Estágios clássicos (ex.: éter dietílico, barbitúricos) Sequência da anestesia geral INDUÇÃO

Documentos relacionados
Estágios clássicos (ex.: éter dietílico, barbitúricos) Sequência da anestesia geral INDUÇÃO

Essencial para prática cirúrgica*

23/07/14 ANESTESIA INALATÓRIA. ! Evolução da Anestesia Inalatória. ! Características da Anestesia Inalatória. ! Administrados por via aérea.

Sete anestésicos inalatórios atualmente utilizados: óxido nitroso, halotano, metoxiflurano, enflurano, isoflurano, desflurano e sevoflurano.

FARMACOLOGIA Aula 3. Prof. Marcus Vinícius

23/07/14 AGENTES GERAIS INTRAVENOSOS. Que são Anestésicos Gerais Intravenosos? Objetivos da Anestesia Geral Intravenosa

Anestesia Geral 03/06/2014

Medicação Pré-anestésica Medicação Pré-anestésica (MPA) Medicação Pré-anestésica Considerações Importantes

17 de janeiro de 2011 ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA

ANESTÉSICOS VENOSOS. Otávio Terra Leite, R1 Getúlio R de Oliveira Filho MD, PhD Comitê de Educação da WFSA Sociedade Brasileira de Anestesiologia

Estes fármacos são amplamente utilizados na indução e na sedação transoperatória, além de facilitar a ventilação mecânica em UTIs.

Sedação e Analgesia. Introdução

15. Descrever os efeitos dos fármacos usados como anestésicos gerais, os seus mecanismos de ação e principais aspetos farmacocinéticos.

Depressores não seletivos, mas reversíveis do SNC Efeitos: - Analgesia - Perda de consciência - Relaxamento muscular - Redução da atividade reflexa

ANESTESIA EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO

FÁRMACOS USADOS EM AMINAIS DE LABORATÓRIO ANESTÉSICOS E ANALGÉSICOS

Anestesias e Anestésicos. André Montillo

MODELO DE BULA. USO ADULTO E PEDIÁTRICO (Vide Posologia e Administração) Composição Cada ml contém: isoflurano... 1 ml

Ansiedade Edvard Munch 1894

25 de janeiro de 2010

ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS

Enfluran (enflurano) MODELO DE BULA PARA O PACIENTE

Comissão de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde COREMU. Edital nº: 21/2015 ProPPG/UFERSA

Drogas sedativo-hipn e ansiolíticas

Agentes Químicos em Ambiente Hospitalar. Ana Cruz Nogueira Unidade de Ar e Saúde Ocupacional Departamento de Saúde Ambiental

UTILIZAÇÃO DA INFUSÃO CONTÍNUA DE MORFINA (MLK) OU FENTANILA (FLK), ASSOCIADOS À LIDOCAÍNA E CETAMINA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Anestesia. em cirurgia cardíaca pediátrica. por Bruno Araújo Silva

Reconhecendo os agravos clínicos em urgência e emergência. Prof.º Enfº. Diógenes Trevizan

DEXTROCETAMINA NA ANESTESIA E ANALGESIA DO ADULTO

FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL I (Ansiolíticos e hipnóticos) Prof. Igor Bomfim

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA 2016 Sociedade de Anestesiologia do Distrito Federal 3ª ETAPA

Status Epilepticus. Neurologia - FEPAR. Neurofepar Dr. Carlos Caron

CUIDADOS PERI-OPERATÓRIOS, DIAGNÓSTICO E CONTROLE DA DOR

Instituto de Farmacologia e Terapêutica FARMACOLOGIA

Anestesia de fluxo mínimo utilizando oxigênio como gás transportador

Drogas que afetam o sistema nervoso. Disciplina Farmacologia Profª Janaína Santos Valente

Abbott Laboratórios do Brasil Ltda Rua Michigan 735, Brooklin São Paulo - SP CEP: MODELO DE BULA. Formas farmacêuticas e apresentações

22/07/14. ! Sucesso anestésico depende...! Escolha de um protocolo anestésico adequado! Adequada perfusão e oxigenação tecidual! Monitoração eficiente

Recuperação pós operatória das mais diversos tipos de anestesias;

Hipnóticos, Sedativos e Ansiolíticos

21/07/14. Processos metabólicos. Conceitos Básicos. Respiração. Catabolismo de proteínas e ácidos nucleicos. Catabolismo de glicídios

FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL FARMACOLOGIA DOS ANESTÉSICOS GERAIS E DISSOCIATIVOS. Prof. Dr. Eric Schmidt Rondon


Status Epilepticus. Neurologia - FEPAR. Neurofepar Dr. Roberto Caron

PRÁTICA. Anestesia Venosa Total No Idoso. Leonardo Teixeira Domingues Duarte CREMESP: Controle e Precisão ao seu alcance.

