Tecnologia Assistiva: uma análise das percepções dos professores sobre o uso desse recurso na promoção da inclusão educacional

Documentos relacionados
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NA EDUCAÇÃO: Ferramentas Facilitadoras de Inclusão Digital

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO BÁSICA RBEB

MISTURAS AZEOTRÓPICAS E EUTÉTICAS E SUA ABORDAGEM NO ENSINO PARA DEFICIENTES VISUAIS

A PRÁTICA PEDAGÓGICA E O PROCESSO DE INCLUSÃO DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NOS ANOS INICIAIS

TÍTULO: A EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA- SURDOCEGUEIRA: UM DESAFIO EDUCACIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO.

Palavras-chave: Educação Matemática. Educação Inclusiva. Formação de professores.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: perspectivas para a melhoria da educação para todos

A biblioteca escolar na visão dos estudantes do Curso de Pedagogia UFAL

INDICADORES DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO DOS ALUNOS NO ESNINO FUNDAMENTAL (5º. AO 9º. ANO) DE UMA ESCOLA PÚBLICA MINEIRA

ÂNGULOS O ENSINO DE GEOMETRIA

FORMAÇÃO DO PEDAGOGO: VIVÊNCIAS EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES NO ESTÁGIO CURRICULAR DO CURSO DE PEDAGOGIA/EAD.

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONCEPÇÃO DOS DISCENTES SOBRE A FORMAÇÃO INICIAL DOS LICENCIANDO EM QUÍMICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

A INCLUSÃO DE SURDOS NO ENSINO AGRÍCOLA: UM DESAFIO DO IFPE CAMPUS VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

O USO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA EM SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS DO MUNICÍPIO DE DOURADOS-MS

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA

A INCLUSÃO ESCOLAR NA CIDADE DE AREIA (PB): CARACTERÍSTICAS DOS ALUNOS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: TECNOLOGIA ASSISTIVA E A COMUNICAÇÃO

Palavras-chave: Formação de professores; Educação de jovens e adultos; Políticas públicas.

ENSINO COLABORATIVO E ADAPTAÇÃO DE ATIVIDADES: O CONHECIMENTO

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL DO CAMPO. Francislene Neres Santos Silva 1 Arlete Ramos dos Santos 2 Lisângela Silva Lima 3

CONHECIMENTO DOS PROFESSORES ACERCA DA TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO REGULAR

educação e tecnologia

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA SOB A ÓTICA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E AÇÕES COMUNITÁRIAS NÚCLEO DE ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONCEPÇÕES DOS PARTICIPANTES DO CURSO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA ALUNOS SURDOS

A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA: PERSPECTIVAS DA UNIDADE ESCOLAR E O PAPEL DO CUIDADOR

A PERSPECTIVA DOS ALUNOS DO CENTRO DE ENSINO CÔNEGO ADERSON GUIMARÃES JÚNIOR SOBRE O USO DA REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM

Desenvolvimento de Cadeira Auxiliar para Crianças com Deficiências Múltiplas em atividades realizadas em sala de aula

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - SEMEC CONCURSO PÚBLICO N.º 01/2011 EDITAL N.º 01/2011, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011.

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA POPULAÇÃO ATENDIDA PELA APAE DE VIÇOSA, MG Tamara Carolina Figueiredo 1, Isabel Cristina Silva 2.

INSERÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NA REDE REGULAR DE ENSINO: ANÁLISE DOS RELATOS REALIZADOS COM PROFESSORES DE ESCOLAS MUNICIPAIS

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - SEMEC CONCURSO PÚBLICO N.º 01/2011

ESTUDANTES COM DEFICIENCIA INTELECTUAL

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO

CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 DO IPOJUCA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE ENSINAR EDUCAÇÃO FINANCEIRA

PLANO DE CURSO CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA

PARALISIA CEREBRAL: UM ESTUDO DE CASO DE SOUZA, M.M.¹, CAMARGO, F.N.P.²

343 de 665 VIII SEMINÁRIO DE PESQUISA EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS ISSN

Palavras-chave: Promoção da saúde. Enfermagem. Neoplasias da mama. Neoplasias de próstata. Pessoas com deficiência.

