BENEFÍCIOS A ECONOMIA NA REFORMA DAS EXIGÊNCIAS DE CONTEÚDO LOCAL (ECL) Mark Dutz e Mariana Vijil

Documentos relacionados
Seminário sobre Financiamento

Financiamento da segurança social: além do impacto fiscal

impacto econômico e social

Contrato 20/ CGEE. Subsídios para a Agenda Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação

Terceiro Sector, Contratualização para ganhos em saúde

Innovation Digest. Janeiro Análise de Posicionamento relativo de Portugal

Innovation Digest. Janeiro Análise de Posicionamento relativo de Portugal

DECOMTEC ÍNDICE FIESP DE COMPETITIVIDADE DAS NAÇÕES IC-FIESP José Ricardo Roriz Coelho

Políticas para Inovação no Brasil

Desafios e Tendências da. Previdência Complementar

Restabelecer o crescimento inclusivo

Sessão 6 A Economia Portuguesa

POLÍTICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA NO BRASIL. Juan Yermo

Sessão 6 A Economia Portuguesa

Ética e os Custos com Cuidados de Saúde

Innovation Digest. Abril Análise de Posicionamento relativo de Portugal

Relatórios Econômicos OCDE BRASIL 2018

REFORMAS PARA UM PAÍS MAIS ENVELHECIDO, MAS MAIS PRÓSPERO. Álvaro Santos Pereira

Sessão 4 - Ciclos e crises financeiras. Neves (2016) Causas dos ciclos. A realidade económica é sempre muito instável:

Mercado de Trabalho e Produtividade no Brasil:

Effects of AI and Robotics on the Future of Employment

DECOMTEC ÍNDICE FIESP DE COMPETITIVIDADE DAS NAÇÕES IC-FIESP José Ricardo Roriz Coelho

MAPA PARA INSERÇÃO INTERNACIONAL DO SETOR DE SERVIÇOS

ESTUDOS ECONÓMICOS DA OCDE PORTUGAL 2017

ESTUDO ECONÔMICO DA OCDE

Avaliação do Plano de Desenvolvimento Produtivo Departamento de Competitividade e Tecnologia DECOMTEC / FIESP

João Eudes Bezerra Filho TCE-PE / FUCAPE-ES / ABCP

Valor & Preço. Financiamento & Contratualização.

João Eudes Bezerra Filho TCE-PE / FUCAPE-ES / ABCP

AMBIENTE DE NEGÓCIOS E PRODUTIVIDADE NO BRASIL

Conselho Empresarial de Tecnologia do Sistema FIRJAN

Sistema tributário. Pontos fracos e recomendações de políticas AGO 2018

Previdência Brasileira: cenários e perspectivas" Lindolfo Neto de Oliveira Sales Brasília, 23/03/2017

Os Desafios da Economia Portuguesa no Contexto Europeu e Mundial. João César das Neves Universidade Católica Portuguesa 8 de Julho de 2015

Desafios da Produtividade no Brasil e as Inovações

Manuel Mira Godinho. Ciclos de conferências Ágora

QUEM PERDE E QUEM GANHA COM A REFORMA DA PREVIDÊNCIA? UMA ANÁLISE PELA VARIAÇÃO DA RIQUEZA ATUARIAL DO CIDADÃO BRASILEIRO

Como reduzir a desigualdade de oportunidades educacionais no Brasil: equalização dos gastos, da eficiência ou adequação à diversidade?

O Medicamento e a Sustentabilidade Financeira nos Hospitais

Curso de Formação em Planeamento da Ação Estratégica de Promoção da Qualidade das Aprendizagens

RICARDO PAES DE BARROS

Innovation Digest. Janeiro Análise de Posicionamento relativo de Portugal

Transição da Escola para o Mercado de Trabalho no Brasil. André Portela Souza EESP/FGV

O Setor de Serviços na Parceria Transpacífica

AGENDA PARA PRODUTIVIDADE, COMPETITIVIDADE E EMPREGO

Diferença com relação a relatórios como The Global Competitiveness Report e IMD World Competitiveness:

Innovation Digest. Dezembro Análise de Posicionamento relativo de Portugal

O Contributo do Ensino Superior

Crescimento Econômico, Mudança Estrutural e o Setor de Serviços

FACTOS PARA O DEBATE

Figura 1. Exportações [1] de veículos automóveis, tractores, ciclos, suas partes e acessórios e evolução do seu peso nas exportações totais

Economic Research - Brasil Apresentação Semanal. De 23 a 27 de Abril de Rodolfo Margato

DECOMTEC Área de Competitividade ÍNDICE FIESP DE COMPETITIVIDADE DAS NAÇÕES IC-FIESP José Ricardo Roriz Coelho. 01 de outubro de 2008

Manuel Mira Godinho, ISEG UTL

Mas conseguimos...timss e PISA em Portugal

Conquistas e Desafios na Educação no Brasil. Fernando de Holanda Barbosa Filho

IDEFE O Orçamento visto pelo IDEFF Uma primeira leitura do Orçamento de Orçamento de Estado de 2013 O Ensino Superior.

A FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA (FCT)

O CRESCIMENTO DA ECONOMIA PORTUGUESA E A INTERNACIONALIZAÇÃO DANIEL TRAÇA

A Previdência Social ao redor do mundo

O Brasil em Comparações Internacionais de Produtividade: Uma Análise Setorial

O papel do setor público no desenvolvimento do mercado de biocombustíveis avançados

Programa Mais Médicos

Impactos da suspensão da Lei do Bem em 2016

Índice: Gráfico 1 Gráficos 2 e 3 Gráfico 4 Gráfico 5 Gráficos 6 e 7 Gráficos 8 e 9 Gráficos 10 e 11 Metodologia

A Carga Tributária no Brasil

Desafios para o Financiamento & Contratualização

Apresentação dos resultados Estatísticas de Inovação - Barómetro de Inovação -

PRODUTIVIDADE DO TRABALHO E COMPETITIVIDADE: BRASIL E SEUS CONCORRENTES

EUROPA, EUROPA ORIENTAL, ISRAEL, TURQUIA, NORUEGA E REINO UNIDO VÁLIDO DESDE 1 DE SETEMBRO A 31 DE OUTUBRO 2016

Desafios para um crescimento económico sustentável

ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS PARA PRODUTORES DE LEITE

Cadeias de Valor Globais Breve Caracterização

EDUCAÇÃO. Base do Desenvolvimento Sustentável

A MONITORIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA EM EDIFÍCIOS DE SERVIÇOS

ÍNDICE FIESP DE COMPETITIVIDADE DAS NAÇÕES IC-FIESP DECOMTEC Área de Competitividade. José Ricardo Roriz Coelho. 10 de outubro de 2007

Os cidadãos, o Estado e a saúde. O SNS e a coesão social. Suzete Gonçalves 28 fev Casa Diocesana do Vilar Porto

Financiamento e gestão da doença crónica em Portugal

Cenário Atual do Setor de Petróleo & Gás e suas Perspectivas

DESPESA EM I&D E Nº DE INVESTIGADORES EM 2007 EM PORTUGAL

Relatório dos Investimentos Estrangeiros no Brasil Fluxos de IED e sua contribuição para o comércio exterior brasileiro

MUDANÇAS NO CENÁRIO INTERNACIONAL X OPORTUNIDADES PARA O MERCADO LOCAL

ASSIM VAI O MUNDO ALGUMAS GRANDES TENDÊNCIAS MARCANTES. VÍTOR BENTO Outubro 2016

OECD Territorial Review of Portugal. Mario Pezzini Soo-Jin Kim

Formação econômica e social do Brasil - I REC-0416

A Produtividade e a Competitividade da Indústria Naval e de BK Nacional. Fernanda De Negri Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA

Formação dos Estados e do Poder. Problemática da formação dos Estados latino-americanos. Prof.: Rodrigo Cantu

OLI - Sistemas Sanitários S.A. Soluções focadas na eficiência hídrica

Assimetria da Informação Paulo Resende da Silva

Serviços de Informação do Benchmark de Métricas da Força de Trabalho

FFI Future Felicity Index

Sistema tributário nacional Desafios e perspectivas. Vilma da Conceição Pinto FGV/IBRE 05 de abril de 2019 AMCHAM Rio

Capacidades para a transformação produtiva: uma abordagem baseada em conhecimento para o desenvolvimento

Knowledge and Information Centre (KIC) Survey - DRAFT.xlsx 4/15/2013 1

Indices de Felicidade

Exportações Brasileiras de Carne Bovina Brazilian Beef Exports. Fonte / Source: SECEX-MDIC

AVALIAÇÃO DO REGIME DE EX-TARIFÁRIOS PARA IMPORTAÇÃO DE BENS DE CAPITAL (BK) E BENS DE INFORMÁTICA E TELECOMUNICAÇÕES (BIT)

Exportações Brasileiras de Carne Bovina Brazilian Beef Exports. Fonte / Source: SECEX-MDIC

Portugal Exportador. aicep Portugal Global Marta Jorge 14 de novembro 2018

Transcrição:

BENEFÍCIOS A ECONOMIA NA REFORMA DAS EXIGÊNCIAS DE CONTEÚDO LOCAL (ECL) Mark Dutz e Mariana Vijil

