XVIII Reunião Clínico - Radiológica Dr. RosalinoDalazen.

Documentos relacionados
Imagem da Semana: Ressonância magnética (RM)

Esclerose Múltipla. Amilton Antunes Barreira Departmento de Neurociências Faculdade de Medicina and Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto - USP

DOENÇAS DESMIELINIZANTES

1 SIMPÓSIO DE OFTALMOLOGIA NEUROMIELITE ÓPTICA NA PERSPECTIVA DA NEUROLOGIA

Imagem da Semana: Ressonância Magnética (RM)

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA NEUROMIELITE ÓPTICA (NMO) DORALINA G. BRUM

ESCLEROSE MÚLTIPLA. Prof. Fernando Ramos Gonçalves

Manifestações clínicas do espectro da neuromielite óptica. Tarso Adoni Departamento de Neurologia Hospital das Clínicas - FMUSP

A esclerose múltipla é uma das doenças mais comuns do SNC (sistema nervoso central: cérebro e medula espinhal) em adultos jovens.

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Departamento de Ciências Neurológicas Waldir Antonio Maluf Tognola

Diagnóstico Diferencial da EM: Red Flags para o diagnóstico da EM. Fernando Elias Borges Neurologista

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

Emergências Oncológicas - Síndrome de. Compressão Medular na Emergência

Doenças Adquiridas do Neurônio Motor. Msc. Roberpaulo Anacleto

NEURITE ÓPTICA - CIS. Mirella Fazzito Ambulatório EM Hospital Brigadeiro

Material e Métodos Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, 14 anos, internada para investigação de doença reumatológica

Espectro clínico. Figura 1 Espectro clínico chikungunya. Infecção. Casos Assintomáticos. Formas. Típicas. Fase Aguda. Fase Subaguda.

Linfoma extranodal - aspectos por imagem dos principais sítios acometidos:

Esclerose Múltipla. Prof. Douglas Monteiro Disciplina: Fisiopatologia Clínica em Neurologia

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PORTADOR DE ESCLEROSE MÚLTIPLA. Introdução

Síndromes medulares. Amilton Antunes Barreira Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica FMRP - USP

A lesão básica (a placa) é um foco de desmielinização bem evidenciado pelas colorações para mielina

Doenças Desmielinizantes NEUROCIRURGIÃO

Universidade Federal do Ceará Faculdade de Medicina Liga de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Jônatas Catunda de Freitas

O PERFIL DOS PACIENTES COM SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ ATENDIDOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

NEURODENGUE. Marzia Puccioni Sohler, MD, PhD. Laboratório de Líquido Cefalorraquidiano UFRJ

Esclerose Múltipla. Mirella Fazzito

Relato de Caso: Porfiria Aguda Intermitente

Doenças do Sistema Nervoso


NEURORRADIOLOGIA. Cristina Moura Neurorradiologia, HUC CHUC

CURSO: ENFERMAGEM NOITE - BH SEMESTRE: 2 ANO: 2012 C/H: 60 PLANO DE ENSINO

Lesão neurológica pós-bloqueio periférico: qual a conduta?

O PAPEL DA IMAGEM NOS MENINGIOMAS. Dr. Victor Hugo Rocha Marussi Neuroradiologista

Semiologia neurológica básica

REABILITAÇÃO FÍSICA EM LESÃO MEDULAR TRAUMÁTICA NA FASE AGUDA

17/08/2018. Disfagia Neurogênica: Acidente Vascular Encefálico

Caso RM. Letícia Frigo Canazaro Dr Ênio Tadashi Setogutti

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (ISQUÊMICO) Antônio Germano Viana Medicina S8

Vascularização do Sistema Nervoso Central

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DE TUMORES RAQUEMEDULARES

Médico Cirurgia de Coluna

XIV Reunião Clínico - Radiológica Dr. RosalinoDalazen.

Plano de Aula Medula espinal Diagnóstico topográfico

ICS EDUCATIONAL COURSE

Reunião de casos clínicos

INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO SOCIEDADE E PESQUISA CENTRO DE CAPACITAÇÃO EDUCACIONAL PÓS-GRADUAÇÃO EM IMAGENOLOGIA BIOMÉDICA

Título do Trabalho: Ansiedade e Depressão em Pacientes com Esclerose Múltipla em Brasília Autores: Tauil CB; Dias RM; Sousa ACJ; Valencia CEU; Campos

Imagem da Semana: Tomografia computadorizada (TC)

Radiografia e Tomografia Computadorizada

TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR

Amiotrofias Espinhais Progressivas

GESF no Transplante. Introdução

RESUMO. Palavras-Chave: Neurologia; Clínica Médica; Doenças Neurodegenerativas; Esclerose Múltipla; Doença de Devic. ABSTRACT

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA EM GOIÂNIA, GO, BRASIL.

desmielinizantes co esclarecidos.

