ROTEIRO ORIENTATIVO DE PROJETO PRELIMINAR

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Transcrição:

1 ROTEIRO ORIENTATIVO DE PROJETO PRELIMINAR 1. Introdução Define-se como projeto industrial o conjunto de informações relativas a uma determinada promoção industrial. Nesta definição englobam-se os aspectos gerais, desde as primeiras considerações sobre a empresa, até os estudos referentes a mercados, produção, finanças, economia, etc. Não se deve confundir o projeto industrial com o desenvolvimento de uma idéia vaga. Um projeto industrial deve constituir a exposição definitiva de uma promoção que está em condição de se realizar, sem tropeços ou riscos exagerados. As idéias originais não constituem um projeto, ainda que sejam seu ponto de partida. Os estudos realizados com base nesta idéia precisam evidenciar, de forma definitiva, fundamentados em estudos tangíveis, que a iniciativa pode ser realizada e como e porque deve ser realizada. 1 Este roteiro é apenas um material de suporte para o desenvolvimento do projeto de uma indústria de confecção da disciplina de Projetos e Instalações de Confecção Industrial, e foi elaborado baseado no livro Projetos Industriais de Fernando Caldas e Felix Pando, conforme referência bibliográfica citada no final do roteiro. 2. Forma de Apresentação 2.1. Capa A capa deve conter as seguintes informações: - Nome da instituição de ensino superior - Curso da Instituição - Nome fictício da empresa - Relação dos componentes da equipe de elaboração 2.2. Página de rosto Relacionar com os devidos agradecimentos, os colaboradores, profissionais com quem manteve contato e respectivas empresas.

2 2.3. Entrega do Projeto A entrega do projeto escrito será da seguinte forma: - 1ª. Etapa: Data: 02 de Junho de 2016 Itens 3.1, 3.3, 3.4, 3.5, 3.5.1, 3.5.2, 3.5.3. - 2ª. Etapa: Data: 28 de julho de 2016 Todos os outros itens (exemplo: 3.2, 3.5.4,...etc) Obs: Em ambas as etapas, o projeto deve estar encadernado em espiral e impresso em papel A4. 3. Etapas para a elaboração do Projeto 3.1. Artigo Descrição do artigo, planilha com as características do artigo. 3.2. Resumo do Projeto O objetivo do resumo é informar ao analisador do projeto do que se trata o projeto, portanto o resumo deve conter os principais pontos do corpo do texto. No resumo deve-se escrever o resultado de estudos descritos no texto do projeto, as conclusões, os pontos críticos e outros dados que permitam conhecer o projeto e fazer uma primeira apreciação do mesmo, sem maiores detalhes. 3.3. A empresa O primeiro capítulo no texto de um projeto deve definir, caracterizar e identificar a empresa. No que diz respeito à natureza da empresa é conveniente esclarecer as principais características de sua organização. Deve conter ainda sua localização, justificativa da escolha desta localização, número de colaboradores, produção, etc. Obs: A empresa que necessita terceirizar serviços deve esclarecer como este processo ocorrerá, com qual empresa, localização da mesma, etc.

3 3.4. Aspectos gerais do projeto Devem ser apresentados dados sobre a atividade em questão no país. Devem ser mencionados brevemente os produtos que se fabricarão na indústria e explicada a origem das matérias-primas e outros insumos. Deve ser sublinhada a classe de consumidores que vão utilizar o produto e determinar qual vai ser a concorrência deste produto no mercado. 3.4.1. Mercados Em termos gerais, o objetivo do estudo de mercado relativo a um projeto é definir, para um determinado período, quem vai comprar o produto fabricado, em que quantidade e a qual preço. O estudo de mercado é na maioria dos casos, o ponto mais importante e mais crítico de um projeto industrial. A realização de um estudo de mercado envolve, geralmente, as seguintes fases: a) Antecedentes b) Projeções a) Antecedentes Deve ser apresentada a informação completa sobre os usos e especificações do produto em estudo, a identificação clara do artigo e descrição de suas qualidades e campo de utilização. Deve ser definida a área (estado, país, região, etc.) na qual se estudarão o mercado para o produto. Deve ser apresentada uma justificativa da área escolhida. Informar-se-à quais são os fabricantes atuais de produtos similares fabricados na área do mercado. Deve ser apontado seu método de produção, as fontes de matéria-prima e outros insumos. Deve ser apresentada suficiente informação a respeito dos preços atuais do produto em diversos pontos do mercado, e informar também sobre o custo do transporte. Comparar o produto já existente no mercado e os que se pretende fabricar.

