ESTUDO DA LEI Nº 12.305/10 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E SUA ARTICULAÇÃO COM A POLÍTICA FEDERAL DE SANEAMENTO BÁSICO, LEI Nº 11.445/07. Ana Cristina Bagatini Marotti, Érica Pugliesi. Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos (SP) 1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS A questão da qualidade de vida nos municípios é uma temática bastante recorrente, e se faz de imprescindível importância, tanto para os moradores, tanto para os órgãos governamentais de gestão municipal, dos quais é competência legal proporcioná-la. Os instrumentos legais que se aplicam a esta dimensão contribuem de forma eficaz para a melhoria desta qualidade de vida, tanto em forma de infraestrutura, quanto em fornecer direitos aos cidadãos. Dentre esses instrumentos destaca-se no presente trabalho, a Política Federal de Saneamento Básico, Lei Nº 11.445, de 5 de Janeiro de 2007, e a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Nº 12.305, de 2 de Agosto de 2010, Neste contexto, deixa-se claro que a competência pelo fornecimento de serviços de saneamento básico, é do próprio município, por serem considerados de interesse local, e a obrigatoriedade, dentre outras, em elaborar o Plano Municipal de Saneamento Básico, PMSB. A competência da União, limita-se à estabelecer diretrizes para o mesmo. (PEREIRA JR., 2008). Os municípios que não elaborarem seus PMSBs até dezembro de 2015, segundo o Decreto 8.211 de março de 2014, não poderão receber recursos federais para seus projetos de saneamento. Também cabe ao município a competência de gerir os resíduos em seu território, o que inclui a elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, sendo que o prazo para sua entrega encerrou-se em agosto de 2012, os municípios que não cumpriram com este prazo não têm acesso a recursos da União ou financiamentos para aplicar nas áreas de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Sabe-se, por meio das leis citadas, que o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos pode estar inserido no plano de saneamento básico, respeitando o conteúdo mínimo previsto para resíduos sólidos. Observa-se, portanto, as grandes responsabilidades designadas aos municípios e a necessidade e importância de elaboração dos planos municipais, tanto de saneamento básico, quanto de resíduos sólidos, para o cumprimento legal, obtendo a possibilidade de financiamento e recursos por parte de União, quanto para a melhoria e desenvolvimento do município. Destaca-se a complexidade em se trabalhar com duas ferramentas paralelas, com proporções e escopos diferentes, sendo que ambas são obrigatórias e podem se encontrar de forma conjunta ou de forma independentes. Tem-se então a importância do presente trabalho que objetiva compreender e estudar a relação do Plano Municipal de Saneamento Básico com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, comparar o que é requerido pelo Plano Municipal de Saneamento Básico, na área de resíduos, e o que é requerido pelo Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, e estudar o caso específico do Município de Rio Claro, localizado no interior do Estado
de São Paulo, revisando seu recém publicado Plano Municipal de Saneamento Básico de acordo com a Lei Nº 12.305, de 2 de Agosto de 2010 da Política Nacional de Resíduos Sólidos, já que o município não apresenta o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, a fim de concluir se o de saneamento realmente compreende o de resíduos sólidos. 2. MÉTODO A escolha da temática abordada no presente trabalho se deu pela atual necessidade de entrega, por parte dos Municípios, de seus Planos Municipais de Saneamento Básico, e pela articulação deste instrumento com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, devido a gestão de resíduos sólidos também se fazer presente na abordagem de amplitude do saneamento básico. Escolheu-se como área de estudo o município de Rio Claro, interior de São Paulo, já que seu Plano de Saneamento Básico é recente, Fevereiro de 2014, e sua proposta já visa suprir a necessidade do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Tendo definido as temáticas a serem abordadas, a área de estudo e o seu objeto, Plano Municipal de Saneamento Básico do município de Rio Claro, iniciou-se com a revisão bibliográfica e análise do Plano Municipal, da Política Federal de Saneamento Básico, Lei Nº 11.445, de 5 de Janeiro de 2007, e da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Nº 12.305, de 2 de Agosto de 2010. Primeiramente estudou-se o histórico, os princípios, objetivos e instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, posteriormente analisou-se o que era requerido pela Lei Nº 12.305, e pela Lei Nº 11.445, em seu fragmento correspondente a mesma temática (resíduos sólidos). Obtendo este resultado parcial, pôde-se realizar um estudo crítico a respeito do Plano Municipal de Saneamento Básico, com base na lei que se refere ao saneamento básico. Dessa forma, foi possível avaliar quais requisitos foram contemplados pelo o Plano Municipal de Saneamento Básico do município de Rio Claro. 3. RESULTADOS ESPERADOS Ao final da presente monografia espera-se estudar a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Nº 12.305/10, quanto seus princípios, objetivos e instrumentos. Criar uma relação de comparação com a Política Federal de Saneamento Básico, Lei Nº 11.445/07, através dos aspectos trabalhados. Estudar e analisar o Plano Municipal de Saneamento Básico do município de Rio Claro no cumprimento da Lei 11.445. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Objetivando compreender e estudar a relação do Plano Municipal de Saneamento Básico com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, e verificar se o Plano Municipal de Saneamento Básico de Rio Claro está contemplado o conteúdo mínimo do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. A monografia visa trabalhar a com a complexidade de
duas ferramentas legais que se articulam, sendo de caráter obrigatório aos municípios, relacionando suas complementaridades e singularidades. Analisando o recente Plano Municipal de Saneamento Básico do município de Rio Claro como estudo de caso. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Abramovay, R.; Speranza, J. S.; Petitgand, C. Lixo zero: gestão de resíduos sólidos para uma sociedade mais próspera. Instituto Ethos. São Paulo, 2013. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS) Município de Rio Claro. Disponível em: <http://www.iprsipvs.seade.gov.br/view/index.php>. Acesso dia 15 de Mai de 2014. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais - ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. 2011. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais - ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. Edição Especial de 10 anos. 2012. Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT NBR 10004. Resíduos sólidos Classificação. 2004. Biotera Inteligência Sustentável nos Negócios. Comentários sobre a Lei Federal 12.305, de 02 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Novembro, 2010. Disponível em: <http://biotera.blogspot.com.br/2010/11/comentarios-sobre-lei-federal-12305- de.html>. BRASIL. Decreto nº. 8.211, de 21 de março de 2014. Altera o Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010, que regulamenta a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. BRASIL. Lei nº. 11.225, de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. BRASIL. Lei nº. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Corvalán, S. B.; Garcia, G. J. Mapeamento e uso inadequado de Áreas de Preservação Permanente. Estudo de caso: APA Corumbataí (SP) Brasil. Universidad Champagnat CH, Centro de Análise e Planejamento Ambienta/UNESP, 2011. Governo do Estado de São Paulo SISTEMA AMBIENTAL PAULISTA. Sobre a Área de
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