HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS?

Documentos relacionados
ETIOLOGIA. Alcoólica Biliar Medicamentosa Iatrogênica

Pancreatite Aguda INCA. Antonio Carlos L. Campos. Universidade Federal do Paraná

Terapia Nutricional en Pancreatitis Aguda Qué Dicen las Guias?

Terapia Nutricional do Paciente Queimado

AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA NO IDOSO

MANEJO DA PANCREATITE BILIAR AGUDA

COLECISTITE AGUDA TCBC-SP

Pancreatite aguda. Introdução

TERAPIA NUTRICIONAL NA CIRURGIA E NO TRAUMA. Neily Rodrigues Romero Ma. em Ciências Fisiológicas Nutricionista do IJF

FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETA FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA

I CURSO DE CONDUTAS MÉDICAS NAS INTERCORRÊNCIAS EM PACIENTES INTERNADOS

I CURSO DE RADIOLOGIA BÁSICA DAS EMERGÊNCIAS MODULO: - ABDOME AGUDO LUCAS GENNARO

Apresentação de caso. Marco Daiha / Raquel Lameira

PANCREATITE AGUDA. Laura Mocellin Teixeira Samanta Gerhardt Aline Hauschild Mondardo Carlos Kupski UNITERMOS KEYWORDS SUMÁRIO

PANCREATTITE PANCREATITE AGUDA

Pré e Pós Operatório em Cirurgia de Cabeça e Pescoço

PANCREATITE AGUDA GRAVE: CONCEITOS ATUAIS

CHEGOU UMA CRIANÇA NO PLANTÃO

CRITÉRIOS DE GRAVIDADE DE PANCREATITE AGUDA DE RANSON: CORRELAÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL

ABDOME AGUDO NA GRAVIDEZ Waldemar Prandi Filho

PROTOCOLO MÉDICO SEPSE E CHOQUE SÉPTICO

Síndrome do Intestino Curto

03/05/2012. Abdome Agudo. Abdome Agudo obstrutivo. Dor de início súbito (de horas até 7 dias), não traumática.

II WORKSHOP INTERNACIONAL DE ATUALIZAÇÃO EM HEPATOLOGIA

SUS A causa mais comum de estenose benigna do colédoco e:

ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO CONCEITO

APACHE II Escore para predizer mortalidade hospitalar.

COLECISTITE AGUDA ANDRÉ DE MORICZ. CURSO CONTINUADO DE CIRURGIA PARA RESIDENTES COLÉGIO BRASILEIRO DE CIRURGIÕES

Doenças das vias biliares. César Portugal Prado Martins UFC

BIOQUÍMICA E METABOLISMO DOS MICRONUTRIENTES NA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL

HIPERÊMESE GRAVÍDICA. Msc. Roberpaulo Anacleto

Caso Clínico #5. Identificação: MFS, feminina, parda, 35 anos; natural e procedente de Boa Vista - Roraima

Estágio - Santa Cassa de Maceió de julho de Domingo Prova de Nutrição Clínica

Lesão Renal Aguda. Revista Qualidade HC. Autores e Afiliação: Área: Objetivos: Definição / Quadro Clínico:

NUTRIÇÃO PARENTERAL PROLONGADA (NPP)

FACULDADE PITÁGORAS TÓPICOS ESPECIAIS EM NUTRIÇÃO I SOLICITAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS

Sepse Professor Neto Paixão

ESTADO NUTRICIONAL DO PACIENTE EM TERAPIA NUTRICIONAL

CIRURGIA DO PÂNCREAS

Choque hipovolêmico: Classificação

Exame Físico e Cuidados. Patrícia Friedrich. de Enfermagem

Avaliação nutricional do paciente

RESUMO SEPSE PARA SOCESP INTRODUÇÃO

Aula 05 DIABETES MELLITUS (DM) Definição CLASSIFICAÇÃO DA DIABETES. Diabetes Mellitus Tipo I

Controle Glicêmico Intra-Hospitalar. Introdução

Curso Extensivo em Nutrição. Aula Demo - Avaliação Nutricional no Cardíaco

Enzimas no Laboratório Clínico

DESAFIO DE IMAGEM Aluna: Bianca Cordeiro Nojosa de Freitas Liga de Gastroenterologia e Emergência