Artrite Idiopática Juvenil

PALAVRAS-CHAVE Transtornos Linfoproliferativos; Linfoma; Linfoma de Hodgkin; Linfoma não Hodgkin.

Estamos Tratando Adequadamente as Urgências em Radioterapia?

Artrite Psoriásica. 15 Encontro Municipal / 13 Encontro Nacional de Psoríase 10 Encontro de Vitiligo 2017

Médico Neurocirurgia Geral

FRAQUEZA MUSCULAR. Diagnóstico

Controla funções orgânicas e é responsável pela interação do animal com o meio ambiente.

Pneumonia intersticial. Ana Paula Sartori

INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL NA LESÃO MEDULAR

HEMIPARESIA E DÉFICITS NEUROLÓGICOS ASSIMÉTRICOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA PLANO DE ENSINO

Reunião de casos clínicos

Carcinoma adenoide cístico de nasofaringe localmente avançado: Relato de caso

Imagem da Semana: Ressonância magnética (RM)

Disciplina de Traumato-Ortopedia e Reumatologia TRM. Prof. Marcelo Bragança dos Reis

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA 1 DEFICIÊNCIA FÍSICA SIMONE MILANI

Espondilite Anquilosante

Reunião de casos. LUCAS MERTEN Residente de RDI da DIGIMAX (R1)

Radiografia, Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 293, DE 2009

Abordagem da Criança com Cefaléia. Leticia Nabuco de O. Madeira Maio / 2013

Emergências Neurológicas. Emergências Neurológicas. Emergências Neurológicas. Emergências Neurológicas. Emergências Neurológicas

Módulo: Neuroanatomofisiologia da Deglutição e da Comunicação Verbal Conteúdo: Tronco Encefálico

COMPRESSÃO MEDULAR. Aline Hauschild Mondardo Laura Mocellin Teixeira Luis Carlos Marrone Carlos Marcelo Severo UNITERMOS KEYWORDS SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO E-PÔSTER DATA: 19/10/16 LOCAL: SALAS PRÉDIO IV

INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA

Plano de curso da disciplina de NEUROLOGIA

Imagem 1 Corpos de Lafora em biópsia axilar corados com Hematoxilina e Eosina (esquerda) e PAS (direita). Fonte: Gökdemir et al, 2012.

Fisioterapeuta Priscila Souza

Carlos Otto Heise. Discussão de casos: Síndrome de Guillain-Barré

ELABORADORES. Maíza Sandra Ribeiro Macedo Coordenação Geral. Robson Batista Coordenação Administrativa. Lícia Muritiba Coordenação de Enfermagem

Biomarcadores em Mielites Inflamatórias

TRONCO ENCEFÁLICO 25/05/2010

Glomerulonefrites Secundárias

Neuromielite longitudinalmente extensa

INTERFACE DOS DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS COM A NEUROLOGIA

Diagnóstico por imagem das infecções do sistema musculoesquelético

I MÓDULO Grandes Síndromes Clínicas: Sinais e Sintomas 6 Semanas: 1ª a 6ª semana SEMANA DIA HORÁRIO PROF. SALA CONTEÚDO

Ressonância Magnética

15. CONEX Resumo Expandido - ISSN

Heloisa Pacheco-Ferreira

Transcrição:

XVIII Reunião Clínico - Radiológica Dr. RosalinoDalazen www.digimaxdiagnostico.com.br

Caso Clínico Identificação: J.S.O. Paciente do sexo feminino. 24 anos.

Caso Clínico Quadro Clínico: -HDA: - Cervicodorsalgia associada a parestesia e paresia de MMSS e redução da acuidade visual de início recente.

Caso Clínico Quadro Clínico: -HPP - Dois episódios prévios de neurite óptica.

Avaliação por Imagem Sagital T2 STIR Axial T1 + C

Caso Clínico Hipóteses Diagnósticas : Esclerose Múltipla Tumoral Mielite Transversa Aguda Mielite Viral Neuromielite Óptica

Hipóteses Diagnósticas Revisão Bibliográfica e Contextualização do Caso Clínico

Esclerose Múltipla Conceito: Doença desmielinizante primária do sistema nervoso central com múltiplas lesões disseminadas ao longo do tempo e do espaço. Acometimento isolado da medula espinhal (10-20%).

Conceito: Esclerose Múltipla

Esclerose Múltipla Epidemiologia: Faixa etária: 20-40 anos. Mulheres mais susceptíveis que homens (1,7:1).

Epidemiologia: Esclerose Múltipla

Esclerose Múltipla Manifestações Clíncas: Quadros recidivantes de neurite óptica (20% sintoma inicial), déficit sensorial ou disfunção cerebelar, paresia e espasticidade.

