Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 04ª Junta de Recursos

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1 Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 04ª Junta de Recursos Número do Processo: / Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL SANTO ANTÔNIO DE JESUS Benefício: 21/ Espécie: PENSÃO POR MORTE PREVIDENCIÁRIA Recorrente: ANA MACEDO SANTANA - Titular Capaz Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Assunto: INDEFERIMENTO Relator: Relatório Recurso impetrado pela Sra. Ana Macedo Santana, com o intuito de obter acórdão favorável à concessão da Pensão n. 21/ , por Morte do Sr. João Santana Filho, ocorrida em 16/12/2014. O Benefício foi requerido em 22/01/2015 e negado sob fundamento de Falta de qualidade de dependente Companheiro(a), conforme documento de fl. 23. De acordo com a Certidão de Óbito, não declarada pela requerente, e sim, pelo Sr. Ivisson Santana Moreira Santos, o evento ocorreu no dia 16/12/2014, em unidade hospitalar, constando o falecido como casado, aos 73 anos de idade com domicílio do, na Rua Anapolina, 309, Casa, Parque Ipê, Feira de Santana-BA, fl. 04. A qualidade de segurado do instituidor restou comprovada por ter sido o mesmo titular de uma Aposentadoria Por Tempo de Contribuição, n. 42/ , concedida em 06/07/1991 e cessada por óbito, fls. 10/11. Para comprovar a sua qualidade de dependente, em relação ao ex-segurado, a postulante apresentou os seguintes documentos: Documentos Pessoais dela e do instituidor, fl. 04. Certidão de Casamento do instituidor com a postulante, emitida em 17/05/1991, com evento em 18/07/1966, sem averbação de Divórcio e/ou de Separação Judicial, fl. 05. Comprovantes de mesmo endereço para a requerente e para o instituidor, qual seja: Rua Anapolina, 309, Casa,

2 Parque Ipê, Feira de Santana-BA, fls. 07/10, 33/37. Certidões de Nascimento de 04 filhos havidos em comum, entre o instituidor e a postulante,anaildes, em 1973; Jean, em 1970; Jeclácio, em 1972; e Ana Amélia, em 1967, fls. 29/32. Atestado emitido pelo Hospital São Rafael, em 15/12/2014, informando a internação do instituidor, constando a requerente como sua esposa, fl. 28. Consulta ao Sistema Corporativo em nome da requerente, constando um Amparo Social à Pessoa Idosa, concedido desde 30/07/2008, sob o n. 87/ , que permanece ativo, fls. 12/13. Através do Documento de fl. 23, o INSS indeferiu benefício, por ser a requerente titular de um Amparo Social à Pessoa Idosa, concedido concedido desde 30/07/2008, sob o n. 87/ , que permanece ativo no qual ela havia omitido a convivência com o instituidor, declarando-se como único membro do grupo familiar. Dessa forma, para fazer jus ao benefício ora pretendido deveria comprovar: ou a União Estável ou a sua dependência econômica em relação ao instituidor. Situações essas que,.segundo o INSS, não restaram comprovadas, senão vejamos: A Certidão de Casamento foi emitida antes da concessão do Amparo Social; A Conta de Telefone se refere a endereço registrado no CNIS em época anterior à data em que foi concedido o referido Amparo. A Proposta de Abertura de Contas foi realizada em 03/02/2015, portanto, após a data de óbito. Não há nos autos documento que registre a data em que a postulante tenha tomado conhecimento do indeferimento do benefício. Sendo desse modo o recurso considerado tempestivo. Nas razões de recurso, agendado em 17/03/2015 para atendimento em 31/03/2015, a postulante aduz que se casou com o instituidor, que houve um tempo de separação de corpos entre os mesmos; mas, antes da data do óbito voltaram a conviver consoante formulário de Contrato emitido pelo Banco do Brasil, referente a de Conta Corrente - Poupança Ouro e Poupança Poupex - Conjunta - aberta em 03/01/2012 (fls. 08/10). Nas contrarrazões (fl. 41), o INSS, manteve o ato indeferitório e encaminhou os autos a este colegiado, aduzindo, e síntese, que: Recurso tempestivo, posto que protocolado no dia 17/03/2015 e dentro dos 30 dias do registro da ciência da decisão do INSS.

