FUNDAMENTOS PARA O TREINAMENTO DOS EXERCÍCIOS CORPORAIS E PARA OS ESPORTES Anselmo José Perez

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Transcrição:

Capítulo 4 - Identificação do atleta e do não atleta Como já apresentado por Perez (2000), as diferenças entre os dois estados, ou seja, estar atleta e estar não atleta, é apresentada no Quadro 2. Essa caracterização é sempre o momento em que se observa a pessoa. Desta forma, quem já foi atleta não necessariamente trás os benefícios daquela época, apesar de ex-atletas terem mais facilidades nos treinamento físico e técnico podendo obter uma adaptação mais rápida. Quadro 2 - Diferenças entre as condições de atletas e não atletas para aplicação do treinamento corporal humano. Atleta: Profissional ou Amador Não Atleta Participa de competições Profissionalização Classificação em níveis Não objetiva competição Atividade física e exercícios regulares Objetivos principais: saúde e prazer Rendimento máximo Fonte: próprio autor Optar pela condição de estar atleta significa que o plano de treinamento terá o componente "competição", que será o mais importante para identificar os objetivos da pessoa. Não importa o nível de rendimento pretendido, podendo ser destinado àquele que pensar em vencer uma prova, até aquele que só sonha em terminar uma competição, mesmo que entre os últimos. Ser atleta ou competidor não significa necessariamente subir ao pódio. Competir significa concorrer na busca de um objetivo, melhoria intrínseca ou extrínseca. Rivalizar-se, não necessariamente oprimindo o outro competidor. Além disso, na maioria das vezes a

competição tem significado íntimo e sempre em conexão/relação a um objetivo social. Treinar para competição exigirá, da pessoa, realizar esforços máximos, ou próximos ao máximo, visando atingir o seu melhor desempenho. Isso implicará em algumas sessões desgastantes onde a preparação psicológica exigirá mais da pessoa e, em alguns casos, limites entre saúde e doença (lesões). Já o não atleta não precisa de todo esse empenho desgastante, considerando as faixas de treinamento dentro das intensidades voltadas somente à saúde e bem estar. Isso será mais bem descrito nos capítulos cinco e seis. Etimologicamente, a palavra atleta em Latim, athleta, em Grego athletes, significa competidor nos jogos. Vem de athlein, competir por um prêmio, relacionado a athlos, disputa e a athlon, prêmio. O prêmio é uma recompensa, um agrado, que no caso dos atletas profissionais caracteriza-se por ganho de dinheiro ou ganho financeiro que o valha. Quando a premiação não vem em dinheiro pode vir em bens materiais ou até mesmo em oportunidades. Porém, estar na condição de não atleta não significa que não haja recompensa, prêmio. Se considerar que os benefícios à saúde cardiovascular, como: aumento do consumo de oxigênio, a redução do percentual de gordura, entre outros, além de redução de vinte a cinquenta por cento de riscos as diversas doenças se associado a outras mudanças de hábitos de vida: cessação do tabagismo, nutrição saudável, controle do estresse, sono adequado e consumo limitado de álcool (WARBURTON; BREDIN, 2016), são recompensas, e neste aspecto se igualariam como prêmio. Mas, o desgaste final não significa participar de uma competição e as preocupações decorrentes ou referentes a uma determinada disputa para atingir o objetivo. Na

prática, não é necessário se "matar" para tingir a meta e muito menos copiar treinamentos de atletas para atingir objetivos voltados à saúde em seus aspectos metabólicos, cardiovasculares, antropométricos. Como citado anteriormente neste livro, o treinamento é um fenômeno sociocultural, e não somente biológico. Assim, a influência da mídia pode interferir na decisão da escolha dos objetivos e ludibriar a pessoa querer treinar como atleta. Por isso, o professor deve realizar uma entrevista inicial com a pessoa identificando os seus interesses, capacidades e preferências, para, junto com ela, definir o estado de atleta ou não atleta. É comum a influência midiática ocorrer por motivos estéticos, como modelo de eficiência e rendimento, ou até mesmo de saúde. Então, neste momento, são necessários esclarecimentos e informações sobre essa diferença de escolha. Nem todos sabem que não é preciso ter músculos peitorais saltitantes ou braços enormes como Arnold Schwarzenegger já os teve para se dizer forte ou saudável. Muito menos que atletas profissionais muitas vezes não possuem saúde articular devido às excessivas execuções para busca da eficiência no movimento e perfeição nos gestos motores. Outro fator importante para caracterizar o atleta é identificar se a competição alvo será para um determinado esporte ou não. Como a história esportiva de confunde com a própria história da Humanidade (TUBINO; TUBINO; GARRIDO, 2007), é necessário pensar no esporte contemporâneo que, [ ] teve início por volta de 1980, depois da edição da CARTA INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1978, que em seu artigo primeiro estabeleceu que a atividade física e a prática esportiva eram direito de todos. (TUBINO et al. 2007)

