Códigos convolucionais

Documentos relacionados
Canais discretos sem memória e capacidade do canal

COM29008 LISTA DE EXERCÍCIOS #

Códigos de bloco. Luis Henrique Assumpção Lolis. 1 de novembro de Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos de bloco 1

5 CÓDIGOS CONVOLUCIONAIS

Universidade de Pernambuco Escola Politécnica de Pernambuco

Sistemas discretos sem memória e codificação da fonte

EET-61 Introdução a Teoria da Informação

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TELEMÁTICA

Aula 3- Codificação de Canal. October 18, 2017

Estudo sobre decodificação iterativa usando códigos de treliça

Teoria da Informação ( ) Exame de Recurso ( ) Resolução. (1 p), (1 p), p = H(0,4;0,4;0,2) = 1,522

PTC TEORIA DAS COMUNICAÇÕES II - 25/08/ PJEJ EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

Códigos cíclicos - Parte 2

10 - Códigos Corretores Automáticos de Erro

Códigos de blocos lineares. Outubro de 2017

UFSM-CTISM. Comunicação de Dados Aula-17

Fundamentos de Telecomunicações

TRANSMISSÃO DE DADOS PROTEGIDOS POR CÓDIGOS CORRETORES DE ERRO

Códigos de controle de erros: introdução

Sumário. 1 Sinais e sistemas no tempo discreto 1. 2 As transformadas z e de Fourier 79

Teoria da Informação ( ) Exame de Recurso ( ) Resolução ( ) ( ) 2log2. log log

Códigos cíclicos - Parte 1

Teoria da Informação

ELE32 Introdução a Comunicações Codificação de Canal Códigos cíclicos. ITA 2º. Semestre de 2017

Compressão e Codificação de Dados. Primeiro Exame e Segundo Teste

Descodificação iterativa

Comunicações Digitais Prof. André Noll Barreto Prova /2 (28/11/2013)

ELE32 Introdução a Comunicações Codificação de Canal. ITA 2º. Semestre de 2017

O processo de filtragem de sinais pode ser realizado digitalmente, na forma esquematizada pelo diagrama apresentado a seguir:

Teoria de distorção da taxa

GABARITO DA OITAVA LISTA DE EXERCÍCIOS DE PTC TEORIA DA INFORMAÇÃO E CODIFICAÇÃO

canal para sinais contínuos

Comunicações Móveis (2016/01) Prof. André Noll Barreto. Prova 2 (25/05/2016)

Tipos de códigos de fonte

TE111 Comunicação Digital. Quais os Benefícios da Codificação de Canal? Evelio M. G. Fernández. 15 de outubro de 2018

SUMÁRIO FUNDAMENTOS E VISÃO GERAL 19 CAPÍTULO 1 PROCESSOS ALEATÓRIOS 49

3 Expressões de BER para as diferentes modulações

Fundamentos de Telecomunicações

Exercícios de Telecomunicações 2

III-1 Códigos detectores e correctores de erros

Códigos Corretores de Erros e Cliques de Grafos

Detecção de Erros em Códigos Convolucionais sem

Erros e Protocolos de Recuperação Códigos detectores e correctores de erros.

Circuito combinacional

Modulação e Codificação

Segundo Exame e Repescagem de Testes. Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, IST 25 de Janeiro de 2014

Comunicações Digitais Prof. André Noll Barreto. Prova /2 (01/12/2016)

Medida do Tempo de Execução de um Programa. David Menotti Algoritmos e Estruturas de Dados II DInf UFPR

Acrescenta um bit 1 ou um bit 0 às mensagem para que o número total de bits 1 seja par

Sílvio A. Abrantes. Uns pequenos truques que facilitam alguns cálculos de Códigos e Teoria da Informação

Codificação de Huffman

EXERCÍCIOS DE PREPARAÇÃO PARA PROVA B2

TE111 Comunicação Digital

III-1 Códigos detetores e corretores de erros

XXIII Curso de Especialização em Teleinformática e Redes de Computadores

Códigos de bloco. Instituto Federal de Santa Catarina Curso superior de tecnologia em sistemas de telecomunicação Comunicações móveis 2

III-1 Códigos detetores e corretores de erros

3 Detecção Multiusuário 3.1 Introdução

Códigos de Permutação para Compressão de Dados e Modulação 13. Codificador de fonte. Decodificador. Figura 1.1: Modelo de um sistema de comunicações.