4 Constitui ponto muito importante no estudo de mercado a caracterização dos consumidores do produto, ou seja, definir o nível de renda dos consumidores do artigo, o grau de essencialidade do mesmo e as características dos consumidores. É necessário indicar como será feita a comercialização do produto. b) Projeções Ao instalar uma nova unidade fabril em um país ou região e realizar prognósticos do mercado futuro das mercadorias que se vão fabricar, é necessário identificar as motivações que estimularão o consumo destes produtos. Um produto novo será consumido com base em uma ou mais das seguintes premissas: - substituirá artigos importados - competirá com outras mercadorias já fabricadas no país - atenderá mercados externos - criará sua própria demanda - substituirá produtos similares. 3.5. Processo de Produção e Instalações Fabris da fábrica. No projeto deve ser dada uma descrição do processo industrial e das instalações 3.5.1. Aspectos Gerais do processo e instalações É conveniente apresentar, de forma preliminar, uma informação geral sobre a indústria. O objetivo deste parágrafo inicial é proporcionar uma visão global do assunto e descer da visão de conjunto às questões individuais. No texto correspondente devem ser apresentados, de forma clara e objetiva, os dados básicos sobre matéria-prima, as operações de produção, os produtos intermediários, finais, subprodutos e escórias. 3.5.2. Descrição de aspectos específicos Matérias Primas Deve ser incluída uma lista dos materiais necessários à realização da produção de uma indústria, com indicação das características de cada um, quantidade requerida e origem.

5 Devem ser mencionados os problemas especiais que porventura se apresentem quanto ao transporte da matéria-prima, sua perecibilidade, condições de armazenamento e preservação. Convém também, que sejam descritos os eventuais controles de qualidade que se devem realizar e admitir, se a qualificação da matéria-prima oferece dificuldades ou não. É necessário indicar a quantidade de matéria-prima requerida para cumprir a produção prevista pela empresa. Em caso de serem utilizadas diversas matérias-primas e que sejam fabricados muitos produtos, deve ser assinalada a distribuição correspondente de cada um. Outros Materiais Há indústrias que necessitam consumir uma maior ou menor quantidade de diversos materiais em sua produção, que não constituem, propriamente matérias-primas. São materiais indiretos, tais como, linhas, botões, ou outros produtos. É útil uma lista e um comentário sobre a natureza destes materiais e seu consumo em relação à produção da fábrica. Subprodutos e resíduos No processo de fabricação, muitas indústrias costumam produzir subprodutos e resíduos. Subproduto é um artigo cuja fabricação é conseqüência do processo de produção e cuja utilização não constitui o objetivo principal da indústria e sim um mero aproveitamento. Os resíduos correspondem a subprodutos da fabricação que é preciso refugar. Deve ser indicado o destino dos subprodutos e resíduos e explicado o aproveitamento futuro dos mesmos, no caso em que compense. 3.5.3. Descrição do processo de produção Uma descrição do processo de produção é facilitada por meio da apresentação de um fluxograma. Um fluxograma bem apresentado pode fornecer um grande número de informações interessantes para a boa compreensão do processo de produção. No fluxograma, ou como anexo, é preciso pormenorizar a função de cada processo, o consumo de materiais indiretos. É preciso examinar a flexibilidade da produção, a possibilidade de aproveitar as mesmas instalações para fabricação de outros produtos.

