UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

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Transcrição:

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO VISÃO SISTÊMICA DO SETOR PRODUTIVO ATRAVÉS DE INDICADORES DE DESEMPENHO. Área de concentração: Gestão da Produção Subárea de concentração: Gestão de Processos Produtivos Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito de avaliação no curso de graduação em Engenharia de Produção na Universidade Estadual de Maringá UEM. Aluno(a): Carolina Pallaro dos Reis Orientador (a): Prof.ª MSc. Maria de Lourdes Santiago Luz MARINGÁ PARANÁ BRASIL 2009

1. INTRODUÇÃO Segundo Leone (1999), as pequenas e médias empresas apresentam processos de planejamento e de controle pouco formalizados e quantificados, apresentando fraca especialização na tecnologia e inexistência de dados quantitativos de apoio à decisão. Contador (2004), sobre gerenciamento de operações e controle de processo, disserta sobre a importância de se monitorar estas atividades por meio de indicadores de desempenho preciso e ágeis, para que sirvam de apoio constante à gestão, contribuindo de maneira vital para a competitividade e flexibilidade da organização. Diante desta situação, percebe-se a necessidade de se desenvolver o controle dos processos industriais, como fonte de dados e informação para um melhor conhecimento do mesmo, e conseqüente facilitação da tomada de decisões. Como tarefa inicial para controle de processos, é necessário se conhecer o tempo padrão das operações envolvidas no mesmo, uma vez que assim se faz possível a determinação da capacidade nominal da instalação industrial em questão. A partir disso se pode posteriormente avaliar o desempenho real do setor em relação ao esperado (capacidade real versus capacidade nominal), além de determinar metas, programar a produção, planejar entregas entre outras utilidades. É também necessária a aplicação de meios de controle sobre o processo, e de coleta de dados para o posterior cálculo de indicadores de desempenho, de maneira a obter informações úteis à tomada de decisão pelos gestores, a partir de um melhor entendimento das variáveis influentes sobre o processo. A determinação da capacidade produtiva de uma fábrica e a implantação de indicadores de desempenho no setor produtivo estão no escopo do trabalho em questão, e serão desenvolvidos em uma indústria química de pequeno porte situada na região Noroeste do Paraná, na cidade de Maringá. Esta empresa atende a clientes não apenas deste, mas também de outros estados do país, contando com um quadro de 22 funcionários entre o setor

administrativo e a produção, que trabalham em horário comercial, realizando horas extras quando necessário. A princípio o estudo estará restrito à análise dos fatores influenciadores da capacidade produtiva da linha de envase, entretanto nada impede que este se estenda a outras vertentes que se julgue relevantes. 1.1 Justificativa A proposta justifica-se por ser idealizada em face de uma necessidade real da empresa em questão, necessidade esta que consta do escopo de atuação do profissional de engenharia de produção. Segundo o empresário, a produção atual da empresa não vem sendo capaz de suprir a demanda, que é crescente. Com isso, é constante a recusa de novos pedidos, novos clientes, além de atrasos na entrega dos pedidos aceitos. Assim, a empresa perde oportunidades de bons negócios, de expansão, e ainda prejudica sua imagem junto aos clientes já consolidados. A empresa não conhece sua real capacidade, nem quaisquer outros indicadores do setor produtivo e, portanto, fica o empresário impossibilitado de definir metas de produção de maneira a controlar o desempenho por período, dificultando, conseqüentemente, o planejamento da produção de acordo com a demanda e a determinação de prazos de entrega. Sem o cálculo da capacidade nominal, torna-se impossível a verificação do desempenho do setor, bem como de possíveis oportunidades de melhoria e crescimento, e o processo decisório de incremento nas vendas e clientes fica assim impedido de prosseguir. Da mesma maneira, sem a coleta de dados que se mostrem como indicadores de desempenho, o gestor fica incapacitado de verificar os verdadeiros focos de falhas, nem tampouco possibilidades de melhorias. Por fim, aplicar-se-ão os conhecimentos acadêmicos da engenharia de produção, de caráter técnico-científico, para solução das necessidades reais apresentadas, de maneira que, tanto a empresa se beneficie com os resultados das teorias da gestão da produção aplicadas, quanto a acadêmica, pela experiência na aplicação das mesmas. Ainda se beneficia o meio científico,