3 A requerente não comprovou ser dependente do segurado instituidor, segundo as exigências do artigo 16 do Decreto 3.048, conforme consta no despacho de fls 21. Requerente não apresentou no recurso, tampouco no processo concessório, provas suficientes para comprovar o restabelecimento da união, conforme preceitua o Memorando-Circular nº 9 de 14/03/2011 e Memorando-Circular nº 42 de 11/12/2012. Inclusão em Pauta Incluído em Pauta no dia 03/05/2015 para sessão nº 0151/2015, de 14/05/2015. Voto Recurso tempestivo, que tem como fato gerador, o óbito do segurado, que no caso em espécie, ocorreu no dia 14/08/2014, e foi indeferido, sob fundamento de Falta de qualidade de dependente Companheiro(a), de acordo com a Comunicação de Decisão de fl. 33. É cediço que a legislação brasileira, da Lei Maior à legislação ordinária, acolhe o entendimento segundo o qual é dever do Estado a proteção da família. Entre os diversos aspectos de que se reveste a proteção estatal à família, encontra-se a concessão de benefícios previdenciários, notadamente a pensão por morte, a familiares de segurados, desde que, de acordo com os requisitos legais, sejam seus dependentes. O benefício em questão, para o qual a lei não estabelece qualquer carência é devido aos dependentes desde que se comprove que o de cujus era segurado da Previdência Social e que mantinha esta qualidade à época do óbito. Reconhecendo a qualidade de segurado do instituidor, o INSS indeferiu o benefício por falta da qualidade de dependente da ora demandante, aduzindo que não foram apresentadas provas suficientes para comprovar a sua união estável com o ex-segurado na data do óbito. Decisão essa, com a qual não concordamos, senão vejamos: De acordo com a legislação previdenciária, são exigidas 03 (três) provas de União estável. E, no presente caso, entendemos que foram apresentadas mais de três, senão vejamos: Certidão de Casamento do instituidor com a postulante, emitida em 17/05/1991, com evento em 18/07/1966, sem averbação de Divórcio e/ou de Separação Judicial. Comprovantes de mesmo endereço para a requerente e para o instituidor, qual seja: Rua Anapolina, 309, Casa,

4 Parque Ipê, Feira de Santana-BA. Certidões de Nascimento de 04 filhos havidos em comum, entre o instituidor e a postulante,anaildes, em 1973; Jean, em 1970; Jeclácio, em 1972; e Ana Amélia, em Conta Corrente - Poupança Ouro e Poupança Poupex - Conjunta, em nome do instituidor e do e da requerente - aberta em 03/01/2012 Apesar das provas apresentadas, a requerente é titular de um Amparo Social à Pessoa Idosa, concedido desde 30/07/2008, sob o n. 87/ , que permanece ativo no qual ela havia omitido a convivência com o instituidor, declarando-se como único membro do grupo familiar. Dessa forma, para fazer jus ao benefício ora pretendido deveria comprovar: ou a União Estável ou a sua dependência econômica em relação ao instituidor. Acontece que, o objeto do presente recurso é o reconhecimento, do direito da requerente à concessão da Pensão por Morte, ora requerida na condição de companheira do falecido; e não a existência de indício de irregularidade na concessão do Amparo Social à Pessoa Idosa que lhe fora concedido em 30/07/2008. Desse modo, estamos retornando o processo em diligência ao Órgão de Origem, solicitando as seguintes providências: 1- A Realização de pesquisa externa no endereço contido nos autos, ou seja, na Rua Anapolina, 309, Casa, Parque Ipê, Feira de Santana-BA, apurando se existiu união estável entre o instituidor e a postulante e se a mesma restou mantida até a data do óbito. 2- Análise administrativa dos autos, antes de devolver o processo a esta Junta, com objetivo de verificar se a presente diligência foi atendida na íntegra. Chamando a atenção que, ao devolver o processo para julgamento, torna-se indispensável a emissão de despacho fundamentado correspondente ao resultado da análise. CONCLUSÃO: Pelo exposto voto no sentido de preliminarmente CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, para atendimento ao acima solicitado. Relator(a) Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a).

5 GUIOMAR DA MOTTA LANDULFO JORGE Conselheiro(a) Suplente Representante do Governo Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). YURI CARDOSO VIEIRA Conselheiro(a) Suplente Representante dos Trabalhadores Presidente concorda com voto do relator(a). LUZIA MENDES FERREIRA Presidente Decisório Nº Decisão: 758 / 2015 Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, DECIDEM os membros da 04ª Junta de Recursos do CRPS, em CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros GUIOMAR DA MOTTA LANDULFO JORGE e YURI CARDOSO VIEIRA. Relator(a) LUZIA MENDES FERREIRA Presidente