19/04/2016. Profª. Drª. Andréa Fontes Garcia E -mail:

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Escrito por Administrator Ter, 08 de Abril de :00 - Última atualização Ter, 08 de Abril de :07

CLIMATÉRIO E AUMENTO DE PESO

Apresentadora: Simone Halfen

Transcrição:

Profª. Drª. Andréa Fontes Garcia E -mail: andrea@salesiano-ata.br 1

A Obesidade Definida como doença crônica caracterizada pelo excesso de peso corporal Decorre na maior parte dos casos de um desequilíbrio entre a ingesta e o gasto calórico, mas envolve também fatores genéticos. Peso ideal: aquele que maximiza a expectativa de vida do indivíduo. Causa OBESIDADE: Energia absorvida > Energia despendida ROMPE HOMEOSTASIA Não funcionamento dos mecanismos de regulação 2

Causas Secundária à desordem primária (síndromes hipotalâmicas, síndrome de Cushing, hipotireoidismo, hipogonadismo, déficit de hormônio do crescimento, aumento de insulina e tumores pancreáticos produtores de insulina); ao uso de drogas (psicotrópicos, corticóides, antidepressivos tricíclicos, lítio, ciproheptadina, medroxiprogesterona). Sem Distúrbio Prévio (distúrbio nutricional, inatividade física). Fatores Relacionados 3

Classificação O método mais utilizado na prática é o IMC (Índice de Massa Corporal) IMC= Peso/ Altura² IMC RISCO DE DOENÇAS NORMAL 18,5-25 normal SOBREPESO 25-30 aumentado OBESIDADE >30 ALTO Distribuição da gordura corporal O aumento da gordura visceral caracteriza a chamada obesidade tipo maçã e está relacionada a maior risco cardiovascular. O aumento da gordura subcutânea caracteriza a chamada obesidade tipo pera e está relacionada a problemas circulatórios e ortopédicos. 4

DISTRIBUIÇÃO CORPORAL Distribuição do Tecido Adiposo ANDRÓIDE (forma de maçã) gordura concentrada na região central do abdome - Hipertensão - Resistência a insulina Diabetes tipo 2 - Dislipidemia - Doenças coronárias GINÓIDE (forma de pera) gordura concentrada na região glútea e quadris - Mais comum em mulheres - Menor impacto metabólico 5

A importância da circunferência abdominal Tão importante quanto o cálculo do IMC é a medida da circunferência abdominal. A IDF (International Diabetes Federation) define como medida ideal para mulheres C.A. até 80 cm e para homens, até 94 cm. 6

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Síndrome metabólica Conjunto de fatores que contribuem para o aumento do risco cardiovascular Atualmente é definida pela IDF como obesidade visceral associada a 2 dos 4 fatores a seguir: 1. Elevação dos triglicérides 2. Diminuição dos níveis de HDL 3. Elevação da pressão arterial 4. Alteração da glicemia de jejum Síndrome metabólica Afeta ¼ da população adulta mundial Aumenta em 3x o risco de IAM e AVC em relação à população geral e em 5x o risco de diabetes melitus, caso este ainda não exista. 8

Riscos relacionados à Obesidade Aumento dos riscos de doenças como diabetes melitus, doença coronariana, hipertensão arterial sistêmica, apnéia do sono, doenças osteoarticulares e alguns tipos de câncer como mama, endométrio e cólon. Epidemiologia A OMS considera atualmente a obesidade como um problema de saúde pública tão grave quanto a desnutrição Dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde Pública e Nutrição de 1989 mostram uma prevalência de 38% nas mulheres e 28% nos homens brasileiros acima de 18 anos Em 2015 estima-se que cerca de 2,3 bilhões de pessoas estarão em sobrepeso e 700 milhões em obesidade, em todo o mundo. 9

Equipe multidisciplinar O tratamento exige motivação e comprometimento O papel da equipe multidisciplinar é fornecer o apoio necessário para alcançarmos as metas. Programa de Obesidade Objetivos: Identificar pacientes em sobrepeso e obesidade (através do IMC); Identificar pacientes com obesidade visceral (através da medida da cintura abdominal); Identificar o perfil metabólico desses pacientes (exames laboratoriais); Instituir planejamento dietético adequado; Implementar planejamento de atividade física individualizado; Implementar terapia psico-comportamental quando necessário. 10

Programa de Obesidade Objetivos: Padronizar terapêutica de baixo custo. Avaliar as alterações de exame físico (com redução ou aumento de medidas), além de exames laboratoriais antes e após a implementação do programa. Avaliar os resultados obtidos nos pacientes que participaram das reuniões ativamente, com poucas faltas, comparando com os resultados dos pacientes mais ausentes. MÉTODOS ATUAIS DE TRATAMENTO DIETA TERAPIA COMPORTAMENTAL EXERCÍCIOS DROGAS Anorexígenos, Catecolaminérgicos, Serotoninérgicos, Termogênicos (efedrina, cafeína, aminofilina), Inibidores da absorção de gorduras (Orlistat) CIRURGIA 11

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Lembre-se: a maior motivação é a melhoria da sua saúde! INFLUÊNCIA DE FATORES ORGÂNICOS E AMBIENTAIS SITUAÇÕES Perda de peso Jejum Ganho de peso Superalimentação Insulina Glicocorticóides Infecções agudas Citoquinas inflamatórias Baixas temperaturas Estimulação adrenérgica Hormônio do crescimento (GH) Hormônios tireoidianos Melatonina Fumo NÍVEIS DE LEPTINA Diminuídos Diminuídos Aumentados Aumentados Aumentados Aumentados Aumentados Aumentados Diminuídos Diminuídos Diminuídos Diminuídos Diminuídos Diminuídos Insulina e glico-corticóides : + secreção de leptina. Agonistas b- adrenérgicos ( AMPc) : - secreção de leptina. 13

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