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Transcrição:

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 06ª Junta de Recursos Número do Processo: 44232.356060/2015-11 Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL BARUERI Benefício: 42/170.555.381-5 Espécie: APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Recorrente: EVONETTE DE SOUZA - Procurador Recorrente: JOAO CARLOS RIEGER - Titular Capaz Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Assunto: INDEFERIMENTO Relator: Relatório Recurso interposto por EVONETTE DE SOUZA, contra a decisão do INSS Instituto Nacional do Seguro Social, que indeferiu o seu pedido de beneficio de Aposentadoria por Tempo de Contribuição, (NB 42/170.555.381-5), formulado aos 14.10.2014. Requerente nascida aos 12.06.1960. A interessada com o intuito de comprovar os requisitos necessários para a concessão do beneficio requerido, junta aos autos cópias dos seguintes documentos: a) Documentos de identificação pessoal; b) CTPS; c) PPP Perfil Profissiográfico Previdenciário dando notícias de labor sob condições especiais, junto à empresa CONFECÇÕES PIMPA LTDA, na função de auxiliar de costura, no período de 1.05.1977 a 23.07.1980, exposta ao agente físico ruído de 81,7 db; d) DSS8030 dando notícias de labor sob condições especiais, junto à empresa MARIDENI EMBALAGENS E ARTES GRAFICAS LTDA, na função de ajudante de acabamento gráfico, no período de 04.07.1985 a 30.07.1987, exposta ao agente físico ruído de 82,0 db; e) DSS8030 dando notícias de labor sob condições especiais, junto à empresa BK CONTROLES ELETRONICOS LTDA, na função de auxiliar de montagem, no período de 01.08.1988 a 21.03.1990, exposta ao agente físico ruído de 84,0 db; f) PPP Perfil Profissiográfico Previdenciário dando notícias de labor sob condições especiais, junto à empresa ERICSSON SISTEMAS DE ENERGIA LTDA, na função de montadora oficial, no período de 22.08.1990 a 23.01.1992, exposta ao agente físico ruído de 82,0 db; g) PPP Perfil Profissiográfico Previdenciário dando notícias de labor sob condições especiais, junto à empresa HIDRATEL INDUSTRIA E COMERCIO REPRESENTAÇÕES LTDA, na função de montadora B, no período de 18.04.1994 a 21.07.1997, exposta ao agente físico ruído de 86,0 db; h) PPP Perfil Profissiográfico Previdenciário dando notícias de labor sob condições especiais, junto à empresa JOIGRAF ARTES GRAFICAS LTDA, na função de montadora oficial, no período de 16.04.2001 a 01.12.2006, exposta ao agente físico ruído de 86,0 db. Os períodos laborados junto às empresas CONFECÇÕES PIMPA LTDA, na função de auxiliar de costura, no período de 1.05.1977 a 23.07.1980, exposta ao agente físico ruído de 81,7 db, HIDRATEL INDUSTRIA E COMERCIO REPRESENTAÇÕES LTDA, na função de montadora B, no período de 06.03.1997 a 21.07.1997, exposta ao agente físico ruído de 86,0 db e JOIGRAF ARTES GRAFICAS LTDA, na função de montadora oficial, no período de 16.04.2001 a 01.12.2006, exposta ao agente físico ruído de 86,0 db, não foram considerados pela autarquia como exercido sob condições especiais, conforme noticiado nos autos.

