Tema Integrador Segurança Alimentar
Instituições participantes Coordenação: UFV Apoio: Embrapa e rede clima Publicações: 17 artigos científicos
PRINCIPAIS PERGUNTAS DE PESQUISA Como os componentes de produção são afetados na determinação da produção de soja sob alta [CO2]? Quais serão as respostas fisiológicas e de produção aos efeitos do O3, e efeitos conjugados do CO2 e O3 na produção das culturas? DESTAQUE O destaque principal para esse período foram os dados experimentais obtidos através dos experimentos com as culturas de soja (CO2), trigo (O3) e pasto (modelagem).
A Mudança do Clima representa um imenso desafio à produção e à disponibilidade de alimentos, em cenários onde a disponibilidade de recursos naturais (como água e solo) e a geração de energia também são ameaçadas. Outro aspecto que ameaça seriamente a segurança hídrica, alimentar e energética no Brasil e no mundo é o crescimento populacional. Estimativas apontam para uma população de 9 bilhões de pessoas no mundo até 2050, sendo que 6 bilhões de pessoas estarão vivendo em cidades e apenas, 3 bilhões de pessoas no campo.
Feijão 2020 2050 2080 Clima Clima + CO 2 Clima+CO 2 + Tecnologia
Milho 2020 2050 2080 Clima Clima + CO 2 Clima+CO 2 + Tecnologia
Para enfrentar os desafios da segurança alimentar será necessária a intensificação sustentável da produção agropecuária, com recuperação de áreas degradadas; o aumento da produção e da eficiência da agropecuária reduzindo a pressão por novas áreas de produção; a possibilidade de realocação das áreas degradadas como agrícolas, florestais ou para fins de preservação dos recursos hídricos; Atenção, continuamos no cenário RCP 8.5 Já se passaram 9 anos desde 2007, quando o dramático alerta foi dado.
days Aumento de ondas de calor no futuro 50 Número de dias com temperatura maior ou igual a 34 C em Campinas 40 30 20 10 0 years
Consequências Abortamento de flores do café, laranja, feijão Aumento da Evaporação e Evapotranspiração Aumento da deficiência hídrica Aumento da frequência de ondas de calor provocando morte de frangos, abortamento em porcas prenhas, redução da produção de leite
Dentre os principais problemas 1. 95% das perdas no setor agrícola brasileiro ocorrem em razão de inundações ou secas. Projeta-se que tais eventos ocorram com mais frequência; (5 a 6 bilhões de reais a.a.); 2. As principais perdas no ambiente rural projetadas pela Embrapa indicam a perda de terra agricultáveis como principal fator; 3. Para a agricultura, a tendência de seca pode levar a resultados negativos no âmbito da segurança alimentar, fator que acarretará em preocupações para os agricultores familiares. Um exemplo que reflete essa preocupação é a projeção de que a mandioca pode desaparecer das regiões semiáridas do Nordeste. Projeta-se que a produção de milho também seja severamente impactada no Agreste do Nordeste; 4. Algumas variedades adaptadas ao clima tropical poderão migrar para o Sul do Brasil ou regiões mais altas para compensar o aumento na temperatura. Essa migração pode resultar na concorrência entre as áreas, bem como na migração do trabalho rural para regiões mais favoráveis;
Produção Exportação LIDERANÇA DO BRASIL NO RANKING MUNDIAL 2015/16 Suco Laranja Açúcar Café C. Bovina Comp. Soja C. Frango Milho C. Suína 1º 1º 1º 2º 1º 1º 2º 4º 75% 43% 27% 18% 44% 36% 22% 8% 1º 1º 1º 2º 2º 2º 3º 4º 61% 20% 33% 16% 31% 15% 8% 3% Fonte: USDA. Nota: safra 2015/16 e 2016 para as carnes. Elaboração: GV Agro
36,11% do VBP Agrícola Brasileiro