SISTEMA NERVOSO CENTRAL SEBASTIÃO ERNESTO DA SILVA FILHO SBA - TSA

Estado de inconsciência reversível produzido por um processo controlado de intoxicação do SNC, mediante o qual diminui a sensibilidade e a resposta a

MODELO DE BULA PARA O PACIENTE

Universidade Estadual de Feira de Santana Departamento de Saúde. Antiepilépticos. Manoelito Coelho dos Santos Junior.

TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO. Prof.ª Leticia Pedroso

2ª. PARTE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Disciplina de Medicina Intensiva e Emergências Pediátricas HC FMB - UNESP

DOR - Quinto sinal vital. Dra. Lenny Rojas Fernandez. Disciplina de Anestesiologia Dor Terapía intensiva.

Medicação Pré-Anestésica

Sedação e Analgesia em Pediatria. Glaucia Macedo Lima

FARMACOCINÉTICA FARMACODINÂMICA FARMACOCINÉTICA CONCEITOS PRELIMINARES EVENTOS ADVERSOS DE MEDICAMENTOS EAM. Ação do medicamento na molécula alvo;

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR

12 QUESTÃO 29 Na lesão pulmonar desencadeada por ventilação controlada com concentrações elevadas de oxigênio, é INCORRETO afirmar: a) A lesão parece

PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS MÉDICO ANESTESIOLOGISTA

FISIOLOGIA CARDIORESPIRATÓRIA. AF Aveiro Formação de Treinadores

21/07/14' ! Concussão! Contenção. ! O que é Anestesiologia? ! Como surgiu? ! Evolução. ! Estudo da ciência e arte da anestesia

CONSIDERAÇÕES SOBRE ANESTESIA VENOSA TOTAL E BALANCEADA

aminofilina Solução injetável 24mg/mL

Hipertensão Intracraniana Traumática Introdução

Maria da Conceição Muniz Ribeiro

USO DE ANESTÉSICOS LOCAIS EM PACIENTES COM ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES. COMO SELECIONAR UMA BASE ANESTÉSICA?

Uso de medicamentos em situações de urgência de enfermagem. Farmácia de urgência.

Anestesia fora do Centro Cirúrgico

- Mortalidade em equinos é muito alta (1:100) se comparadaà observ ada em pequenos animais (1:1000) e em humanos (1: )

LEIA ATENTAMENTE ESTA BULA ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO.

AGMATINE SULFATE. Ergogênico, cardioprotetor e neuroprotetor INTRODUÇÃO

Terapêutica Medicamentosa em Odontopediatria: ANSIOLÍTICOS

SISTEMA NERVOSO neurônio dendrito, corpo celular, axônio e terminações do axônio sinapses

parte 1 estratégia básica e introdução à patologia... 27

Profª Allana dos Reis Corrêa Enfermeira SAMU BH Mestranda em Enfermagem UFMG

Farmacoterapia de Distúrbios Cardiovasculares. Profa. Fernanda Datti

Fatores que interferem no desfecho pós operatório: Ventilação (Anestésicos Inalatórios)

Equilíbrio térmico durante o exercício

ANESTÉSICOS INJETÁVEIS

Equilíbrio térmico durante o exercício

MINOTON. Blau Farmacêutica S.A. Solução Injetável 24 mg/ml. Blau Farmacêutica S/A.

Seminário ME3: Choque. Orientador: Gabriel MN Guimarães

Tab. 1. Propriedades físico-químicas dos anestésicos locais

Isoforine (isoflurano) Cristália Prod. Quím. Farm. Ltda. Solução para inalação. 100 ml e 240 ml MODELO DE BULA PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE

INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA

MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA CIRCULATÓRIO

sevoflurano Instituto BioChimico Indústria Farmacêutica Ltda. Solução Inalatória 1 ml/ml

PROTOCOLO DE SEDAÇÃO

AGMATINE SULFATE. Ergogênico, cardioprotetor e neuroprotetor

Desordens Pisiquiátricas

ARRITMIAS CARDÍACAS. Dr. Vinício Elia Soares

Farmacodinâmica. Alvos para a ação dos fármacos 02/03/2012. Farmacodinâmica

ENFERMAGEM. SAÚDE DA MULHER Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto. Parte 2. Profª. Lívia Bahia

SEVONESS (sevoflurano)

Sistema Nervoso Parte V. e sensações térmicas. Prof. Jéssica V. S. M.

