A AGENDA DE CRESCIMENTO DO BRASIL: A QUESTÃO FISCAL

Documentos relacionados
O Desafio do Ajuste Fiscal: onde estamos? Mansueto Almeida

Crescimento Econômico e Dilemas Fiscais

Mansueto Almeida. Brasília, 19 de fevereiro de 2013

Mansueto Almeida (IPEA)

18/05/2017. Gasto Público Total no Brasil. Carga Tributária % do PIB. GASTO FISCAL NO BRASIL: crescimento e dilemas

O Desafio Fiscal do Brasil

Referências Bibliográficas

Gasto Público Total no Brasil

Gasto Fiscal em 2012: uma rápida análise

Fóruns Estadão Brasil Compe55vo

Fundação Universidade do Estado de Santa Catarina DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA , ,01

Avanços recentes da política fiscal no Brasil. DYOGO HENRIQUE DE OLIVEIRA Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão

RECUPERAÇÃO ECONÔMICA E O DESAFIO FISCAL PLOA DYOGO HENRIQUE DE OLIVEIRA Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão

Cenário econômico-político do Brasil: momento atual e perspectivas

Transferência de renda é a principal marca da gestão Lula

Proposta de Reforma Fiscal para Nelson Barbosa Fórum de Economia de São Paulo 3 de setembro de 2018

<ESFERA DE GOVERNO> RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA BALANÇO ORÇAMENTÁRIO ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL <PERÍODO DE REFERÊNCIA>

Uma avaliação dos impactos fiscais da proposta de reforma da previdência. Manoel Pires

Previdência Social: Diagnóstico e Reforma. Felipe Salto Diretor-Executivo

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

GOVERNO MUNICIPAL DE CAROLINA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA EXERCÍCIO 2017 PERÍODO : 01/01/2017 A 31/12/2017 PÁGINA: 0001

Principais Desafios Macroeconômicos de Nelson Barbosa 10º Fórum de Economia da EESP/FGV São Paulo, 15 de setembro de 2014

Junho Brasília, 26 de julho de 2019

Programação Orçamentária 2012

CAMARA DE VEREADORES DE GUAIBA

CAMARA DE VEREADORES DE GUAIBA

Programação Orçamentária e Financeira. Fevereiro / 2017

Nota Técnica Aumento dos Gastos Públicos no Primeiro Trimestre de 2009

MUNICIPIO DE SANTANA DO LIVRAMENTO

Programação Orçamentária. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

Ajuste Fiscal em 2011.

MINISTÉRIO DA FAZENDA

Qual a Efetividade do Novo Regime Fiscal? Vilma da Conceição Pinto

AUDIÊNCIA PÚBLICA DATA-BASE 31/08/2016 ARTIGO 9º 4º DA LEI COMPLEMENTAR

Finanças Públicas: Ajuste e Deterioração Fiscal

Desafios atuais da política econômica. Conferência na ANBIMA. Manoel Pires Secretaria de Política Econômica - MF

Construindo a. Ministro da Fazenda Joaquim Levy. retomada do crescimento 4 de março de 2015

Abril Brasília, 29 de maio de 2019

Resultado do Tesouro Nacional

Resultado do Tesouro Nacional

PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA 2016

Política Fiscal: como vai o pilar dos fundamentos? Geraldo Biasoto

PEC 241/16: Mitos e Verdades sobre o Ajuste Fiscal

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE BALANÇOS GERAIS

III Jornada de Debates Setor Público

ESTADO SOCIAL E OS DESAFIOS DA ECONOMIA MODERNA

Resultado do Tesouro Nacional Abril de Brasília 30 de Maio, 2016

COLETIVA SOBRE O. RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE RECEITAS E DESPESAS PRIMÁRIAS 3º Bimestre de /07/2015

Despesas Contingenciáveis na LOA 2017

A EXECUÇÃO DO PAC E SEU EFEITO NA DEMANDA AGREGADA

PREFEITURA MUNICIPAL DE MATEUS LEME

Reforma da Previdência

PREFEITURA MUNICIPAL DE LAURO DE FREITAS Balanço Orçamentário NOVEMBRO-DEZEMBRO/2017

CONJUNTURA ECONÔMICA E FINANÇAS PÚBLICAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

É possível acabar com a CPMF em 2008 Paulo Skaf

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE BALANÇOS GERAIS

Resultado do Tesouro Nacional. Brasília 29 de Março, 2012

Contas do Presidente. da República. Relatório e Parecer Prévio sobre as. Exercício de. Ana Arraes. Ministra Relatora