Manejo clínico da ascite

Carina Leão de Matos - R2 Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Brasília, 11 de julho de 2011


RELATO DE CASO Identificação: Motivo da consulta: História da Doença atual: História ocupacional: História patológica pregressa: História familiar:

COLECISTITE AGUDA ANDRÉ DE MORICZ CURSO CONTINUADO DE CIRURGIA PARA REWSIDENTES COLÉGIO BRASILEIRO DE CIRURGIÕES 2006

Insulinoterapia no pré per e pós operatório. Profa. Fernanda Oliveira Magalhães

Terapia Nutricional Parenteral

Avaliação do Estado Protéico

PAC Pneumonia Adquirida na Comunidade

Equipe Multidisciplinar de Atenção Integral ao Idoso com Fratura Avaliação e Cuidados Pré e Pós Operatórios

ANAMNESE. Identificação: Paciente masculino, 68 anos de idade, branco, casado, escriturário, natural e. Queixa principal: dor na barriga

9º Imagem da Semana: Radiografia Tórax

Definições importantes

Hospital São Paulo SPDM Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Hospital Universitário da UNIFESP Sistema de Gestão da Qualidade

CURSO CONTINUADO DE CIRURGIA GERAL DO CBC-SP ABDOME AGUDO VASCULAR

RESIDENCIA MÉDICA UFRJ

RADIOLOGIA DO ABDOME 2 ABDOME AGUDO NÃO TRAUMÁTICO

R1CM HC UFPR Dra. Elisa D. Gaio Prof. CM HC UFPR Dr. Mauricio Carvalho

ORGANIZADOR. Página 1 de 6

AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO FIGADO Silvia Regina Ricci Lucas

Complicações da pancreatite crônica cursando com dor abdominal manejo endoscópico - agosto 2016

SISTEMA ESQUELÉTICO. O sistema esquelético ou sistema ósseo é formado por vários ossos, cujo estudo é chamado de osteologia.

CASO CLÍNICO II IV WIAH - MAIO 2009

Hematoma intramural não traumático do trato gastrointestinal

ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS NA ALTA HOSPITALAR E EM CASA: DIFICULDADES E SOLUÇOES NO HOSPITAL PRIVADO ANNA CAROLINA SARA FONSECA NUTRICIONISTA EMTN HSC

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NO PACIENTE ONCOLÓGICO

Perfil Hepático FÍGADO. Indicações. Alguns termos importantes

Parte 1.

Tromboembolismo Pulmonar. Fernanda Queiroz

GASTRORECIFE 2019 MAR HOTEL 15 A 17 DE AGOSTO DE 2019

Fluidoterapia. Vias de Administração. Fluidoterapia. Fluidoterapia. Fluidoterapia. Fluidoterapia. Enteral Via oral Via intra retal

D e s n u t r i ç ã o. Prof. Orlando Antônio Pereira Pediatria e Puericultura FCM - UNIFENAS

DERRAME PLEURAL MARIANA VIANA- R1 DE CLÍNICA MÉDICA ORIENTADORES: FLÁVIO PACHECO MIRLA DE SÁ

Características Nutricionais das Dietas Hospitalares. Juliana Aquino

Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em seguida, assine no espaço reservado para isso.

PÂNCREAS ENDÓCRINO. Felipe Santos Passos 2011

Diagnóstico Diferencial das Síndromes Glomerulares. Dra. Roberta M. Lima Sobral

ENFERMAGEM DOENÇAS HEPÁTICAS. Profª. Tatiane da Silva Campos

10ª edição do Curso Continuado em Cirurgia Geral do CBCSP. Estado Atual do Tratamento da Hemorragia Digestiva Alta devida a Hipertensão Portal

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA PRÁTICA CLÍNICA

Classificação. Acidente Vascular Cerebral Isquêmico(AVCI) * Ataque Isquêmico Transitório(AIT)

PATOLOGIAS CIRÚRGICAS NO RECÉM-NASCIDO

PROVA OBJETIVA. b) Liste os outros exames que devem ser solicitado para o esclarecimento do quadro e descreva qual seria a abordagem terapêutica.