Probabilidade. Objetivos de Aprendizagem. UFMG-ICEx-EST. Cap. 2 - Probabilidade Espaços Amostrais e Eventos. 2.1.

1 O esquema de Alamouti: Diversidade na transmissão

Processamento Digital de Sinais - ENG420

2 Teoria da Informação

Aula 6 PS Prof. César Janeczko. Filtros Digitais

Teoria de Filas Aula 10

Transmissão Digital em Banda Base

Teoria da Probabilidade

Transformada Discreta de Fourier

Aula 22. Conversão Sigma-Delta (continuação)

Processos Estocásticos e Cadeias de Markov Discretas

Sistemas Lineares e Invariantes

III-1 Códigos detetores e corretores de erros

Trabalho de Comunicações Digitais. Guia de procedimento

ENGC40 - Eletrônica Digital

EEC4164 Telecomunicações 2

4 Transmissão Através de Canal Ruidoso

4 Detecção Multiusuário com Estágio Decorrelator e Detecção

1ª Questão (1,0 ponto)

Detecção e correcção de erros

ANÁLISE DE SIST. SEQUENCIAIS SÍNCRONOS. SEL Sistemas Digitais Prof. Homero Schiabel

Combinatória e Teoria de Códigos 2 o Exame 2 de Julho de 2010

Linguagem de Maquina II. Visão Geral

Luis Henrique Assumpção Lolis 27 de agosto de 2013

Teoria da Informação

Capítulo 3. A camada de enlace de dados

Transformada Discreta de Fourier

II-6 Análise de Ruído e Capacidade de Canal

PCS Sistemas Digitais I. Códigos para Detecção e Correção de Erros. Prof. Dr. Marcos A. Simplicio Jr. versão: 3.0 (Jan/2016)

Disciplina: Processamento Estatístico de Sinais (ENGA83) - Aula 06 / Classes Especiais de Processos Aleatórios

4 C odigos de Huffman 4.1 Arvores de c odigo folhas os internos n ıvel altura Arvore bin aria arvore bin aria ordenada

Par de Variáveis Aleatórias

COMUNICAÇÃO DIGITAL INTRODUÇÃO À TEORIA DE INFORMAÇÃO

1. Converta os seguintes números decimais para sua forma binária: (a) 22 (b) 255 (c) 256 (d) 0.11 (e) (f)

Vetor de Variáveis Aleatórias

Processamento de Imagem. Histograma da Imagem Professora Sheila Cáceres

Otimização Combinatória - Parte 4

II-6 Análise de ruído e capacidade de canal

P L A N O D E E N S I N O A N O D E ÁREA / DISCIPLINA: CIÊNCIAS DA NATUREZA / MÁTEMÁTICA

Sistemas de Telecomunicações 1

Transcrição:

Códigos convolucionais Luis Henrique Assumpção Lolis 29 de novembro de 2013 Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 1

Conteúdo 1 Introdução e definição 2 Diagrama de árvores, de treliça e máquina de estados 3 Decodificação de códigos convolucionais Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 2

Sumário 1 Introdução e definição 2 Diagrama de árvores, de treliça e máquina de estados 3 Decodificação de códigos convolucionais Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 3

Introdução e definição Código com memória. Operação de convolução: Como em filtros digitais. Um código com memória M: M registros de deslocamento. Com n somadores módulo-2: n filtros digitais módulo-2. O total da fonte na entrada sendo de L bits. O numero de entradas sendo k Então a saída é de n(l + M) bits. Grandes distâncias mínimas são computadas em diferentes saídas de n(l + M) bits sem que necessariamente se aumente k ou n, mas sim M. Representação em diagrama de árvore / treliça / estados. Noção do código em feed-forward e feedback. Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 4

Taxa do código: r = k L n(l + M) bits/simbolo L >> M r k n bits/símbolo Comprimento de restrição: Número de deslocamentos que um bit influi na saída. Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 5