por um projeto que se configurará como um estudo de caso, capaz de evidenciar as aplicações de metodologias científicas no auxílio à tomada de decisão. 1.2 Definição e delimitação do problema A empresa em questão não apresenta quaisquer tipos de controle de operações e/ou indicadores de desempenho do setor produtivo, necessitando, portanto, da implantação de controles de processo, coleta de dados indicadores de desempenho, e determinação de sua capacidade. 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo geral Determinar a capacidade produtiva das instalações da empresa em questão, implantar mecanismos de coleta de dados para obtenção de indicadores de desempenho, avaliando o desempenho atual deste setor e evidenciando pontos críticos no processo, passíveis de melhoria. 1.3.2 Objetivos específicos - - Realizar cronoanálise, determinando tempos padrões para as operações do processo; - Definir através dos tempos padrões a capacidade produtiva por produto/máquina; - Implantar mecanismos de controle e coleta de dados acerca do setor produtivo; - Tratar os dados de maneira a obter indicadores de desempenho; - Determinar, com base nos dados obtidos, pontos passíveis de melhoria no processo.

2. REVISÃO DE LITERATURA Sob o ponto de vista de Contador (2004, p. 556) a competição exige a utilização inteligente dos recursos, e para tanto, elementos como tempo, níveis de estoques, nível de utilização de materiais, equipamentos e mão-de-obra devem ser corretamente aplicados. Defende ainda que o gerenciamento desses elementos exige a monitoração freqüente através de indicadores de desempenho [...]. Davis et al.(2001) define alguns tipos de indicadores de desempenho. São eles: produtividade, a própria capacidade, qualidade, velocidade de entrega, flexibilidade, velocidade do processo e benchmarking 1. Martins e Laugeni (2005) acrescentam a estes os seguintes: nível de estoque, pontualidade na entrega (complementando o indicador de velocidade proposto por Davis (2001)) e eficiência. Estes últimos autores destacam a importância dos indicadores de desempenho para que se possa efetivar a gestão dos processos, além da necessidade de ampla discussão e aceitação pelos colaboradores no momento da escolha dos indicadores a serem utilizados no sistema de gestão. A definição de capacidade por Slack et al. (2002, p. 344) é a seguinte: [...] capacidade de uma operação é o máximo nível de atividade de valor adicionado em determinado período de tempo que o processo pode realizar sob condições normais de operação. Ainda segundo o mesmo, muitas organizações operam abaixo da capacidade máxima de processamento, seja por falta de demanda, ou por uma política deliberada. Outra visão sobre a capacidade, segundo Roldão e Ribeiro (2004 apud CAMAROTTO, 2005, p. 5), é a de capacidade efetiva, por eles definida como a capacidade realmente existente em função da variabilidade normal dos fatores de produção e do modelo de gestão da produção em uso. Isto mostra que nem sempre as instalações industriais são capazes de atingir a capacidade máxima (ou capacidade nominal), mas freqüentemente estão sujeitas a variações inerentes aos processos de produção. 1 Comparação dos indicadores de uma empresa com as organizações consideradas de classe mundial (Davis, 2001, p. 127).