Terapia Nutricional no Hepatopata Crônico. Prof. Dr. Jorge Matias Depto de Cirurgia UFPR

Profª Allana dos Reis Corrêa Enfermeira SAMU BH Mestranda em Enfermagem UFMG

PERFIL PANCREÁTICO. Pâncreas. Função Pancreática. Função Pancreática. Pancreatite aguda. Função Pancreática 22/08/2013

O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE DOENÇA METABÓLICA

Parte 2.

Avaliação por Imagem do Pâncreas. Aula Prá8ca Abdome 4

Fonoaudiologia. Caderno de Questões PROVA DISCURSIVA. SRH Superintendência DESEN. de Recursos Humanos

PROTOCOLO DE GERENCIAMENTO DE SEPSE 11- INSTRUÇÕES MULTIPROFISSINAIS ESPECÍFICAS: TIPO DE INSTRUÇÃO. Primeiras 06 horas

Transcrição:

CASO CLÍNICO

História Clínica: Paciente M.S., 58 anos, sexo masculino, procedente de Sarandi PR, foi atendido no pronto socorro com dor abdominal intensa, no epigástrio há 1 dia, associado com náuseas, vômitos, distensão abdominal e parada de eliminação de gases e fezes.

História Clínica: Antecedentes pessoais: HAS hidroclorotiazida; Antecedentes familiares: Mãe diabética (tipo II) CHV: Etilista 100 ml etanol/dia/ 20 anos QROA: Urina amarelada

Exame físico: M.E.G, descorado, taquipnéico, taquicárdico, ictérico ++/4, confuso. PA: 100 x 60 mmhg; P: 90 bpm; T: 37,8º. C; P: 60 kg; Alt: 1,70 m. Abdome: globoso, distendido, doloroso difusamente, mais intenso no epigástrio, DB positivo, RHA diminuídos.

HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS?

HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS? 1. ABDOME AGUDO 2. GASTROENTERITE AGUDA 3. INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO 4. CIRROSE HEPÁTICA

HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS? 1. ABDOME AGUDO 2. GASTROENTERITE AGUDA 3. INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO 4. CIRROSE HEPÁTICA

EXAMES COMPLEMENTARES? 1. Laboratoriais 2. Rx de abdome e torax 3. Ultra-som abdome total 4. Tomografia computadorizada

EXAMES COMPLEMENTARES? 1. Laboratoriais 2. Rx de abdome e torax 3. Ultra-som abdome total 4. Tomografia computadorizada HEMOGRAMA: HB: 15 HT: 48 Leuco: 20.000 10% bastões TGO: 312 TGP: 360 LDH:370 Ggt: 782 Amilase: 760 Na: 140 K: 4,0 Cr: 1,5 BT: 5,0 BD: 3,8 BI: 1,2 Alb: 3,7 PT: 5,8 Glic: 180

EXAMES COMPLEMENTARES? 1. Laboratoriais 2. Rx de abdome e torax 3. Ultra-som abdome total 4. Tomografia computadorizada Abdome: - Distensão abdominal difusa, sem formação de níveis hidro-aéreos e sem pneumoperintônio Rx de torax: - Discreto derrame pleural em HTE

EXAMES COMPLEMENTARES? 1. Laboratoriais 2. Rx de abdome e torax 3. Ultra-som abdome total 4. Tomografia computadorizada US abdome total: - Pâncreas difusamente edemaciado com áreas de necrose em região de corpo e cabeça. Reação inflamatória em gordura peripancreática e pequena quantidade de líquido livre. - Fígado heterogênio, diminuído de tamanho

EXAMES COMPLEMENTARES? 1. Laboratoriais 2. Rx de abdome e torax 3. Ultra-som abdome total 4. Tomografia computadorizada TC abdome: - mesmos achados do US - derrame pleural a esquerda.

