Relatório de estabilidade financeira Banco Central do Brasil - Março, 2015

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Transcrição:

Relatório de estabilidade financeira Banco Central do Brasil - Março, 215 Elaboração: Assessoria Econômica ABBC

Sumário Base: 2º semestre de 21 O Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central apresenta um quadro bem favorável ao sistema bancário nacional. A despeito do ambiente externo complexo e dos desafios impostos ao equilíbrio macroeconômico, o sistema apresenta baixo risco de liquidez e nível elevado de solvência, o que pode ser constatado no incremento dos ativos líquidos detidos pelas instituições financeiras, nas simulações dos requerimentos de Basileia III previstas para conclusão em 219 e nos resultados dos testes de estresse. Tanto o risco de liquidez de curto prazo como o da liquidez estrutural permanece baixo. No segundo semestre de 21 houve forte elevação dos ativos líquidos, fortemente influenciada pela mudança do mix de captações dos bancos que reduziu o volume das exigibilidades do compulsório. Observa-se uma tendência de deterioração na relação entre as captações com recursos estáveis e o crédito. Porém, segundo o BC, permanece em patamar compatível com o aumento do prazo médio da carteira de crédito doméstica. A desaceleração do crescimento do estoque, a elevação das taxas de juros aos tomadores, a relativa estabilidade do nível e do índice de cobertura da inadimplência são as principais tendências no mercado de crédito. A elevação das taxas de juros contribuiu para impulsionar o resultado das instituições financeiras. A contínua desaceleração do crédito nos bancos públicos, bem como as tendências para demanda e oferta, sugerem a manutenção ou até a redução do baixo crescimento do estoque. Quanto à inadimplência, não obstante às incertezas derivadas do ambiente econômico nacional e internacional e dos elementos do mercado doméstico, o BC não espera variações abruptas. Para ele, ainda que ocorram alterações do cenário com alguma elevação mais significativa da inadimplência, o SFN, em geral, apresenta adequados fundamentos para fazer frente a esse ambiente. A solvência do sistema bancário permaneceu estável e as métricas utilizadas para sua mensuração continuaram em patamar elevado. Os índices de capitalização seguem em níveis superiores aos dos requerimentos regulatórios, o que, associado aos resultados da simulação da plena implementação do arcabouço de Basileia III e da introdução do futuro requerimento de razão de alavancagem, confirmam a solidez do sistema. Nas simulações de situações de estresse, o sistema bancário brasileiro apresentou adequada capacidade de suportar efeitos de choques decorrentes de cenários adversos, bem como mudanças abruptas nas taxas de juros, de câmbio, na inadimplência ou nos preços dos imóveis residenciais.

mar/1 jun/1 set/1 dez/1 mar/11 jun/11 set/11 mar/12 set/12 mar/13 set/13 mar/1 set/1 Liquidez de curto prazo Índice de liquidez - IL Distribuição no sistema bancário Número de instituições 3, 2,5 63 72 2, 2,2 1,5 1,,5 22 18 IL <,8,8 IL < 1, 11 6 6 7 9 8 1 7 8 9 3 1, IL < 1,2 IL < 1, IL < 1,6 IL < 1,8 IL < 1,2 1, 1,6 1,8 2, IL 2, Jun/21 Dez/21 O IL representa a proporção entre o volume de ativos líquidos e o fluxo de caixa estressado para o prazo de um mês. A métrica utiliza conceitos similares aos do Liquidity Coverage Ratio (LCR), introduzido por Basileia III. O LCR foi regulamentado pela Resolução nº.5/15 e pela Circular nº 3.79/15, devendo ser calculado e divulgado para instituições financeiras com ativos superiores a R$ 1 bilhões. A implementação começará em outubro de 215. O índice inicia com 6, subindo 1 p.p. por ano até alcançar 1 em 219. A partir do segundo semestre de 213, a liquidez do sistema bancário apresentou elevação, fechando dezembro de 21 em 2,2. No último semestre, houve forte elevação dos ativos líquidos, com crescimento de R$ 82 bilhões, o que corresponde a uma variação anual de 31,7. Segundo o BC, esse movimento tem forte influência da mudança do mix de captações das instituições financeiras. Verifica-se também uma melhora na composição do IL entre os participantes do sistema bancário, com a redução do número de instituições com índice inferior a 1 e aumento das com índice superior a 1,8. Relatório de Estabilidade Financeira - Março 215 Página 1