Esclerose Múltipla Manifestações Clíncas:

Esclerose Múltipla Achados de Imagem: Segmento cervical é o mais comumente envolvido. Aspecto dorsolateral do cordão. < ½ da área de secção transversa do cordão espinhal. < 2 segmentos vertebrais de extensão.

Esclerose Múltipla Achados de Imagem: Sagital T2 Axial T2 Sagital T1

Tumor Características Gerais: Realce irregular, expansão fusiforme (lobulada e assimétrica) do cordão medular. < 4 segmentos ( Holocord Astrocitoma). Predomínio em homens (1,3M:1F).

Tumor Achados de Imagem: Sagital T1 + C AxialT1 + C

Mielite Transversa Aguda Conceito: Doença desmielinizante inflamatória da medula espinhal envolvendo ambas as metades da medula espinhal. Segmento torácico é o mais acometido, cervical 10%.

Mielite Transversa Aguda Epidemiologia: Todas as idades, pico bimodal entre 10-19anos e 30-39 anos. Não há nenhuma predisposição sexual ou familiar para a MTA.

Mielite Transversa Aguda Manifestações Clínicas: Disfunção motora bilateral, sensoriais e autonômica. Curso monofásico.

Mielite Transversa Aguda Achados de Imagem: Lesão expansiva central do cordão medular, estendendo-se por > 2 segmentos vertebrais (geralmente 3-4) ± realce excêntrico.

Mielite Transversa Aguda Achados de Imagem: Sagital T1 + C Axial T1 + C

Mielite Viral Conceito: Insulto inflamatório agudo da medula espinhal devido a uma infecção viral direta ou ataque imunológica pós-viral.

Mielite Viral Epidemiologia: Acomete pacientes mais jovens e imunocomprometidos.

Mielite Viral Manifestações Clínicas: Parestesia, paresias, arreflexia, dor e febre.

Mielite Viral Achados de Imagem: Edema do cordão espinhal, envolvimento medular contínuo e extenso ou segmentar.

Mielite Viral Achados de Imagem: Sagita T2 Sagita T1 + C Axial T1

Neuromielite Óptica Conceito: Doença inflamatória auto-imune mielínica dos neurônios dos nervos ópticos e da medula espinhal, com limitado envolvimento do parênquima cerebral.

Neuromielite Óptica Epidemiologia: Faixa etária: 30-40 anos. Mulheres mais susceptíveis que homens (4:1). Prevalência de 0.51 x 100,000.

Neuromielite Óptica Manifestações Clínicas: Neurite óptica e mielite transversa recorrentes ou simultâneas. Dor radicular em 35% Insuficiência respiratória devido à extensa mielite cervical em até 1/3 dos casos.

Neuromielite Óptica Achados de Imagem: Hipersinal T2 intracordonal extenso (> 3 segmentos vertebrais) + realce do nervos ópticos (85% dos casos). Envolvimento central de quase toda a secção transversal do cordão. 70% possui RM encefálica normal.

Neuromielite Óptica Achados de Imagem: Sagital T2 AxialT2 + C Axial T1 + C

Avaliação por Imagem Avaliação Órbitas: Coronal T2 STIR Coronal T2

Avaliação por Imagem Achados de Imagem: Sagital T2 Axial T1 + C Coronal T2 STIR

Neuromielite Óptica Critério Diagnósticos:

Avaliação por Imagem Achados de Imagem: Axial T2 FLAIR (14-09-2014) Axial e Sagital FLAIR - Dawson s fingers Esclerose Múltipla

Neuromielite Óptica Critério Diagnósticos:

Neuromielite Óptica Tratamento: Esteróides intravenosos são utilizados como tratamento de primeira linha. Medicamentos imunossupressores (azatioprina e rituximab). A plasmaférese como terapia de resgate.

Neuromielite Óptica História Natural e Prognóstico Recidivas frequentes e precoces (taxa anual de 1,3%). Visão/deambulação prejudicada no prazo de 5 anos do início do quadro em 50%. 20% insuficiência respiratória.

Referencias POLMAN CH. et al. Diagnostic Criteria for Multiple Sclerosis: 2010 Revisions to the McDonald Criteria. ANN NEUROL 2011;69:292 302. SHAH LM. Multiple Sclerosis, Spinal Cord. STATdx. Diagnostic Decision Support for Radiology. Elsevier, 2015. SHAH LM. Viral Myelitis. STATdx. Diagnostic Decision Support for Radiology. Elsevier, 2015. SHAH LM. Neuromyelitis Optica. STATdx. Diagnostic Decision Support for Radiology. Elsevier, 2015.