Aminofilina. Hipolabor Farmacêutica Ltda. Solução Injetável. 24mg/ml

Hypnomidate etomidato. IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO Solução injetável em embalagens com 5 ampolas de 10 ml.

ASMAPEN (aminofilina)

Transcrição:

Medicina M2 BM224 Sumário Anestesia geral: objetivos e propriedades ideais Anestésicos Gerais Classificação Medida do efeito e potência anestésica Newton G. de Castro Professor Associado, MD, DSc Lab. de armacologia Molecular CCS sala J1-029 PK dos agentes inalatórios Mecanismos de ação anestésica comuns Efeitos adversos comuns Propriedades dos fármacos individuais Uso de adjuvantes Jun/17 Destaques da farmacologia clínica Anestesia Geral: objetivos Propriedades Depressão global reversível do sistema nervoso central, resultando na perda da capacidade de percepção e resposta a estímulos dolorosos Essencial para o procedimento cirúrgico, mas não um fim em si: Início rápido Ajuste rápido do nível, conforme estímulos Recuperação rápida Segurança Vias preferenciais: Inalatória pulmões recebem 100% do DC Intravenosa 1. Amnésia Desfecho anestésico mais sensível Hipocampo, amídala, lobo temporal 2. Inconsciência Córtex cerebral, tálamo, formação reticular Passa por sedação e hipnose 3. Imobilidade Medula espinhal e sítios supraespinhais i 4. Analgesia Periférica e central 1

Sequência da anestesia geral Estágios clássicos (ex.: éter dietílico, barbitúricos) INDUÇÃ Monitorar estágio Estágio I Analgesia: sedação, inicialmente sem amnésia, porém esta surge com a progressão; Superficializar MANUTENÇÃ Aprofundar Estágio II Excitação (desinibição paradoxal): movimentos defensivos, fala desconexa, disforia, ânsia de vômito, respiração irregular, hiperreflexia; Estágio III Anestesia Cirúrgica (4 Planos): imobilidade, retorno da regularidade respiratória, perda progressiva de reflexos; Monitorar estágio DESPERTAR Estágio IV Depressão Medular: requer ventilação mecânica, pode haver depressão cardiovascular e EEG isoelétrico ármacos anestésicos gerais Anestésicos inalatórios AG INALATÓRIS INTRAVENSS Gases (N 2, Xe) Líquidos voláteis (halogenados) Barbituratos (tiopental) Benzodiazepínicos (midazolam) Éter dietílico Propofol Etomidato pioides (fentanil) Dissociativo (cetamina) Katzung, 13 ed. (2015) 2

Conceito de potência CAM dos AG inalatórios Baseado na DE 50 de imobilidade Para inalatórios: dose = concentração no ar alveolar no equilíbrio 1 CAM imobilidade em 50% dos indivíduos Amnésia, inconsciência: abaixo de 0,5 CAM CAM: Concentração Alveolar Mínima Katzung, 13 ed. (2015) armacocinética dos agentes inalatórios Equipamento de anestesia inalatória Gases em mistura Pressão parcial (px) Pressão que cada gás faria se estivesse sozinho (é aditiva) Concentração fracional ( x ) Proporção da pressão parcial na pressão da mistura Ex.: ar, 1 atm: 760 mmhg p 2 160 mmhg 2 21% a nível do mar (160/760) Pressões parciais de N 2 e vapor d água completam 100% CAM: expressa em concentração fracional Ex.: halotano: 0,75%; desflurano: 6,0%; N 2 : 104% 3