jun/9 set/9 dez/9 mar/1 jun/1 set/1 dez/1 mar/11 jun/11 set/11 mar/12 set/12 mar/13 set/13 mar/1 set/1 ago/12 out/12 fev/13 fev/1 abr/1 ago/1 out/1 Liquidez Estrutural Captação estável sobre crédito Perfil do Funding 12 2 122 18 12 16 1,5 118 1 116 11 112 116,7 12 1 8 11, Compulsório/Captações domésticas Captações externas/captação total Define-se como liquidez estrutural a relação entre os recursos estáveis ou os que apresentam risco reduzido de saída em períodos de estresse (ex.: captações de varejo e de longo prazo) e as operações de crédito. Entre os instrumentos de captação de maior estabilidade encontram-se poupança, LFs e LCIs. Constata-se, a partir de setembro de 211, redução na proporção das captações com recursos estáveis em relação ao crédito. Porém, para o BC, o nível permanece compatível com a elevação do prazo médio da carteira de crédito doméstica, de,6 meses em setembro/11 para 36,1 meses em dezembro/1. A mudança no mix das captações domésticas dos bancos está expressa na redução da participação das exigibilidades do compulsório. A utilização de recursos externos como fonte de financiamento do sistema bancário permanece baixa. No último semestre, a captação externa reduziu-se em US$ 8 bilhões. Contudo, por causa da depreciação do real, houve elevação na participação em relação à captação total. Relatório de Estabilidade Financeira - Março 215 Página 2

jun/11 ago/11 out/11 fev/12 abr/12 ago/12 out/12 fev/13 fev/1 abr/1 ago/1 out/1 Índice de cobertura - IC Índice de cobertura 3 Distribuição no sistema bancário Número de instituições 55 56 2 15 1 5 171,7 9 12 11 15 17 12 11 11 IC<,7,7 IC<1 1 IC<1,3 1,3 IC<1,6 1,6 IC<1,9 IC 1,9 Públicos Privados Total Jun/1 Dez/1 Comparação internacional Apesar de já ter apresentado níveis mais elevados, em 21, o índice de Japão Reino Unido Itália Grécia França Espanha Russia EUA Turquia Chile México Argentina Brasil China 23,7 39,8 2,6 9,5 55,9 56,8 69,8 7,5 7,8 18,2 132, 138,3 171,7 262,9 5 1 15 2 3 Fonte: Fundo Monetário Internacional/Indicadores de solidez financeira últimos dados disponíveis cobertura entendido como a relação entre o nível de provisões sobre o volume total de inadimplência do sistema bancário, mantém relativa estabilidade, com aumento de,7 p.p. no segundo semestre. O indicador permanece em patamar superior ao mantido na maioria das jurisdições. Contudo, há uma redução nos bancos públicos, ainda que esses tenham renegociado e cedido créditos inadimplentes sem retenção de riscos com a respectiva baixa contábil e redução da inadimplência. Outras métricas como a relação entre as provisões constituídas e os créditos baixados para prejuízo nos doze meses seguintes, ou as provisões constituídas e o total da carteira de maior risco (E-H) confirmam, também, a adequação do volume de provisões. A análise de dispersão do indicador mostra que houve aumento do número de bancos com IC menor do que,7. Mas a relevância dessa carteira sobre o SFN manteve-se estável em relação a junho de 21. O BC sublinha que 97 dessa carteira encontra-se no ativo de instituições com IC superior a 1,3. Relatório de Estabilidade Financeira - Março 215 Página 3

fev/12 abr/12 ago/12 out/12 fev/13 fev/1 abr/1 ago/1 out/1 fev/12 abr/12 ago/12 out/12 fev/13 fev/1 abr/1 ago/1 out/1 fev/12 abr/12 ago/12 out/12 fev/13 fev/1 abr/1 ago/1 out/1 Crédito PJ PMEs (Crescimento anual) PMEs (Inadimplência) 35 3 2 15 1 5-5 5, 1, 6 5 3 2,2 3,9 3,7 Público Privado Total Grandes Empresas,6 2,5 19,5, 15,,3 1,2 5,1, Crescimento anual Inadimplência Público Privado Total Com maior aversão ao risco e menor demanda, o crédito para pequenas e médias empresas (PMEs) com dívidas inferiores a R$ 1 milhões apresenta forte desaceleração. O movimento é mais acentuado nos bancos públicos. Com isso, perde-se participação no estoque total de crédito PJ, saindo de 5 em para 2,5 em. Apesar da trajetória de alta da taxa de inadimplência da carteira de PMEs dos bancos públicos, no crédito total para pessoas jurídicas apresentou leve queda no segundo semestre. Como fatores contributivos, apontam-se a relativa estabilidade dos atrasos das PMEs nos bancos privados e o aumento da participação das carteiras das grandes empresas (57,5), cuja inadimplência ficou relativamente estável, oscilando entre, e,5. Para as grandes empresas, a taxa de crescimento anual permaneceu em patamar próximo ao do ano anterior, sem grandes diferenças entre bancos de controle privado ou público. Entre os setores econômicos, o crédito para grandes tomadores cresceu mais em setores como energia e governo ao longo do segundo semestre de 21. Relatório de Estabilidade Financeira - Março 215 Página