Nesta visão de esporte contemporâneo, o esporte se apresenta em três dimensões: esporte de rendimento, esporte-educação e esporte-lazer (TUBINO; TUBINO; GARRIDO, 2007) e, precisa ser estudado pelos professores de educação física que orientarão os seus alunos/atletas no momento de identificarem os seus objetivos. Assim, escolher uma competição alvo, ou um desempenho a ser atingido, pode estar ligado a um esporte formal, institucionalizado com as suas regras e competições seguindo as normas das Confederações e Federações, ou não formal, não institucional, com mudanças das regras oficiais. A complexidade do conceito de esporte pode ser esclarecida na excelente obra do Dicionário Enciclopédico Tubino do esporte (TUBINO; TUBINO; GARRIDO, 2007). Todos os não atletas adultos aparentemente saudáveis deveriam seguir as orientações do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) quanto à quantidade e qualidade de exercício para desenvolver e manter as aptidões cardiorrespiratórias, musculoesqueléticas, e neuromotoras necessárias para a saúde (ACSM, 2011). Assim, O ACSM recomenda que a maioria dos adultos se envolvam em treinamento de exercício cardiorrespiratório de intensidade moderada durante pelo menos 30 minutos em 5 dias por semana, totalizando pelo menos 150 min por semana, ou de intensidade vigorosa durante pelo menos 20 min, em 3 dias na semana (totalizando 75 min por semana), ou uma combinação de exercício com intensidade de moderada e vigorosa para conseguir um gasto energético total de 500-1000 MET por minuto por semana. Em 2 a 3 dias na semana, os adultos também deveriam realizar exercícios de resistência para cada um dos principais grupos musculares, e exercício neuromotor envolvendo equilíbrio, agilidade e coordenação, e flexibilidade (um total de 60 s por exercício). O programa de

exercícios para respeitar a individualidade biológica deve ser modificado de acordo com a atividade física habitual da pessoa, a sua aptidão física, o seu estado de saúde, as adaptações e respostas aos exercícios e aos objetivos que ela pretende atingir. Adultos que são incapazes ou não querem cumprir os o que sugere o ACSM pode ainda se beneficiar engajando-se em quantidades de exercícios menores do que o recomendado. O importante é deixar ou sair do estado de inatividade. Por isso, o ASCM afirma que não só fazer exercícios regularmente, mas deixar de ter hábitos sedentários e intercalar a sua vida com alguns exercícios, a pessoa pode ter benefícios para a saúde, e ir reduzindo simultaneamente o tempo total de sedentarismo, mesmo em adultos fisicamente ativos. Assim, criar hábito de fazer exercícios, mudar de comportamento sendo mais ativo, ter a supervisão de um professor de educação física para tornar a prática agradável e divertida, pode melhorar a adoção e aderência a programas de treinamento corporal humano. É interessante notar que o ACSM sugere educar adultos sobre e triagem para sinais e sintomas de doença arterial coronariana e progressão gradual da intensidade do exercício e volume, podendo reduzir os riscos do exercício no treinamento (ACSM, 2011). Não menos importante é citar que o não atleta pode ter uma aptidão física melhor do que a condição de um atleta, mas, por opção, essa pessoa não quer competir. Por outro lado, não serão todos os atletas que estarão dotados de uma aptidão extraordinária para atingirem elevados rendimentos, quer seja por meio do esporte, quer seja por meio de outras atividades corporais. Para não se frustrar, o atleta deve ter consciência e clareza das condições exigidas pela competição alvo e

pela sua condição, geneticamente obtida e capacidade de treinabilidade, de onde pode chegar. Normalmente, as competições estão organizadas em posições que permitem a identificação do resultado do atleta desde o primeiro lugar até o último. Alguns terão a condição de disputarem as primeiras colocações. Outros, mesmo treinando muito, não terão essa condição. Por isso, para alguns atletas estar ranqueado entre os cem melhores do mundo às vezes pode representar mais do que ser o primeiro da sua cidade. Se as competições pudessem ser balizadas pelo potencial do atleta, caberia às organizações esportivas democraticamente dar condições de treinamento igual para todos. Mas, isso de fato não ocorre. Primeiro que há na literatura diferenciação entre capacidade ou aptidão e potencial. Capacidade e aptidão, em geral, estão relacionadas ao que a pessoa apresenta naquele momento. Isso é muito utilizado nas avaliações físicas por meio dos testes. O potencial estará relacionado à predisposição geneticamente adquirida, como será mais bem discutido no capítulo seguinte. Independente das diferenças conceituais, ninguém será capaz de afirmar qual será o resultado final que uma pessoa poderá atingir com o processo de treinamento, mas, há dados concretos na literatura científica que identificam faixas de condições mínimas para isso. Por exemplo: uma pessoa que queira treinar para realizar uma maratona abaixo de duas horas e quinze minutos não poderá ter menos do que setenta e cinco mililitros de consumo máximo de oxigênio e, é claro, condições organizacionais de treinamento. Por isso, a escolha da condição assumida no início do projeto de um plano de treinamento deve ser feita de modo consciente e que atenda aos objetivos e anseios da pessoa que será treinada e de sua comissão técnica.