Ainda acerca desta questão, Martins e Laugeni (2005, p. 13) definem o desempenho (ou performance) como sendo o grau no qual um sistema atinge seus objetivos. Ou seja, seria um comparativo entre a capacidade efetiva e a capacidade nominal, acima citadas, verificando o quão distante está a primeira em relação à segunda. Para definir a capacidade de uma instalação industrial, é necessário que se tenha o tempopadrão das operações envolvidas no processo; segundo Martins e Laugeni (2005, p. 84), tempo padrão de produção significa tempo de produção de uma unidade, que é determinado por meio de observação [e] avaliação estatística [...]. Martins e Laugeni (2005, p. 84-85) destacam a cronometragem como metodologia largamente utilizada para estabelecer padrões para a produção, padrões estes que, após devidamente medidos podem servir como uma referência futura, para avaliar o desempenho [...]. As medidas de tempos padrões de produção são dados importantes para: Estabelecer padrões para os programas de produção para permitir o planejamento da fábrica, utilizando com eficácia os recursos disponíveis e, também, para avaliar o desempenho de produção em relação ao padrão existente; Fornecer os dados para determinação dos custos padrões, para levantamento de custos de fabricação, determinação de orçamentos [...] e estimativa do custo de um produto novo; Fornecer dados para o estudo de balanceamento de estruturas de produção, comparar roteiros de fabricação e analisar o planejamento da capacidade. (MARTINS & LAUGENI, 2005, p.84, grifo do autor). Tubino (1999, p. 147), ressalta que o objetivo da obtenção dos tempos-padrão [...] é o de manter a distribuição homogênea das atividades [...] e não o de fazer o operador ter o máximo de velocidade em cada uma das operações. Assim, pode-se verificar a importância de se atentar para a devida aplicação das teorias de tempos de operação, a fim de equilibrar e balancear as atividades de produção, sem, porém, provocar a estafa do trabalhador. 3. METODOLOGIA O presente trabalho será fundamentado num estudo de caso, através de uma análise de dados coletados no setor produtivo da empresa. Os referidos dados, fontes deste estudo, são

referentes ao último bimestre do ano de 2008 e primeiro bimestre de 2009 e foram obtidos da seguinte forma: 1) Análise do sistema produtivo, através de observação e entrevistas in loco; 2) Estudo, observação e coleta de informações do processo; 3) Utilização da cronoanálise para mensuração dos dados de tempo; 4) Aplicação de instrumentos para controle e coleta dos dados de interesse; 5) Elaboração de planilhas para tratamento dos dados coletados; 6) Determinação dos tempos-padrão e da capacidade; 7) Comparação entre os dados nominais e reais; 8) Análise conclusiva dos dados e resultados. 4. CRONOGRAMA Atividades Mês Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out 1. Concepção da idéia X 2. Revisão Bibliográfica X X X X X X 3. Coleta e análise de dados X X X X 4. Entrega 1 Projeto do TCC X 5. Levantamento dos resultados e discussão X X X ESTUDO DO CASO 6. Entrega 2 Relatório 1 X 7. Refinamento e conclusão do estudo X X X 8. Entrega 3 Relatório 2 X 7. Digitação da Monografia X X X X X X X 8. Entrega 4 - Versão final do TCC para banca X 9. Defesa da Monografia X Quadro 1. Cronograma das atividades a serem realizadas 5. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: Informação e documentação Trabalhos acadêmicos Apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 6 p.. NBR 10520: Informação e documentação Citações em documentos Apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

. NBR 6023: Informação e documentação Referências Elaboração. Rio de Janeiro, 2002. CAMAROTTO, João Alberto. Engenharia do trabalho (Métodos, Tempos, Projeto do Trabalho). São Carlos: Universidade Federal de São Carlos. Apostila de curso de Especialização em Gestão da Produção, 2005. CONTADOR, J. C. (Coord.). Gestão de operações: a engenharia a serviço da modernização da empresa. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2004. DAVIS, M. M. et al. Fundamentos da administração da produção. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. LEONE, N. As especificidades das pequenas e médias empresas. Revista de Administração, São Paulo, v. 34, n. 2, p. 91-94, abril/junho 1999. MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2005. SLACK, N et al. Administração da produção. 2.ed. São Paulo: Editora Atlas, 2002. TUBINO, D. F. Sistemas de produção: a produtividade no chão de fábrica. Porto Alegre: Bookman, 1999.