Elementos do sistema Determinantes da captação: solubilidade Gases em solução aquosa Concentração no sangue e tecidos Massa de gás / massa de sangue ou tecido Equilíbrio do gás entre o ar e solução aquosa: AG (fluxo adicional de gases): ajuste do vaporizador e rotâmetros I (concentração inspirada): depende do AG e propriedades do circuito A (concentração do gás alveolar): depende de (1) captação, (2) ventilação e (3) efeito concentração a (concentração do gás arterial) é afetada por distúrbios ventilação/perfusão Concentração depende da solubilidade e da px no ar adjacente Coeficiente de partição (λ) reflete a solubilidade relativa entre meios distintos alta baixa solubilidade > px Determinantes da captação: débito e distribuição Solubilidade dos inalatórios Indução Manutenção Despertar Ar alveolar Sangue Cérebro N EQUILÍBRI (Manutenção) pa = ps = pc λ sangue:gás λ cérebro:sangue at: Blood Coeff. 3 2.3 27 48 45 60 A c S c C BS: presença de outros gases 3 Gordura:Sangue Katzung, 13 ed. (2015) 4

Solubilidade, captação e tempo de indução Solubilidade, ventilação e captação Menos solúvel : mais espaço entre moléculas cupa mais rápido o espaço total disponível Óxido nitroso Halotano Qual induz primeiro? Qual permite despertar primeiro? Katzung, 13 ed. (2015) Qual o impacto da ventilação na indução?... e na eliminação e no despertar? Katzung, 13 ed. (2015) Mecanismos da anestesia geral Canais iônicos envolvidos em inibição s agentes têm propriedades distintas, mas alguns alvos podem ser comuns Inalatórios: um só mecanismo? hipótese unitária foi abandonada ATIVIDADE relação de Meyer-verton Katzung, 13 ed. (2015) 5

Canais iônicos envolvidos em excitação Receptores de GABA tipo A e de glicina + / 0 / - Modulação alostérica positiva de receptores GABA A (cérebro) e de glicina (medula) ATIVIDADE Etanol Anestésicos maior sensibilidade do receptor ao agonista Ação depressora do SNC Katzung, 13 ed. (2013) Barash, 7 ed. (2013) Receptores de glutamato tipo NMDA Canais de potássio Inibição não competitiva ou modulação alostérica negativa de receptores NMDA (cérebro e medula) Inibição não competitiva ou modulação alostérica negativa de canais de K+ (cérebro e medula) menor ativação do receptor menor despolarização N 2, isoflurano? Ação depressora do SNC N 2, isoflurano? Ação depressora do SNC cetamina Canais de Na+, etc. Barash, 7 ed. (2013) Barash, 7 ed. (2013) 6

Inalatórios: efeitos comuns de classe Inalatórios: efeitos comuns de classe Mecanismos de Ação: ativação de receptores GABA A e de glicina, inibição de receptores NMDA, AMPA e nicotínicos, ativação de canais de K+ Baixo índice terapêutico (entre 2 e 4) CAM, analgesia e relaxamento muscular variam muito de fármaco para fármaco Permitem um controle mais adequado da profundidade da anestesia; Perfis de efeitos adversos diferenciados; Geralmente não causam depressão respiratória pós-operatória (mas têm sinergia com opioides) Aumento do fluxo sanguíneo cerebral Desacoplamento fluxo-metabolismo cerebral Redução da amplitude do EEG Reduzem demanda metabólica (2, glicose) Alguns podem causar atividade epileptiforme, especialmente em hiperventilação e hipocarbia (sevoflurano) Depressão miocárdica e vasodilatação periférica Prolongamento do intervalo QT Broncodilatação Irritação das mucosas (desflurano > isoflurano > outros) Inalatórios: efeitos adversos comuns de classe utras reações adversas Parâmetros cardiovasculares e respiratórios Hipotermia Vasodilatação central + metabolismo Depressão Respiratória Centro bulbar Pós-peratório RVP Náuseas e Vômitos Ação central Excitação Taquicardia, inquietação, choro utros Hipertensão, tremores, delírios, espasticidade, hiperreflexia Goodman & Gilman, 12 ed. (2012) 7