Feed-forward não sistemático. Comprimento = 3, r=1/2. Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 6

Comprimento = 2, r = 2/3, k = 2, n = 3,. Não sistemático. Melhor para convolucionais. Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 7

Sequências geradoras Podem ser comparados à resposta ao impulso de sistemas discretos. Convolução em módulo-2 Existem diferentes caminhos no código convolucional, diferentes respostas ao impulso. Esses caminhos são chamados de sequências geradoras. Um sistema de memória m, contém uma resposta ao impulso de até m + 1 unidades de tempo. Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 8

Nesse código são duas sequencias geradoras. g (0) = (g (0) 0, g(0) 1,..., g(0) m ) g (1) = (g (1) 0, g(1) 1,..., g(1) m ) Comprimento = 4, r=1/2. g (0) = (1011) = 1 + 0z 1 + 1z 2 + 1z 3 g (1) = (1111) = 1 + 1z 1 + 1z 2 + 1z 3 Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 9

A operação de convolução c (j) l = m i=0 u l i g (j) i = u l g (j) 0 + u l 1 g (j) 1 +... + u l m g m (j) Para um dado l da entrada (l pode ser visto como o passo do tempo de amostragem da entrada), as saídas são definidas como: c (1) l c (0) l = m l + m l 2 + m l 3 = m l + m l 1 + m l 2 + m l 3 Para cada amostra na entrada, tem duas na saída, sendo assim a frequência de amostragem do sistema dobra. Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 10

Exercício Dado o código convolucional abaixo, determinar a taxa do código, o grau de memória comprimento de restrição-1, as sequências geradoras. Codificar a sequência u = (001101) Um código com comprimento de restrição v, recebe a notação (n, k, v) Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 11

Cálculo matricial do código convolucional A matriz geradora depende do tamanho da sequência da entrada a tratar. Pode-se obter a matriz geradora a partir das sequências geradoras. Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 12

Cálculo polinomial do código convolucional Os códigos convolucionais tratados por polinômios geradores: g (0) = (1111), g (0) (D) = 1 + D + D 2 + D 3 Considerando um código r = 1/2 com g (0) e g (1) : c (0) (D) = m(d)g (0) (D) c (1) (D) = m(d)g (1) (D) E o resultado final é a multiplexação de c (1) (D) e c (2) (D): C(D) = [ c (0) (D), c (1) (D) ] C(D) = c (0) (D 2 ) + Dc (1) (D 2 ) Matriz geradora polinomial: Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 13

Sumário 1 Introdução e definição 2 Diagrama de árvores, de treliça e máquina de estados 3 Decodificação de códigos convolucionais Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 14

Diagrama de árvores Essas representações gráficas dos códigos convolucionais ajudam na decodificação. Elas mostram os caminhos pelos quais os dados percorreram, e qual o caminho mais provável quando existe um erro. Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 15

Árvore do código Referente ao código do slide 6 Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 16

Diagrama em treliça A treliça ilustra o fato que o sistema é uma máquina de estados finita. Mostra que quando uma entrada repete m + 1 vezes ou mais, a saída não muda de valor. A transição quando a entrada é 0 é uma linha sólida. A transição quando a entrada é 1 é uma linha pontilhada. Os estados são indicados em a, b, c e d. Para uma palavra de L entradas, o código tem L + K estágios, onde K é o comprimento de restrição. Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 17

Diagrama em treliça Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 18

Máquina de estados Dependendo do estado de partida e da entrada (0 ou 1) a transição leva a um outro estado (descrito entre a, b, c, d), sendo as combinações binárias (00,10,01,11) respectivamente. O estado são os K 1 bits contidos nos registros de deslocamento, sendo que o bit que chega é o que define a transição de estado. Estado Descrição binária a 00 b c 10 01 d 11 Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 19

Máquina de estados - 2 Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 20

Exercício Faça a representação em treliça e em máquina de estados para o código do slide 9 Desenhe o caminho percorrido em treliça do código do slide 9 quando a sequência de entrada é m = (101011) partindo do estado (00). Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 21

Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 22

Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 23

Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 24

Sumário 1 Introdução e definição 2 Diagrama de árvores, de treliça e máquina de estados 3 Decodificação de códigos convolucionais Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 25

Decodificação de códigos convolucionais Essencialmente dois algorítmos Viterbi - Máxima verosimilhança BCJR - Máxima probabilidade à posteriori O foco é Viterbi. Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 26

Base teórica estatística para decodificação Correspondência biunívoca entre m e c r c Quando c estimado ĉ é tal que ĉ = c, a mensagem estimada ˆm é tal que ˆm = m. A regra para encontrar ĉ que miniminiza a probabilidade de erro. Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 27

Revisando a probabilidade condicional A probabilidade condicional entre a sequência r e a sequencia c: N p(r c) = p(r i c i) Probabilidade logarítmica: log p(r c) = i=1 N log p(r i c i) i=1 Para o canal binário simétrico: { p, seri c p(r c) = i 1 p, ser i = c i Considerando que p(r) e (c) se difiram em d posições. d é a distância de Hamming entre os dois vetores. Então a função de densidade logarítmica fica: log p(r c) = d log p + (N d) log(1 p) = d log ( p 1 p ) + N log(1 p) O mais próximo c de r é o mais provável. Decodificar então significa primeiramente definir o c mais provável. Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 28

Decodificador Viterbi No esquema en treliça nem todas as transições são possíveis. Cada transição tem um valor definido na saída. Tendo em vista o caminho percorrido ao longo das transições pelo sinal recebido. O caminho possível (ou seja ĉ) que contem a menor distância do r recebido é o mais provável. Aplicando Viterbi: 1 Partindo do estado 0, compara-se a saída de cada possível transição e os bits recebidos. 2 Soma-se a distância de Hamming entre os bits recebidos e as possíveis saídas de cada transição. 3 Vai aplicando essa operação passo a passo até haver dois caminhos que convergem no mesmo ponto. O caminho sobrevivente é aquele que teve a menor distância de Hamming acumulada. 4 Vai-se repetindo a operação até terminar os dados recebidos. Vários caminhos possíveis podem sobrar. Sobra aquele que tenha a menor distância de Hamming acumulada. Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 29

Exemplo Decodificando r = (0100010000) quando na verdade c = (0000000000). O código de referencia é ilustrado no slide 6, cujas as transições são ilustradas no diagrama em treliça do slide 16 Separando as possíveis transições partindo de cada estado. Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 30

Calculando as distâncias de Hamming das transições Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 31

Calculando as distâncias de Hamming das transições Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 31

Calculando as distâncias de Hamming das transições Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 31

Calculando as distâncias de Hamming das transições Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 31

Calculando as distâncias de Hamming das transições Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 31

Calculando as distâncias de Hamming das transições Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 31

Calculando as distâncias de Hamming das transições Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 31

Calculando as distâncias de Hamming das transições Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 31

Calculando as distâncias de Hamming das transições Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 31

Distância livre e ganho de codificação Para corrigir t erros: a distância livre d livre > 2t Usando o código em treliça se observa o peso das transições (11) > D 2 L, (01)(10) > DL, (00) > L, L o número de entradas do código. Para nós L = 1. O digrama de estados modificado considera o sinal saindo e voltando para o estado a, definindo a 0 e a 1. Usando a treliça ou diagrama de estados, se definem as transições em função de L e D. Para o código do slide?? Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 32

O sistema de equações que liga cada entrada e saída dos nós b = D 2 La 0 + Lc c = DLb + DLc d = DLb + DLd a 1 = D 2 Lc A função de transferência da distância é: D 5 L 3 T (D, L) = 1 DL(1 + L) Em expansão binomial: T (D, L) = D 5 L 3 i=0 (DL(1 + L)) i T (D, 1) = D 5 + 2D 6 + 4D 7 +... A potência do primeiro termo é a distância livre, d livre = 5 Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 33

Ganho assintótico do ganho Uma vez conhecida a distância mínima calcula-se o ganho assintótico do código para o canal binário gaussiano; Canal binário AWGN. r a taxa do código. G a = 10 log 10 (d free r) db Luis Henrique Assumpção Lolis Códigos convolucionais 34