Outline 1. Tendências das ECLs: Brasil em comparação com outros países 2. Custos e benefícios das ECLs: da teoria à evidência 3. Estudos de caso das ECLs no Brasil: óleo & gás e TICs 4. Impacto positivo da remoção das ECLs: baseado num modelo OCDE

Definições e motivações para as ECLs Definição: Políticas setoriais específicas que exigem ou incentivam a localização de atividades económicas dentro das fronteiras nacionais Motivações: Concebidas para aumentar o valor adicionado doméstico ao longo das cadeias de abastecimento de bens e serviços - Urgência política para a criação de empregos domésticos - Indústrias incipientes (e.g., energia renovável) - Sem custo fiscal aparente - Protecionismo - Assegurar que os setores "estratégicos" (aviação civil, radio/comunicação, etc.) sejam de propriedade nacional 2

Mais de 200 novos ECLs foram implementados desde 2008... Aumento do número de ECLs identificados com potencial negativo sobre o comércio exterior...... com máquinas, outros (óleo & gas, TICs, veículos..) e serviços entre os setores mais afetados 600 500 490 400 300 200 100 0 242 80 80 75 53 42 37 Fonte: Global Trade Alert database Fonte: Global Trade Alert database 3

O Brasil ocupa o primeiro lugar no número de ECLs aplicados aos mercados de insumos 10 Número de ECLs que distorcem as escolhas de insumos, 2008-2014 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Brazil Russia Indonesia India Argentina China Kazakhstan Ecuador Turkey OCDE (2015) 4

Brasil está entre os que aplicam as ECLs mais distorcivas aos serviços estrangeiros RCS INDEX* ECL - SERVIÇOS DE ENGENHARIA RCS INDEX* ECL - SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO Ireland Finland China Czech Republic Portugal Spain Italy Israel Switzerland India Mexico Brazil Russia Austria Indonesia Iceland Slovenia Poland Slovak Republic 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 Ireland Slovenia Greece Denmark Austria USA Switzerland Slovak Republic Sweden Poland Israel Mexico Finland Russia China Brazil India Indonesia Iceland 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 Restrictions on foreign entry Restrictions to the movement of people Restrictions on foreign entry Restrictions to the movement of people 5 * Restrições ao comércio de serviços (RCS; STRI=Services Trade Restrictiveness Index) - OCDE

ECLs podem obter benefícios de curto prazo, mas minam a competitividade a longo prazo - Decisões de produção distorcidas dos produtores, que conduzem a custos mais elevados na produção de bens de consumo e da produção final, prejudicando a competitividade dos produtores futuramente - Impedir o aprendizado a partir da fronteira do conhecimento global, em rápida evolução, retardando a introdução de novas tecnologias - Desencorajamento IED direcionado a eficiência - Impedir reformas e gerar resultados de economia política perversos - Normalmente mal concebidas, difíceis de monitorar e se fazer cumprir 6

ECLs contribuem para uma produtividade industrial baixa e estagnada 180 160 140 120 Labour productivity in thousands of constant 2005 USD per employee 2012 2002 100 80 60 40 20 0 IDN COL ECU BRAZIL THA VEN HRV MEX EST CHL MYS TUR HUN ZAF POL PRT HKG SVK CZE SVN GRC ARG ITA NZL AUS FRA KOR DEU GBR JPN SGP ISL AUT DNK BEL FIN NOR NLD USA SWE Fonte: OCDE 2016 7

ECLs também contribuem para a estagnação da produtividade dos serviços All others Evolução da produtividade do trabalho (constante de R $ 1000) Mining 40 35 30 25 20 15 10 5 Manufacturing Services Mining Agriculture 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 Fonte: OCDE 2016 8

ECLs no Brasil - óleo & gás e TICs óleo & gás: licenciamento para exploração vinculado à 2 ECLs Uma parcela de insumos intermediários deve ser comprada de produtores nacionais (essa participação tem aumentado em cada rodada de licitação) Requerimento de investimento em P&D nacional TICs: incentivos fiscais vinculados à 2 ECLs (Lei de Informática) A produção deve obedecer a um nível mínimo de conteúdo nacional (identificado por meio de indicadores de Processos Básicos de Produção - PPB) Requerimento de investimento em P&D nacional

