76 FIGURA 39 Foto aérea de 2006 destacando área onde se localiza a Vila Estanislau construída em Campinas no começo da década de 1940. Fonte: GoogleEarth 2006 FIGURA 40 Detalhe da planta do tipo 1 de conjunto de casas da Vila Estanislau construída em Campinas no começo da década de 1940. Fonte: CEDOC PUCCampinas.
77 FIGURA 41 Detalhe da planta do tipo 2 de conjunto de casas da Vila Estanislau construída em Campinas no começo da década de 1940. Fonte: CEDOC PUCCampinas. FIGURA 42 Foto atual da Vila Estanislau construída em Campinas no começo da década de 1940. Fonte: Arquivo pessoal José Luiz Rogé Ferreira Grieco
78 1.5.2 Vila Operária Cury 1948 A Vila Cury permanece como exemplo da tipologia de vilas operárias. No começo da década de1940, o investimento em vilas operárias tinha efeito político positivo para os empresários, pois inibia as reivindicações e as greves. Os operários poderiam não só perder o emprego como também a moradia. O sistema construtivo, no final do século XIX foi substituído da taipa pela alvenaria de tijolo, era a arquitetura do imigrante, da aristocracia cafeeira, da burguesia industrial e do nascente operariado e posteriormente, e abandonado, também, a casa de porão no alinhamento, substituídas pelos sobrados isolados ou grupo de casas geminadas. Os sobradinhos tornam-se solução para o adensamento populacional, pois rendiam um melhor aproveitamento do lote. Os anos 20 consolidam os sobradinhos fordista, apelido inspirado na fabricação em serie do carro da Ford.( ZAKIA, 1998) [...] o comuníssimo partido adotado nas casas de aluguel geminadas aos pares, feitas aos pares ate 10 ou 12 unidades, identificados pela construção no alinhamento, provida de portão lateral [...] foi definitivamente abandonado. Novo programa surgiu que aconselhava a construção assobradada geminada de ambos os lados, o sobradinho provido ou não de jardim fronteiro, que possui dois ou três dormitórios em cima e sala cozinha e banheiro em baixo. Agora novamente, ar e luz só pela fachada da rua e pelo quintal, como antigamente, só que desta vez as plantas eram compactadas e de cômodos pequenos- pequenos, mas isolados e bem ventilados. Foi o tempo do advento das venezianas nos dormitórios [...] Dai outro marco característico da arquitetura pós-guerra: o vidro por dentro das janelas e venezianas por fora [...] (ZAKIA, 1998). A Vila Cury era propriedade de um dos acionistas da fabrica, aparecendo ai como investidor do mercado imobiliário. Das 48 casas construídas, 30 foram destinadas aos operários da fábrica. A vila se localizava próxima à fabrica, mas não era suporte para a infra estrutura da mesma visto que sua construção ocorre 28 anos depois da implantação da fabrica na cidade. Segundo Silvia Zakia, a construção da vila possui um caráter de marketing paternalista e não a necessidade de redução do custo da força de trabalho para a fábrica. (ZAKIA, 1998) A implantação da Fábrica de Chapéus Cury em Campinas data de 1920. Em 1940 a fábrica dispunha de 350 funcionários, 1944 foi o ano do projeto da Vila Cury e em 1948 ocorreu o término da construção da vila com 48 residências.
79 O estudo de Zakia sobre a Vila Cury apresenta preocupações similares à nossa. Zakia reflete sobre a contextualização do aparecimento deste novo programa na sociedade do final do século XIX, relacionado com os dias de hoje, considerando aspectos arquitetônicos e socioeconômicos na tentativa de responder questões como: se as alterações nas residências são reflexos da mudança do perfil dos moradores, se alterações são apenas externas ou contemplam também a parte interna das casas e se desfiguram o conjunto da vila ou não. Também questões como se a individualização das fachadas significa a vontade de se distanciar do grupo original de moradores; reflete ascensão social ou não?.(zakia, 1998) Ainda questões mais contemporâneas no que diz respeito à semelhança entre vilas operarias do passado e os atuais condomínios fechados destinados a classe media como por exemplo se existe a apropriação da tipologia das vilas pelo mercado imobiliário nas construções destes condomínios; a idéia de vila carrega em si a imagem de qualidade de vida e sociabilidade ou isto é apenas ilusão; as vilas representam uma parcela do espaço urbano que destoa do caos dos centros metropolitanos ; ou tudo isso não passa de uma forma de iludir o publico e baratear o custo das construções neste tipo de condomínio?.(zakia, 1998) Das 48 residências, oito tinham suas fachadas voltadas para a Rua Amélia Bueno e apresentavam terrenos com área média de 300 m², com medida frontal de 10,15 metros e profundidade de 29,55 metros. Nestes terrenos as construções também eram maiores. As 40 casas restantes estavam em terrenos com área media de 90 m², com 4,30 metros de frente por 19,67 metros de profundidade. Os terrenos voltados para as ruas Maria Umbelina Couto e Dr. Alberto Cerqueira Lima tinham medidas da frente aos fundos geralmente um metro menor dos que os terrenos cuja frente era voltada para Rua Aldo Chlorato, a qual terminava em um cul de sac. Nesses terrenos foram construídas residências em que o piso térreo é composto por sala, copa-cozinha e espaço para a escada que somavam 36,55 m². Na parte frontal do terreno existe uma área de 12,9 m², com 4,30 metros de frente por 3 metros da calçada até parede de fachada da casa. No quintal dos fundos são 25,55 m² (4,30 metros x 5,94metros) onde existe uma pequena área coberta com tanque. No piso superior, são dois quartos, um com 15,08 m² e outro com 10,04 m², ambos com previsão de armários
80 embutidos. O acesso para os quartos ocorre por um pequeno hall aonde chega a escada e se acessa o banheiro que tem 3,38 m² ( 1,3 metros x 2,6 metros). O pépé direito do piso inferior é de 2,85metros e o do piso superior de 3 metros. O forro de cobertura do piso superior é feito em estuque. FIGURA 43 Foto do conjunto njunto de casas da Vila Cury construída em 1948 na cidade de Campinas. Fonte: Fon Arquivo pessoal Silvia Zakia. FIGURA 44 Planta baixa do conjunto de casas da Vila Cury construída em 1948 na cidade de Campinas. Fonte: Arquivo pessoal Silvia Zakia.
