prevalentes à saúde da. gestante. Profa. Dra. Carla Marins Silva

TÍTULO: HIPERTRIGLICERIDEMIA PÓS-PRANDIAL EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 E O RISCO CARDIOVASCULAR

Stefanie Louise Candioto Vivianne Reis de Castilho Stival Profº. Msc. Fulvio Clemo Santos Thomazelli, Orientador, FURB

Capítulo 15 Perinatologia PATOLOGIA PERINATAL

RELAÇÃO ENTRE DEPENDÊNCIA FUNCIONAL E SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS RESIDENTES EM FLORIANÓPOLIS SC

Estado nutricional de gestantes em diferentes períodos de gestação

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Lidiane de Oliveira Carvalho

Prevalência de diabetes mellitus gestacional em gestantes de um centro de saúde de Brasília DF

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DA REDE SOCIAL E COMPOSIÇÃO FAMILIAR DE BEBÊS DE ALTO RISCO NA APLICAÇÃO DE GENOGRAMA E ECOMAPA

FESURV UNIVERSIDADE DE RIO VERDE FACULDADE DE BIOLOGIA E QUÍMICA CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LICENCIATURA E BACHARELADO

IDADE GESTACIONAL, ESTADO NUTRICIONAL E GANHO DE PESO DURANTE A GESTAÇÃO DE PARTURIENTES DO HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PELOTAS RS

PALAVRAS-CHAVE Morte Fetal. Indicadores de Saúde. Assistência Perinatal. Epidemiologia.

ISSN ÁREA TEMÁTICA:

LEVANTAMENTO DAS CAUSAS DE MORTE NEONATAL EM UM HOSPITAL DA REGIÃO DO VALE DO IVAÍ PR.

Alta Mortalidade Perinatal

Aluna: Laise Souza Mestranda em Alimentos e Nutrição

QUEM É A PACIENTE COM PRÉ-ECLAMPSIA? DADOS DE 5 ANOS DE PESQUISA.

Avaliação da glicemia e pressão arterial dos idosos da UNATI da UEG-GO

DISSERTAÇÃO Mestrado

INCIDÊNCIA E FATORES DE RISCO PARA A SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DA PARAÍBA

GLICEMIA DE JEJUM NA AVALIAÇÃO DO METABOLISMO GLICÍDICO

ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO CLÍNICO NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE COM DIABETES GESTACIONAL

ANÁLISE DO MONITORAMENTO DA GLICEMIA CAPILAR EM INSULINODEPENDENTES PARA PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO DIABETES MELLITUS

DISTÚRBIOS METABÓLICOS DO RN

4. NATALIDADE E MORTALIDADE INFANTIL

Determinação do estado nutricional de recém-nascidos admitidos em uma UTI neonatal

Manejo do Diabetes Mellitus na Atenção Básica

Histórico. Dr. Fábio Cabar

ISSN Diálogos & Ciência. Técia Maria Santos Carneiro e Cordeiro* e Elaine Guedes Fontoura

ALEITAMENTO MATERNO DO PREMATURO EM UMA UNIDADE NEONATAL DA REGIÃO NORDESTE

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Diabetes Mellitus Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

PLANILHA GERAL - QUARTO PERÍODO - INTRODUÇÃO À CLÍNICA IV 1º 2018

O QUE REPRESENTA O ACOMPANHAMENTO DAS CONDICIONALIDADES DE SAÚDE DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA PARA O SUS?

ESTADO NUTRICIONAL E FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

IV Seminário de Iniciação Científica

ASPECTOS PSICOSSOCIAIS QUE ACOMPANHARAM UMA SÉRIE DE PARTOS PREMATUROS ACONTECIDOS NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE TERESÓPOLIS CONSTANTINO OTTAVIANO

PERFIL DOS HIPERTENSOS IDOSOS DA EQUIPE 1 DA UNIDADE BÁSICA DA SAÚDE DA FAMÍLIA DE CAMPINA GRANDE

RELATÓRIO DIVISÃO ADJUNTA DE ATENÇÃO À SAÚDE

Vanessa Maria Fenelon da Costa 2012

TRATAMENTO DIETÉTICO DO DIABETES MELLITUS. Profa. Dra. Maria Cristina Foss-Freitas

