Desafios e Oportunidades no Setor Sucroenergético: Perspectivas para os produtos derivados da cana-de-açúcar Paulo Andrés Trucco da Cunha Jales, 07 de Outubro de 2016.
Índice 1ª Ciclo da Cana-de-açúcar Regulamentação do setor Crises do Petróleo e surgimento do Proálcool Crise do Proálcool Revolução do Flex Movimentos de consolidação de usinas Perspectivas de demanda para o setor Considerações Finais
Desafios e Oportunidades no Setor Sucroenergético: Objetivos da exposição: Caracterizar a evolução do setor até os dias atuais Apresentar os principais avanços do setor nos campos: ü Tecnológicos ü Ambientais ü Econômicos Identificar as principais crises e soluções encontradas pelo setor Traçar perspectivas para o setor para os próximos anos ü Projeção do Ministério de Minas e Energia ü Calcular os recursos necessários para a projeção
Histórico da cana-de-açúcar no Brasil Século XVI: 1532 Martim Afonso de Souza: Engenho (capitanias) de São Vicente e Pernambuco Ciclo da Cana-de-açúcar: 1ª atividade econômica organizada no Brasil
Histórico da cana-de-açúcar no Brasil Ciclo da Cana-de-açúcar: 1ª atividade econômica organizada no Brasil Purga:
Histórico da cana-de-açúcar no Brasil A Cana-de-açúcar presente em um dos principais cartões postais do país. Origem do termo pão de açúcar Versão 1: Historiador Vieira Fazenda: Pão de Açúcar Versão 2: Índios Tupinambás: Pau-nh-açuquã
Histórico da cana-de-açúcar no Brasil Século XVII: 1624 a 1654: Companhia das Índias Ocidentais: Comércio do açúcar. Multinacionais no período colonial
Histórico da cana-de-açúcar no Brasil Século XX: Regulamentação do setor 1931: Decreto de lei obriga a compra de etanol pelos importadores de gasolina. Adição de 5% de etanol anidro na gasolina 1933: Criação do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) Governo Getúlio Vargas. Administração dos preços Sistema de quotas de produção nacional Organização da Gestão de Negócios do setor 1959: Criação da Copersucar. Primeira grande organização comercial de açúcar e etanol do Brasil. 1969: Incentivo à Tecnologia. Criação do Centro de Tecnologia Copersucar Missão: Desenvolver tecnologias para a produção de cana e de seus derivados
Século XX: Segunda metade Histórico da cana-de-açúcar no Brasil 1959: Criação da Copersucar. Primeira grande organização comercial de açúcar e etanol do Brasil. 1969: Incentivo à Tecnologia. Criação do Centro de Tecnologia Copersucar Missão: Desenvolver tecnologias para a produção de cana e de seus derivados 2004: Passa se chamar Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e foi adotada por empresas do setor sucroenergético, que juntas, passaram a financiar suas atividades.
Desafios e Oportunidades no Setor Sucroenergético: Século XX: Segunda metade Década de 70: Crises do Petróleo
12 10 8 6 4 2 0 Fonte: CMA Desafios e Oportunidades no Setor Sucroenergético: Década de 70: Crises do Petróleo (1ª) 1973-1º Choque do Petróleo U$/bl (preços da época) 1973: Guerra Yom Kippur: EUA apoia Israel. OPEP aumenta o preço do petróleo em protesto. Brasil: Gasto com importação de petróleo quadruplicou de 1973 a 74. 1975: Proálcool: Programa Nacional do Álcool. Incentivo para substituir a gasolina pelo álcool. 1ª fase: Anidro como aditivo à gasolina.