PREVIDÊNCIA SOCIAL. Alencar Ferreira. Março 2019 Campinas SP

Crise fiscal: diagnóstico e desafios

Resultado do Tesouro Nacional

JANEIRO A ABRIL/2013. RREO ANEXO I (LRF, Art. 52, Inciso I, alineas "a" e "b" do Inciso II e 1º - Anexo I) Previsão Atualizada (a)

Prefeitura Municipal de Nova Viçosa publica:

Política Fiscal em perspectiva de médio e longo prazo

Economia, o atual cenário e perspectivas

Evolução das Despesas Federais

Perspectivas econômicas

Receitas Realizadas Jan a Out 2007 (c) SALDO A REALIZAR (c-a) PREVISÃO INICIAL PREVISÃO ATUALIZADA RECEITAS. No Bimestre (b) % (c/a) % (a/b)

Debate sobre Política Fiscal no Conselho Federal de Economia (COFECON)

PREFEITURA MUNICIPAL DE GARUVA Demonstrativo Geral da Receita por fontes e da Despesa por Funções do Governo Exercicío de 2017 (Consolidado)

INFLAÇÃO - IPCA ANUAL Em % , , , , , , , , , , ,00*

Papel e Tamanho do Estado Brasileiro

Resultado do Tesouro Nacional

CONJUNTURA ECONÔMICA. Por Luís Paulo Rosenberg. Junho/ 2013

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E NOTAS EXPLICATIVAS 3º TRIMESTRE DE 2018

Projeto de Lei. Anual Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL

MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL

Desafios das finanças públicas no Brasil: Perspectivas e propostas. Manoel Pires IBRE-FGV

Tabela 1 - Balanço Orçamentário

Prefeitura Municipal de Valença publica:

Prefeitura Municipal de Nova Viçosa publica:

Um programa de ajuste incompleto

RESULTADO DO TESOURO NACIONAL

Prefeitura Municipal de Itanhém publica:

A previdência social no Brasil: Uma visão econômica

Prefeitura Municipal de Valença publica:

ECONOMIA 22 de fevereiro de 2018 Brasil Política Fiscal

Prefeitura Municipal de Ibotirama

Finanças Públicas Resultado Primário DÍVIDA PÚBLICA ENTENDER PARA AGIR. Prof. Moisés Ferreira da Cunha Colaboração: Prof. Everton Sotto Tibiriçá Rosa

Situação Fiscal dos Estados

Uma Visão da Política Agrícola Brasileira

Proteção social e novos desafios para a descentralização fiscal: o caso brasileiro

Medidas Adicionais de Redução do Gasto da União. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão 14 de Setembro de 2015

Finanças Públicas: o Difícil Caminho das Metas Fiscais

ANEXO I CONCILIAÇÃO BANCÁRIA

Transcrição:

SEMINÁRIO IBRE- EBAPE/FGV A AGENDA DE CRESCIMENTO DO BRASIL: A QUESTÃO FISCAL MANSUETO ALMEIDA

Parte I O Que Aconteceu?

Despesa Primária Governo Central - % do PIB 1991-2014 22,00% 20,00% 20,08% 18,00% 16,00% 14,00% 13,90% 15,04% 15,72% 16,96% 17,44% 12,00% 11,00% 10,00% 8,00%

Carga Tributária do Brasil 1991-2013 - % do PIB 36,0 34,0 32,4 34,1 33,5 35,9 32,0 30,0 28,0 26,0 24,0 22,0 20,0 24,4 27,9 29,3 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Fonte: IBGE e Receita Federal 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Receita Líquida do Governo Central 1997-2014 - % do PIB 21,00% 20,00% 19,00% 18,00% 17,86% 19,02% 18,68% 19,75% 17,00% 16,00% 15,00% 14,27% 15,83% 14,00% 13,00% 12,00% 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: Tesouro Nacional. OBS : Receita de 2010 sem a capitalização da Petrobras

