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Transcrição:

RELATÓRIO ECONÔMICO

ÍNDICE Indicadores Financeiros Pág. 3 Projeções Pág. 4-5 Cenário Externo Pág. 6 Cenário Doméstico Pág. 7 Renda Fixa e Renda Variável Pág. 8

INDICADORES FINANCEIROS BOLSA DE VALORES AMÉRICAS mês % ano % 2015 Ibovespa Fech. 40.406 (6,8%) (6,8%) (13,3%) IBrX Fech. 17.000 (6,3%) (6,3%) (12,4%) ISE 2.012 (5,0%) (5,0%) (12,9%) S&P500 1.940 (5,1%) (5,1%) (0,7%) EUROPA DAX 9.798 (8,8%) (8,8%) 9,6% FTSE 6.084 (2,5%) (2,5%) (4,9%) CAC 4.417 (4,7%) (4,7%) 8,5% IBEX 8.816 (7,6%) (7,6%) (7,2%) Euro Stoxx 50 3.045 (6,8%) (6,8%) 3,8% PAN ÁSIA Nikkei 17.518 (8,0%) (8,0%) 9,1% Hang Seng 19.683 (10,2%) (10,2%) (7,2%) Austrália 5.006 (5,5%) (5,5%) (2,1%) Coréia do Sul 3.764 (2,8%) (2,8%) (1,8%) Índia 7.564 (4,8%) (4,8%) (4,1%) OUTROS MERCADOS MOEDAS mês % ano % 2015 BRL/USD 3,9992 1,0% 1,0% 49,0% BRL/EUR 4,3305 0,7% 0,7% 33,7% USD/EUR 1,0831 (0,3%) (0,3%) (10,2%) YEN/USD 121,1400 0,8% 0,8% 0,4% USD/AUD 0,7084 (2,8%) (2,8%) (10,9%) JUROS BRASILEIROS jan/16 2015 2014 Futuro de DI jan/17 Futuro de DI jan/18 Futuro de DI jan/19 Futuro de DI jan/21 14,52 15,87 12,90 15,17 16,53 12,75 15,71 16,71 12,60 15,94 16,62 12,30 COMMODITIES Petróleo 33,62 (9,2%) (9,2%) (30,5%) Ouro 1.118,21 5,4% 5,4% (10,4%) Fonte: Santander Brasil Asset Management

PROJEÇÕES ECONOMIA GLOBAL INDICADORES MACROECONÔMICOS GLOBAIS Última atualização 5/2/2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 PROJEÇÕES 2015 2016 GLOBAL (*) (0,2) 4,9 3,6 3,0 3,0 2,9 2,8 3,7 DESENVOLVIDOS (3,8) 2,6 1,3 1,1 0,9 1,6 1,9 1,8 ESTADOS UNIDOS (2,8) 2,5 1,6 2,2 1,5 2,4 2,4 2,2 ZONA DO EURO (4,4) 2,0 1,6 (0,8) (0,4) 0,9 1,5 1,4 ALEMANHA (5,6) 3,9 3,7 0,6 0,4 1,6 1,5 1,5 FRANÇA (2,9) 2,0 2,1 0,4 0,4 0,4 1,1 0,9 REINO UNIDO (4,3) 1,9 1,6 0,7 1,7 2,6 2,2 2,0 JAPÃO (5,5) 4,7 (0,5) 1,7 1,6 (0,1) 0,7 1,5 EMERGENTES 3,1 7,0 5,7 4,8 4,7 4,3 3,5 4,9 ASIA EX-JAPÃO 7,7 9,7 7,9 6,7 6,5 6,7 6,8 6,7 CHINA 9,2 10,4 9,3 7,7 7,7 7,4 6,9 6,3 AMÉRICA LATINA (1,3) 6,0 4,6 3,1 2,7 1,3 (0,3) (0,3) BRASIL (0,2) 7,6 3,9 1,9 3,0 0,1 (3,9) (4,0) (*) Calculado pelo poder de compra (*) As áreas sombreadas são projeções Fonte: Santander Brasil Asset Management

