SEMINÁRIO DE MÍDIAS NAS ESCOLAS ESTADUAIS DE ENSINO MÉDIO

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Transcrição:

SEMINÁRIO DE MÍDIAS NAS ESCOLAS ESTADUAIS DE ENSINO MÉDIO Lívia da Silva Neiva 1 RESUMO: Como parte das ações do programa Ressignificação do Ensino Médio, a Secretaria da Educação do Estado de Goiás por meio da Coordenação do Ensino Médio promove periodicamente o Seminário de Mídias na Escola. Nesta ação são oferecidas seis oficinas de comunicação rádio, vídeo, cinema, internet, jornal impresso e televisionado aos alunos da primeira série, professores e técnicos das regionais da secretaria. È dado a eles a oportunidade de vivenciarem juntos os processos de produção de programas para diferentes mídias. Em sua terceira edição, o seminário de mídias tem estimulado o apoderamento das novas tecnologias de comunicação e informação por parte de professores, alunos e gestores, no intuito de criar uma cultura de aceitação das novas formas de ensinar e aprender, em sintonia com as transformações do mundo e com o universo dos sujeitos jovens. PALAVRAS-CHAVE: Educação, Comunicação e Novas Tecnologias; Tecnologias e Educação; Mídias e Educação. 1. JUSTIFICATIVA O Seminário de Mídias na Escola foi elaborado para atender uma das questões cruciais nas políticas públicas de ensino: o que fazer para tornar a escola de ensino médio atrativa ao jovem? Pesquisa realizada pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, Motivos da Evasão Escolar, destacou nacionalmente o fato de não interessar a 40% dos jovens brasileiros a escola que ai está. No Estado de Goiás a Coordenação do Ensino Médio, tem empreendido esforços na implementação do programa de ressignificação desta modalidade de ensino, cujo objetivo central é reorientar o ato de ensinar e aprender levando em consideração o modo como vivem os sujeitos jovens. Políticas públicas para esta modalidade de ensino não estão mais centradas no aumento do número de matrículas ou em sua universalização. Ainda permanece o foco no debate sobre o papel do ensino médio, se propedêutico ou profissionalizante, mas a discussão central paira na construção de uma nova escola de ensino médio significativa para os jovens e em sintonia com suas questões e inquietações, em articulação com os conhecimentos acumulados pela humanidade, considerando a 1 Lívia da Silva Neiva é Comunicadora Social pela UFG. Atualmente presta serviços como consultora para a Coordenação de Ensino Médio e é responsável pela coordenação pedagógica do Seminário de Mídias. Email: livianeiva@gmail.com. 1