Despesa Primária Governo Central - % do PIB Pessoal INSS LOAS/BPC +FAT+ BOLSAS Custeio Saúde e Educação Subsídios Custeio Invest. TOTAL 1991 3,80% 3,40% 0,51% 1,54% 0,30% 0,74% 0,70% 11,00% 1994 5,10% 4,90% 0,51% 1,95% 0,30% 0,63% 0,51% 13,90% 1998 4,56% 5,45% 0,65% 2,23% 0,30% 0,99% 0,85% 15,04% 2002 4,81% 5,96% 0,96% 1,83% 0,16% 1,05% 0,95% 15,72% 2006 4,45% 6,99% 1,56% 1,70% 0,40% 1,14% 0,72% 16,96% 2010 4,42% 6,76% 1,84% 1,96% 0,25% 1,07% 1,15% 17,44% 2014 4,28% 7,68% 2,39% 2,21% 1,05% 1,31% 1,17% 20,08% 1991-14 0,48 4,28 1,87 0,67 0,75 0,57 0,46 9,08 OBS; Série do PIB antiga

Padrão do Crescimento da Despesa Primária Governo Central 1991-2014 De 1991 a 2014, 68% do crescimento da despesa primária do governo central decorreu de programas de transferência de renda mais INSS; Se acrescentamos aposentadoria de servidores públicos mais custeio de saúde e educação, se explica 86% do crescimento da despesa primária do governo central de 1991 a 2014.

Despesa Primária Governo Central 1999-2014 - % PESSOAL INSS SUBSÍDIOS do PIB (série do PIB nova) CUSTEIO ADMINISTRATIVO Fonte: SIAFI. Elaboração: Mansueto Almeida CUSTEIO SAUDE E EDUC. CUSTEIO GASTOS SOCIAIS INVEST. sem MCMV) TOTAL 1999 4,47% 5,50% 0,24% 1,43% 1,75% 0,59% 0,50% 14,49% 2000 4,48% 5,47% 0,30% 1,25% 1,73% 0,58% 0,64% 14,45% 2001 4,75% 5,72% 0,35% 0,72% 1,80% 0,89% 1,15% 15,40% 2002 4,77% 5,90% 0,16% 1,04% 1,81% 0,95% 0,94% 15,58% 2003 4,41% 6,23% 0,35% 0,90% 1,69% 0,99% 0,40% 14,96% 2004 4,27% 6,42% 0,28% 0,97% 1,69% 1,20% 0,61% 15,45% 2005 4,25% 6,72% 0,48% 1,09% 1,76% 1,28% 0,63% 16,20% 2006 4,38% 6,87% 0,40% 1,13% 1,67% 1,53% 0,71% 16,68% 2007 4,28% 6,82% 0,37% 1,15% 1,74% 1,59% 0,81% 16,76% 2008 4,21% 6,42% 0,19% 0,99% 1,71% 1,60% 0,90% 16,02% 2009 4,56% 6,76% 0,16% 1,02% 1,84% 1,84% 1,02% 17,19% 2010 4,28% 6,56% 0,25% 1,03% 1,90% 1,78% 1,11% 16,91% 2011 4,10% 6,43% 0,42% 0,84% 1,93% 1,82% 1,03% 16,56% 2012 3,95% 6,72% 0,52% 0,80% 2,07% 2,00% 1,02% 17,07% 2013 3,93% 6,92% 0,80% 0,92% 2,09% 2,11% 0,95% 17,72% 2014 3,98% 7,14% 0,98% 1,06% 2,21% 2,22% 1,08% 18,68% 99-2014 -0,49% 1,64% 0,73% -0,37% 0,46% 1,63% 0,58% 4,19%

Fatos Relevantes: governo Dilma (2011-2014) Despesa seguem mesma dinâmica do pós constituição, mas duas contas de custeio passaram a crescer em um ritmo mais forte que antes; Subsídios: conta cresce puxada pelo programa Minha Casa Minha Vida (R$ 18 bi), Transferências à Conta de Desenvolvimento Energético (R$ 9,2 bi) e Desoneração da Folha (R$ 18 bi) : uma conta de R$ 44,9 bilhões que não existia em 2010. Custeio de saúde e educação: Crescimento real de 30% de 2010 a 2014: R$ 93,8 bilhões (R$ de 2014) em 2010 vs. R$ 122,5 bilhões em 2014. Crescimento real de 7% ao ano.

Como controlar crescimento da despesa em 2015? A maior fonte de economia esperada do ano pelo governo era o pacote de reformas de seguro desemprego, abono salarial e pensões. Mas economia de R$ 18 bilhões será bem menor: redução de R$ 8 bilhões. Outra fonte de economia seria o fim dos subsídios ao setor elétrico (transferência à CDE): economia de R$ 8 bilhões. Economia será mais do que compensada por aumento do pagamento dos subsídios do PSI. Será difícil controlar despesas de custeio de educação e saúde. Despesas vinculadas e, no caso de educação, houve forte expansão nos últimos anos do investimento e pessoal.