Hipertermia maligna Síndrome caracterizada por aumento da temperatura corporal, taquicardia, hipertensão, rigidez muscular intensa Relacionada a um excesso da liberação de cálcio Causada pelos AG inalatórios halogenados e por succinilcolina Manejo: Interrupção imediata do anestésico Medidas físicas de resfriamento Administração de dantroleno (Dantrolen ) Halotano (Tanohalo ) Indução (7-10 min) e despertar intermediários Usos: manutenção da anestesia geral, especialmente em crianças (não irritante, odor semelhante ao clorofórmio, sabor adocicado) Não inflamável, não explosivo, sensível à luz; Cl Br Halotano CAM = 0,77% Óleo/Gás = 224 Sangue/Gás = 2,3 Apresenta ação relaxante muscular, mas pode não ser suficiente. Uso prolongado leva a acúmulo no tecido adiposo Efeitos cardiovasculares: hipotensão grave podendo levar à falência circulatória, arritmias leves Efeitos centrais: pressão intracraniana, metabolismo cerebral utros efeitos: fluxo renal, relaxamento da musculatura uterina, hipertermia maligna, hepatotoxicidade Halotano (Tanohalo ) Metabolismo: 20 40 % Cl Cl CYP CYP Br Br - Cl - Hepatite por halotano Até 1:20.000 - requer exposição prévia TA se conjuga com proteínas hepáticas reação imune aos conjugados? ebre, anorexia, náuseas, dias após anestesia Necrose hepática fulminante (1:10.000) TA H Enflurano (G, Enfluran ) Cl Indução (7 a 10 min) e despertar (7 a 10 min) intermediários Enflurano CAM = 1,70% Usos: manutenção de anestesia geral, também Óleo/Gás = 98,5 indução Sangue/Gás = 1,19 dor agradável, não inflamável, não explosivo; Apresenta ação relaxante muscular Efeitos centrais: pressão intracraniana, metabolismo cerebral, indução de convulsões utros efeitos: fluxo renal, relaxamento da musculatura uterina, hipertermia maligna 8

Isoflurano (Isothane, orane ) Indução (< 10 min) e despertar (± 20 min) intermediários Usos: manutenção da anestesia geral, também indução Irritante/pungente, não inflamável, não explosivo; Cl Isoflurano CAM = 1,15% 15% Óleo/Gás = 90,8 Sangue/Gás = 1,4 Induz relaxamento muscular (mais potente que o halotano). Efeitos cardiovasculares: consumo 2 pelo miocárdio Efeitos centrais: fluxo sanguíneo, metabolismo cerebral utros efeitos: fluxo renal, relaxamento da musculatura uterina Sevoflurano (G, Sevorane ) Rápida indução (5 min) e rápido despertar (7 min) Usos: indução e manutenção da anestesia geral, Sevoflurano CAM = 1,71% especialmente em crianças Óleo/Gás = 53,4 Sangue/Gás = 0,60 dor agradável, não irritante, não inflamável; Reage com C 2, causando explosões e queimaduras nas vias aéreas, Apresenta ação relaxante muscular. Efeitos centrais: pressão intracraniana, metabolismo cerebral, delírios em crianças utros efeitos: nefrotoxicidade (liberação de - )??? Desflurano (Desforane ) Rápida indução (2 min) e rápido despertar (10 min) Desflurano CAM = 6,0% Usos: manutenção de anestesia geral, geralmente Óleo/Gás = 16,7 associado com um anestésico intravenoso; Sangue/Gás = 0,42 Não inflamável, não explosivo; Irritante/pungente: pode induzir tosse, salivação e broncoespasmo; Apresenta ação relaxante muscular. Efeitos centrais: pressão intracraniana, metabolismo cerebral É o que mais gera C na interação com a soda dos cartuchos absorventes antigos Óxido Nitroso + - N N Baixa potência (CAM = 104%) anestésico incompleto Rápida indução e despertar (λ Sangue/Gás = 0,47) Mecanismo de ação: inibição não competitiva de rec. NMDA Não irritante, não inflamável; Potente analgésico (ativação de receptores opioides e adrenérgicos) e sedativo Reage com Co da vitamina B12, interfere com metabolismo de metionina (risco em hipovitaminose e potencial teratogênico) Usos: indução de analgesia e sedação em procedimentos odontológicos e como suplemento para outros anestésicos; Efeitos cardiovasculares e respiratórios: discretos. Contraindicado para pacientes com hipertensão pulmonar Efeitos centrais: pressão intracrianiana utros efeitos: hipóxia na retirada, risco de anemia 9

Inalatórios: comparativo de efeitos fisiológicos Anestésicos Gerais Intravenosos Moléculas pequenas, lipofílicas; Rápida perda da consciência (rápido acesso ao SNC); Podem ser utilizados como medicação pré-anestésica (associação com fármacos inalatórios) ou como monoterapia (anestesia intravenosa total); Doses preconizadas em mg/kg; Não necessitam de equipamentos especializados para administração; Podem induzir depressão respiratória pós-operatória; Tiopental Etomidato Propofol Cetamina armacocinética x Duração de Efeito armacocinética: Infusão contínua Níveis séricos de tiopental após dose única i.v. 10