1979: Setembro Governo Federal e Anfavea assinam Protocolo Desenvolver tecnologia para produção de veículos movidos a etanol Estímulos: Redução do IPI; Etanol = 64,5% do preço da gasolina 1979: Desafios e Oportunidades no Setor Sucroenergético: Década de 70: Crises do Petróleo (2ª) Primeiro carro movido a etanol: Fiat 147 Volkwagem, General Motors e Ford lançam em seguida
45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Desafios e Oportunidades no Setor Sucroenergético: Década de 70: Crises do Petróleo (2ª) 1979-2º Choque do Petróleo U$/bl (preços da época) 1979: Revolução Fundamentalista do Irã: Nova alta do preço do petróleo. Brasil: Petróleo representava 46% das importações em 1980. Petróleo continua alto no início da década de 80 Fonte: CMA
Década de 80: 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 Produção de Etanol Brasil ( Mil M³) 1980 a 85: Preços do Petróleo continuam altos Forte demanda por etanol Aumento de produção das usinas equilibra a oferta x demanda pelo combustível 1985: Proálcool estimulando venda de carros a etanol Veículos a etanol: 96% das vendas Usinas: foco na produção de etanol Fonte: unica
Desafios e Oportunidades no Setor Sucroenergético: Década de 85-95: Brasil: Crise econômica: venda de veículos caem Governo reduz incentivos à produção de etanol 1986: Queda do preço do petróleo 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Preços do Açúcar - NY (cts/lb) 1986: Aumento do preço do açúcar 1989/90: Fonte: CMA Crise no abastecimento de álcool Perda de credibilidade Crise do Proálcool
Desafios e Oportunidades no Setor Sucroenergético: Década de 85-95: Crises do Proálcool 1989/90: Crise no abastecimento de álcool Perda de credibilidade 1990: Extinção do Instituto de Açúcar e Álcool (IAA): Fim do monopólio do governo nas exportações Fim das quotas de produção Liberação da comercialização do álcool (1998)
Desafios e Oportunidades no Setor Sucroenergético: Década de 85-95: 1987: 1992: Cogeração 1ª Venda de energia para a CPFL Rio 92 Estudo sobre o etanol na redução de Gases do Efeito Estufa (GEE) Importância do etanol combustível na redução das emissões de carbono Fonte: unica Criação de um novo produto comercializável
Desafios e Oportunidades no Setor Sucroenergético: Década de 95-2005: Resultados do Proálcool: Sucateamento da frota de carros à álcool Venda de carros à álcool < 1% das vendas. Usinas: Desistindo de produzir álcool Sobrevivendo com produção de açúcar 2003: Primeiro carro Flex Fonte: unica
Desafios e Oportunidades no Setor Sucroenergético: Década de 2000: Usinas: Desistindo de produzir álcool Sobrevivendo com produção de açúcar Gestão da crise do etanol: Parceria c/ montadoras 2003: Primeiro carro Flex Fonte: unica
Desafios e Oportunidades no Setor Sucroenergético: Década de 2000: Revolução do Flex: Em 2003 as vendas do Flex representavam 3,5%. Em 2010 as vendas pulam para 95%. 2003-2010: 160 milhões de toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas em substituição da gasolina pelo etanol. Fonte: Anfavea
Movimentos de Crescimento e Retração do Setor Década de 2000: Revolução do Flex: O Flex traz novo ânimo para a retomada da produção de etanol. Começam a ser desenvolvidos novos mercados para o etanol (exportação, plásticos). Novos projetos de usinas começam a ser estudados. Investidores internacionais e multinacionais avaliam investir no setor. 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 Produção de Etanol Brasil ( Mil M³) Início da entrada de Multinacionais no setor Fonte: unica
Movimentos de Crescimento e Retração do Setor Década de 2005-2015: Novas Usinas x Desativação x Capacidade 121 Novas Unidades Desativação de 51 Unidades
Fonte : Itau BBA Canaplan Abril 2013 Movimentos de Consolidação no Setor
Perspectivas para os produtos derivados da cana-de-açúcar
Perspectivas para os produtos derivados da cana Premissas:
Premissas: Perspectivas para os produtos derivados da cana Revolução do Flex: Projeção baseada na estimativa de demanda de combustíveis do Ministério de Minas e Energia. Taxa de crescimento estimada pelo governo Qualidade e produtividade da cana mantida com base na safra 2015-16 Não foi considerada produção a partir de tecnologia que não está sendo praticada no mercado atual (ex.: etanol de 2ª geração). Não foi considerado nenhum excedente de produção (estoque atual será mantido constante). Não há crescimento previsto para a região NNE. Produção considerada constante.