A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL CONGÊNITA E ADQUIRIDA ATRAVÉS DE JOGOS PEDAGÓGICOS.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Pró-reitora de Graduação Sistema Integrado de Núcleos de Acessibilidade

Material elaborado pela professora Tásia Wisch - PNAIC

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE UMA ESCOLA DO MUNICIPIO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA SP, SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL.

Apresentação. Regina Celia Linhares Hostins Marcia Denise Pletsch

NAPNE: UMA FERRAMENTA EM CONSTRUÇÃO PARA POLÍTICAS INCLUSIVAS DE ACESSO A EDUCAÇÃO.

O TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR: ANALISE, REFLEXÃO E FORMAÇÃO EM FOCO.

OBJETOS DIDÁTICOS PARA ENSINO DE ASTRONOMIA COM ALUNOS CEGOS

FORMAÇÃO DE PROFESSORES E INCLUSÃO ESCOLAR: A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS EGRESSOS DA NOVA GRADE CURRICULAR DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNESP/MARÍLIA

RELATÓRIO FINAL DO SAPP DE 2012

GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DA CARTOGRAFIA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

TRAJETÓRIAS PROFISSIONAIS DOS EGRESSOS DE CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA DA FIBRA ( )

FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS EM ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Mário H. Tarumoto FCT/UNESP Olga L. Anglas R. Tarumoto FCT/UNESP

FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE TREMEDAL BAHIA

OS RECURSOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA COMO ARTEFATOS DIDÁTICOS FAVORECEDORES DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS

JOGO LA VOUIVRE: SERPENTES E ESCADAS COMO FACILITADOR DO ENSINO DE QUIMICA ORGÂNICA

A PRÁTICA CURRICULAR E AS TECNOLOGIAS NAS ESCOLAS MUNICIPAIS E ESTADUAIS: desafios e possibilidades

MATEMÁTICA E INCLUSÃO: O PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM DE ALUNOS CEGOS EM CLASSES REGULARES E A UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E SUPLEMENTAR NO ENSINO FUNDAMENTAL: ADAPTAÇÕES DAS ATIVIDADES PEDAGÓGICAS DE UM ALUNO COM DEFICIÊNCIA FÍSICA RESUMO

EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA E AS POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO NO CONTEXTO EDUCACIONAL: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO

Palavras-chave: Deficiência Intelectual, aluno, inclusão. Introdução

Palavras-chave: Educação Física. Produção Colaborativa de Práticas Corporais Inclusivas. Alunos público alvo da Educação Especial. 1.

DIFICULDADES RELATADAS POR ALUNOS DO ENSINO MÉDIO NO PROCESSO DE ENSINO DE QUÍMICA: ESTUDO DE CASO DE ESCOLAS ESTADUAIS EM GRAJAÚ, MARANHÃO 1

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

USOS E APROPRIAÇÕES DO CELULAR NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NO ENSINO MÉDIO E SUPERIOR

Base Nacional Comum. Currículo em discussão...

INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NA ESCOLA

SUGESTÕES DE AULAS DO PORTAL DO PROFESSOR PARA A DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, NA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Ciências Humanas e Educação a Distância: um estudo sobre Grupos de Pesquisa no Brasil. Edvaldo Souza Couto UFBA Ramon Missias-Moreira - UFBA

Autores: Nádia Barcelos da Silva Simone De Mamann Ferreira Co- autores: Eloisa Barcellos de Lima Helen Denise Daneres Lemos Heloísa Barbosa de Sousa

O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

EXPERIÊNCIAS DE PRÁTICA ENQUANTO COMPONENTE CURRICULAR NO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO 4 CURRÍCULO DE MATEMÁTICA NO ENSINO BÁSICO III SIMPÓSIO NACIONAL RIO DE JANEIRO 17 a 19/11/17

XVIII ENDIPE Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira

OS RECURSOS TECNOLÓGICOS UTILIZADOS PELOS ALUNOS DO PEG

MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA: FORMAÇÃO DOCENTE NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA REDE PÚBLICA DE MANAUS