6 3.5.4. Instalações Nesta parte devem ser descritas as instalações que a fábrica possuirá, quanto ao terreno, edificações, maquinaria, etc. Os edifícios devem ser objeto de descrição quanto ao tamanho e características. Cada um dos aspectos mencionados merecerá justificação. A capacidade necessária para os galpões e armazéns deve ser calculada. Deve ser indicada a distribuição das máquinas dentro dos edifícios e associar esta distribuição às indicações do fluxograma. É útil uma descrição em forma de planilha dos equipamentos diretos e indiretos com os seguintes dados: - tipo de equipamento - função - fabricante e modelo - capacidade de produção - número de horas de trabalho - consumo de energia elétrica - consumo de vapor - consumo de água - quantidade de máquina por artigo - preço do equipamento Deve ser calculada a quantidade de máquinas de que se necessita e justificar a escolha das mesmas, a vida provável da maquinaria, sua depreciação com o uso. Apresentar as fórmulas e respectivos resultados dos cálculos. É assaz conveniente que haja uma ampla análise das possíveis ampliações da fábrica, fato que é imprescindível prever desde o início. Tanto no tocante a maquinaria como a edifícios, é imprescindível que a disposição geral ofereça oportunidade para ampliações. 3.5.5. Estudo de Lay-out

7 Determinar o dimensionamento dos centros de produção, incluindo o equipamento, o operador e todos os acessórios e espaço necessários ao desempenho de determinada função. Dimensionar, também, o espaço necessário para a movimentação dos materiais e circulação de materiais e pessoas. 3.6. Custos A contabilidade de custos, como sistema contável de uma empresa em montagem, proporciona uma soma de detalhes que devem ser simplificados para efeito do projeto. Estas simplificações, porém, devem ser realizadas mantendo-se os conceitos básicos empregados pela empresa em funcionamento. A manutenção dos princípios básicos permitirá obter resultados mais reais das futuras instalações. Além disso, ao desenvolver-se o projeto, possibilitar-se-à a comparação dos valores calculados com os resultados reais, a determinação das variações, e será facilitada a avaliação do projeto. 3.6.1. Classificação de Custos e Despesas É necessário esclarecer previamente os conceitos de custos e despesas. Definemse como despesas os elementos de gastos passados, presentes e futuros que intervieram, intervêm e intervirão no desenvolvimento de uma atividade. Em contrapartida, os custos representam a soma de despesas em compras, fretes, embalagens, etc., em que se incorre para dispor do aludido material. O custo de fabrico de um artigo se resume na soma de todas as despesas que se originam na fabricação de determinado artigo. A classificação utilizada tradicionalmente divide o custo total da empresa em custo de fabrico, custo de administração, custo de venda e custo financeiro. Os componentes internos de cada um deles são os seguintes: Custo de fabrico: despesas diretas e despesas de fabricação Custo de administração: despesas de administração Custo de venda: despesas de vendas Custo financeiro: despesas financeiras Um exemplo de Classificação dos elementos de despesas e custos de um projeto industrial está em anexo. 3.6.2. Elementos do Custo de Produção a) Equilíbrio entre produção e vendas