PLANILHA GERAL - QUARTO PERÍODO - INTRODUÇÃO À CLÍNICA IV 2º 2017

Profa. Débora Gobbi 1

ENFERMAGEM SAÚDE DA MULHER. Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal Parte 7. Profª. Lívia Bahia

LINHA DE CUIDADO GERAL EM DIABETE

13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1. Perfil epidemiológico da sífilis gestacional em residentes de Ponta Grossa, 2010 a 2014

CNC-CENTRO DE NEFROLOGIA DE CANINDÉ

Gestação na adolescência: qualidade do pré-natal e fatores sociais

III Jornadas do Potencial Técnico e Científico do IPCB

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES COM SÍNDROMES HIPERTENSIVAS ATENDIDAS EM UM HOSPITAL DO MUNICÍPIO DE MARACANAÚ-CE

10º FÓRUM DE EXTENSÃO E CULTURA DA UEM

Parto domiciliar na visão do pediatra

OBSTETRÍCIA PARTE 1 D H E G E DIABETES GESTACIONAL

POLÍTICA DE SAÚDE DA MULHER

DIABETES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL EM POPULAÇÃO ATENDIDA DURANTE ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA DA UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO

ISADORA SGROTT ANÁLISE DOS RESULTADOS MATERNOS E PERINATAIS DO DIABETES MELLITUS NA GRAVIDEZ

ANÁLISE DA MORTALIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE NEOPLASIA CUTÂNEA EM SERGIPE NO PERIODO DE 2010 A 2015 RESUMO

PLANILHA GERAL - QUARTO PERÍODO - INTRODUÇÃO À CLÍNICA IV 2º 2018

RELATÓRIO DIVISÃO ADJUNTA DE ATENÇÃO À SAÚDE

CAAE: TITULO:Manejo dos pacientes com doença falciforme pelos enfermeiros da atenção básica em um município do recôncavo baiano.

O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE DOENÇA METABÓLICA

COMITÊ MUNICIPAL DE ESTUDOS E PREVENÇÃO DAS MORTES MATERNAS DE PORTO ALEGRE (CMEPMM) Relatório da Mortalidade Materna de Porto Alegre 2007

RELATÓRIO DIVISÃO ADJUNTA DE ATENÇÃO À SAÚDE

A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO NUTRICIONAL NO CONTROLE DO DIABETES GESTACIONAL. RESUMO

RELATÓRIO DIVISÃO ADJUNTA DE ATENÇÃO À SAÚDE

RELATÓRIO DIVISÃO ADJUNTA DE ATENÇÃO À SAÚDE

RELATÓRIO DIVISÃO ADJUNTA DE ATENÇÃO À SAÚDE

INFLUÊNCIA DO CONSUMO DE ÁLCOOL EM GESTANTES NO PESO AO NASCER NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Perfil dos nascidos vivos de mães residentes na área programática 2.2 no Município do Rio de Janeiro

PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS

GEP NEWS, Maceió, V.2, n.2, p , abr./jun. 2018

ÍNDICE. Introdução 4. O que é diabetes 5. Os diferentes tipos de diabetes 5. Fatores de risco do diabetes tipo 1 e tipo 2 6. Sintomas 7.

Epidemiologia da Síndrome Metabólica e as Consequências na Obesidade Infantil no T.O.I do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul

com pré-eclâmpsia grave

TÍTULO: TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA DURANTE A GESTAÇÃO:O COMPROMETIMENTO MATERNO-FETAL

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA ABORDAGEM DO NEAR MISS MATERNO

AVALIAÇÃO DO ESTILO PARENTAL DE PAIS DE CRIANÇAS PORTADORAS DE SÍNDROMES GENÉTICAS NA TRÍPLICE FRONTEIRA

RECÉM-NASCIDOS GRANDES PARA A IDADE GESTACIONAL EM GESTANTES DIABÉTICAS DO PRÉ- NATAL DE ALTO RISCO DE ITAJAÍ: FATORES DE RISCO

16º CONEX - Encontro Conversando sobre Extensão na UEPG Resumo Expandido Modalidade B Apresentação de resultados de ações e/ou atividades

Transcrição:

IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL DE PACIENTES EM ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL DO ISEA: UMA INFORMAÇÃO SOBRE O DIABETES MELLITUS GESTACIONAL Wivianne Ouriques Cruz¹; José Ronaldo Mariano da Silva Filho 2 ; Matheus Macêdo Almeida 3 ; Carina Scanoni Maia 4 ; Ana Cristina Martins de Lemos 5 ; Ana Janaina Jeanine Martins de Lemos Jordão 6. 1,2,3,6 Universidade Federal de Campina Grande(UFCG) Unidade Acadêmica de Ciências Médicas(UACM). wivianneouriques@hotmail.com¹; jronaldomariano@gmail.com 2 ; matheus.macedo23@hotmail.com 3 ; janainajeanine@yahoo.com.br 4 4 Universidade Federal de Pernambuco(UFPE)-Centro de Ciências Biológicas(CCB) carina.scanoni@gmail.com 4 5 Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) diretori.drca@ufrpe.br 5 RESUMO: O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é o problema metabólico mais frequente durante a gestação, acometendo entre 3% e 25% das gestantes. Trata-se de uma resistência insulínica que contribui para um quadro de hiperglicemia materna. Implica em alto risco para a mãe e para o recém-nascido, apresentando a mãe maior morbidade perinatal e chances de ter um quadro de obesidade após o término da gestação, enquanto que nos recém-nascidos ocorrem em maior prevalência macrossomia e hipoglicemia. Toda essa problemática muitas vezes pode ser precavida de forma conscientizadora, pois a falta de informação é um dos principais inimigos dessa doença. Porém, é escasso o número de políticas promotoras de educação em saúde e prevenção de atividades relacionadas à identificação precoce e tratamento da DMG. Assim, o objetivo desse trabalho foi informar as pacientes do acompanhamento pré-natal no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA) e de analisar o perfil dessas pacientes a respeito do DMG através de questionário. O ISEA é referência no tratamento de pacientes de alto risco, sendo consequentemente local ideal para abordagens quanto conhecimento a respeito do DMG. Foi feito um estudo quantitativo para a análise de idade, e qualitativo para análise da profissão e os conhecimentos das gestantes daquela população acerca do DMG. Foram entrevistadas 84 gestantes, dessas 7 tinham o diagnóstico de DMG, mas mesmo assim estavam carentes de informação acerca da doença. Os resultados obtidos confirmaram que as gestantes entrevistadas não possuem informação a respeito de sua patologia e sobre as possíveis complicações. Palavras-chave: Diabetes Mellitus Gestacional; Educação em saúde; Morbidade; Informação. INTRODUÇÃO O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) está associado a sintomas como resistência insulínica, podendo levar a um quadro de hiperglicemia materna e hiperinsulinismo fetal. Durante a gravidez, a placenta produz elevados níveis de vários hormônios tais como lactógeno, estrógeno e prolactina, de modo a permitir uma passagem adequada de nutrientes da mãe para o feto. Porém esses hormônios são responsáveis indiretamente, por um aumento da resistência insulínica materna. Ou seja, esses hormônios podem prejudicar a ação da insulina, contribuindo para a acentuação dos níveis de açúcar no sangue (HAJJ, et al., 2014). Segundo a Diretriz Brasileira de Diabetes, o DMG é o problema metabólico

