Álvaro Rodrigues Pereira Júnior Pós-graduando do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Eng. Elétrica/UFMG

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Transcrição:

GERAÇÃO DE NÚMEROS ALEATÓRIOS Álvaro Rodrigues Pereira Júnior Pós-graduando do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Eng. Elétrica/UFMG Maria Eugênia de Almeida Freitas Professora Assistente do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Wilian Soares Lacerda Professor Adjunto da Universidade Federal de Lavras Este artigo aborda a geração de números aleatórios uniformemente distribuídos no intervalo [0,11 utilizando o método do resíduo. A partir desta distribuição, é possível gerar outras distribuições por meio de transformações. Entretanto, é difícil obter uma distribuição perfeita devido às dificuldades computacionais. São apresentados exemplos de geração de números aleatórios com algumas distribuições conhecidas (gaussiana e exponencial) e mostrados os resultados obtidos. Palavras-chave: aleatório, gauss, uniforme. This paper approaches the generation of random numbers uniformly distributed in the interval [0,11 using the method of the residue. By this distribution, it is possible to generate other dietrlburlotts using transformations. However, it is difficult to get a perfect distribution due to computational difficulties. Examples of generation of random numbers with some known distributions are presented (gaussian and exponential) and its results are shown. Key words: random, gauss, uniform. 1. INTRODUÇÃO Qualquer simulação em computador de um sistema físico que envolve aleatoriedade deve incluir um método para geração de seqüências de números aleatórios. Por exemplo, a simulação de sistemas de filas envolve geração de intervalo entre chegadas de clientes e tempo de atendimento de cada cliente. Esses números aleatórios devem satisfazer as propriedades dos processos físicos que eles estão simulando. Simulação em computador envolve a geração de longas seqüências de números aleatórios. A simulação computacional de qualquer fenômeno aleatório envolve a geração de variáveis aleatórias com distribuições pré-definidas. Uma vez que um modelo de distribuição de probabilidade tenha sido escolhido, um algoritmo para geração da variável aleatória deve ser utilizado. 2. MÉTODO PARA GERAÇÃO COMPUTACIONAL DE NÚMEROS ALEATÓRIOS A partir de experimentos físicos aleatórios, pode-se gerar números aleatórios, associando o resultado de cada experimento a um número. Sinergia, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 154-161, jul./dez. 2002 --=::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::=-154

Alvaro R. Pereira ](mior / Maria Eugênia de A. Freitas / Entretanto, isto se torna inviável quando é necessário gerar uma grande quantidade de números aleatórios. Além disto, como não se pode garantir que o experimento será realmente aleatório [2], os números gerados desta maneira também não serão totalmente aleatórios. Computacionalmente, existem métodos de geração de variáveis aleatórias que são' baseados em números aleatórios uniformemente distribuídos entre zero e um [1]. Estes números aleatórios com distribuição uniforme podem ser usados para gerar números com probabilidades arbitrárias. Um problema que ocorre com a geração de um número aleatório no intervalo [0,1], é que há infinitos números neste intervalo, porém o computador é limitado a representar números com precisão finita. Outra dificuldade é a necessidade de gerar longas seqüências de números aleatórios, o que exige muito do processador e da memória (geralmente os métodos utilizam recursão e operações de divisão). 2.1 Método do resíduo A abordagem preferida para geração computacional de números aleatórios envolve o uso de fórmulas recursivas que podem ser fácil e rapidamente implementadas. Será apresentado o método do resíduo, o qual envolve a fórmula recursiva dada na Equação (1): onde: (1) a é um inteiro escolhido entre 1 em. M é um número primo p ou uma potência inteira de um número primo (pm). Wilian S. Lacerda A Equação (1) desenvolve tomando o produto de a e Zk.J' dividindo por M, e fazendo Zk o resto da divisão. O número resultante está na faixa de a M-l, e se repete indefinidamente, ou seja, a seqüência é periódica com período máximo M-l (pseudo-aleatório). Para a seqüência ter o máximo comprimento possível, a deve ser uma raiz primitiva de M [1]. Se o valor de M for extremamente grande, então os números na seqüência não se repetirão durante o curso da simulação. A escolha de Zo é chamada a "semente" do gerador de números aleatórios, e determina o ponto no qual a seqüência é iniciada. A operação que mais consome tempo em um programa de geração de números aleatórios é a divisão. Isto pode ser relevante quando é desejado gerar grandes quantidades de números, por causa do custo computacional. Nas seções seguintes são mostrados exemplos de geração de números aleatórios com distribuição uniforme e não uniforme. 2.2 Exemplos de geração de números aleatórios Uma forma de implementação computacional em linguagem C do método do resíduo identificado pela Equação (1) é mostrado na Figura 1. unsigned long int n= 10000; unsigned long int Z, Za; unsigned long int M=2147483647; unsigned long int a=25717; unsigned long int i; double X[ n); Za= I; for{i=o;i<n;i++) { Z=(a*Za)\%M; Xji] = (double)za/(m-i); Za=Z; } FIGURA /. n = tamanho da seqüência */ /* annazenamento da seqüência */ /* maior valor M = 2"-1 */ /* parâmetro alfa */ /* contador */ /* valor da semente */ /* calcula resto da divisão */ /* normaliza e armazena */ 1: ALGORITMO EM LINGUAGEM C DO MÉTODO DO RESÍDUO 1515-==========---=:==================Sinergia, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 154-161, jul./dez. 2002