PROJEÇÕES ECONOMIA BRASILEIRA INDICADORES MACROECONÔMICOS Última atualização 2/2/2016 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 PROJEÇÕES 2015 2016 PIB crescimento real (%) 5,1 (0,1) 7,5 3,9 1,9 3,0 0,1 (3,9) (4,0) Inflação (IPCA/IBGE) (%) 5,9 4,3 5,9 6,5 5,8 5,9 6,4 10,7 7,7 Inflação (IGPM/FGV) (%) 9,8 (1,7) 11,3 5,1 7,8 5,5 3,7 10,5 7,2 Taxa de câmbio média (R$/US$) 1,84 1,99 1,73 1,67 1,95 2,16 2,35 3,34 4,22 Taxa de câmbio final (R$/US$) 2,34 1,74 1,67 1,88 2,04 2,34 2,66 3,90 4,30 Taxa de juro nominal final do ano (Selic) 13,75 8,75 10,75 11,00 7,25 10,00 11,75 14,25 14,25 Resultado primário do setor público (% do PIB) (*) 3,3 1,9 2,6 2,9 2,2 1,8 (0,6) (1,9) (1,0) (*) As áreas sombreadas são projeções. Fonte: Santander Brasil Asset Management

CENÁRIO EXTERNO Um início de ano difícil para a economia global A economia global apresentou sinais de desaceleração no início deste ano. Os indicadores de sentimento de janeiro, somados à fraqueza da atividade no final do ano passado, levaram a uma redução da expectativa de crescimento anual esperado para 2016, de 3,3% para 2,9%, puxada notadamente pelos emergentes, com forte revisão de 4,5% para 3,7%. No momento não há na economia global nenhuma história de crescimento convincente. As melhores expectativas ainda recaem sobre a economia norte americana, que até então vem sendo o principal pilar de sustentação do crescimento global. No entanto, até mesmo os EUA também apresentaram sinais de fraqueza na virada do ano, com a piora do crescimento de 2,0% no 3º Trimestre de 2015 para quase 0% no final do ano (nossa última projeção está em 0,4% na variação trimestral anualizada). Esse tombo não foi decorrente apenas de uma queda nos estoques e de uma piora do déficit externo, mas também de forte desaceleração no consumo e no investimento fixo, cujas taxas de crescimento trimestral anualizadas passaram de 3,0% e 3,7%, respectivamente, no 3º Trimestre de 2015 para 1,6% e -0,3% no 4º Trimestre de 2015. Como não houve mudanças nos fundamentos da demanda privada nos EUA, acreditamos que boa parte da desaceleração esteve relacionada com o clima e mantemos a visão de normalização do crescimento no início do ano. No entanto, novas incertezas em relação a uma normalização mais rápida do crescimento têm surgido, devido à forte tempestade de neve Jonas, ocorrida em janeiro, que pode ter reduzido a atividade em quase 1 ponto percentual e à forte queda do sentimento dos empresários em janeiro. No caso da China, chama atenção a perda de momento na atividade na virada do ano, confirmada pelo recuo dos indicadores de sentimento de janeiro. Apesar do enorme superávit em conta corrente, a conta de capitais está mais deficitária, provocando significativas perdas de reservas e pressão na moeda. Adicionalmente, houve um relevante aumento das saídas de capitais após a mudança da regra de fixação da moeda em agosto do ano passado. Essa saída vem sendo relacionada à retirada de dinheiro de famílias e empresas chinesas, desconfortáveis com a situação econômica. Ademais, a velocidade da queda de reservas internacionais nos últimos cinco meses mais do que dobrou. Temos hoje um círculo vicioso no qual as saídas de capital levam a vendas de reservas para estabilizar a moeda; menos reservas levam a mais expectativa de desvalorização que levam a mais saídas de capital e assim sucessivamente. O governo está tentando quebrar esse círculo vicioso, com três instrumentos: (1) estabilização do crescimento com estímulos fiscais, (2) pequenos controles de capitais e (3) comunicação mais clara com o mercado sobre as suas intenções. Na nossa visão, o fluxo de saída de capitais está muito mais relacionado ao pagamento de dívida externa e posicionamento de exportadores do que a uma perda de fé dos chineses na economia. Portanto, esse fluxo deveria perder força com o passar do tempo. Nosso cenário ainda contempla alívio das saídas de capitais e menor pressão na moeda e ajuste gradual e sem choques no atual regime de banda cambial chinês, sem retroceder no seu propósito de internacionalizar o renminbi. A queda recente do petróleo, as dúvidas com a China e seu regime cambial e a economia global mais fraca levaram dois bancos centrais a adotarem uma postura de política monetária bem mais frouxa do que o esperado. O Banco do Japão adotou pela primeira vez juros negativos e a zona do euro indicou que irá seguir pelo mesmo caminho e fazer o que for preciso para reduzir o risco de de(sin)flação, ou seja, irá entrar ainda mais no terreno negativo dos juros de depósitos. Esse é um território desconhecido que mostra algum grau de desespero dos bancos centrais e também certo fracasso dessas políticas em reativar de forma sustentada suas respectivas economias, agravado pelo fato que já é o quarto ano consecutivo que a economia global se mantém estagnada e próxima de níveis pré-recessivos. Todo esse novo contexto tornou muito provável que o FED não continue o ciclo de alta de juros em março, não apenas pela atividade doméstica mais fraca, mas também pela reação negativa dos mercados às voltas com sinais negativos de atividade na economia global e aumento de pressões desinflacionárias.