Indeferido o pleito, sob o fundamento foram comprovados até a DER Data da Entrada do Requerimento, (14.10.2014), 28 anos, 6 meses e 2 dias de contribuição, tempo insuficiente para a concessão do beneficio requerido, ou seja, 30 anos de contribuição. Razões recursais, onde a recorrente, via de seu procurador, em síntese, alega que: não concorda com o indeferimento; requer que sejam considerados os períodos como exercidos sob condições especiais e convertidos em tempo comum os labores exercidos junto às empresas CONFECÇÕES PIMPA LTDA, JOIGRAF de 18.11.2003 a 01.12.2006, exposto ao agente físico ruído acima dos limites de tolerância; não foi considerado o período anotado em CTPS laborado junto à empresa JET SERVICE de 18.01.1993 a 18.03.1993; colaciona aos autos legislação dar suporte ao alegado; requer revisão da decisão denegatória e via de conseqüência a concessão do beneficio requerido. Não há registros, nos autos, que a interessada tenha ingressado em juízo com pleito idêntico ao da matéria em discussão. Contrarrazões, onde a Autarquia Previdenciária mantém o indeferimento pelas razões já relatadas. É o Relatório. Inclusão em Pauta Incluído em Pauta no dia 13/08/2015 para sessão nº 0222/2015, de 14/09/2015. Voto EMENTA: APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. TEMPO ESPECIAL. EXPOSIÇÃO AO AGENTE FISICO RUIDO EM INTENSIDADES SUPERIORES AO LIMITE DE TOLERANCIA, VIGENTE À ÉPOCA DO EXERCICIO DA ATIVIDADE. CONVERSAO DO TEMPO ESPECIAL EM COMUM. TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO SUFICIENTE PARA A CONCESSÃO DO BENEFICIO REQUERIDO. UMA VEZ EXERCIDA ATIVIDADE ENQUADRÁVEL COMO ESPECIAL, SOB A ÉGIDE DA LEGISLAÇÃO QUE A AMPARA, O SEGURADO ADQUIRE O DIREITO AO RECONHECIMENTO COMO TAL E AO ACRÉSCIMO DECORRENTE DA SUA CONVERSÃO EM COMUM. CONSTANDO DOS AUTOS A PROVA NECESSÁRIA A DEMONSTRAR O EXERCÍCIO DE ATIVIDADE SUJEITA A CONDIÇÕES ESPECIAIS, CONFORME A LEGISLAÇÃO VIGENTE NA DATA DA PRESTAÇÃO DO TRABALHO, DEVE SER RECONHECIDO O RESPECTIVO TEMPO DE SERVIÇO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO Processo de: EVONETTE DE SOUZA Conforme consta dos autos o recurso é tempestivo. A matéria, em destaque, está regulamentada nos artigos, 11, 52, 55, da Lei 8.213/91, e 9º, 56, 62 e 188 do Regulamento da Previdência Social, e nos Decretos 4.827/2003 e 4.882/2003. Cabe destacar, ainda, que o beneficio pleiteado pela interessada trata de um direito fundamental, não só porque o art. 6º da Constituição Federal inclui entre os direitos sociais a previdência social, mas, principalmente, porque o art. 201 prevê que deverão ser atendidas, nos termos da lei, a cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada, bem como proteção ao trabalhador para trabalho sob condições especiais, dentre outros. O cerne da controvérsia do pleito, em comento, cinge-se ao fato de ser considerado ou não como exercidos sob condições especiais o labor prestado pelo interessado junto às empresas CONFECÇÕES PIMPA LTDA, na função de auxiliar de costura, no período de 1.05.1977 a 23.07.1980, exposta ao agente físico ruído de 81,7 db, HIDRATEL INDUSTRIA E COMERCIO REPRESENTAÇÕES LTDA, na função de montadora B, no período de 06.03.1997 a 21.07.1997, exposta ao agente físico ruído de 86,0 db e JOIGRAF ARTES GRAFICAS LTDA, na função de montadora oficial, no período de 16.04.2001 a 01.12.2006, exposta ao agente físico ruído de 86,0 db.

