Ruído e temperaturas extremas Isabel Braga
Definições: O som édefinido como qualquer perturbação vibratória em um meio elástico, que produza sensação auditiva O ruído é um sinal acústico aperiódico, originado da superposição de vários movimentos de vibração com diferentes freqüências que não apresentam relação entre si
RUÍDO (db) 20 sussurro 40 tic tac do relógio 60 conversação normal a 1 metro distância 80 escritório barulhento automóvel a 80km/h a 15 metros 100 prensas excêntricas caminhão diesel 80km/h a 15 metros 120 dinamômetro mottor diesel a 1 metro serra de fita a 1 metro 140 limiar de dor sirene de alarme a 2 metros
Tipos de ruído: Ruído Contínuo ou Intermitente:todo e qualquer ruído que não estáclassificado como ruído de impacto ou impulsivo. => 130 db éseu limite máximo Ruído de Impacto ou Impulsivo:ruído que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo.
PAIR ( Perda auditiva induzida pelo ruído): Ser sempreneurossensorial, uma vez que a lesão éno órgão decortida orelha interna. Ser geralmente bilateral, com padrões similares. Em algumas situações, observam-se diferenças entre os graus de perda das orelhas. Geralmente, não produzir perda maior que 40dB(NA) nas freqüências baixas e que 75dB(NA) nas altas. A sua progressão cessa com o fim da exposição ao ruído intenso. A presença de PAIR não torna a orelha mais sensível ao ruído; àmedida que aumenta o limiar, a progressão da perda se dáde forma mais lenta. A perda tem seu início e predomínio nas freqüências de 3, 4 ou 6 khz, progredindo, posteriormente, para 8, 2, 1, 0,5 e 0,25 khz Em condições estáveis de exposição, as perdas em 3, 4 ou 6 khz, geralmente atingirão um nível máximo, em cerca de 10 a 15 anos. O trabalhador portador de PAIR pode desenvolver intolerância a sons intensos, queixar-se de zumbido e de diminuição de inteligibilidade da fala, com prejuízo da comunicação oral.
Fatores de risco ambientais Agentes químicos: solventes (tolueno,dissulfetode carbono), fumos metálicos, gases asfixiantes (monóxido de carbono); Agentes físicos: vibrações, radiação e calor; Agentes biológicos: vírus, bactérias, etc.
Fatores predisponentes: -Síndrome de Alport, -Diabetes - Síndrome de Alström - Insuficicência adreno cortical -Dislipidemias -Hipolipoproteinemias -Hipercoagulação - Mucopolissacaridose -Hiper/Hipotireoidismo
Efeitos não auditivos da exposição ao ruído: ESTRESSE NERVOSISMO IRRITABILIDADE INSÔNIA ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS
Sinais e sintomas da PAIR: a) Auditivos: Perda auditiva. Zumbidos. Dificuldades no entendimento de fala. Outros sintomas auditivos menos freqüentes:algiacusia, sensação de audição abafada, dificuldade na localização da fonte sonora. b) Não-auditivos: Transtornos da comunicação. Alterações do sono. Transtornos neurológicos. Transtornos vestibulares. Transtornos digestivos. Transtornos comportamentais
Avaliação e diagnóstico da PAIR: 1. Anamnese clínica e ocupacional. 2. Exame físico e otológico. 3. Exames audiométricos. 4. Outros exames complementares solicitados a critério do médico.
Diagnóstico diferencial da PAIR: Trauma acústico Mudança transitória de limiar Exposição ao ruído não relacionada ao trabalho
TRATAMENTO = Prevenção!!!!
ANACUSIA: v
PAIR: v
Perda neurossensorial: (É do trabalho???) v
Condições de conforto pela NR 17: Ruído: Inferior 65 decibéis Umidade do ar não inferior a 40% Velocidade do ar não superior a 0,75m/s Temperatura entre 20 e 23 graus Celsius
TEMPERATURAS EXTREMAS:
FRIO São doenças relacionadas ao frio: Geladura (Frostbite) Superficial: Eritema Pérnio (T33) (Frio) Geladura (Frostbite) com Necrose de Tecidos (T34) (Frio) Síndrome de Raynaud Acrocianose Acroparestesia Urticária pelo frio
ERITEMA PÉRNIO Prurido localizado recidivante, edema e eritema doloroso nos dedos das mãos e pés ou orelhas, produzidos pela exposição ao frio. É também chamada de eritema pérnio, perniose, congelamento e geladura.
