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Transcrição:

EspÍrIto Santo Financial Group S.A. Relatório Anual & Contas Consolidadas 2008 Annual Report & Consolidated Financial Statements 2008

01 Estrutura do Grupo 02 Indicadores Financeiros 04 Enquadramento Económico 08 Riscos para a ESFG resultantes da Crise Financeira 11 Relatório do Presidente 16 Banca Comercial 24 Seguros 31 Banca de Investimento e Corretagem 36 Gestão de Activos e Private Banking 43 Saúde 48 Capítulo de Governo de Sociedade 63 Declaração de Conformidade sobre a Informação Financeira Apresentada 65 Administradores e Directores 66 Anexo 70 Endereços Principais 72 Contactos 73 Contas Consolidadas 2008 01 Group Overview 03 Financial Highlights 06 Economic Report 09 Risks to ESFG resulting from the Financial Crisis 13 Chairman s Report 20 Commercial Banking 27 Insurance 33 Investment Banking and Stockbrokerage 39 Asset Management and Private Banking 45 Healthcare 56 Corporate Structure and Governance 64 Declaration by the Board of Directors on Responsibility for the Information 65 Directors and Officers 68 Annex 70 Principal Addresses 72 Contacts 73 Consolidated Financial Statements 2008 A Espírito Santo Financial Group S.A. ( ESFG ) é uma sociedade anónima e as suas acções estão cotadas nas bolsas do Luxemburgo, Lisboa e Londres. A sociedade, através das suas subsidiárias, dedica-se à prestação de uma vasta gama de serviços bancários, centrados no Banco Espírito Santo, de seguros, desenvolvidos pela Tranquilidade, e de cuidados de saúde. Espírito Santo Financial Group S.A. ( ESFG ) is a public company, with its shares listed on the Luxembourg, Lisbon and London stock exchanges. ESFG, through its subsidiaries, provides a wide range of banking services, centred on Banco Espirito Santo ( BES ), Tranquilidade insurance services and Espirito Santo Saúde healthcare operations.

Estrutura do Grupo Group Overview Espírito Santo Financial Group S.A. Banca Comercial Commercial Banking Seguros Insurance Banca de Investimento e Corretagem Investment Banking and Stockbrokerage Gestão de Activos e Private Banking Asset Management and Private Banking Saúde Healthcare Portugal Banco Espírito Santo S.A. Banco Espírito Santo dos Açores BEST Banco Electrónico de Serviço Total S.A. Angola/Angola Banco Espírito Santo Angola S.A.R.L. Cabo Verde/Cape Verde Islands Banco Espírito Santo S.A. Espanha/Spain Banco Espírito Santo S.A. EUA/USA Espírito Santo Bank S.A. França/France Banque Espírito Santo de la Vénétie S.A. Macau/Macao Banco Espírito Santo do Oriente S.A. Panamá/Panama ES Bank (Panama) S.A. Portugal BES Seguros S.A. BES Vida S.A. Companhia de Seguros Tranquilidade S.A. Europ Assistance Companhia Portuguesa de Seguros de Assistência S.A. Seguros LOGO S.A. T-Vida S.A. Portugal Banco Espírito Santo de Investimento S.A. Brasil/Brazil BES Investimento do Brasil S.A. BES Securities do Brasil S.A. CCVM Espanha/Spain Espírito Santo Investimento S.A.U. S.V. Estados Unidos da América/United States of America ES Financial Services Inc. França/France Mandel Partners Reino Unido/United Kingdom Banco Espírito Santo de Investimento S.A. Portugal ESAF Espírito Santo Activos Financeiros, SGPS, S.A. Suiça/Switzerland Banque Privée Espírito Santo S.A. Espanha/Spain Espírito Santo Gestion Dubai/Dubai ES Bankers (Dubai) Limited Portugal/Portugal AdvanceCare Gestão e Serviços de Saúde S.A. Espírito Santo Saúde S.G.P.S. S.A. Espírito Santo Financial Group S.A. Relatório Anual & Contas Consolidadas 2008 Annual Report & Consolidated Financial Statements 2008 01