O tempo de serviço especial é disciplinado pela lei vigente à época em que exercido, passando a integrar, como direito adquirido, o patrimônio jurídico do trabalhador. Desse modo, uma vez prestado o serviço, o segurado adquire o direito à sua contagem pela legislação então vigente, não podendo ser prejudicado pela lei nova. Assim sendo, a interpretação da legislação previdenciária deve ser feita segundo os ditames do principio tempus regit actum, ou seja, a legislação em vigor na data que ocorreu o labor, noticiado como exercido sob condições especiais, conforme determina o Decreto 4.827/2003. A aposentadoria especial surgiu em agosto de 1960, com o advento da Lei 3.807 (Lei Orgânica da Previdência Social - LOPS), e, na época, contemplava o segurado com a exigência de um tempo de serviço inferior ao convencionalmente estabelecido pela norma previdenciária, de acordo com a sua categoria profissional, adicionando-se a implementação dos demais requisitos estabelecidos pela lei. Ficou a cargo do Poder Executivo a incumbência de elaborar uma norma regulamentar fixando quais as atividades que seriam consideradas especiais para efeito de aposentadoria, obedecendo-se, como critério, que essas atividades fossem penosas, insalubres ou perigosas. O Decreto nº 53.831, de 25 de março de 1964, que regulamentou a Lei nº 3.807/60, estabeleceu relação entre os serviços e as atividades profissionais classificados como insalubres, perigosos ou penosos, em razão da exposição do segurado a agentes químicos, físicos ou biológicos, com o tempo de trabalho mínimo exigido, nos termos do art. 31 da supracitada lei. Posteriormente, o Regulamento dos Benefícios da Previdência Social - RBPS, aprovado pelo Decreto nº 83.080, de 24 de janeiro de 1979, veio complementar o Decreto nº 53.831, de 1964. O critério para concessão de aposentadoria especial de acordo com a categoria profissional do segurado permaneceu até o advento da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, em sua redação original. O Decreto nº 611, de 21 de julho de 1992, ao regulamentar essa lei, reiterou o disposto nos Anexos I e II, do Decreto nº 83.080, 1979, e no Anexo do Decreto nº 53.831, de 1964. Em abril de 1995, com a edição da Lei nº 9.032, o artigo 57 da Lei nº 8.213, 1991, sofreu significativa alteração que resultou numa nova roupagem à aposentadoria especial. O critério de concessão por categoria profissional foi excluído de vez do Ordenamento Jurídico e as atividades expostas ao perigo deixaram de ser consideradas especiais, prevalecendo apenas aquelas que implicam em prejuízo a saúde ou a integridade física do segurado. Ressalta-se que a redação original do artigo 57, da Lei nº 8.213, de 1991, já havia suprimido a periculosidade do rol de atividades especiais; no entanto, como ainda havia sido mantido o critério de concessão por categoria profissional e os decretos que fixavam tais categorias foram integralmente mantidos pelo Decreto nº 611, de 1992, entende-se que as atividades expostas ao perigo efetivamente deixaram de existir com o advento da Lei nº 9.032, de 1995. Atualmente os artigos da Lei nº 8.213, de 1991, que tratam da aposentadoria especial possuem nova redação, dada pela Lei nº 9.528, de 10 de dezembro de 1997, e, recentemente, foram também modificados pela Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998. Assim sendo, até 28-04-1995 é admissível o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído); a partir de 29-04-1995 não mais é possível o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovação da sujeição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05-03-1997 e, a partir de então e até 28-05-1998, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. Por seu turno, o Enunciado 29 do AGU Advogado Geral da União, de 09 de junho de junho de 2008, estabelece que: Ementa: Atendidas as demais condições legais, considera-se especial, no âmbito do RGPS, a atividade exercida com exposição a ruído superior a 80 decibéis até 05/03/97, superior a 90 decibéis desta data até 18/11/2003, e superior a 85 decibéis a partir de então. Ressalte-se que o Enunciado 21 do CRPS Conselho de Recursos da Previdência Social, de 11 de novembro de 1999, preceitua que:

O simples fornecimento de equipamento de proteção individual de trabalho pelo empregador não exclui a hipótese de exposição do trabalhador aos agentes nocivos à saúde, devendo ser considerado todo ambiente de trabalho. Os laudos acostado aos autos, ainda que não contemporâneo ao exercício das atividades, é suficiente para a comprovação da especialidade da atividade, na medida em que, se em data posterior ao labor despendido foi constatada a presença de agentes nocivos, mesmo com as inovações tecnológicas e de medicina e segurança do trabalho que advieram com o passar do tempo, reputa-se que, à época do trabalho, a agressão dos agentes era igual, ou até maior, dada a escassez de recursos materiais existentes para atenuar sua nocividade e a evolução dos equipamentos utilizados no desempenho das tarefas. Registre-se, por oportuno, que a exposição ao agente físico ruído era indissociável da função exercida pela interessada. O perfil profissiográfico previdenciário supre, para fins de inativação, a necessidade de apresentação de formulário específico e de laudo técnico, unindo-os em um único documento. Por tal razão entende-se que, uma vez identificado, no documento, o engenheiro ou perito responsável pela avaliação das condições de trabalho, é possível a sua utilização para comprovação da atividade especial, em substituição ao laudo pericial. Como afirma Wladimir Novaez Martinez: "Com o modelo da IN n. 84/02 (Anexo XV), ele [o PPP] passou a existir formalmente a partir daí, diferindo dos formulários que a prática havia sugerido ou criado e inserindo mais informações das condições laborais (acostando-se, pois, ao laudo técnico e, de certa forma, o suprindo)". (in PPP na aposentadoria especial. São Paulo: LTr, 2003. p. 17). Oportuno referir que, para a caracterização da especialidade, não se reclama exposição às condições insalubres durante todos os momentos da prática laboral, sendo suficiente que o trabalhador, em cada dia de labor, esteja exposto a agentes nocivos em período razoável da jornada. Caso se admitisse o contrário, chegar-se-ia ao extremo de entender que nenhum ofício faria jus àquela adjetivação, e, como é curial, o intérprete deve afastar a interpretação que o leve ao absurdo. Habitualidade e permanência hábeis para os fins visados pela norma - que é protetiva - devem ser analisadas à luz do serviço cometido ao trabalhador, cujo desempenho, não descontínuo ou eventual, exponha sua saúde à prejudicialidade das condições físicas, químicas, biológicas ou associadas que degradam o meio ambiente do trabalho. Neste caminho, há que se considerar que a recorrente esteve submetida ao exercício de atividades sob condições especiais junto às empresas CONFECÇÕES PIMPA LTDA, na função de auxiliar de costura, no período de 1.05.1977 a 23.07.1980, exposta ao agente físico ruído de 81,7 db, e JOIGRAF ARTES GRAFICAS LTDA, na função de montadora oficial, no período de 18.11.2003 a 01.12.2006, exposta ao agente físico ruído de 86,0 db. O Resumo de Documentos para Cálculo de Tempo de Contribuição, inserto aos autos, emitido pela autarquia previdenciária, informa que até 14.10.2014, a interessada contava com 28 (vinte e oito) anos, 6 (seis) mês e 2 (dois) dias de contribuição. Assim sendo, a recorrente, com a conversão dos períodos exercidos sob condições especiais junto às empresas CONFECÇÕES PIMPA LTDA, na função de auxiliar de costura, no período de 1.05.1977 a 23.07.1980, exposta ao agente físico ruído de 81,7 db, e JOIGRAF ARTES GRAFICAS LTDA, na função de montadora oficial, no período de 18.11.2003 a 01.12.2006, exposta ao agente físico ruído de 86,0 db, em tempo comum, faz jus ao beneficio requerido, pois implementou todas as condições para a elegibilidade à prestação previdenciária pleiteada, mormente a comprovação, nos autos, que na DER, (14.10.2014), contava com 30 (trinta) anos de contribuição. CONCLUSÃO Pelo exposto, VOTO, no sentido, de preliminarmente, CONHECER DO RECURSO, para no mérito DAR- LHE PROVIMENTO. Relator(a) Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a).

DELUBIO GOMES PEREIRA DA SILVA Conselheiro(a) Suplente Representante do Governo Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). MARCELA REIS FROIO Conselheiro(a) Suplente Representante das Empresas Presidente concorda com voto do relator(a). AUGUSTO BRITO FILHO Presidente Decisório Nº Acórdão: 4353 / 2015 Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, ACORDAM os membros da 06ª Junta de Recursos do CRPS, em CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros DELUBIO GOMES PEREIRA DA SILVA e MARCELA REIS FROIO. Relator(a) AUGUSTO BRITO FILHO Presidente