ago/12 out/12 fev/13 fev/1 abr/1 ago/1 out/1 Comprometimento de renda PF Famílias e tomador de crédito CRTC/SFN 26 2 23 22 21 2 23, 21,2 23 21 19 17 2,9 2,1 2,3 23,7 21,3 2,9 15,9 15,7 23,7 23, Comprometimento da renda famílias Comprometimento da renda tomador de crédito 15 Até 3 s.m. 3 a 5 s.m. 5 a 1 s.m. > 1 s.m. SFN Junho 21 Dezembro 21 CRTC/Conglomerado Número de instituições 1 3 O relatório apresenta a evolução do comprometimento de renda das famílias sob o enfoque dos agregados monetários, considerando-se toda população (CRF) e somente os tomadores de crédito no SFN (CRTC). Não há alterações significativas na capacidade de pagamento e, apesar das diferenças metodológicas, ambas as séries indicam ligeira redução do comprometimento da renda na comparação anual. Pode-se observar redução da inadimplência em todas faixas de renda. Porém, o BC sublinha que a magnitude da melhora nas faixas de menor renda é oriunda das cessões de crédito para fora do SFN pelos bancos públicos. CRTC abaixo de 3 CRTC de 3 a CRTC acima de 2 No segundo semestre de 21, houve queda no CRTC em todas as faixas de menor renda. O CRTC de 78 dos conglomerados financeiros que operam com PF é inferior a, considerando-se todo o crédito tomado nas demais instituições. Em termos gerais para o BC, isso representa que os limites das políticas de concessão de crédito das instituições financeiras estão em níveis razoáveis. Relatório de Estabilidade Financeira - Março 215 Página 5

dez/9 mar/1 jun/1 set/1 dez/1 mar/11 jun/11 set/11 mar/12 set/12 mar/13 set/13 mar/1 set/1 Rentabilidade RSPL a.a. 3 2 13,8 15 12,8 1 5 Distribuição no sistema bancário 6 7 35 37 6 RSPL < < RSPL <,85 * Selic RSPL >,85 * Selic Públicos Privados Jun/1 Dez/1 Comparação internacional a.a. Itália EUA Coreia do Sul R. Unido França Japão Índia Brasil Turquia México África do Sul A. Saudita China Indonésia Canadá 1,2 3,1,2 8, 8, 11,7 12,8 15,2 16,1 17,9 18,2 19,2 Fonte: Fundo Monetário Internacional/Indicadores de solidez financeira últimos dados disponíveis 22,6 23, 5 1 15 2 O retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL) do sistema bancário avançou,3 p.p. no semestre, atingindo 13, a.a. em dezembro de 21 e ampliando a vantagem em relação à proxy para taxa livre de risco. Desde dezembro de 29, o RSPL dos bancos públicos vem se reduzindo. Já a partir do início de 213, os bancos privados apresentam uma evolução positiva. Considerando as instituições individualmente, verificou-se redução no número de instituições com prejuízo acumulado nos últimos doze meses. Para o BC, essa melhora deve-se principalmente a um grupo de instituições que conseguiu reverter prejuízos em razão de rendas com títulos e valores mobiliários, câmbio e aplicações em moedas estrangeiras. Quando comparado com outras jurisdições, o RSPL do sistema bancário apresenta boa rentabilidade, principalmente com o padrão das principais economias avançadas. A expectativa do BC é que, se confirmadas as previsões para o crescimento de crédito, não haverá ganho expressivo no volume de operações. A margem líquida sofrerá pressão da elevação do custo de captação e da dinâmica da inadimplência. Relatório de Estabilidade Financeira - Março 215 Página 6

fev/13 fev/1 abr/1 ago/1 out/1 mar/11 jun/11 set/11 mar/12 set/12 mar/13 set/13 mar/1 set/1 Eficiência Decomposição dos resultados Rentabilidade líquida das operações a.a. 35,8 36,6 Serviços 6,6 8,1 Participação Societária 1,3 39,7 17, 2,8 -,7-5,2 Crédito Tesouraria Outros resultados não operacionais 18 16 1 12 1 8 6 2 1, 1,9 Dez/13 Dez/1 Públicos Privados Despesas administrativas a.a. 16 1 12 1 8 6 2 Públicos Privados 9, 6, Os bancos têm aumentado o foco em outros negócios, tais como seguros, previdência, capitalização e adquirência. Com isso, há recomposição das fontes de receita do sistema bancário. Houve também aumento do peso relativo de itens como participação societária e operações de tesouraria. No segundo semestre de 21, a rentabilidade bruta da carteira de crédito dos bancos públicos voltou a subir, acompanhando a elevação dos custos de captação. Isso permitiu a interrupção da queda da margem líquida. O resultado das operações de crédito dos bancos privados manteve a trajetória de crescimento, beneficiando-se do movimento de reestruturação de suas carteiras. As menores despesas de provisões têm beneficiado a margem líquida, ainda que os ganhos com o volume das operações fossem menos expressivos. As despesas administrativas nos bancos privados crescem abaixo da inflação, contribuindo para aumentar a eficiência. Já as dos bancos públicos exibem crescimento elevado quando comparado ao incremento de resultado, o que leva à piora na eficiência. Relatório de Estabilidade Financeira - Março 215 Página 7