Óleo & gás: fornecimento interno de insumos incapaz de fornecer entrega em tempo hábil, quantidades necessárias, conteúdo tecnológico ou competitividade de preços Exceções pedidas para blocos offshore na fase de exploração Item/sub-item Número de solicitações Perfuradoras 28 Barcos sísmicos 26 Suporte logístico - Manipulação de âncora e Navios de 16 abastecimento Brocas 15 Revestimento do poço 5 Suporte logístico - helicópteros 4 Equipamento de poço 3 Equipamento de poço - Vasos de 2 estimulação de poço (WSV) Misc - perfuração e conclusão 2 Teste de poço estendido 2 Cabeça de poço 1 Equipamento de poço - fluido de 1 perfuração Total 105 Rodada Licitação Multas de conteúdo local da ANP Ano lances casos auditados Casos incumpri mento 1 1999 14 0 0.00% 2 2000 17 0 0.00% 3 2001 22 0 0.00% 4 2002 8 0 0.00% 5 2003 68 19 27.94 % 6 2004 79 60 75.95 % 7 2005 118 27 22.88 % AM 1 2005 12 0 0.00% 9 2007 6 1 16.67 % % Fonte: Lima de Oliveira, 2016 10

As ECLs das TICs têm sido ineficazes para elevar exportações Brasileiras enquanto as importações estão subindo Comércio de Bens Finais e Intermediários TICS no Brasil (USD M) 2010-2014 Total 2010 2011 2012 2013 2014 CAGR Bens Finais Importações $8,821 $10,893 $10,289 $11,478 $11,568 7% Exportações $1,791 $1,550 $1,254 $1,124 $898-16% Produtos Intermediários Importações $8,160 $9,233 $9,857 $10,055 $9,609 4% Exportações $693 $980 $920 $839 $670-1% Fonte: Zylberberg, 2016 11

Através de um modelo de equilíbrio geral (CGE), a OCDE quantificou os efeitos da eliminação de ECLs ECLs selecionados que afetam os mercados de insumos (OCDE, 2016): Óleo e gás: Uma porcentagem dos insumos deve vir de fontes domésticas. TIC: descontos fiscais aos bens e serviços domésticos intermediários utilizados pela indústria das comunicações; Uma percentagem dos insumos utilizados pelo sector das comunicações deve ser nacional. Automóveis e autopeças: Uma série de etapas de produção deve ser concluída no mercado interno. Indústria de fertilizantes: Os abatimentos fiscais são fornecidos em qualquer bem doméstico e serviço usado para produzir fertilizantes. Renováveis: Os empréstimos do BNDES são fornecidos para o desenvolvimento de turbinas eólicas se os projetos de investimento atenderem aos ECLs. 12

ECLs atrasam exportações, produção, investimento e empregos Impacto agregado da remoção de barreiras comerciais no Brasil (CGE,% de variação) Taxas mínimas de importação da Taxas mínimas de OCDE para os importação da bens intermédios OCDE e sem ECLs e sem ECLs Liberalização total Exportações 7.69 11.7 18.75 Intermediários 6.16 10.79 17.55 Consumo das famílias 7.55 10.97 10.93 Importações 8.28 12.8 19.98 Intermediários 14.25 10.02 17.44 Consumo das famílias -6.29 15.81 23.43 Renda familiar 0.69 0.7 1.62 Produção 0.62 0.41 1.74 Investimento 0.59 1.05 2.13 Demanda de trabalho 0.61 0.53 1.53 13 Fonte: OCDE, 2016

A remoção dos ECLs beneficiam setores importantes TOP 5 GANHOS DE EXPORTAÇÃO ( %) TOP 5 GANHOS DE EMPREGO ( %) Motor vehicule and parts Ferrous metal Non-ferrous metal Wood products Transport equipment Leather products Electronic equipment Transport equipment Leather products Non-ferrous metal 0 10 20 30 40 50 60 70 Full liberalisation OECD minimum import tariffs and no LCRs OECD minimum import tariffs on intermediate goods and no LCRs 0 5 10 15 20 25 30 Full liberalisation OECD minimum import tariffs and no LCRs OECD minimum import tariffs on intermediate goods and no LCRs 14

A remoção de ELC beneficia os menos favorecidos, através de mais empregos para trabalhadores menos qualificados Variação no número de trabalhadores ( %) Taxas mínimas de importação da OCDE para os bens intermédios e sem ECLs Taxas mínimas de Liberalização importação da OCDE total e sem ECLs Técnicos 60,000 50,000 160,000 (0.71 %) (0.56 %) (1.84 %) Funcionários e Gerentes 90,000 70,000 250,000 (0.72 %) (0.56 %) (1.92 %) Suporte administrativo 60,000 40,000 140,000 (0.59 %) (0.44 %) (1.47 %) Empregos de baixa qualificação 200,000 160,000 460,000 (industrias e serviços) (0.56 %) (0.46 %) (1.31 %) Agricultura e nãoqualificados 180,000 190,000 460,000 (0.6 %) (0.63 %) (1.53 %) Total 590,000 510,000 1,470,000 (0.61 %) (0.53 %) (1.53 %) 15 Fonte: OCDE, 2016