AS DIFICUDADES NO ENSINO DA MATEMÁTICA PARA ALUNOS SURDOS NA EREM MACIEL MONTEIRO NO MUNICÍPIO DE NAZARÉ DA MATA, PE

ANÁLISE QUANTITATIVA A PESQUISA CIENTÍFICA SOBRE AVALIAÇÃO ESCOLAR NO ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA

CURSO PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA

CONCEPÇÕES DE EDUCADORES SOBRE O PARQUE ZOOLÓGICO MUNICIPAL DE BAURU COMO ESPAÇO NÃO FORMAL DE ENSINO E APRENDIZAGEM

JANAÍNA LARRATE MARISTELA SIQUEIRA VERA LÚCIA VAL DE CASAS. INSTITUTO MUNICIPAL HELENA ANTIPOFF SME/RJ

ENCONTRO NACIONAL ASSISTÊNCIA HUMANITÁRIA EM SITUAÇÃO DE RISCO E DE DESASTRES 2010 METODOLOGIA

A percepção de inclusão dos discentes numa escola regular do Ensino Médio na cidade de Matinhas-PB

INTRODUÇÃO; ÁREA DE ESTUDO; OBJETIVO; MÉTODOS UTILIZADOS; VALE PENSAR... URGE REFLETIR... ; DESCOBERTAS... REDESCOBERTAS... ; CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Dossiê: Livro Didático e Ensino de História

CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA E O PAPEL DA TERAPIA OCUPACIONAL

DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA ALIADO AO USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NA PERSPECTIVA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA E NO ATENDIMENTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL.

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM LEITURA E ESCRITA NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CORNÉLIO PROCÓPIO: ESTRATÉGIAS E DIFICULDADES DOS PROFESSORES

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO REGULAR: A VISÃO DOS PROFESSORES ESPECIALISTAS

O NAPNE COMO ALTERNATIVA DE PROMOÇÃO DA INCLUSÃO NO IFAL

INCLUSÃO ESCOLAR- O QUE A SALA DE RECURSOS TEM A VER COM ISSO?

CONCEPÇÕES SOBRE O PEDAGOGO NA FORMAÇÃO ESCOLAR: UM OLHAR SOBRE A COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

COMO ESTÃO AS ESCOLAS PÚBLICAS DO BRASIL?

EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA PROFESSORES: FORMAÇÃO CONTINUADA NO SEMIÁRIDO PARAIBANO.

CONHECENDO AS NECESSIDADES INFORMACIONAIS DOS ALUNOS DO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM FÍSICA DO IFRN CAMPUS JOÃO CÂMARA: ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Licenciatura em Educação Física no ano de

Avaliação do Estudante com Necessidades Educacionais Especiais em Ambientes Inclusivos

CIRANDA DA EDUCAÇÃO CONQUISTA D OESTE CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO CONQUISTA D OESTE

Transcrição:

Tecnologia Assistiva: uma análise das percepções dos professores sobre o uso desse recurso na promoção da inclusão educacional Cláudia Danielle de França Otoni Rejane Fernandes da Silva Vier Prof. Dra. Rosemari Monteiro Castilho Foggiatto Silveira Prof. Dra. Sani de Carvalho Rutz da Silva Eixo Temático: Tecnologia Assistiva Formação de professores- Tecnologia Assistiva- Inclusão educacional 1. Introdução A inclusão educacional ainda é considerada um grande desafio para muitos educadores que atuam na classe comum do ensino regular. A proposta de educação inclusiva é assegurada pela lei e por políticas públicas específicas, competindo à escola a tarefa de atender a essa demanda de modo a garantir não somente o acesso ao espaço escolar, mas ao processo ensino aprendizagem. A busca de recursos e estratégias que realmente supram às necessidades e especificidades de cada aluno é uma cátedra a ser assumida pelo professor com o intuito de efetivar a inclusão. No entanto, há que se considerar a importância da formação desses professores para o conhecimento e aplicação dos recursos de modo a garantir a sua eficácia na promoção da inclusão educacional.