Alvaro R. Pereira Júnior I Maria Eugenia de A. Freitas I wilian s. Lacerda A Figura 2 mostra os números aleatórios gerados, utilizando o programa da Figura 1. A Figura 3 mostra o histograma [3] dos números aleatórios mostrados na Figura 2. histograma referente aos números aleatórios mostrados na Figura 4. FIGURA 2: NÚMEROS GERADOS PELO ALGORITMO DO RESÍDUO FIGURA 4: NÚMEROS GERADOS PELO ALGO RITMO DO RESÍDUO COM ALTERAÇÕES (A = 1000, E M 131071) l~'r---'----'---'----'---'----'---'----'---'---~ 180 160 120 100 ~ 120 -l1 ~100 0 80 60 20 20 o o 0.1 02 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 Números aleatórios o o 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 Números a1eal6rlos FIGURA 3: HISTOGRAMA DOS NÚMEROS GERADOS PELO ALGORITMO DO RESÍDUO A Figura 4 mostra os números aleatórios gerados, utilizando o programa da Figura 1, fazendo a 1000 e M = 131071. A periodicidade dos números gerados pode ser observada devido à má escolha dos parâmetros. A Figura 5 mostra o FIGURA 5: HISTOGRAMA DOS NÚMEROS GERADOS PELO ALGORITMO DO RESÍDUO COM ALTERAÇÕES (A 1000, E M = 131071) A Figura 6 mostra o resultado da geração de números aleatórios utilizando a função rand da biblioteca padrão da linguagem C. A Figura 7 mostra o histograma correspondente ao resultado da geração de números aleatórios da Figura 6. Sinergia, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 154-161, jul./dez. 2002 --==================::::=-156

;~/varo R. Pereira Júnior / Maria Eugênia de A. Freitas / Wilian S. Lacerda FIGURA 6: NÚMEROS GERADOS PELA FUNÇÃO RAND DA BIBLIOTECA DA LINGUAGEM C FIGURA 8: NÚMEROS GERADOS PELA FUNÇÃO RAND DO MATLAB 100 0.1 02 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.6 0.9 Números ajeal6r1os FIGURA 7: HISTOGRAMA DOS NÚMEROS GERADOS PELA FUNÇÃO RAND BIBLIOTECA DA LINGUAGEM C DA A Figura 8 mostra o resultado da geração de números aleatórios utilizando a função rand da biblioteca padrão do Matlab [4]. A Figura 9 mostra o correspondente histograma do resultado da geração de números aleatórios da Figura 8. 0.1 02 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.6 0.9 Números a1ealórios FIGURA 9: HISTOGRAMA DOS NÚMEROS GERADOS PELA FUNÇÃO RAND DO MATLAB 2.3 Teste de validação: "chi-square" o teste "chi-square" é largamente utilizado para determinar a aproximação de uma distribuição para um conjunto de dados experimentais [1]. O teste "chi-square" é definido como a diferença ponderada entre o número observado de resultados (N k ), dentro do intervalo k, e o valor esperado (m k ), conforme mostrado na Equação (2), onde K é o número total 157 --=================:=-Sinergia, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 154-161, jul./dez. 2002