Indicadores Financeiros 78,1bn Total dos activos consolidados 0,30 Dividendos por acções Números Consolidados 2008 2007 2008 Depósitos (milhões de euros) 31,245.0 34,469.7 Crédito líquido (milhões de euros) 44,161.6 49,176.6 Activos Totais (milhões de euros) 71,307.7 78,149.6 Capitais Próprios (milhões de euros) 1,356.1 1,282.7 Resultado Líquido (milhões de euros) 204,9 77,1 Resultado Líquido por Acção (euros) 3,54 1,28 Dividendos por Acção (euros) 0,66 0,3 Número Médio de Acções 57,854,916 77,854,916 A Espírito Santo Financial Group S.A. ( ESFG ), baseada no Luxemburgo, é a sociedade de participações dos interesses financeiros do Grupo Espírito Santo. A sociedade concentra os seus investimentos na Europa, e maioritariamente em Portugal, estando igualmente presente no Brazil, Angola e numerosos outros pontos do globo. No final de 2008 os activos consolidados da ESFG totalizavam 78,1 mil milhões de euros, correspondendo a um aumento de 9,6% face ao ano anterior. O lucro consolidado do exercício atribuível aos accionistas da sociedade ascendeu a 77,1 milhares de euros. A ESFG é uma sociedade anónima e as suas acções estão cotadas nas bolsas do Luxemburgo, Lisboa e Londres. A sociedade, através das suas subsidiárias, dedica-se à prestação de uma vasta gama de serviços bancários, centrados no Banco Espírito Santo, de seguros, desenvolvidos pela Tranquilidade, e de cuidados de saúde. Estratégia e Modelo de Negócio A principal estratégia da ESFG consiste no aprofundamento da sua capacidade para o cross-selling da gama completa de serviços financeiros oferecidos pelas suas subsidiárias, simultaneamente explorando oportunidades de redução de custos através de uma integração mais eficiente das actividades inter-relacionadas desenvolvidas pelo Grupo. A ESFG permanece aberta à possibilidade de equacionar outros meios que lhe permitam a manutenção de um papel de destaque nos sectores da banca, de seguros e da saúde em Portugal, desde que reunidas as condições apropriadas, includindo o aproveitamento de oportunidades de crescimento externo em Portugal ou noutros mercados relevantes, em particular em Espanha, em Angola e no Brasil. 02 Espírito Santo Financial Group S.A. Relatório Anual & Contas Consolidadas 2008 Annual Report & Consolidated Financial Statements 2008

Financial Highlights 78.1bn Total consolidated assets 0.30 Dividends per share Consolidated Figures 2008 2007 2008 Deposits (EUR millions) 31,245.0 34,469.7 Net Loans (EUR millions) 44,161.6 49,176.6 Total Assets (EUR millions) 71,307.7 78,149.6 Shareholders Equity (EUR millions) 1,356.1 1,282.7 Net Income (EUR millions) 204.9 77.1 Net Income per Share (EUR) 3.54 1.28 Dividends per Share (EUR) 0.66 0.30 Average Number of Shares 57,854,916 77,854,916 Espírito Santo Financial Group S.A. ( ESFG ) is the Luxembourg based holding company for the financial interests of the Espírito Santo Group. ESFG s interests are situated in Portugal, where the majority of its investments are located, Europe, Brazil, Angola and numerous other locations around the globe. At the end of 2008 its total consolidated assets reached EUR 78.1 billion, a rise of 9.6% from a year earlier. ESFG s consolidated profit for the full year 2008, attributable to equity holders of the company was EUR 77.1 million. ESFG is a public company, with its shares listed on the Luxembourg, Lisbon and London stock exchanges. ESFG, through its subsidiaries, provides a wide range of banking services, centred on Banco Espirito Santo ( BES ), Tranquilidade insurance services and Espirito Santo Saúde healthcare operations. Strategy and Business Model ESFG s primary strategy is to further develop its ability to cross-sell the full range of financial services offered by its subsidiaries, while taking advantage of further cost reduction opportunities afforded by a more efficient integration of ESFG s inter-related businesses. Furthermore ESFG has consistently followed a strategy of organic growth. Thus it remains open to pursuing means of ensuring that it will continue to play a major role in the banking, insurance and healthcare sectors in Portugal in appropriate circumstances, including pursuing opportunities for external growth in Portugal or other relevant markets, principally Spain, Angola and Brazil. Espírito Santo Financial Group S.A. Relatório Anual & Contas Consolidadas 2008 Annual Report & Consolidated Financial Statements 2008 03