8 Numa empresa em funcionamento dentro de um período relativamente curto, não são necessariamente equivalentes os volumes da produção e os das vendas. Estas diferenças são corrigidas através de estoques de produtos acabados, que servem como uma reserva, ou pulmão, para ajustar o programa de produção às necessidades das vendas. b) Comentário sobre os diversos elementos dos custos Custo direto O custo direto é a parte do custo de fabrico que corresponde às despesas diretamente aplicadas na fabricação dos artigos. Compreende os materiais que se incorporam ao artigo fabricado e passam a formar parte do mesmo, assim como a mão-de-obra utilizada diretamente nas tarefas de fabricação dos produtos. Despesas de Fabricação As despesas de fabricação ou encargo fabril correspondem às demais despesas em que se incorreu, em conseqüência do processo de produção. Essas despesas podem ser realizadas em períodos ou ocasiões diversas daquele momento da própria fabricação e não necessariamente estão relacionadas com o volume produzido. Dentro das despesas de fabricação costumam ser agrupadas as diversas rubricas de materiais indiretos, mão-de-obra indireta, despesas indiretas, Despesas de Administração As despesas administrativas são aquelas resultantes da administração da empresa, independentemente do aspecto produtivo da empresa. As despesas administrativas incluem os ordenados de gerentes, auxiliares e empregados que trabalhem no departamento. Abrangem também as correspondentes despesas de escritório. Em algumas indústrias as relações públicas ocupam uma parte importante e merecem um orçamento separado. Há também que computar a depreciação dos móveis, máquinas, equipamentos e instalações de escritório. Despesas de Vendas Incluem-se os salários dos encarregados de vendas, despesas com publicidade e despesas com transporte até os clientes. Despesas Financeiras Devem ser diferenciados os juros que a empresa pagará, quer a curto quer em longo prazo. Os juros em longo prazo correspondem, geralmente, a dívidas contraídas

9 para financiamento de ativos fixos. Os juros em curto prazo correspondem, principalmente, a financiamento de capital de giro. A seguir serão comentadas as rubricas correspondentes aos elementos mencionados no exemplo de classificação antes apresentado. Matérias-Primas ou Materiais Diretos Para determinação do custo das matérias-primas, é necessário detalhar, com base nos elementos considerados no capítulo do processo de produção, o custo dos diversos artigos empregados na fabricação. Devem ser assinaladas as fontes de fornecimento de matérias-primas, preços FOB, fretes, etc. Ao indicar-se as matérias-primas ou materiais diretos deve ser realçada a definição destes elementos, são considerados como elementos deste tipo os itens que se transformam em elementos físicos dos produtos acabados. Dependendo do artigo, as embalagens, etiquetas, etc. podem ser agregadas como matérias-primas. Mão-de-Obra Direta No orçamento de custo de mão-de-obra direta são incluídos os salários dos colaboradoes que se encarregam diretamente dos trabalhos de produção. Esta mão-deobra está intimamente relacionada com a produção da fábrica e inclui operadores de máquinas de produção, montadores, carregadores, etc. Na rubrica mão-de-obra direta são incluídas, além dessas, as despesas correspondentes a encargos sociais (previdência, seguro social, férias, ordenados adicionais) e outras diretamente relacionadas com a mão-de-obra direta. Freqüentemente, estas despesas adicionais são calculadas em forma de porcentagens sobre o valor da mão-de-obra. Materiais Indiretos São considerados como materiais indiretos aqueles que, embora consumidos normalmente, não podem ser imputados diretamente à elaboração do produto final e que não se incorporam fisicamente ao mesmo. Mão-de-Obra Indireta Esta rubrica engloba a dotação de gerentes, funcionários e operários que, estando em função de produção, não participam diretamente na elaboração do produto. O item inclui também, os encargos sobre a mão-de-obra que a legislação trabalhista exige.

10 Despesas Indiretas As despesas indiretas são aqueles gastos necessários à produção, mas que não podem ser incluídas nas rubricas anteriormente citadas. Energia Elétrica Os detalhes do cálculo da estimativa de despesas de energia elétrica devem ser apresentados. Uma forma usual é relacionar a potência dos motores, calcular a carga efetiva dos mesmos e o respectivo número de horas de trabalho. Água O mesmo procedimento se aplica com respeito a água, nos casos em que esta representa um insumo importante da fábrica. Quando a fábrica tem um sistema de tratamento de água, é conveniente que se calcule, separadamente, o custo deste processo adicional e que o custo final da água seja atribuído à produção. Transportes e Fretes Estas despesas são as em que a empresa incorreu no transporte de mercadoria vendida. 4. Bibliografia 1. CALDAS, F., PANDO, F. Projetos Industriais. Rio de Janeiro: Ed. APEC Editoras S.A., p. 121.