Impacto da mudança do clima na produtividade de sementes cultivadas pela agricultura familiar no Brasil, nas regiões Norte e Nordeste Brasil Região Nordeste Mandioca (Manihot esculenta) ( ) ( ) ( ) Algodão (Gossypium hirsutum) ( ) ( ) ( ) Café (Coffea arabica) ( ) ( ) ( ) Região Norte Feijão (Phaseolus vulgaris) ( ) ( ) ( ) Feijão caupi (Vigna unguiculata) ( ) ( ) - Milho (Zea mays) ( ) ( ) ( ) Abacaxi (Ananas comosus) ( ) ( ) ( ) Banana (Musa spp)? ( ) ( ) Palma (Elaeais guineensis) ( ) ( )? Cupuaçu (Theobroma ( ) ( ) - grandiflorum)
Produtividade: Uma das Fronteiras para a Agricultura Mapa de produtividade do milho no Brasil Fonte : IBGE 2010
Produtividade: Uma das Fronteiras para a Agricultura Mapa de produtividade do feijão no Brasil Fonte : IBGE 2010
500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000 6500 7000 7500 8000 Mais Freqüência Frequência 2500 1200 1000 2000 800 600 400 Histograma dos municípios com diferentes níveis de produtividade de milho no Brasil 1500 1000 Histograma dos municípios com diferentes níveis de produtividade de feijão no Brasil 200 500 0 produtividade 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 More Produtividade (Kg/ha)
Projeção de Produção 2012-2022 Produto Unidade 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 20120 2021 2022 Tx cresc. % Feijão Mil t 3.630 3.585 3.785 3.788 3.783 3.880 3.923 3.945 4.007 4.056 4.093 1,3 Milho Mil t 59.651 60.026 61.543 62.492 63.690 64.787 65.922 67.044 68.171 69.295 70.421 1,7 Considerando a área de 2,6 milhões de ha com baixa produtividade de milho e utilizando os instrumentos de fomento e transferência de tecnologia, os mais de 2200 municípios responderiam 50 % da meta projetada pelo MAPA, sem necessidade de expansão em área para a cultura.
90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16* OS SUCESSIVOS GANHOS DE PRODUTIVIDADE POSSIBILITARAM A ECONOMIA DE 78 MMHA. Produção (milhões ton.) Área (milhões ha) 207,7 186.4 Safras 1990/91 a 2014/15 58 Aumento Produção: + 260% Aumento Área: + 53% 38 58 58 Fonte: Conab. Nota: * 12º Levantamento Safra 15/16 Setembro/2016.
Cenário De acordo com a base de dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), no cenário mais pessimista de aumento das emissões de CO 2, o limite de aumento de 3ºC no planeta seria ultrapassado aproximadamente em 2055 e 4 C aproximadamente em 2075
Temperatura acima de 35 C Maximum temperature limits Sugar cane 35 C Potato 35 C Coffee 34 C Bean 35 C Corn 45 C Soya 35 C Wheat 30 C Fonte: Embrapa CNPTIA 2015 23
Cana-de-açúcar: risco de perda de produtividade 100% 80% Atual 60% 2020 40% 2050 20% 2070 0% Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul (Fonte adaptada: Pinto et al., 2008) 24
Arroz risco de perda de produtividade 100% 80% Atual 60% 2020 40% 2050 20% 2070 0% Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul (Fonte adaptada: Pinto et al., 2008) 25
Arroz - Limites de adaptação Fonte: Assad et al., 2016 26
Feijão risco de perda de produtividade 100% 80% Atual 60% 2020 40% 2050 20% 2070 0% Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul (Fonte adaptada: Pinto et al., 2008) 27
Feijão - Limites de adaptação Fonte: Assad et al., 2016 28
Milho Evolução da área cultivada e quantidade produzida (IBGE, 2016) 29
Milho - Limites de adaptação 30
Soja Evolução da área cultivada e quantidade produzida (IBGE, 2016) 31
Soja - Limites de adaptação Fonte: Assad et al., 2016 32