DIAGNÓSTICO? Abdome agudo inflamatório: - Pancreatite aguda Cirrose hepática

PANCREATITE AGUDA

Classificação Leve (intersticial) Grave (necrosante) Necrose estéril Necrose infectada Classificação de Atlanta 1992

Classificação Leve (intersticial) Grave (necrosante) Necrose estéril Necrose infectada Mais comum, 80-90%; Evolução favorável; Diagnóstico difícil; Mortalidade < 2%. Classificação de Atlanta 1992

Classificação Leve (intersticial) Grave (necrosante) Necrose estéril Necrose infectada Sistêmica, grave, com necrose pancreática e peri-pancreática; Sindrome inflamatória sistêmica Mortalidade 20 40% Complicações: Falência de múltiplos órgãos Necrose infectada Pseudocisto e abscessos. Classificação de Atlanta 1992

ETIOLOGIA Biliar 45% Alcoólica 35% Outros 10% Obstrutivas: tumores, corpos estranhos, vermes, coledococele; Toxinas: veneno escorpião, inseticidas; Drogas: azatioprina, ac. Valpróico, estrógenos, Trauma: acidental, pósoperatório (CPER, esfincterotomia) Metabólico: hipertrigliceridemia, hipercalcemia Infecções: viral (caxumba, rubéola, CMV, adenovírus...) Vasculares: embolos, isquemias, vasculites

MANIFESTAÇÃO CLÍNICA Dor abdominal 90 100% Náuseas e vômitos; Distensão abdominal (íleo paralítico) Equimose: Periumbilical (Sinal de Cullen) Flancos (Sinal de Grey-Turner)

MANIFESTAÇÃO CLÍNICA SNC: Alucinação, confusão mental, crises convulsivas. Alerta para abstinência alcoólica ( a partir de 2 3º. dia) Cardio-vascular: Taquicardia, hipotensão hipovolemia; Liberação de subst. vasodilatadoras Choque;

MANIFESTAÇÃO CLÍNICA Respiratório: Atelectasia de bases; Derrame pleural à esquerda; SARA insuficiência respiratória: hipoventilação, sind. Inflamatória sistêmica. Ap. digestivo: Dor abdominal; Íleo paralítico; Icterícia Hemorragia digestiva alta;

MANIFESTAÇÃO CLÍNICA Urinário: Insuficiência renal aguda (hipovolemia); Raras: Nódulos subcutâneos, poliartrite, dor óssea (hiperlipasemia) Tetania (hipocalcemia)

Laboratorial Amilase Lipase

CRITÉRIOS PROGNÓSTICOS Ranson Na admissão: Idade > 55 anos Leucócitos > 1600 Glicemia > 200 mg/dl LDH > 350 UI/l TGO > 250 UI 48 horas: Hematócrito queda 10% N uréico aumento 5 mg/dl Cálcio < 8 mg/dl PaO2 < 60 mmhg BE > 4 meq/l Seqüestro hídrico > 6 l

IMAGEM RADIOGRAFIA: Derrame pleural à esquerda; Alça sentinela paravertebral esquerda; Dilatação cólon transverso; Aumento do espaço gastrocólico;

IMAGEM ULTRASSONOGRAFIA: 50 60% sensibilidade; Ecogenicidade diminuída edema Ecogenicidade aumentada hemorragia, liquefação; Colelitíase, coledocolitíase;

IMAGEM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: Padrão ouro Alteração de textura Complicações pseudocisto, necrose infectada; Lesão renal pelo contraste Ideal 72 hs fase de necrose Fase leve aumento difuso 20%; grave 95%.

TRATAMENTO JEJUM ORAL HIDRATAÇÃO ANALGESIA SUPORTE NUTRICIONAL ANTIBIOTICOTERAPIA

JEJUM Leve 5 7 dias; Alimentação oral reiniciada gradualmente, isenta de lipídios; Dieta enteral Dieta parenteral

CONDUTA CRITÉRIOS DE RANSON: Admissão: 1. Idade 58 anos (>55 a) 2. Leucócitos 15000 3. Glicemia 180 (>220) 4. LDH: 370 (>350) 5. TGO: 312 (>250)

CONDUTA CRITÉRIOS DE RANSON: Admissão: 1. Idade 58 anos (>55 a) 2. Leucócitos 15000 3. Glicemia 180 (>220) 4. LDH: 370 (>350) 5. TGO: 312 (>250)