Tiopental (Thiopentax ) RENAME 2010 Mecanismo de Ação: Modulador alostérico positivo de receptores GABA A e glicina; alguma inibição glutamatérgica Rápida indução da anestesia (10-30 s), curta duração (8 min) Uso: indução da anestesia geral, anestesia para procedimentos cirúrgicos de curta duração, suplementação de outros anestésicos Estreita margem de segurança Eliminação: primariamente hepática (lenta) H 3 C CH 3 HN S NH CH 3 Propofol (Propovan, Diprivan ) RENAME 2010 H 3 C Mecanismo de Ação: modulador alostérico de receptores GABA A e glicina Tempos de indução e duração da anestesia similares aos do tiopental, porém recuperação mais rápida Uso: indução e manutenção de anestesia geral de curta duração Sensação mais prazeirosa e menor indução de náuseas e vômitos no pós-operatório (efeito anti- emético) Administração na forma de emulsão oleosa (10% óleo de soja, 2,25% glicerol, 1,2% fosfatídio de ovo Dor no local da administração ospropofol CH 3 H CH 3 H P H CH 3 CH 3 CH 3 H 3 C CH 3 Etomidato (G, Hypnomidate ) Mecanismo de Ação: H 3 C H 3 C N N Cetamina (G, Ketamin ) RENAME 2010 Mecanismo de Ação: inibição não-competitiva de receptores NMDA Cl N H CH 3 Modulação alostérica de receptores GABA A Tempos de indução e duração da anestesia similares aos do tiopental, porém recuperação mais rápida Menor risco de depressão cardiovascular Uso: indução de anestesia, especialmente em pacientes com doenças coronarianas, cardiomiopatias, doença cerebral vascular ou hipovolemia Início relativamente lento (2 a 5 min) e curta duração de ação (10 a 15 min) Uso: indução de anestesia, especialmente em pacientes asmáticos ou em crianças (procedimentos curtos) Efeitos psicotomiméticos: sonhos vívidos, delírios e alucinações ao despertar, experiência desagradável Solúvel em água Administração em solução contendo 35% propilenoglicol Dor e movimentos mioclônicos durante a administração Anestesia dissociativa: estado anestésico distinto: profunda analgesia, amnésia, ausência de resposta a comandos, olhos abertos, movimentos de membros involuntários e respiração espontânea. 11

Reações adversas: Centrais Reações adversas: Cardiovasculares ármaco Cons 2 SC PIC ármaco PA C DC Tiopental --- --- --- Tiopental - + - Propofol --- --- --- Propofol -- + - Etomidato --- --- --- Etomidato Cetamina + + + + Cetamina + + + + Cons 2 : consumo oxigênio; SC: fluxo sangüíneo cerebral; PIC: pressão intracraniana PA: pressão arterial média; C: frequência cardíaca; DC: débito cardíaco Reações adversas: Respiratórias e outras utros fármacos utilizados em Anestesia Geral ármaco R CV utras Broncoespasmos, Tiopental - - - ataques de porfiria, Propofol -- --- Etomidato - - anticonvulsivante Síndrome da infusão de propofol, anticonvulsivante Hipnótico, depressão da medula adrenal Cetamina Efeitos disfóricos Benzodiazepínicos Medicação pré-anestésica: efeitos sedativo e amnésico Início lento de ação e produzem um platô de depressão do SNC abaixo do efeito anestésico real Amnésia anterógrada Prolongam o tempo de recuperação pós-operatório MIDAZLAM (Dormonid ) DIAZEPAM (Valium ) LRAZEPAM (Lorax ) Analgésicos pióides Adjuvantes à anestesia: efeitos cardioprotetor, sedativo e analgésico Podem causar rigidez da parede torácica e depressão respiratória (prolongamento da respiração assistida no pós-operatório) ENTANILA (entanil ) ALENTANILA (Rapifen ) SUENTANILA (Sufenta ) REMIENTANILA (Ultiva ) Bloqueadores neuromusculares R: freqüência respiratória; CV: capacidade ventilatória Dexmedetomidina (agonista alfa2) 12

Anestesia balanceada 13