2. Objetivos Esse estudo teve por objetivo identificar o conhecimento prévio dos professores de duas instituições da rede estadual de ensino do município de Ponta Grossa, Paraná, sobre a Tecnologia Assistiva, bem como refletir sobre o uso dos seus recursos na promoção da inclusão educacional de alunos com deficiência na rede regular de ensino. 3. Métodos Para o estudo foi realizada uma pesquisa quantitativa, sendo utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário aplicado para oitenta e dois (82) professores do ensino fundamental de duas instituições da rede estadual de ensino do município de Ponta Grossa, do interior do estado do Paraná, que atendem alunos com deficiência inclusos na rede regular de ensino. As escolas foram escolhidas por oferecerem estrutura física e recursos materiais adaptados para a inclusão de alunos com deficiência física e intelectual e assim atenderem a essa demanda de alunos. O questionário foi composto por questões abertas e fechadas que suscitaram da prática das autoras como professoras das séries finais do ensino fundamental que atendem alunos de inclusão. Os dados foram codificados, interpretados e descritos, sendo preestabelecidas duas categorias de análise: A Tecnologia Assistiva como recurso facilitador na promoção da inclusão educacional e A formação do professor para o uso da Tecnologia Assistiva. 4. Resultados Assim como a sociedade de um modo geral é marcada pelo desenvolvimento tecnológico a educação também é influenciada expressivamente por essas novas tecnologias. Nesse estudo evidenciou-se a possibilidade de utilização dos recursos tecnológicos na promoção da inclusão educacional, bem como a busca dos professores por estratégias e recursos alternativos que visem à inserção de todos os alunos no processo de ensino aprendizagem.

Dos professores respondentes trinta e um (31) afirmaram trabalhar ou já ter trabalhado com alunos de inclusão. No entanto, desses oitenta e dois (82) professores apenas dezessete (17) sabem o que é Tecnologia Assistiva. O estudo apontou que dos professores respondentes nove (9) afirmaram utilizar ou já terem utilizado os recursos de Tecnologia Assistiva no trabalho com alunos com deficiência na promoção da inclusão. Dentre as dificuldades destacadas pelos professores para incluir o aluno com deficiência ao restante da turma foi a falta de conhecimento específico dos recursos necessários. Ao responderem a questão sobre a formação direcionada à educação especial e ao conhecimento de recursos da Tecnologia Assistiva, cinquenta e três (53) professores relataram não ter formação adequada ou cursos que subsidiassem a utilização desses materiais. Apesar das duas escolas investigadas possuírem vários materiais adaptados, apenas dezenove (19) professores, afirmaram utilizar os recursos. Quanto ao acesso aos recursos doze (12) professores afirmaram ter ciência da existência desses recursos e que os mesmos são acessíveis a todos os profissionais da escola. Ao incluir alunos com deficiência em turmas de ensino regular, é fundamental saber se o aluno necessita de materiais adaptados, bem como se o professor também necessita de treinamento para saber conduzir esses recursos e desse modo trazer benefícios aos alunos, atendendo de fato as suas necessidades e especificidades. 5. Discussão A Tecnologia Assistiva é considerada um recurso especializado para o atendimento às pessoas com deficiência no contexto escolar, o qual tem o objetivo de proporcionar ao aluno com deficiência a ampliação de suas habilidades, a inclusão e a tentativa de integra-los com o restante da turma (BERSCH, 2013). De acordo com os estudos de Galvão Filho (2009) a terminologia Tecnologia Assistiva ainda é considerada recente, trata-se de todas as possibilidades e recursos que ajudam no desenvolvimento das pessoas com deficiência. Os dados apresentados na pesquisa sugerem que apesar da inclusão educacional ser uma proposta já evidenciada nas escolas, ainda há necessidade de promover a formação dos