Impactos do aumento da temperatura na agricultura brasileira Cenário RCP 8.5 2025 (ha) (%) 2055 (ha) (%) 2085 (ha) (%) Arroz 2.238.483-7,2 2.232.870-7,5 2.077.094-13,9 Milho safrinha 1.751.641-76,5 1.128.835-84,9 204.339-97,3 Milho safra 1 6.661.951-12,3 6.646.863-12,5 5.908.882-22,2 Feijão safra 1 1.124.132-42,6 1.064.133-45,6 838.874-57,1 Feijão safra 2 423.463-58,5 396.056-61,2 286.938-71,9 Soja 8.901.284-64,4 8.556.636-65,7 4.693.604-81,2 Trigo 1.501.642-21,5 1.596.339-16,5 1.457.725-23,8 Fonte: Assad et al., 2016 (Modelo ETA CIMIP5 HADGEN2) 33
Potenciais de adaptação para o setor na agricultura (Adaptado do IPCC - AR5 WGII). Adaptação Opção adaptação de Real ou percebida Tolerância a seca e a resistência às pragas; aumentar os rendimentos. Biotecnologia culturas geneticamente modificadas. e Percepção do risco para a saúde e segurança públicas; riscos ecológicos associados à introdução de novas variáveis genéticas para ambientes naturais. Fornecer uma rede de segurança financeira para os agricultores a assegurar a continuidade de empresas agrícolas. Manter ou aumentar a produtividade das culturas; controlar pragas agrícolas oportunistas e espécies invasoras. Subsidio as perdas por seca seguro agrícola. Aumento do uso de fertilizantes químicos e pesticidas. Cria o risco moral e as desigualdades distributivas se não for administrado corretamente. O aumento do uso de nutrientes e poluição ao meio ambiente; impactos adversos da utilização de pesticidas sobre as espécies; aumento das emissões de gases de efeito estufa; aumento da exposição humana a poluentes.
Mas afinal, o que é a segurança alimentar? Garantia do direito de todos ao acesso a alimentos de qualidade, em quantidades suficiente e de modo permanente, com base em práticas alimentares saudáveis e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais nem o sistema alimentar futuro, devendo se realizar em bases sustentáveis. Todo o País deve ser soberano para assegurar sua segurança alimentar, respeitando as características culturais de cada povo, manifestadas no ato de se alimentar. É responsabilidade dos Estados Nacionais assegurar este direito e devem fazê-lo em obrigatória articulação com a sociedade civil, cada parte cumprindo suas atribuições específicas (Instituto Cidadania, 2001).
O mundo pratica o que está na definição? Acesso a alimentos de qualidade, em quantidades suficiente e de modo permanente, com base em práticas alimentares saudáveis e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais nem o sistema alimentar futuro, devendo se realizar em bases sustentáveis. O problema é de produção de alimentos ou de distribuição de alimentos?
OCDE PROJEÇÃO DA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS ATÉ 2020 Mapa da população subnutrida (em % da pop total) 4% 26% 10 / 15% 10 / 15% 26% Legenda: % de aumento da produção 40% 17% A OCDE projeta que o mundo deverá aumentar em 20% a produção de alimentos para atender o crescimento demanda até 2020. O Brasil é o país que mais ampliará a produção, com previsão de aumento de 40% no período. (OCDE, Ag. Outlook, 2011)
Alguns exemplos de como nos alimentamos no mundo.
Alimentação de uma semana, família da Alemanha
Alimentação de uma semana, família dos Estados Unidos
Alimentação de uma semana, família da Italia
Alimentação de uma semana, família da Polonia
Alimentação de uma semana, família do México
Alimentação de uma semana, família do Butão
Alimentação de uma semana, família do Egito
Alimentação de uma semana, família do Equador
Alimentação de uma semana, família do Chade
Obrigado Eduardo Assad Eduardo.assad@embrapa.br Edu.assad@gmail.com