CENÁRIO DOMÉSTICO Sem alívio Não há alívio previsto no curto prazo para a nossa dura realidade econômica. Seguimos em um cenário de forte contração do PIB, inflação elevada, deterioração das nossas contas públicas e ambiente político incerto. E para piorar, o cenário externo tem se tornado cada vez mais desafiador. O nível de atividade econômica continua com sinais de enfraquecimento. Apesar da melhora dos indicadores de confiança em janeiro, eles não refletem, em nossa opinião, uma mudança nos fundamentos e nas perspectivas para o país. Ao contrário, o que temos visto durante todo o último mês foi uma política econômica à deriva, ainda distante da agenda de ajustes necessários e estabelecidos no início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Consequentemente, esperamos que a prevalência de um ambiente de confiança econômica baixa que, em conjunto com uma maior deterioração no mercado de trabalho, continuará a afetar negativamente as perspectivas de crescimento do país. Prevemos duas contrações consecutivas para o PIB brasileiro: -3,9% em 2015 e -4,0% em 2016. A inflação seguiu pressionada nesse início de ano pela alta dos preços de alimentos, pelos reajustes acima do esperado no transporte público e por elevações de impostos na esfera estadual. No acumulado em 12 meses, a inflação continuará acima dos 10% ao menos até fevereiro. Prospectivamente, a inflação poderá mostrar alguma desaceleração, sobretudo pelo fim de algumas pressões sazonais e pela contribuição advinda da redução das bandeiras tarifárias de energia elétrica, que deverão baratear a conta de luz para o consumidor final. Contudo, apesar da forte queda da atividade e da piora do mercado de trabalho, avaliamos que o componente inercial da inflação brasileira pesará contra e dificultará uma redução mais acelerada da inflação, a qual acreditamos que encerrará o ano acumulando alta de 7,7%. Apesar deste cenário de inflação corrente elevada e de expectativas desancoradas, o Banco Central do Brasil (BCB) decidiu manter os juros estáveis em 14,25% ao ano, em decisão com contornos bastante controversos. Desde novembro, membros do Comitê de Política Monetária (COPOM) do BCB vinham sinalizando preocupação maior com inflação e indicando uma probabilidade elevada de alta de juros. No entanto, na véspera da decisão do COPOM, o presidente do BCB, Alexandre Tombini, divulgou comunicado ressaltando as revisões para baixo do crescimento do Brasil realizadas pelo FMI, sugerindo que este tipo de informação seria levada em consideração pelo Comitê. Por fim, no comunicado da decisão, justificou a manutenção da taxa sobretudo pelo aumento das incertezas relacionados ao cenário externo. Diante de tal decisão e de uma comunicação confusa, esperamos manutenção do atual patamar de juros de 14,25% para o restante deste ano. A continuidade do ajuste fiscal em 2016 voltou para a pauta, com a retomada das atividades do legislativo. A principal medida para discussão continua sendo a recriação da CPMF. O Poder Executivo enviou em setembro do ano passado a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) ao Congresso. O processo está parado no Congresso, aguardando a criação da comissão especial para dar andamento no processo de votação. No entanto, os procedimentos são lentos e o apoio político a essa medida ainda é baixo. Logo, o governo não poderá contar com essa receita para o cumprimento da meta fiscal deste ano. Ademais, como esperamos um ritmo de atividade muito ruim, o que atrapalhará a arrecadação tributária, projetamos um déficit primário de 1,0% do PIB em 2016. No meio de tantos desafios existe uma boa notícia. Temos vivenciado um forte e rápido ajuste das nossas contas externas, ou seja, em um prazo relativamente curto de tempo passamos a ter um saldo comercial positivo e observamos uma significativa redução do nosso déficit em conta corrente. Mais especificamente, projetamos que o déficit em conta corrente encerre esse ano em 1,3% do PIB, vindo de 4,3% no final do 2014. Vale reconhecer que este ajuste, apesar de favorecido por uma taxa de câmbio mais depreciada, é sobretudo reflexo da forte contração da atividade econômica doméstica. Em suma, o ano de 2016 começou com os mesmos desafios do ano anterior: avançar com o ajuste fiscal; controlar a inflação, que ainda está em alta e desancorada; e reverter a confiança dos agentes, que segue em nível bastante deprimido. Só assim retomaremos o crescimento.