Enquadramento Económico Principais indicadores macroeconómicos: Portugal Taxas de crescimento real (%), excepto quando indicado 2004 2005 2006 2007 2008 PIB 1,5 0,9 1,4 1,9 0,0 Consumo Privado 2,5 2,0 1,9 1,6 1,6 Consumo Público 2,6 3,2-1,4 0,0 0,5 Investimento 2,5-1,5-0,3 3,2-0,1 Exportações 4,0 2,0 8,7 7,5-0,5 Importações 6,7 3,5 5,1 5,6 1,9 Inflação (IPC) 2,4 2,3 3,1 2,5 2,6 Saldo Orçamental (% do PIB) -3,4-6,1-3,9-2,6-2,2 Dívida Pública (% do PIB) 58,3 63,6 64,7 63,6 65,9 Desemprego (% da população activa) 6,7 7,6 7,7 8,0 7,6 Saldo Balanço Corrente e Capital (% do PIB) -5,7-8,3-9,3-8,3-10,3 Fontes: INE, Banco de Portugal, Ministério das Finanças, Comissão Europeia, OCDE, ES Research. Situação económica internacional O ano de 2008 foi marcado pelo prolongamento da crise do crédito e pela sua transformação gradual numa crise de confiança generalizada. A maior percepção dos riscos de liquidez e de solvabilidade (com a falência ou perda de independência de algumas instituições financeiras nos Estados Unidos e na Europa) resultou numa relutância quase total das instituições em se exporem nos mercados monetário e de crédito. Não obstante as intervenções agressivas e concertadas das autoridades no sentido de assegurar o regular funcionamento dos mercados, os bancos viram-se a braços com sérias dificuldades. Na Zona Euro, a Euribor a 3 meses subiu de 4,684% para um máximo de 5,393% em Outubro, terminando o ano em 2,892%, após as descidas das taxas de referência e as fortes injecções de liquidez no mercado monetário levadas a cabo pelo Banco Central Europeu ( BCE ). O spread da Euribor face às taxas dos Bilhetes do Tesouro a 3 meses registou um comportamento semelhante, subindo de 88 pontos base para um máximo de 350 pontos base, antes de corrigir no final do ano para 124 pontos base (o que compara com valores próximos de 20 pontos base no Verão de 2007). Neste contexto de maior procura por activos de refúgio, a yield dos títulos da dívida pública alemã a 10 anos caiu de 4,681% em Junho para 2,951% no final do ano. O aumento das preocupações dos investidores (sobretudo associadas ao sector financeiro) e as expectativas de desaceleração da actividade económica penalizaram fortemente os principais índices accionistas. Nos EUA, os índices Dow Jones, Nasdaq e S&P500 caíram 33,8%, 40,5% e 38,5%, respectivamente, enquanto na Zona Euro, os índices DAX, CAC40, IBEX e PSI-20 recuaram, respectivamente 40,4%, 42,7%, 39,4% e 51,3%. No Brasil o indice BOVESPA caiu 41,2%, enquanto que na China o índice Shanghai Composite desceu 65,4%. Zona Euro O PIB da Zona Euro aumentou 1,0% em 2008, depois de ter crescido 2,6% em 2007. De facto, o desempenho da actividade económica foi sendo crescentemente influenciado por uma conjugação de factores, dos quais se destacam a maior restritividade das condições de financiamento, o efeito riqueza negativo decorrente da desvalorização ocorrida nos mercados accionista e de habitação, a queda do mercado imobiliário e a persistência de um clima de incerteza. A deterioração do sentimento de empresários e consumidores foi evidente, com os respectivos índices a atingirem níveis historicamente baixos nos últimos meses do ano. 04 Espírito Santo Financial Group S.A. Relatório Anual & Contas Consolidadas 2008 Annual Report & Consolidated Financial Statements 2008