CONDUTA CRITÉRIOS DE RANSON: Admissão: 1. Idade 58 anos (>55 a) 2. Leucócitos 15000 3. Glicemia 180 (>220) 4. LDH: 370 (>350) 5. TGO: 312 (>250) EVOLUÇÃO 48 HS: 1. Ht: 37 (>10%) 2. N uréico: não 3. PaO2: 59 mmhg 4. BE: - 2 5. Ca: 7,8 (< 8,0) 6. Sequestro hídrico: não calculado

CONDUTA CRITÉRIOS DE RANSON: Admissão: 1. Idade 58 anos (>55 a) 2. Leucócitos 15000 3. Glicemia 180 (>220) 4. LDH: 370 (>350) 5. TGO: 312 (>250) EVOLUÇÃO 48 HS: 1. Ht: 37 (>10%) 2. N uréico: não 3. PaO2: 59 mmhg 4. BE: - 2 5. Ca: 7,8 (< 8,0) 6. Sequestro hídrico: não calculado

Qual seria sua conduta?

Qual seria sua conduta? Jejum? Quanto tempo?

Qual seria sua conduta? Jejum? Quanto tempo? Hidratação? Como?

Qual seria sua conduta? Jejum? Quanto tempo? Hidratação? Como? Terapia nutricional? Qual seria a indicação?

Qual seria sua conduta? Jejum? Quanto tempo? Hidratação? Como? Terapia nutricional? Qual seria a indicação? Quando iniciar?

TERAPIA NUTRICIONAL QUANDO? COMO? ONDE?

TERAPIA NUTRICIONAL QUANDO? Nutrição enteral - mais precoce possível, quando existe condição no TGI.

TERAPIA NUTRICIONAL QUANDO? Nutrição enteral - mais precoce possível, quando existe condição no TGI. Nutrição parenteral complicações: Mais de três critérios prognóstico de Ranson; Ausência de melhora clínica, após o 5º. dia de jejum; Abscessos, pseudocistos ou fístulas;

TERAPIA NUTRICIONAL SUPORTE NUTRICIONAL ENTERAL; Após fase aguda Melhora dos vômitos, dor, distensão abdominal e íleo paralítico; Normalização das provas laboratoriais (amilase, lipase, cálcio, glicose) O re-aparecimento destes sintomas, com elevação das enzimas > REFRATÁRIO!

O paciente Evolui com piora do quadro febril TC de controle mostra coleção pancreática com áreas de necrose e hemorragia ocupando área retro-peritoneal Indicado cirurgia para debridamento (sequestrectomia) e confecção de jejunostomia no 3º. dia de internação Paciente é mantido em cuidados intensivos e ventilação mecânica pelo quadro séptico;

O paciente No 5º. dia após internação, está extubado, mas com ventilação não invasiva, confuso, edemaciado. Hemograma: Hb: 9,8 Ht: 30 Leuco: 13.600 7% de bastões 24% linfócitos Na: 134 K: 5,1 Creat: 1,5 Glic: 200 TGO: 290 TGP: 310 Amilase: 360 Lipase: 60 Albumina: 2,90 PT: 5,3 DHL: 350 PaO2: 78 mmhg BE: +3

Como fazer uma avaliação do estado nutricional?

TERAPIA NUTRICIONAL AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: Antropometria Av. bioquímica Av. imunológica Calorimetria indireta

TERAPIA NUTRICIONAL Determinar o estado metabólico: Balanço nitrogenado Necessidades energéticas: Varia pelo grau de estresse, catabolismo e trauma; Quantidade para manter o balanço nitrogenado positivo e ganho de peso;

TERAPIA NUTRICIONAL ANTROPOMETRIA Peso corporal Prega cutânea triceptal Circunferência média e área muscular do braço

TERAPIA NUTRICIONAL AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA: Índice creatinina/altura (proteína somática) Albumina séria Transferrina (massa protéica visceral) AVALIAÇÃO IMUNOLÓGICA: Linfócitos Teste cutâneos de hipersensibilidade