Custeio de Saúde e Educação 1999-2014 - % do PIB 2,40% 2,38% 2,30% 2,20% 2,10% 2,00% 1,96% 1,90% 1,80% 1,70% 1,60% 1,50% 1,40% 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 1,75% 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Governo Federal: Educação Investimento R$ bilhões de 2014 12,00 10,69 10,00 8,85 9,64 8,00 7,07 7,56 6,00 4,00 2,13 3,43 3,85 2,00-2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Ministério da Educação Funcionários Ativos 280.000 270.024 260.000 240.000 220.000 200.000 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 174.966 180.895 Fonte: Ministério do Planejamento

Parte II Ajuste 2015

Despesa Primária Governo Central - 1o semestre de 2015 vs. 2014 R$ milhões de junho de 2015 1o SEM 2014 1o SEM 2015 CRESC % 1. Pessoal 113.191,40 111.681,20-1.510,20-1,3% 2. Custeio 365.498,60 385.908,90 20.410,30 5,6% INSS 196.851,50 204.324,70 7.473,20 3,8% Outros 168.647,10 181.584,20 12.937,10 7,7% 3. Investimento 44.632,00 28.484,70-16.147,30-36,2% TOTAL 523.322,00 526.074,80 2.752,80 0,5% OBS: 1/ Minha Casa Minha Vida no Investimento.

Custeio (sem INSS) Governo Central - 1o semestre de 2015 vs. 2014 R$ milhões de junho de 2015 1o SEM 2014 1o SEM 2015 CRESC % 1. Programas de tranferência de renda 57.744,91 59.280,94 1.536,03 2,7% Seg. Desemprego e abono 21.013,75 22.154,84 1.141,10 5,4% LOAS/RMV 20.788,61 21.663,94 875,33 4,2% Bolsa Família 15.942,55 15.462,15-480,40-3,0% 2. Custeio de Saúde e Educação 65.990,18 67.022,22 1.032,04 1,6% Saúde 44.172,71 44.433,75 261,05 0,6% Educação 21.817,47 22.588,47 771,00 3,5% 3. Outros 44.912,02 55.281,04 10.369,03 23,1% CUSTEIO (1+2+3) 168.647,10 181.584,20 12.937,10 7,7% Ao contrário do padrão histórico, o custeio não social pesou mais no inicio deste governo do que o custeio tipicamente social.

Outras despesas de custeio Governo Central - 1o semestre de 2015 vs. 2014 R$ milhões de junho de 2015 1o SEM 2014 1o SEM 2015 CRESC % 1. Subsídios 5.481,58 11.452,31 5.970,73 108,9% BNDES/PSI 59,59 4.723,76 4.664,17 7827,2% Fundos Regionais 2.590,72 3.059,39 468,67 18,1% OUTROS 2.831,27 3.669,16 837,89 29,6% 2. Complementação do FGTS (LC nº 110/01) 218,22 2.973,68 2.755,46 1262,7% 3. Compensação ao RGPS 9.050,73 13.637,93 4.587,20 50,7% 4. Outros 30.161,48 27.217,12-2.944,36-9,8% CUSTEIO (1+2+3) 44.912,02 55.281,04 10.369,03 23,1% Forte crescimento das despesas de custeio neste inicio do governo está ligado a contas do passado. Custei administrativo mostra forte controle por parte da equipe econômica nova.

Pontos Principais As pedaladas fiscais relativas aos subsídios e ao FGTS não serão corrigidas em apenas um ano: R$ 15 bilhões por ano ao longo de todo o segundo mandato da presidente Dilma. Não é certo que o crescimento real perto de zero das despesas de custeio com saúde seja mantido. Corte ou atraso de repasse? o crescimento das despesas de custeio tipicamente sociais e a compensação ao RGPS dependem de regras pré-estabelecidas. Assim, qualquer mudança no crescimento dessas despesas dependerá de mudanças de legislação aprovada no Congresso Nacional.