importância vital que o currículo tem na formação do jovem para o mercado de trabalho, para a vida e para a continuidade de seus estudos. A reflexão e a definição dos caminhos do ensino médio precisam apoiar-se, de um lado, nos diagnósticos e pesquisas acerca das trajetórias juvenis entre os campos da educação e do trabalho; e, de outro, não podem ignorar as expectativas e opiniões dos principais interessados na qualidade da escola: os jovens. (FREITAS, 2008, p.6) O universo juvenil está permeado por tecnologias como o celular, as máquinas fotográficas digitais, a televisão, a internet, os jogos eletrônicos, os mp3 e ipods. Tecnologias que permitem um acesso interativo e constante a informação. Apropriar-se destas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem tornou-se uma das possibilidades de aproximação com a condição juvenil. A escola deixou de ser o espaço sagrado da informação e o professor não é mais a única referência onde o jovem pode buscar conhecimento. Para Maria Aparecida Baccega não se trata mais de utilizar ou não os meios de comunicação na escola, mas sim perguntar de que modo pode a escola cumprir seu objetivo a partir dessa nova realidade? È preciso lembrar que a escola tem um enorme poder de mediar a construção de significados dessas tecnologias e coloca-las a serviço dos objetivos educacionais. Já não se trata exatamente de utilizar-se ou não dos meios de comunicação na escola, uma vez que eles compõem o fazer e o pensar de alunos e professores. Logo, eles lá estão. Trata-se, isso sim, de nos perguntarmos de que modo a escola pode cumprir seu objetivo maior - formar cidadãos críticos - a partir dessa nova realidade. A utilização, e em que medida, das novas tecnologias deve estar subordinada a esse objetivo. Que fazer para que a escola retire suas máscaras conservadoras e se encontre com a sociedade do presente, ajudando a construir um futuro em que as pessoas sejam mais iguais e tenham seus direitos respeitados? (BACCEGA, 2002, p.9) A aproximação entre o campo das tecnologias de informação e comunicação e a educação não é nova. Intelectuais como Fernando Rossetti, Maria Aparecida Baccega, Ismar de Oliveira Soares, Mirza Seabra Toschi, José Manuel Moran, Vani Moreira Kenski pesquisam esta temática há algumas décadas. A questão também já foi legitimada pelo governo em 1998, com a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio Brasileiro quando este documento propõe a introdução das linguagens e das tecnologias da comunicação no currículo do Ensino Médio. As Diretrizes contemplam ao longo dos três anos que compõem o Ensino Médio atividades que levem os educandos a: - Entender os princípios das tecnologias da comunicação e da informação e associa-las aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhe dão suporte e aos problemas que se propõem solucionar; - Entender a natureza das tecnologias da informação como integração de diferentes meios de comunicação, linguagens e códigos, bem como a função integradora que elas exercem na sua relação com as demais tecnologias; 2

- Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para a vida. (RESOLUÇÃO CEB Nº 3, DE 26 DE JUNHO DE 1998) Poder-se-ia também citar inúmeras ações de incentivo ao uso das mídias em sala de aula, com enfoque na produção ou na recepção, por parte de instituições sem finalidade lucrativa como o Portal Educarede, Cidade Escola Aprendiz, Fundação Casa Grande, Cipó - Comunicação Interativa, Comunicação e Cultura, Multirio - Empresa Municipal de Multimeios, NCE - Núcleo de Comunicação e Educação, Oficina de Imagens, Agência Uga-Uga de Comunicação. Apesar do consenso de que o uso apropriado das tecnologias em sala de aula melhora a aprendizagem dos alunos, grande parte das escolas ainda mantém os padrões de expressão e comunicação somente verbal, com ênfase na forma culta da língua e admitindo como tecnologia educacional somente o quadro negro e o giz. Tirando iniciativas isoladas, por parte de alguns professores e diretores em sintonia com a velocidade do conhecimento transmitido por satélite - incentivados ou não por estes pensadores ou por estas ONGs - o fato é que em geral a escola ainda é o lugar onde o jovem tem autorização para falar pouco, ouvir muito, escrever muito, desenhar quase nada, cantar, representar e produzir vídeos ou jornais nem pensar! Assim, o Seminário de Mídias na Escola surgiu para proporcionar um ambiente educativo e de trabalho em conjunto entre professores, técnicos da rede e alunos, que ao vivenciarem juntos os processos de produção de conteúdos em diferentes suportes midiáticos tem a oportunidade de desenvolver e aperfeiçoar suas capacidades de expressão e comunicação em sintonia com o currículo escolar, uma vez que passam a encarar as mídias como parte de seu cotidiano e intrinsecamente ligada ao ensino e á aprendizagem. Além disto, os programas são criados, elaborados e finalizados pelos jovens, pois a orientação na dinâmica das oficinas é garantir ao adolescente o direito de se expressar e ao professor o de mediar, por meio do diálogo, a produção dos produtos midiáticos. Espera-se com esta ação a apropriação das novas tecnologias de comunicação e informação por parte de professores, alunos e gestores, no intuito de criar uma cultura de aceitação das novas formas de ensinar e aprender, em sintonia com as transformações do mundo e com o universo dos sujeitos jovens. 2. OBJETIVOS alunos e gestores; Estimular práticas de co-participação entre alunos e professores; Desenvolver e aperfeiçoar as capacidades de expressão e comunicação de professores, 3