Tanto as exportações como as importações desaceleraram ao longo do ano, as primeiras penalizadas pelo abrandamento do comércio a nível global e pela apreciação do Euro na primeira metade do ano (atingindo um máximo de EUR/USD 1,5990 em Abril, embora corrigindo em baixa para EUR/USD 1,3953 no final do ano), e as segundas acompanhando a desaceleração da procura interna. A taxa de inflação média agravou-se de 2,1% para 3,4%, em consequência da subida acentuada do preço do petróleo e dos alimentos não processados, sobretudo na primeira metade do ano. De referir, no entanto, que a taxa de variação homóloga desceu significativamente no último trimestre, atingindo 1,6% em Dezembro. Portugal Embora sem exposição directa à crise do crédito subprime, a economia portuguesa foi atingida em 2008 pelos mesmos impactos que afectaram os restantes países da Europa. O crescimento anual do PIB baixou de 1,9% para 0,0%, em resultado de uma queda das exportações, com o respectivo crescimento anual a descer de 7,5% para -0,5%, e da estagnação do investimento, que registou uma variação de -0,1%, após ter aumentado 3,2% no ano anterior. O crescimento anual do consumo privado estabilizou em 1,6% em 2008, ultrapassando no entanto o crescimento do PIB, o que sugere uma redução da taxa de poupança das famílias, para um valor em torno de 5,5% do PIB. Na segunda metade do ano as despesas das famílias terão sido suportadas pela desaceleração dos preços e pela descida das taxas de juro. A taxa de inflação média anual subiu de 2,5% para 2,6% em 2008, mas a variação homóloga dos preços terminou o ano com um registo de apenas 0,8%. A maior restritividade dos critérios de financiamento condicionou o crescimento anual dos empréstimos ao sector privado não financeiro, que desceu de 9,9% para cerca de 7,5%. O crescimento dos empréstimos aos particulares abrandou, descendo de 8,5% para 4,5% no caso dos empréstimos para aquisição de habitação, e de 11,3% para 7,0% no caso dos empréstimos ao consumo e outros fins. As exportações foram directamente afectadas pelo fraco desempenho económico dos principais parceiros comerciais de Portugal, ou seja, a Espanha, o Reino Unido, os Estados Unidos, a Alemanha e a França. No entanto, manteve-se o dinamismo das exportações portuguesas para alguns destinos menos tradicionais, como Angola e o Magrebe e, em menor grau, para determinadas economias na Ásia e na América Latina. A desaceleração das exportações foi comum às mercadorias e aos serviços, no segundo caso reflectindo a redução das exportações líquidas de serviços de turismo, fortemente afectadas pela situação económica no Reino Unido e pela significativa depreciação da libra esterlina, que se aproximou da paridade face ao Euro no final do ano. Espírito Santo Financial Group S.A. Relatório Anual & Contas Consolidadas 2008 Annual Report & Consolidated Financial Statements 2008 05

Economic Report Portugal: Main economic indicators Actual growth rate data (%) 2004 2005 2006 2007 2008 Gross Domestic Product (GDP) 1.5 0.9 1.4 1.9 0.0 Private Consumption 2.5 2.0 1.9 1.6 1.6 Public Consumption 2.6 3.2-1.4 0.0 0.5 Investment 2.5-1.5-0.3 3.2-0.1 Exports 4.0 2.0 8.7 7.5-0.5 Imports 6.7 3.5 5.1 5.6 1.9 Inflation (CPI) 2.4 2.3 3.1 2.5 2.6 Budget Deficit (Superavit) -3.4-6.1-3.9-2.6-2.2 Public Debt (% of GDP) 58.3 63.6 64.7 63.6 65.9 Unemployment (% of labour force) 6.7 7.6 7.7 8.0 7.6 Current and Capital Account Balance (% of GDP) -5.7-8.3-9.3-8.3-10.3 Sources: INE, Bank of Portugal, Ministry of Finance, European Commission, OECD, ES Research. International economic situation 2008 was marked by the continued credit crisis and its gradual transformation into a widespread crisis of confidence. Fears over liquidity and solvency risk triggered the bankruptcy or loss of independence of several financial institutions in the United States and Europe, leading to an almost total reluctance on the part of banks to expose themselves to the money and credit markets. Despite coordinated aggressive state intervention to ensure the regular functioning of market activity the banks struggled. In Europe, the 3-month Euribor rose from 4.684% to 5.393% in October, but closed the year at 2.892%, after the European Central Bank ( ECB ) progressively cut interest rates and injected liquidity into the money markets. This was mirrored by the Euribor/Treasury Bill 3-month spread which rose from 88 basis points to a peak of 350 basis points before correcting to 124 basis points towards the end of the year (compared to around 20 basis points in the summer of 2007). The increase in demand for safe haven assets caused the yield on 10-year German government bond to decline from 4.681% in June 2008 to 2.951% at the end of the year. Rising concerns from investors primarily with the financial sector, combined with expectations of a slowdown in economic activity, penalised the stock markets: in the US, the Dow Jones, Nasdaq and S&P500 indices fell by respectively 33.8%, 40.5% and 38.5%, while in Europe the DAX, CAC40, IBEX and PSI-20 retreated by 40.4%, 42.7%, 39.4% and 51.3%. In Brazil the Bovespa index fell by 41.2%, while in China the Shanghai Composite Index plunged by 65.4%. Euro area The EU Gross Domestic Product rose by 1.0%, having increased by 2.6% in 2007. Economic performance was increasingly influenced by a combination of factors: restrictiveness in financing conditions, the negative wealth effect arising from the devaluation of the equity and housing markets, the failure the of real estate market and the continued climate of uncertainty. There was a clear deterioration in business and consumer sentiment, with the respective indicators reaching historical lows by year end. Exports and imports decelerated through the year, exports penalised by the slow down of global trade and the rise of the Euro in the first half of the year (reaching a high of EUR/USD 1.5990 in April 2008, though ending the year at EUR/USD 1.3953), imports suffered from a deceleration in internal demand. 06 Espírito Santo Financial Group S.A. Relatório Anual & Contas Consolidadas 2008 Annual Report & Consolidated Financial Statements 2008