Investimento 1º semestre do ano. R$ milhões de junho de 201 5 2014 2015 CRESC TX Ministério da Defesa 6.486,45 3.087,77-3.398,68-52% Ministério das Cidades 10.344,42 7.672,06-2.672,36-26% Ministério do Des. Agrário 2.840,94 222,68-2.618,26-92% Ministério dos Transportes 7.774,27 5.552,88-2.221,40-29% Ministério da Educação 5.303,42 3.174,05-2.129,37-40% Ministério da Saúde 2.914,65 1.470,59-1.444,06-50% Outros 8.967,80 7.517,77-1.450,03-16% TOTAL 44.631,96 28.697,80-15.934,15-36% FONTE: TESOURO NACIONAL

Investimento MDA R$ milhões de 2014

Investimento Min dos Transportes R$ bilhões de 2014 18,00 16,00 15,62 16,51 14,00 12,00 12,13 10,74 11,09 13,16 10,00 8,39 8,55 8,00 6,00 4,00 2,00-2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

As contas do passado subsídios não pagos PSI, Minha Casa Minha Vida, FGTS, etc.

R$ bilhões % do PIB Empréstimos do Tesouro para Bancos públicos - 2007-2014 600,0 10,60 12,00 500,0 400,0 300,0 6,81 7,70 9,22 9,71 466,9 545,6 10,00 8,00 6,00 406,9 200,0 4,62 319,1 4,00 100,0-0,50 1,39 14,1 43,1 256,6 144,8 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2,00 0,00 R$ bilhões % do PIB

Volume de Crédito com Equalização de Juros PSI 2009-2014 R$ bilhões correntes 500 400 300 200 134 208 227 312 402 452 100 0 44 2009 2010 2011 2012 2013 2014 MP 663

Restos a Pagar Subvenção Econômica PSI R$ milhões de 2014 RP incsritos RP reinscrito RP TOTAL JAN/2010 - - - JAN/2011 503,95-503,95 JAN/2012 4.889,34-4.889,34 JAN/2013 3.292,92 3.781,96 7.074,88 JAN/2014 143,04 6.700,64 6.843,68 JAN/2015 2.355,23 6.461,74 8.816,97 Fonte: SIAFI

Créditos do BNDES junto ao Tesouro Nacional - R$ bilhões 30 25 Crescimento de quase R$ 9 bilhões de 2013 a 2014 26,16 20 17,48 15 12,12 10 5 0 7,83 3,55 0,78 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: Balanço do BNDES 2009 a 2014

Parte III O Futuro

Restos a Pagar (RP) Subsídios R$ milhões de 2014 RP inscritos RP reinscrito RP TOTAL JAN/2010 7.831,89 954,89 8.786,78 JAN/2011 13.833,42 5.086,65 18.920,07 JAN/2012 23.374,11 3.507,88 26.881,99 JAN/2013 12.737,36 10.885,50 23.622,86 JAN/2014 13.918,74 14.884,55 28.803,29 JAN/2015 12.464,59 21.986,71 34.451,30 Fonte SIAFI OBS: Restos a pagar pagos em janeiro de cada ano.

As Despesas de Custeio Discricionárias R$ milhões correntes CUSTEIO - sem Educação e Saúde (a) CUSTEIO SAÚDE E EDUCAÇÃO - (b) CUSTEIO - (a) + (b) 2007 32.107,03 47.401,91 79.508,94 2008 30.757,00 53.176,08 83.933,08 2009 36.055,95 61.254,78 97.310,73 2010 40.704,29 73.863,69 114.567,98 2011 38.589,39 84.256,74 122.846,13 2012 41.716,22 97.490,65 139.206,87 2013 55.555,10 107.603,07 163.158,17 2014 62.753,10 122.082,40 184.835,50 Fonte Tesouro Nacional e SIAFI

INSS LDO 2016

Custeio sem desp e-sa com saúde, e du-cação, program as de transferência de renda e encarg os especiais. Custeio da Saúde e Educação em 2014: R$ 122 bilhões ANO: 2014 Função 05 DEFESA NACIONAL 10.699,42 02 JUDICIARIA 6.057,32 19 CIENCIA E TECNOLOGIA 5.380,31 04 ADMINISTRACAO 5.249,77 20 AGRICULTURA 4.176,76 06 SEGURANCA PUBLICA 2.791,95 26 TRANSPORTE 1.767,82 21 ORGANIZACAO AGRARIA 1.713,63 03 ESSENCIAL A JUSTICA 1.507,40 01 LEGISLATIVA 1.485,58 07 RELACOES EXTERIORES 1.257,65 22 INDUSTRIA 1.199,79 23 COMERCIO E SERVICOS 1.174,22 18 GESTAO AMBIENTAL 1.049,37 13 CULTURA 710,52 14 DIREITOS DA CIDADANIA 628,69 27 DESPORTO E LAZER 612,78 15 URBANISMO 609,78 24 COMUNICACOES 576,63 25 ENERGIA 447,77 17 SANEAMENTO 12,09 16 HABITACAO 8,01 TOTAL 49.117,27