Apresentar métodos e procedimentos para o uso adequado e estimulante das tecnologias em sala de aula; Provocar mudança no planejamento de aula do professor; Desenvolver competência de interpretar as fontes de informação, reconhecendo antes dos conteúdos, as linguagens próprias de cada tecnologia. 3. METODOLOGIA São utilizadas oficinas como estratégia de interação para o apoderamento das tecnologias midiáticas como potencializadoras dos processos de ensino e aprendizagem. Por meio da temática discutida e das situações vividas, a oficina possibilita problematizar, organizar, analisar e sistematizar situações concretas, propiciando debates que aprofundem temáticas, ampliem o olhar e ressignifiquem as práticas cotidianas. A dinâmica do seminário consiste: no primeiro dia chegada, recepção e acomodação no hotel. À noite abertura do evento com a presença de um palestrante. No segundo e terceiro dia acontecem as primeiras oficinas, com apresentação dos resultados na noite do terceiro dia. No quarto e quinto os participantes escolhem outra mídia, assim, fica garantido que cada participante vivencie a produção midiática de dois suportes tecnológicos. Professores, alunos e técnicos das regionais são colocados em condição igual de participantes do curso e desafiados a produzirem em conjunto. A oficina se inicia com exposição teórica sobre os princípios, linguagem e rotina de produção das mídias. Em seguida são apresentadas as etapas e rotina de produção midiática e é solicitado que os participantes se dividam em grupos para definirem a temática, o planejamento e a execução de suas peças de comunicação. No momento de criação o participante é estimulado a assumir a produção da comunicação, explorando sua melhor forma de expressão, seja pela fala, seja pela escrita, pelo desenho ou simplesmente pelo gosto de ficar atrás das câmeras. Finalizada esta etapa é solicitado aos grupos que apresentem o resultado de seus trabalhos avaliando as dificuldades e facilidades encontradas. Desta forma eles vivenciam na prática as possibilidades pedagógicas do meio tecnológico escolhido, bem como as dificuldades e as soluções que podem ser encontradas durante o processo. 4

4. RESULTADOS Como resultado direto da ação das oficinas, em cada Seminário, foram produzidos em média, 10 programas de rádio; 10 jornais impressos; 08 jornais televisionados; 40 sites; 18 blogs; 8 vídeos reportagens e 8 vídeos de ficção. Capacitação direta de 410 professores da rede pública estadual de ensino, formando um grupo-referência de profissionais da educação que conhece e apóia as iniciativas de tecnologias educativas, e possui dessa forma, o potencial para multiplicar essas práticas em seus contextos locais. Capacitação direta de 820 alunos do ensino médio, que podem criar na escola um ambiente motivador para os professores, socializando suas experiências e influenciando um movimento de novas práticas escolares, tendo efetivamente os alunos como parceiros. Além das produções audiovisuais, impressas e digitais, é necessário realizar pesquisas qualitativas nas escolas participantes a fim de observar os resultados do seminário no processo de ensino-aprendizagem como, por exemplo, no planejamento de aula do professor, na elaboração de trabalhos e atividades midiáticas (ou comunicativas) por parte dos alunos, ou ainda na implantação de projetos e iniciativas por parte do corpo gestor e docente escolar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BACCEGA, Maria Aparecida. Meios de comunicação na escola. Comunicação & Educação, São Paulo, ano IX, n. 25, p. 7-15, 2002. NERI, Marcelo Côrtes, (org). O tempo de permanência na escola e as motivações dos Sem- Escola. Rio de Janeiro, FGV/IBRE, CPS, 2009. MEC. Secretaria de Educação Básica. Ensino Médio Inovador. Coordenação Geral do Ensino Médio, abril, 2009. RESOLUÇÃO CEB Nº 3, DE 26 DE JUNHO DE 1998. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. FREITAS, Maria Virgínia de. Muitos desafios e algumas possibilidades para as políticas educacionais. In Desafios da Conjuntura, publicação do Observatório da educação da Ação Educativa, São Paulo, n.26, out. 2008, p. 5-7. 5