Solvência Índices de capitalização Capital principal/rwa Número de instituições 18 16 1 12 1 8 6 2 11,8 12,9 16,6 15, 11,7 12,2 1,7 11, 15,5 12,3 13, nov-13 jan-1 jun-1 dez-1 16,7 1 12 1 8 6 2 1 3 Cap. principal <,5,5 <= Cap. Principal < 5,1 5,1 <= Cap. Principal < 7 1 8 7 <= Cap. Principal < 1,5 118 12 Cap. Principal >= 1,5 Capital Principal Patrimônio de Referência Nível I Índice de Basileia Jun/1 Dez/1 Cronograma - Circular 371/1 21 215 216 217 218 219 Capital Principal,5,5,5,5,5 Adicional de Capital,6 1, 1,875 2,5 PR,5 Nível I 5,5 5,5 6, 6, 6, 6, 11, 11, 1,5 1,5 1,5 1,5 Em dezembro de 21, o Índice de Basileia (IB) atingiu 16,7, aumento absoluto de 1,2 p.p. em relação a junho, influenciado por mudanças regulatórias (por exemplo, a ampliação dos critérios de exposição e de receita máximas para classificação de operações como varejo, a introdução do mitigador de risco de crédito para empréstimo consignado do INSS e de servidores públicos federais e a reversão das medidas macroprudenciais). O índice de capital principal que, isoladamente, supera os três requerimentos regulatórios (PR, Nível 1 e Capital Principal) apresentou aumento de 1, p.p. no período, para 12,3, influenciado por aditamento, nos bancos públicos, de instrumentos elegíveis a capital adquiridos pela União. Verifica-se melhora na capitalização de instituições financeiras entre junho e dezembro de 21, inexistindo em dezembro qualquer instituição com nível de capital principal inferior a 7 do RWA, que será o nível requerido em 219, caso o adicional de capital principal mantenha-se nos limites inferiores, conforme a Circular nº 3.71/1 (sem o colchão anticíclico). Relatório de Estabilidade Financeira - Março 215 Página 8

Simulações Basileia III Capital/ativos e IB Capital/ativos 15 12 9 6 3 China Austrália 1, 12, 1, 16, 18, 2, Índice de Basileia Rússia Índia Argentina EUA Turquia México Brasil Coreia do Sul África do Sul França Itália Japão Reino Unido Canadá Capital principal/rwa em 219 Número de instituições 1 12 1 8 6 2 3 1 Cap. principal <,5,5 <= Cap. Principal < 5,1 Jun/1 5,1 <= Cap. Principal < 7 12 11 7 <= Cap. Principal < 1,5 Dez/1 Indonésia 116 Alemanha 117 Cap. Principal >= 1,5 RA - Distribuição de frequência Número de instituições 12 1 8 6 2 2 5 6 O IB projetado, caso as regras que entrarão em vigor até 219 estivessem válidas imediatamente, seria de 13,5, enquanto a necessidade total de capital do SFN para atender aos requerimentos futuros aumentaria de R$2,1 bilhões em junho de 21 para R$ bilhões em dezembro, equivalente a,6 do PR do SFN ou a 6,5 do lucro anual do sistema em 21. Ainda com base nas simulações de Basileia III, verifica-se a estabilidade no nível de capitalização quando se considera as instituições individualmente, em linha com o dado agregado do sistema. Simulações indicam que a razão de alavancagem para o SFN (Circular 3.78/15) em dezembro de 21 seria de 7,1, bem superior ao potencial de requerimento inicial de 3 estabelecido no arcabouço internacional. A comparação dos indicadores com uma amostra de países componentes do G- 2 coloca o sistema bancário entre os que apresentam maior IB e menor alavancagem. 13 1 16 13 RA < 3 3 <= RA < 5 5 <= RA < 7 7 <= RA < 9 RA >= 9 Jun/1 Dez/1 96 99 Relatório de Estabilidade Financeira - Março 215 Página 9

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