s. Lacerda A/varo R. Pereira Junior I Maria Eugênia de A. Freitas I wilian de intervalos: (2) 1) Gerar variável aleatória U uniformemente distribuída entre O elo 2) Fazer Z = FX"l(U), onde Fx é a função de distribuição que se deseja gerar. Se a aproximação é boa, então IY será o menor possível. Dessa forma, a hipótese é rejeitada se D 2 ;::: tu, onde tu, é um limiar determinado pelo nível significante de teste. Os resultados do teste "chi-square" para os números aleatórios apresentados nas Figuras 2, 4, 6, e 8, são mostrados na Tabela 1, sabendose que a distribuição esperada seria a uniforme. Método Figura 0 2 Ling.C 6 82 Matlab 8 90 Resíduo 2 103 Resíduo (alterado) 4 683 TABELA 1: RESULTADOS DO TESTE "CHI-SQUARE" Este método é válido apenas quando a função de transformação for monotônica, ou seja, crescente ou decrescente durante todo o intervalo de transformação [6]. A seguir serão dado exemplos de geração de números aleatórios não uniformes: a distribuição exponencial e a gaussiana. 2.4.1 Geração de números aleatórios com distribuição exponencial Para gerar números aleatórios com distribuição exponencial, a partir de números aleatórios de distribuição uniforme (U), utiliza-se a Equação (4) [1] obtida através da inversa da função de distribuição exponencial dada pela Equação (3): -lu FX(x)=l-e.x > O (3) Percebe-se que a melhor distribuição é a gerada pela função rand da biblioteca da linguagem C. x = _ fn(u) À. (4) 2.4 Geração de outras distribuições Invariavelmente, é necessano gerar números aleatórios com distribuição definida diferente da uniforme. Existem alguns métodos para isso. Um método para geração de números aleatórios de distribuição diferente da uniforme envolve a execução dos seguintes passos: onde À. > O é a taxa de variação da exponencial. A Figura 10 mostra os números gerados pela transformação dos números aleatórios com distribuição uniforme, obtidos pela função rand do Matlab. Na Figura 11 é apresentado o histograma correspondente aos números da Figura 10. Sinergia, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 154-161, jul.jdez. 2002 -===::::::::=::::::::=::::::::=::::::::=::::::::=::::::::=::::::::=::::::::=::::::::=::::::::=::::::::=::::::::=====-158

FX(x) = 1. Íe-(~-X)212.(J2 d~ ~21t(J 2-00 (5) onde x foi substituído por ~ na integração. 3000 4000 5000 6000 1000 8000 0000, 0000 NUmeros aleatórios FIGURA 10: NÚMEROS GERADOS PELA TRANSFORMAÇÃO DA V.A. UNIFORME EM V.A. EXPONENCIAL Considerando duas variáveis aleatórias gaussianas X e Y independentes com média zero e variância 1, e a seguinte transformação nas variáveis aleatórias R2 e 0 mostradas nas Equações (6) e (7): (6) 1000 x o =arctg ȳ (7) 9110 8011 JIIII. '.'- "l- i- 6 400 300 2110 100 o -1 o 2 3 Nlmeros aleatórios FIGURA 11: HISTOGRAMA DOS NÚMEROS GERADOS PELA TRANSFORMAÇÃO DA V.A. UNIFORME EM V.A. EXPONENCIAL Considerando ainda as respectivas inversas das Equações (6) e (7) apresentadas nas Equações (8) e (9): X = R.cos(0) (8) Y = R.sen(0) (9) Obtêm-se as Equações 10 e 11, calculando a função densidade conjunta de R2 e 8, e suas funções de densidade marginais [6]: (10) 2.4.2 Geração de números aleatórios com distribuição gaussiana A variável aleatória gaussiana possui uma distribuição (Equação 5) cuja inversa não pode ser encontrada analiticamente. Mas a variável aleatória gaussiana pode ser gerada usando uma extensão do método de transformação: ( 11) Mas 0 pode ser gerado pela transformação de uma variável aleatória uniforme (U) no intervalo [0,1], conforme Equação (12): 0=21tU 1 (12) l!i9-=::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::~sinergia, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 154-161, jul./dez. 2002