TERAPIA NUTRICIONAL CALORIMETRIA INDIRETA: Gasto metabólico de repouso Índice de massa gorda, % gordura EQUAÇÃO DE HARRIS-BENEDICT: HOMEM GEB =66,5+(13,7xP)=(5XH)-(6,8XI) MULHER GEB=665,1X(9,6XP)+(1,7xH)-(4,7xI) P=peso; H=altura; I=idade GEB= gasto energético basal

TERAPIA NUTRICIONAL BALANÇO NITROGENADO (BN): BN= Ni - Ne BN= Prot/6,25 (NU + 5mg/Kg + 12mg/kg Ni=nitrogenio ingerido; Ne= excretado Prot.= proteína ingerida NU = nitrogênio uréico Catabolismo: Leve: BN 5 a 10 g Moderado: BN -10 a -15 Grave: BN > -15 g

O paciente Calorimetria indireta: RMR ou GEB: 1900 Kcal/dia (1300 1700 Kcal/dia)

TERAPIA NUTRICIONAL Qual a influência da pancreatite aguda sobre o estado nutricional e metabolismo do paciente?

TERAPIA NUTRICIONAL Qual a influência da pancreatite aguda sobre o estado nutricional e metabolismo do paciente? Pancreatite leve e moderada pequeno impacto.

TERAPIA NUTRICIONAL Qual a influência da pancreatite aguda sobre o estado nutricional e metabolismo do paciente? Pancreatite leve e moderada pequeno impacto. Pancreatite severa aumento do gasto metabólico e catabolismo proteico. (IIa) ESPEN 2006

TERAPIA NUTRICIONAL Pancreatite severa: 80% estão em catabolismo Balanço nitrogenado negativo (> -40 g/dia) Mais que 7 dias de jejum pode levar a sérias complicações Hiperlipidemia; Resistência periférica da insulina

TERAPIA NUTRICIONAL O estado nutricional interfere no resultado?

TERAPIA NUTRICIONAL O estado nutricional interfere no resultado? Não existem muitos estudos, mas, sabe-se que a desnutrição leva a diversas complicações.

TERAPIA NUTRICIONAL O estado nutricional interfere no resultado? Não existem muitos estudos, mas, sabe-se que a desnutrição leva a diversas complicações. Alcoólatras crônicos 50 80% são desnutridos. ESPEN 2006

TERAPIA NUTRICIONAL A dieta enteral está indicada para pancreatite aguda?

TERAPIA NUTRICIONAL A dieta enteral está indicada para pancreatite aguda? Casos leves e moderados desnecessário, se paciente irá comer normalmente em 5 7 dias.

TERAPIA NUTRICIONAL A dieta enteral está indicada para pancreatite aguda? Casos leves e moderados desnecessário, se paciente irá comer normalmente em 5 7 dias. Casos severos sempre que possível (NÍVEL A). Suplementado com NPT, se necessário (NÍVEL C).

TERAPIA NUTRICIONAL Sax et al. comparou NPT e nenhum suporte em casos leves e moderados: Nenhuma diferença de mortalidade e complicações McClave et al. NPT e dieta por jejunostomia casos leves e moderados: Nenhum benefício, ou diferença na morbi-mortalidade.

TERAPIA NUTRICIONAL Nutrição enteral está relacionada com menor complicação séptica e mais aceitável que NPT. Além de ser mais barata. Kalfarentzos et al. Van der Berghe et al. Abou-Assi et al. EN - Reduz produção de citocinas esplâncnicas, reduz catabolismo e preserva proteína. ESPEN 2006

TERAPIA NUTRICIONAL A dieta por sonda é factível? Qual é a via de preferência?

TERAPIA NUTRICIONAL A dieta por sonda é factível? Qual é a via de preferência? A dieta por sonda é factível na maioria dos casos de pancreatite aguda, mas deve ser suplementada via parenteral (NIVEL A)

TERAPIA NUTRICIONAL A dieta por sonda é factível? Qual é a via de preferência? A dieta por sonda é factível na maioria dos casos de pancreatite aguda, mas deve ser suplementada via parenteral (NIVEL A) Se a via gástrica não for tolerada, tenta-se a jejunal (NIVEL C). ESPEN 2006

TERAPIA NUTRICIONAL Qual fórmula deve ser usada na pancreatite aguda?