professores para a prática pedagógica inclusiva e o uso da Tecnologia Assistiva, pois muitos professores ainda desconhecem os recursos disponíveis. Embora os recursos tecnológicos sejam grandes agentes facilitadores no desenvolvimento da inclusão escolar, o professor inicialmente, necessita observar as dificuldades e limitações do estudante, por meio dessas informações é possível buscar recursos que atendam as necessidades especificas de cada aluno. (ROCHA; DELIBERATO, 2012) Empregados para dar amparo à inclusão de pessoas com deficiência, esses recursos por si só, não são suficientes para suprir todas as necessidades da educação inclusiva. Acredita-se que a formação dos professores para a inclusão educacional, é imprescindível não somente para o manejo de tais recursos, mas na adequação às necessidades e realidade dos alunos de modo a propiciar uma educação realmente inclusiva e de qualidade. Weinert et al. (2011) alertam para a importância de direcionar o olhar para a formação do professor visando a atender as dificuldades apresentadas por esses profissionais para o uso das novas ferramentas de aprendizagem. Na pesquisa trinta e oito (38) informantes relatam que nunca participaram de curso ou formação sobre a Tecnologia Assistiva, número bastante significativo que chama a atenção para a necessidade de redimensionar a formação continuada dos profissionais de modo a atender essa demanda cada vez mais significativa nas escolas. 6. Conclusão A pesquisa aponta que ainda pouco se conhece sobre a terminologia Tecnologia Assistiva, sendo essa uma terminologia considerada por muitos educadores recente. Porém, há um contraponto que se perpetua no meio escolar, que é o discurso sobre os caminhos para a inclusão educacional e esse não condiz com a condição de falta de conhecimento sobre o assunto. O trabalho com alunos com deficiência depende em grande parte da utilização de recursos de Tecnologia Assistiva e esses devem fazer parte da formação continuada de professores que já atuam com alunos de inclusão. Todavia, o que se percebe é que o ideal ainda não é atingido nas instituições pesquisadas.

Uma questão constatada na pesquisa é a necessidade de formação inicial e formação continuada de professores, que preconize a inclusão educacional como uma realidade a ser trabalhada e conduzida pelo professor. Que essa formação disponha do conhecimento de recursos e estratégias de ensino necessárias a prática inclusiva. Identifica-se também a necessidade de trabalho em conjunto entre os professores das diferentes áreas de ensino, a equipe pedagógica e professores especialistas no atendimento aos alunos inclusos. É imprescindível que o conhecimento de recursos e estratégias de ensino especial, bem como o acesso aos recursos não se restrinja aos professores especializados, mas sim a todos os profissionais da escola, mesmo porque a inclusão é um desafio para todo o coletivo escolar. 7. Referências BERSCH, Rita. Introdução a Tecnologia Assistiva. Assistiva Tecnologia e Educação. Porto Alegre RS. Disponível em: < http://www.assistiva.com.br/introducao_tecnologia_assistiva.pdf>. Acesso em: 13 de out. 2015. GALVÃO FILHO, Teófilo. A. A Tecnologia Assistiva: de que se trata? In: MACHADO, G.C.; SOBRAL, M. N. (Orgs.) Conexões: educação, comunicação, inclusão e interculturalidade. 1 ed. Porto Alegre: Redes Editora, p. 207-235, 2009. Disponível em: <http://www.galvaofilho.net/ta_dequesetrata.htm >. Acesso em: 23 de fev. 2015. ROCHA, Alia N. D. C.; DELIBERATO, Débora. Tecnologia assistiva para a criança com paralisia cerebral na escola: identificação das necessidades. Revista Brasileira de Educação Especial. Marilia, v.18, n.1, p. 71-92, Jan. Mar., 2012, 2011. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s1413-65382012000100006&script=sci_arttext >. Acesso em: 30 mai. 2014. WEINERT, Mariane Eliza; LIMA, Siumara Aparecida de; GRAVONSKI, Isabel Ribeiro; MOREIRA, Herivelto. O uso das tecnologias de informação e comunicação no cotidiano escolar das séries iniciais: panorama inicial. Revista Brasileira Ensino de Ciência e Tecnologia. V.4, n.3, set/dez. 2011. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/rbect/article/download/926/734. Acesso em: 13 de fev. 2015.