mais prevalente na gestação, acometendo entre 3% e 25% das gestantes, sendo influenciado por fatores como grupo étnico, tipo de população e critério de diagnóstico utilizado. Outros fatores de risco que estão associados são idade maior que 35 anos, sobrepeso, deposição central excessiva de gordura, histórico familiar, crescimento fetal excessivo, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual, malformações, síndrome de ovários policísticos e estatura abaixo de 1,5m (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2015-2016). A presença de DMG implica alto risco para a mãe e o recém-nascido. A morbidade perinatal é aumentada quando comparada a da população geral de grávidas (COUTINHO, et al., 2010). A maioria dessas gestantes apresentarão quadro de obesidade, geralmente com IMC > 25Kg/m² (CUNHA, et al., 2013). Enquanto que o recém-nascido corre o risco de anoxia, desconforto respiratório, prematuridade, hipocalemia, hipoglicemia grave, polidrâmnio, macrossomia, policitemia e até mesmo o óbito. Dentre os casos citados, ocorrem em maior prevalência macrossomia e hipoglicemia (KENNER, C., 2001). Já na vida adulta, os filhos de gestantes com DMG apresentam maior chance de desenvolverem diabetes, obesidade, problemas cardiovasculares e câncer (HAJJ, et al., 2014). O tratamento do DMG deve ser acompanhado de uma equipe multidisciplinar para obter melhores resultados, pois é uma doença que pode gerar diversas complicações, consequentemente existem várias formas de previnir e combatê-la. Envolve o emprego de uma dieta adequada; exercício físico, com o objetivo primordial de diminuir os níveis de glicose através do condicionamento cardiovascular; e em caso da dieta e dos exercícios não serem suficientes para o controle metabólico, é indicado o uso de insulina (MAGANHA, et al., 2003). No Brasil, estima-se que 2,4% a 7,2% de todas gestantes desenvolvem DMG, ou seja, cerca de 200.000 casos por ano (CUNHA, et al., 2013). Esses dados corroboram que é necessário medidas de prevenção e conscientização da população acerca do DMG, de modo a reduzir esse percalço que pode trazer tantos malefícios para o binômio mãe/bebê. Em Campina Grande-Paraíba, o hospital Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA) é referência para o tratamento de gestantes de alto risco da região, sendo bastante influente no tratamento do DMG. Porém não adianta ter tratamento, se não houver conscientização. É de suma importância que medidas de promoção de saúde e preventivas sejam implantadas em centros de referência como ISEA para que ocorra a atenuação de casos como o DMG.

Toda essa problemática muitas vezes pode ser precavida de forma conscientizadora, pois a falta de informação é um dos principais inimigos dessa doença (CUNHA, et al., 2013). Sendo, dessa forma, de fundamental importância a implantação de atividades preventivas em educação em saúde sobre o DMG, visto as consequências para o feto e neonato de mães com diabetes gestacional não tratado. Diante disso, o objetivo deste artigo foi informar as pacientes do acompanhamento pré-natal no ISEA posteriormente à aplicação de questionário a fim de analisar o perfil dessas pacientes a respeito do DMG. METODOLOGIA O presente estudo trata-se de uma pesquisa-ação, a qual enquadra-se com perfil transversal, quantitativo para análise de idade, e qualitativo para análise da profissão e dos conhecimentos das gestantes daquela população acerca do DMG. A pesquisa quantitativa atua em níveis de realidade e tem por objetivo apresentar dados, indicadores e tendências observáveis (MINAYO; SANCHES, 1993). Já a pesquisa qualitativa tem como objeto estudar o significado que os sujeitos dão aos fenômenos. Trabalhar qualitativamente implica entender os sentidos e as significações que uma pessoa atribui a situações em foco (TURATO, 2005). Para tais análises, foi elaborado um questionário para a obtenção de dados quantitativos e qualitativos para a pesquisa. O Projeto foi submetido e autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Alcides Carneiro HUAC sob número 49305515.0.0000.5182. O estudo foi realizado no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA) localizado na Vila Nova da Rainha, 47- Centro Campina Grande PB, CEP 58400-220. A pesquisa foi desenvolvida durante os meses de Agosto de 2015 a Abril de 2016 e contou com a participação de gestantes que faziam pré-natal na instituição, ou que estavam internadas devido à complicações gestacionais. A amostra foi composta de 84 gestantes que optaram por responder ao questionário e que assinaram as duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O questionário foi dividido em duas partes, a primeira composta pelos dados pessoais, possibilitando a análise da faixa etária e profissão. A segunda parte composta por uma pergunta disparadora: O que você entende por diabetes gestacional? e uma pergunta norteadora: Como você enxerga o processo combate da doença?, tais perguntas possibilitaram analisar o nível de conhecimento a respeito do DMG. Foram utilizados como critérios de inclusão: Gestantes que estavam aguardando consulta médica ou internadas no ISEA, que concordaram participar do estudo mediante a