Premissas: Perspectivas para os produtos derivados da cana
Premissas: Perspectivas para os produtos derivados da cana Crescimento de Combustível Total - Brasil 1.000 m³ 53.512 57.837 59.531 70.339 Fonte : ANP e Bioagencia 2013 2014 2015 2020
Premissas: Perspectivas para os produtos derivados da cana Consumo Total de Combustível Gasolina C 1.000 m³ 49.850 53.671 55.013 65.000 Fonte : ANP e Bioagencia 2013 2014 2015 2020
Etanol Hidratado 1.000 m³ 13,8% 8,5% 18,2% 12.206 13.885 15.061 17.795 2013 2014 2015 2020 Fonte : ANP e Bioagencia
Etanol Anidro 1.000 m³ 10,7% 9,4% 18,0% 9.930 10.988 12.026 14.187 Fonte : ANP e Bioagencia 2013 2014 2015 2020
Total de Etanol (Anid + hid) 1.000 m³ 12,4% 8,9% 18,1% 22.136 24.873 27.087 31.982 Fonte : ANP e Bioagencia 2013 2014 2015 2020
Gasolina C 1.000 m³ 18,2% 6,4% 1,2% 41.306 43.952 44.470 52.543 Fonte : ANP e Bioagencia 2013 2014 2015 2020
Gasolina A 1.000 m³ 31.376 32.964 32.444 38.357 Fonte : ANP e Bioagencia 2013 2014 2015 2020
Oferta de Gasolina A 1.000 m³ 1.976 2.564 2.044 7.957 29.400 30.400 30.400 30.400 Fonte : ANP e Bioagencia 2013 2014 2015 2020 Gasoline A Production Gasoline Import
Importação de Gasolina A Fonte : ANP e Bioagencia 1.000 m³ 8.000 7.000 6.000 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 0 29,7% -20,3% 1.976 2.564 2.044 289,3% 7.957 2013 2014 2015 2020
Exportação de Etanol 1.000 m³ 758 730 600 1.632 553 330 500 938 Fonte : ANP e Bioagencia 13/14 14/15 15/16 20/21 Export Hidratado Export Anidro
Market Share do Hidratado/Total de combustíveis 1.000 m³ 41.306 43.952 44.470 52.543 12.206 13.885 15.061 17.795 Fonte : ANP e Bioagencia 2013 2014 2015 2020 Gasoline C Etanol Hydrous
80,00 70,00 60,00 59 Mercado de Combustíveis Brasil 70 701 800,0 700,0 50,00 40,00 30,00 20,00 580 32 27 2015 2020 Ethanol Gasoline A Otto Cycle Cane C-S ( M ton ) 38 32 600,0 500,0 400,0
Expectativa de produção de Etanol, Açúcar e Cana Centro-Sul Anidro (mil m³) Hidratado (mil m³) 2,3% 1,8% 21,5% 14.524 15.338 15.600 18.595 Cana moída (mil ton) -4,3% 1,6% 21% 11.014 10.783 11.000 13.737 13/14 14/15 15/16 20/21 Açúcar (mil tons) 17,5% -6,7% 596.936 571.049 580.000 701.200 34.271 31.969 32.000 37.600 13/14 14/15 15/16 20/21 13/14 14/15 15/16 20/21
Premissas: Perspectivas para os produtos derivados da cana Recursos Necessários para atender a estimativa de demanda do governo: Questionamentos: Ano/safra 20/21 Cana adicional (mil tons) 121.200 Moagem média 1 usina (mil tons) 3.000 Qtde. usinas necessárias 40 Como esta potencial demanda poderá ser atendida? Existe tecnologia e mão-de-obra suficiente para atender este crescimento? O modelo de gestão de negócios atual é apropriado para este novo cenário? Existem novos investidores interessados? Novas consolidações? O que levaria o setor a não aproveitar estas oportunidades?
Perspectivas para os produtos derivados da cana Considerações Finais: O setor sucroenergético já passou por vários desafios em que as crises se transformaram em oportunidades para o setor se reinventar e manter sua relevância na economia do país. Os desafios atuais podem ser oportunidades para novas inovações. As ameaças não podem ser maiores que as oportunidades para um setor que produz: Alimento Combustível (verde) Energia (renovável)
Perspectivas para os produtos derivados da cana Reflexão: Não é a espécie mais forte que sobrevive, nem a mais inteligente, mas aquela que responde melhor às mudanças (Charles Darwin)
OBRIGADO! Paulo Andrés Trucco da Cunha E - mail: paulotrucco@gmail.com