TERAPIA NUTRICIONAL Qual fórmula deve ser usada na pancreatite aguda? Dieta peptídica é segura. (NIVEL A)

TERAPIA NUTRICIONAL Qual fórmula deve ser usada na pancreatite aguda? Dieta peptídica é segura. (NIVEL A) Fórmula padrão pode ser tentada e mantida se for bem tolerada. (NIVEL C) ESPEN 2006

TERAPIA NUTRICIONAL Em casos de pancreatite aguda leve, indica-se suporte nutricional?

TERAPIA NUTRICIONAL Em casos de pancreatite aguda leve, indica-se suporte nutricional? Não existe impacto positivo na NE nos primeiros 5 7 dias, deve-se iniciar dieta oral o mais precoce possível (NÍVEL A)

TERAPIA NUTRICIONAL Em casos de pancreatite aguda leve, indica-se suporte nutricional? Não existe impacto positivo na NE nos primeiros 5 7 dias, deve-se iniciar dieta oral o mais precoce possível (NÍVEL A) Quando a dieta oral não for possível neste período, inicia-se dieta enteral. (NÍVEL C) ESPEN 2006

TERAPIA NUTRICIONAL Qual o suporte nutricional para os pacientes com pancreatite aguda severa?

TERAPIA NUTRICIONAL Qual o suporte nutricional para os pacientes com pancreatite aguda severa? Nutrição enteral precoce melhora a evolução (III). Está indicado para todos os pacientes quando bem tolerado (NÍVEL C). ESPEN 2006

TERAPIA NUTRICIONAL Qual o suporte nutricional para os pacientes com pancreatite aguda severa? No caso de cirurgia, faz-se uma jejunostomia para alimentação (NÍVEL C). ESPEN 2006

TERAPIA NUTRICIONAL PANCREATITE SEVERA: Dieta enteral por sonda naso-jejunal em 24 hs, com reposição hidro-eletrolítica parenteral; Glutamina e fórmulas multifibras tem efeito positivo; Estudos mostram menor complicação com uso de probiótico por sonda;

TERAPIA NUTRICIONAL Repor tiamina (alcoólatras) Suplementar selênio Sépsis aumenta o gasto energético basal (GEB), fórmula de Harris-Benedict não é confiável indica-se calorimetria indireta.

TERAPIA NUTRICIONAL COMPLICAÇÕES: Fístulas, ascites, pseudocistos nutrição enteral pode ser usada com sucesso; Em caso de obstrução gástrica, colocase a sonda após a obstrução; Em caso de impossibilidade NPT. (NÍVEL C)

TERAPIA NUTRICIONAL CONTRA-INDICAÇÕES PARA NUTRIÇÃO ENTERAL: Não há contra-indicação específica; Depende do trânsito intestinal; Avalia-se as provas enzimáticas de atividade da inflamação;

TERAPIA NUTRICIONAL NUTRIÇÃO PARENTERAL: Carboidratos: glicose hipertônica Proteínas: 100 130Kcal/g de nitrogênio Lipídios: 2,5 g/kg peso Vitamina A, D, C, B12 Mg, Zn, Selênio, Fe, Bismuto, Ca;

TERAPIA NUTRICIONAL COMPLICAÇÕES DA NPT: Acidentes com catéter e infecções; Hiperglicemia

O paciente Evolui com melhora do estado geral após o 7º. dia de internação e 3º. dia de pós-operatório; Melhora da confusão mental; Apresenta eliminação de secreção clara pelo dreno tubular em grande quantidade Amilase do dreno: 1600

O paciente Paciente evolui com fístula pancreática de alto débito; Porém, mantém melhora do quadro clínico; Recebe alta da UTI para o quarto no 6º. dia de pós-operatório.

O paciente Qual sua proposta quanto ao suporte nutricional?

Bibliografia Guidelines ESPEN 2006 Gastroentelogia e Hepatologia: diagnóstico e tratamento Moysés Mincis 4º. Edição; Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica Dan L. Waitzberg 3º. edição; Tratado de Nutrição Moderna da Saúde e na Doença Shils et al. 9º. edição;