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram considerados como critérios de exclusão: Gestantes que não assinaram o TCLE, outras pessoas presentes no ISEA que não estavam gestantes, e pessoas que não preencheram os questionários completamente. Os cálculos utilizados para definir a quantidade de pessoas necessárias para compor a amostra foram baseadas em populações finitas (Quadro 1), de acordo com a metodologia de Maroti, et al., (2008). Quadro 1: Cálculo para composição de amostra de populações finitas (Maroti et al., 2008). O cálculo da amostragem levou em conta o número de prontuários de pacientes gestantes do ISEA analisados durante o período de Junho/2014 à Junho/2015 num total de 2254 prontuários classificados como pacientes de Alto risco. Desses, foram encontrados um total de 109 diagnósticos de Diabetes Mellitus, sendo 88 diagnósticos de DMG. Diante disso, feito os cálculos a amostragem obtida foi de 84 pacientes para compor o n necessário para entrevista através de questionário, com 95% de nível de confiança, 5% de margem de erro e proporção de 6%. De acordo com o quadro a seguir, (Quadro 2). Quadro 2: Dados necessários para o cálculo de composição de amostra de populações finitas (Maroti et al., 2008). Resultados e Discussão Foram avaliados os questionários/entrevista de 84 gestantes. Quantitativamente foi observado que a média de idade predominante entre as gestantes foi de 26,23 anos, sendo a menor idade 15 anos e a maior de 44 anos, com maior prevalência, gestantes entre 15 e 25 anos de idade. Nesta população de gestantes a maioria tinha como profissão a de agricultora, em menor quantidade foi encontrada profissões que requeriam ensino superior, tendo apenas uma professora nessa população analisada (tabela 1).

Características n % IDADE(ANOS) 15-20 21 25% 21-25 23 27,38% 26-30 15 17,85% 31-35 14 16,67% 36-40 10 11,90% 41-45 1 1,20% PROFISSÃO Estudante 17 20,25% Do lar 12 14,28% Doméstica 10 11,90% Agricultora/Tercelã 23 27,38% Aux. Serviços/Cozinha 3 3,57% Secretária 4 4,76% Vendedora 2 2,38% Professora 1 1,20% Outras 12 14,28% Tabela 1: Resumo das informações obtidas através do questionário para entrevista para identificação do perfil das gestantes que estavam aguardando consulta médica ou internadas no ISEA. Onde n corresponde ao número de pacientes com tal resposta/característica) e % corresponde ao dado percentual quantitativo. Das gestantes abordadas, apenas sete tinham o diagnóstico de DMG, correspondendo a 8,33% da amostra, uma estava com suspeita e realizando os exames para confirmação, e dois tinham o diagnóstico de DM2. A base de dados identificada na atual pesquisa corrobora com outros autores visto que algumas pesquisas realizadas no nordeste quantificaram o índice de mulheres com et al, 2009). Já em outro artigo, realizado na Maternidade Darcy Vargas (Joinville, Santa Catarina), entre junho de 2012 e maio de 2013, com 522 puérperas, 255 pacientes com diagnóstico de DMG pelos critérios da International Association of the Diabetes and Pregnancy Study Groups (IADPSG), um índice muito superior ao investigado no trabalho atual (Amaral et al., 2012). Estas diferenças amostrais confirmam o fato de variação entre as populações quanto a prevalência e intensificam a necessidade de maiores pesquisas sobre o caso. Qualitativamente, as respostas do questionário quanto às perguntas disparadora e norteadora permitiram identificar que o nível de informação acerca do DMG nessa população foi muito amainado, pois a maioria não soube responder às duas perguntas adequadamente. O total de 72,62% da amostra não soube responder as duas perguntas, 20,23% responderam a uma das duas perguntas e apenas 7,14% responderam as duas perguntas de forma correta. Com relação a pergunta disparadora: O que você entende por diabetes gestacional? 75% não soube informar e 25% se dividiram entre respostas como alteração hormonal, criança nasce com diabetes, diabetes na gestação, é perigoso e glicose alta/muito açúcar (Figura 1). DMG em aproximadamente 8,9% (AMORIM