81 FIGURA 45 Planta com cortes, plantas dos pavimentos e fachada do conjunto de casas da Vila Cury construída em 1948 na cidade de Campinas. Fonte: Arquivo pessoal Silvia Zakia. Zakia FIGURA 46 Planta baixa do conjunto de casas da Vila Cury construída em 1948 na cidade de Campinas. Fonte: Arquivo pessoal Silvia Zakia
82 FIGURA 47 Foto aérea de 2006 destacando área onde se localiza a Vila Cury no bairro do Taquaral ( denominada aí de Vila taquaral),construída em Campinas no fim da década déca de 1940. Fonte: GoogleEarth 2006 1.5.3 Vila Itapura -1937 O pedido de aprovação da Vila Itapura contendo informações como ruas e praças ocorreu em 1937. Esta Vila localize-se se na região conhecida atualmente como Guanabara e foi loteada pela já mencionada companhia Rossi Rossi Borgui que produziu através,, ou concomitantemente, com a implantação do loteamento uma espécie de propaganda do produto com manifestações que mostravam mostravam as vantagens da aquisição dos terrenos para investimento ou até mesmo o inicio da formação de uma fortuna. A propaganda do empreendimento mencionava: Os terrenos na Villa Itapura constituem a melhor oportunidade para empate de capitaes ca na cidade de Campinas (frase frase localizada na lateral do mapa) Apresentando, atualmente, um grande contingente no setor de serviços, mais precisamente com clinicas ligadas a área da saúde, é muito difícil perceber neste bairro construções que em algum momento momento da história foram destinadas a habitação popular pois as mesmas foram descaracterizadas neste processo de transformação de usos do local. De maneira geral, pode-se pode se dizer que historicamente este bairro não se configurou como local de habitação popular o que ocorreu após o parcelamento da área foram
83 algumas construções isoladas de grupos de casas populares que gozavam de incentivos existentes na respectiva legislação daquele momento. Faz-se importante uma breve análise da Vila Itapura apenas como uma referencia de umas das formas de implantação das chamadas vilas populares implantadas no começo do século XX em Campinas. Também a percepção de como a descaracterização do processo de alternância de usos pode, em alguns casos, tornar quase imperceptível a origem do loteamento. É importante constatar que as tipologias como as encontradas no Arquivo Municipal de Campinas, demonstradas nas plantas a seguir, sobradinhos geminados, praticamente não podem ser verificadas atualmente no bairro. Pode-se observar apenas a existência de alguns conjuntos cuja construção e tipologia arquitetônica revelam a principio, as características das casas populares projetadas na época, como por exemplo, as pequenas varandas frontais que na maioria das vezes apresentava detalhes decorativos buscando um refinamento projetual, a existência de apenas uma janela lateral à esta varanda, a tipologia do telhado, entre outros elementos representativos. Deste modo, do material verificado no Arquivo Municipal de Campinas; uma solicitação de construção de sobradinhos na rua Jorge Krug é exemplar para efeito de na análise projetual comparativa com alguns conjuntos contemporâneos. FIGURA 48 Imagem da Planta do pedido de aprovação da Vila Itapura com parcelamento central envolto pela Av do Saneamento( atual Av. Orozimbo Maia), Av. Brasil, Av. Barão de Itapura e Rua José Paulino. Fonte: Arquivo Municipal de Campinas
84 FIGURA 49 Vista do projeto mostrando a fachada principal do sobrado com 4 residencias proposto na Rua Itapura. Fonte: Arquivo Municipal de Campinas Jorge Kruk, na Vila A fachada do sobrado proposto em 1940 na Vila Itapura é de certa forma, bem similar aos empreendimentos verificados atualmente, considerando adequação de usos como a ausência de sala de estar e a ocorrência de apenas dois dormitórios sem banheiros, fatos que serão discutidos no terceiro capítulo deste trabalho. FIGURA 50 Vista do projeto mostrando a planta do piso inferior do sobrado com 4 residencias proposto na Vila Itapura. Fonte: Arquivo Municipal de Campinas Rua Jorge Kruk, na FIGURA 51 Vista do projeto mostrando a planta do piso superior do sobrado com 4 residencias proposto na Vila Itapura. Fonte: Arquivo Municipal de Campinas Rua Jorge Kruk, na
85 FIGURA 52 Vista do projeto mostrando o corte do sobrado com 4 residencias proposto na Rua Jorge Kruk, na Vila Itapura. Fonte: Arquivo Municipal de Campinas FIGURA 53 Foto atual de conjunto de casas na Vila Itapura com características dos projetos populares propostos na primeira metade do século XX em Campinas. Fonte: Arquivo pessoal José L. Grieco ( novembro 2010) FIGURA 54 Foto atual de conjunto de casas na Vila Itapura com características dos projetos populares propostos na primeira metade do século XX em Campinas. Fonte: Arquivo pessoal José L. Grieco( novembro 2010)