MERCADO Renda Fixa Neste mês, o cenário internacional foi impactado pelos temores em relação à China, o que contaminou a performance dos mercados de commodities e países emergentes. Além disso, vale destacar que por conta da perspectiva de menor crescimento na atividade global e de inflação muito baixa, alguns bancos centrais estão adotando políticas monetárias mais frouxas, o que favorece o cenário de elevada liquidez global. É este o caso do Banco do Japão (BoJ), que reduziu os juros para o patamar negativo, e do Banco Central Europeu (BCE), que tem estudado a possibilidade de maior afrouxamento na reunião de março. Até mesmo o FED tem indicado que vai adiar a nova alta de juros, anteriormente prevista para março. No cenário doméstico, o destaque do mês foi a decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM) em manter a taxa SELIC inalterada. Tendo em vista a elevada inflação corrente e a deterioração das expectativas de longo prazo, o comitê vinha sinalizando que aumentaria a taxa de juros em sua reunião de Janeiro. No entanto, após participar da última reunião do BIS (um encontro dos bancos centrais dos principais países), e considerando uma piora das perspectivas de crescimento da economia brasileira, o Banco Central do Brasil revisou seu cenário e manteve a SELIC estável. Após a decisão, o BCB destacou em seus documentos oficiais uma grande preocupação com as incertezas no cenário internacional e com os seus reflexos sobre a economia brasileira. Neste sentido, as indicações são de que a taxa Selic será mantida nos atuais 14,25% nos próximos meses. Renda Variável O ano começou bastante turbulento nos mercados internacionais. As incertezas em relação ao real ritmo de crescimento chinês e o receio de mais desvalorização do yuan, a moeda chinesa, produziram um sentimento de aversão a risco nos mercados globais, causando uma acentuada queda nas ações. A queda nas bolsas, a piora das condições financeiras e revisões para baixo do crescimento mundial fizeram com que o mercado revisasse para baixo o cenário de juros nos principais países desenvolvidos, inclusive nos EUA. Nesse contexto, o Banco Central do Japão (BoJ), decidiu estabelecer uma taxa de juros negativa de 0,1% sobre os depósitos, algo parecido com o que fez o Banco Central Europeu (BCE) em junho de 2014. As commodities seguiram apresentando fraqueza, com o petróleo renovando suas mínimas, tendo sido negociado abaixo de 29 dólares por barril em alguns momentos. No Brasil, vale destacar a decisão de manutenção dos juros na reunião de janeiro do Bacen, contrariando os sinais de aumento dos juros que o banco vinha dando nas semanas anteriores à reunião. Refletindo toda essa turbulência externa e um cenário doméstico ainda muito complicado, a bolsa brasileira encerrou o primeiro mês do ano com queda de 6,9%. CIO Eduardo Castro Departamento Econômico Ricardo Denadai Hugo Penteado Danilo Passos Clayton Calixto FEVEREIRO 2016

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