Figura 1: Gráfico elaborado através do questionário para entrevista para identificação do conhecimento prévio quanto ao DMG das gestantes que estavam aguardando consulta médica ou internadas no ISEA. Com relação a pergunta norteadora: Como você enxerga o processo combate da doença?, 79% não souberam responder e 21% se dividiram entre respostas como atividade física, boa alimentação, controle do açúcar, uso de comprimidos e uso de insulina. Figura 2: Gráfico elaborado através do questionário para entrevista para identificação do conhecimento prévio quanto ao DMG das gestantes que estavam aguardando consulta médica ou internadas no ISEA. Após a análise dos dados, foi observado que a falta de conhecimento é um grande percalço para a gestação. Pois mesmo as gestantes sendo acompanhadas por uma equipe multidisciplinar durante o seu prénatal, a promoção e prevenção da saúde nessa população não estão no páreo. As mesmas relataram desconhecer trabalhos de prevenção acerca do assunto. Tal perspectiva mostra que deve ser intensificado a orientação ao profissional de saúde para intervir e informar os pacientes de forma mais clara sobre as necessidades de cuidados quanto a DMG, assim como explicado por Oliveira; Graciliano (2015), os quais afirmam que a assistência pré-natal deve se organizar para prevenir alguns desses fatores, visando à redução da ocorrência de doenças como o DMG. Diante disso, é notório que a falta de conhecimento é decorrente da ausência de metódos preventivos desenvolvidos durante o pré-natal. CONCLUSÃO A média de incidência de mulheres enquanto atendimento no ISEA, que apresentavam DMG corresponde a prevalência identificada pela maioria das pesquisas da região, porém a falta de conhecimento é um grande percalço para a gestação nessas pacientes, sendo de fundamental importância que sejam

desenvolvidos trabalhos de prevenção acerca do assunto, principalmente com conscientização pelos trabalhadores em saúde. Agradecimentos Agradecemos ao CNPq pela bolsa oferecida durante a pesquisa, ao ISEA e à Universidade Federal de Campina Grande pela permissão e suporte durante a realização do estudo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, A.R.; SILVA, J.C.; FERREIRA, B.S.; SILVA, M. R.; BERTINI, A.M.A. Impacto do diabetes gestacional nos desfechos neonatais: uma coorte retrospectiva. Revista eletrônica: Scientia Medica. v. 25, n. 1, p.1-6, 2015. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.p hp/scientiamedica/article/view/19272/12843> ISSN 1980-6108. AMORIM, M. M. R.; LEITE, D.F.B.; GADELHA T.G.N.; MUNIZ, A.G.V.; MELO, A.S.O.; ROCHA, A.M. Risk factors for macrossomia in newborns at a schoolmaternity in Northeast of Brazil. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v.31, n. 5, p. 241-248, 2009. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2015-2016, p 69-73, 2016. Disponível em: < http://www.diabetes.org.br/sbdonline/images/ docs/diretrizes-sbd-2015-2016.pdf > ISBN 978-85-8114-307-1 HAJJ, N.E.L.; SCHNEIDER, E.; LEHNEN, H.; HAFF. Epigenetics and lifelong consequences of an adverse nutritional and diabetic intrauterine environment. The journal of Society for Reproduction and Fertility. v. 148, n. 6, p. 111 120, 2014. CUNHA, M. V.; PICULO, F.; MARINI, G; DAMASCENO, D. C.; CALDERON I. M. P.; BARBOSA, A. P. Pesquisa translacional em diabetes melito gestacional e hiperglicemia gestacional leve: conhecimento atual e nossa experiência. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, v. 57, n. 7, p. 497-508, 2013. COUTINHO, T.; COUTINHO, C. M.; DUARTE A. M. B. R.; ZIMMERMMANN, J. B.; COUTINHO, L. M. Diabetes gestacional: Como tratar? Revista Femina. v. 38, n. 10, p. 517-525, 2010. KENNER, C. Enfermagem neonatal. 2ª ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores; 2001. MINAYO, M. C. S; SANCHES, O. Quantitativo-Qualitativo: Oposição ou Complementaridade? Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro. v. 9, n. 3, p. 239-262, 1993. MAGANHA, C. A.; VANNI, D. G. B. S; BERNARDINI, M. A; ZUGAIB, M.

Tratamento de diabetes melito gestacional; Revista da Associação Medica Brasileira, São Paulo, v. 49, n.3, 2003. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_a rttext&pid=s0104-42302003000300040 > ISNN 1806 9282. MAROTI, J.; GALHARDO, A. P. M. et al. Amostragem em Pesquisa Clínica: tamanho da amostra. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo. v. 20, n. 2, p186-194, 2008. OLIVEIRA, A.C.M.; GRACILIANO, N.G. Hypertensive disorders of pregnancy and gestational diabetes mellitus in a public maternity hospital of a Northeastern Brazilian capital, 2013: Prevalence and associated factors. Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v.24, n.3, p.441-451, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_a rttext&pid=s2237-96222015000300441 > ISNN 2237-9622. TURATO, E.R. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 39, n. 3, p.507-514, 2005.