GELADURA -> Causada pela ação direta do frio Classificam-se em 3 estágios: ESTAGIO1: palidez/cianose -> ESTAGIO II flictenas / flictenas séro-hemáticas com anestesia completa -> ESTAGIO 3: Necrose FISIOPATOLOGIA: Fase primária: resfriamento e ação do gelo O organismo de submetido ao frio reage com vasoconstricção periférica. Este vasoconstricção induz uma diminuição no gradiente de perfusão capilar e aparecimento de fenômenos locais de estagnação, de hiperviscosidade, de hipóxia e de acidose. A formação de cristais de gelo provoca aí um aumento da osmolaridade, o que leva a uma desidratação intracelular por difusão passiva de água através da membrana. A causa da morte celular varia em função da velocidade de instalação das lesões. Freqüentemente após a agressão mecânica dos cristais extracelulares, a causa podem ser igualmente intracelilar devido ao aumento da desidratação. Fase secundária: reaquecimento e necrose progressiva Durante o período de reaquecimento, a vasoconstricção arterial dá lugar a uma hiperemia reacional que facilita a passagem de líquidos em direção ao interstício, o que provoca um aumento na viscosidade sanguínea seguido de uma diminuição da velocidade do fluxo sanguineo da microcirculação. A descamação de células endoteliais e a alteração da membrana basal geram uma ativação e adesão de leucócitos. A ativação da via do ácido araquidônico nas plaquetas induz a liberação de tromboxane. Esta sandrome de isquemi-reperfusão resulta em poucas horas numa parada completa da microcirculação. A fase tardia: lesão final Esta é a fase rica em manifestações clínicas devidas a necrose vascular progressiva (edema, flictenas e necrose), começa 48 horas após o reaquecimento. As lesões são então irreverssíveis e se o tratamento não é iniciado até este momento, os resultados são decepcionantes.
Síndrome de Raynaud É um episódio de constrição de pequenas artérias, desencadeando alterações da cor da pele das extremidades, ora com palidez, ora com cianose (extremidades roxas), seguidas ou não de hiperemia reacional (vermelhidão). O fenômeno de Raynaud primário ou sem causa determinável é o que ocorre na Doença de Raynaud Em uma primeira fase, um ou mais dedos tornam-se rapidamente pálidos (exangues). Há diminuição da sensibilidade dos dedos, parestesias (dormência) e freqüentemente dor. Esta crise acontece mais comumente nos dedos das mãos que nos dos pés. É mais rara no polegar e excepcionalmente pode ocorrer no lóbulo da orelha, na ponta do nariz, nos lábios e língua. Esta fase dura de alguns minutos a algumas horas.meia hora.em uma segunda fase, há o aparecimento gradativo de tonalidade violácea, evoluindo para a cor roxa, que se inicia pela ponta dos dedos indo até sua raiz sem atingir a palma das mãos. Pode ocorrer, após a palidez dos dedos, um vermelho intenso com dor tipo pulsátil.
Urticária pelo frio -> É uma causa freqüente de urticária física caracterizada por pápulas eritematosas e/ ou angioedema causado pela liberação de mediadores pró-inflamatórios dos mastócitos como histamina e leucotrienos após a exposição da pele ao frio. É a quarta causa mais comum de urticária após urticária crônica, dermografismo ou urticária factícia e urticária colinérgica. Os sintomas ocorrem tipicamente minutos após o contato com o ar, líquidos e objetos frios. Os sintomas de urticária induzida pelo frio são geralmente limitados às áreas da pele expostas ao frio, mas o contato com o frio intenso pode resultar em urticárias generalizadas e /ou sintomas sistêmicos como cefaléia, dispnéia, hipotensão e perda da consciência, que frequentemente resulta do contato extensivo durante a exposição com a água Incidência: 0,5% da população A causa e os mecanismos envolvidos ainda permanecem incertos. Tem sido relatada associação com infecções virais como hepatite, mononucleose, borreliose e HIV, assim como Helicobacter pylori, Toxoplamose aguda e outras infecções parasitárias. Níveis elevados de IgE são descritos em 70% dos pacientes e alguns estudos descerevem altas incidências de atopia. Adicionalmente, a prevalência de anticorpos IgG e IgM anti IgE tem sido descritos em pacientes com urticária ao frio. A primeira parte do diagnóstico é a confirmação através do teste de provocação com o frio. Um teste positivo imediato com a estimulação com a presença de urticária no local estimulado confirma o diagnóstico. A técnica mais comum é a aplicação de cubos de gelo na pele por 15 minutos.
CALOR São doenças relacionadas calor: - Infertilidade masculina - Urticária - Síncope pelo calor - Caimbras - Comichão HEAT - Intermação - Insolação
INTERMAÇÃO Também chamada de Sindrome do golpe de calor (patologia grave) Clima quente O sistema termoregulador é afetado pela sobrecarga térmica Ocorre elevação da temperatura corporal (retal >41 graus/ interna >44 graus), taquipnéia, taquicardia, pele quente e seca, hipohidrose A intermação é uma causa de hipertermia decorrente da dificuldade do corpo em se resfriar adequadamente num ambiente com calor excessivo. É uma emergência clínica com alto risco de morte. O diagnóstico e, consequentemente, o início do tratamento precoces podem melhorar o prognóstico Pode evoluir com rabdomiólise, insuficiência renal aguda e coagulação intravascular disseminada
Síncope pelo calor: - Uma das causas de síncope - Vasodilatação periférica - Episódio de síncope (perda da consciência transitória e do tônus postural)
Caimbras pelo calor: - Ocorre por perda de cloreto de sódio e água por sudorese intensa - Clima quente com ou sem exposição ao sol - Dores e espasmos musculares que afetam os grupamentos musculares mais solicitados, geralmente dos membros inferiores
Insolação: Síndrome hipertérmica mais comum Pode ser precedida por caimbras Clima quente e úmido Grave desidratação e perda de eletrolitos Cefaleia, fadiga, vômitos Exame físico: apático, palidez cutânea, sudorese profusa, hipotensão postural, temperatura normal
Outras patologias causadas pelo calor: - Enfermidade de glândulas sudoríparas - Catarata - Aumento da predisposição a outras patologias