Geração de Números Aleatórios A/varo R. Pereira Junior I Maria Eugenia de A. Freitas I Wilian 5. Lacerda E R2 pode ser gerado pela transformação de uma variável aleatória uniforme (U 2 ) no intervalo [0,1], conforme Equação (13): (13) Então, para gerar números aleatórios independentes (X e Y) com distribuição gaussiana com média zero e variância 1, a pãrtir de números aleatórios de distribuição uniforme (U! e U 2 independentes) no intervalo [0,1], utilizam-se as Equações 14 e 15 [1]: x = ~- 2.1n(U 1 ).cos(2.1t.u 2) (14) 350 x» 250 ~200 :ll ~ 8'50 '00 50 o -3-4 -1 o 1 Números aleatórios 2 3 4 FIGURA 13: HISTOGRAMA DOS NÚMEROS GERADOS PELA TRANSFORMAÇÃO DA V.A.. UNIFORME EM V.A. GAUSSIANA y = ~ - 2.ln(U 1)' sen(2.1t.u 2 ) ( 15) Na Figura 12 é apresentado o resultado da geração de números aleatórios com distribuição normal a partir da transformação da variável aleatória uniforme gerada pela função rand do Matlab. Na Figura 13 é apresentado o correspondente histograma dos números aleatórios mostrados na Figura 12. -'. "...-: :, 3. 2., 3. CONCLUSÕES Na geração de números aleatórios uniformemente distribuídos pelo método do resíduo, deve-se escolher cuidadosamente a "semente" (Zo)' os parâmetros a e M. Ou seja, a variável aleatória depende apenas das condições iniciais. Uma vez gerado uma sequencia aleatória uniforme, pode-se gerar computacionalmente outra distribuição, com certa precisão, utilizando o método da transformação, como foi exemplificado na geração de números aleatórios com distribuição exponencial e gaussiana. Entretanto, é difícil gerar com bastante precisão números aleatórios com uma determinada distribuição, como pode ser comprovado pelos gráficos mostrados -3. "..'....... AGRADECIMENTOS -4 00 סס 1 ooסס -50 1000 2000 3000 4000 5IlOO 6000 7000 8000 FIGURA 12: NÚMEROS GERADOS PELA TRANSFORMAÇÃO DA V.A. UNIFORME EM V.A. GAUSSIANA Os autores agradecem aos docentes Dr. Paulo F. Seixas, Dr. Hani C. Yehia, e Dra. Rosângela H. Loschi da UFMG pelas contribuições e incentivo ao desenvolvimento do artigo. Sinergia, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 154-161, jul./dez. 2002

Alvaro R. Pereira Júnior / Maria Eugênia de A. Freitas / Wilian S. Lacerda REFERÊNCIAS BI BLIOG RÁFICAS 1. GARCIA, Alberto Leon. Probability and Random processes for Electrical Engineering. New York: Addison-Wesley Publishing Company, 1989. 583 p. 2. JAYNES,Edwin T. PróbabilityTheory: The Logic of Science. St. Louis: Washington University, fragmentary edition of March 1996. Disponível em http:// omega.albany.edu: 8008/ JaynesBook.html, acesso em agosto de 2002. 3" MAGALHÃES, Marcos Nascimento, LIMA, Antônio Carlos Pedroso. Noções de Probabilidade e Estatística. 4 a ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002. 416 p. 4. MATLABUser's Guide. Disponível em http r//www.mathworks.corn, acesso em agosto de 2002. 5. PAPOULIS, Athanasios. Probability, Random Variables, and Stochastic Processes. 3 rd ed. New Yórk: McGraw-Hill International, 1991. 666 p. 6. PEEBLES, Peyton Z. Probability, Random Variables, and Random Signal PrincipIes. 3 rd ed. New York: McGraw-Hill, 1993. 401 p. Para contato com os autores: alvaro@cpdee.ufmg.br eugenia@cpdee.ufmg.br lacerda@ufla.br 161.--=========================::::::=-Sinergia, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 154-161, jul./dez. 2002