Investimento Público Governo Central - % do PIB 1,60% 1,40% 1,40% 1,20% 1,00% 0,80% 0,81% 0,81% 0,60% 0,40% 0,20% 0,00% 0,50% 0,40%

Estrututura da Despesa Crescimento Nominal Crescimento de pessoal e INSS já definido estimativa oficial. Subsídios tem corte de R$ 7 bilhões do MCMV, crescimento de R$ 9 bi do PSI e desoneração da folha tem custo de R$ 22,6 bi. Custeio de Saúde e educação tem crescimento nominal zero. Gastos sociais (FAT, Bolsa Familia e LOAS) cresce R$ 2,4 bilhões Investimento tem corte de R$ 23 bilhões.

Despesa Primária Governo Central R$ milhões nominal 2013 2014 CRESC PESSOAL 202.744,0 219.834,1 17.090,1 INSS 357.003,1 394.201,2 37.198,1 SUBSÍDIOS 41.225,7 53.928,4 12.702,6 CUSTEIO ADMINISTRATIVO 47.510,4 58.637,1 11.126,7 CUSTEIO SAUDE E EDUC. 107.603,1 122.082,4 14.479,3 CUSTEIO GASTOS SOCIAIS 108.930,6 122.551,0 13.620,3 INVEST. sem MCMV) 49.024,2 59.875,7 10.851,5 TOTAL 914.041,2 1.031.109,8 117.068,6 2014 2015 CRESC PESSOAL 219.834,1 235.583,8 15.749,7 INSS 394.201,2 437.472,3 43.271,1 SUBSÍDIOS 53.928,4 53.874,6-53,7 CUSTEIO ADMINISTRATIVO 58.637,1 58.637,1 0,0 CUSTEIO SAUDE E EDUC. 122.082,4 122.082,4 0,0 CUSTEIO GASTOS SOCIAIS 122.551,0 124.946,6 2.395,6 INVEST. sem MCMV) 59.875,7 36.875,7-23.000,0 TOTAL 1.031.109,8 1.069.472,5 38.362,7

Despesa Primária Governo Central % do PIB 2013 2014 CRESC PESSOAL 3,9% 4,0% 0,05 INSS 6,9% 7,1% 0,22 SUBSÍDIOS 0,8% 1,0% 0,18 CUSTEIO ADMINISTRATIVO 0,9% 1,1% 0,14 CUSTEIO SAUDE E EDUC. 2,1% 2,2% 0,12 CUSTEIO GASTOS SOCIAIS 2,1% 2,2% 0,11 INVEST. sem MCMV) 1,0% 1,1% 0,13 TOTAL 17,7% 18,7% 0,95 2014 2015 CRESC PESSOAL 4,0% 4,0% 0,06 INSS 7,1% 7,5% 0,36 SUBSÍDIOS 1,0% 0,9% -0,05 CUSTEIO ADMINISTRATIVO 1,1% 1,0% -0,06 CUSTEIO SAUDE E EDUC. 2,2% 2,1% -0,12 CUSTEIO GASTOS SOCIAIS 2,2% 2,1% -0,08 INVEST. sem MCMV) 1,1% 0,6% -0,45 TOTAL 18,7% 18,3% -0,34

Conclusão Queda da despesa vai apenas compensar o déficit primário do ano passado do governo central. Cronograma de pagamento do PSI e de outros contas atrasadas será importante para definir resultado do ano: difícil estimar. Primário vai depender do comportamento da receita. Hoje, é mais provável um déficit primário neste ano e no próximo.

Qual a sua opção para os próximos anos? Opção 1 aumento da carga tributária de pelo menos 2,5 pontos do PIB mas metas do primário são cumpridas com corte pequeno do investimento publico. Opção 2 carga tributária não aumenta, mas metas de primário não serão cumpridas. Opção 3 corte do investimento público em 50%, aumento da carga tributária de pelo menos 2 pontos do PIB, pagamento das pedaladas em quatro anos e primário de 1% do PIB em 2018.

Obrigado mansueto_almeida@uol.com.br