The average inflation rate increased from 2.1% to 3.4% as a result of the sharp rise in the price of oil and of non processed food stuffs, particularly during the first half of the year. The inflation rate however dropped significantly in the last quarter, 1.6% in December. Portugal Although not directly exposed to the subprime credit crisis, the Portuguese economy suffered in 2008 from the same effects suffered by its European partners, GDP growth dropped from 1.9% to 0.0%. Portugal experienced a fall in exports, year-on-year growth rate fell from 7.5% to -0.5%, and the stagnation of investment, from 3.2% to -0.1%. The poor economic performance of Portugal s principal commercial partners Spain, the United Kingdom, the United States, Germany and France directly affected exports. Exports to less traditional markets, namely Angola and the Maghreb countries and to a lesser extent Asia and Latin America, remained strong. The deceleration of exports affected goods and services alike, in the last case reflecting the reduction in net exports of tourism services, which were strongly affected by United Kingdom s economic position and the sharp depreciation of the British Pound which reached near Euro parity towards the end of 2008. Private consumption stabilized at 1.6% in 2008. Private consumption outpaced GDP however, suggesting a reduction in the household savings ratio which rose to around 5.5% of GDP. Household spending was helped along in the second half of the year by the deceleration in prices and the fall in interest rates. Average annual inflation climbed from 2.5% to 2.6% in 2008, but at year end the year-on-year rate fell to 0.8%. Tighter lending criteria curtailed year-on-year loans growth to the private non financial sector, which retreated from 9.9% to around 7.5%. Loans to individuals also fell with mortgage lending growth sliding from 8.5% to 4.5% and consumer and other loans falling from 11.3% to 7.0%. Espírito Santo Financial Group S.A. Relatório Anual & Contas Consolidadas 2008 Annual Report & Consolidated Financial Statements 2008 07

Riscos para a ESFG resultantes da Crise Financeira Durante a primeira metade de 2008 verificou-se, paralelamente à continuação da crise financeira, um aumento substancial do preço das commodities, sobretudo do petróleo. Seguiu-se, na segunda metade do ano, uma forte quebra dos preços, sustentada pela percepção dos investidores de que a turbulência nos mercados financeiros se alastrava inevitavelmente à economia em geral. O desempenho dos mercados financeiros foi particularmente negativo no último trimestre, na sequência das declarações de insolvência por parte de diversas instituições financeiras de relevo, levando a uma situação de extrema dificuldade nas condições de liquidez e financiamento nos mercados mundiais, e colocando sob grande pressão o core business de um grande número de bancos de investimento, bancos comerciais e companhias de seguros a nível global. As principais economias entraram já num período de recessão, apesar dos esforços concertados de governos e grupos económicos para reanimar e aliviar as dificuldades de empresas e consumidores através de cortes coordenados das taxas de juro e pacotes de estímulo orçamental. Neste contexto, e reconhecendo a complexidade e natureza sem precedentes destes eventos, parece-nos oportuno fazer os seguintes comentários relativamente aos desafios que a ESFG as suas subsidiárias poderão ter de enfrentar: Assistiu-se de um modo geral a uma desaceleração do negócio da ESFG e das suas subsidiárias. O aumento do custo dos recursos aliado à desvalorização das acções e dos activos resultou numa redução da rentabilidade da ESFG. Caso se registe um agravamento destes factores, a ESFG poderá ser ainda mais afectada. A deterioração da actual conjuntura poderá pôr em risco a continuação da sua estratégia de expansão. A ESFG incorre no risco de perdas no caso de insolvência ou incapacidade de cumprir compromissos por parte de instituições financeiras ou outras contrapartes. Um grande número de instituições financeiras em todo o mundo recebeu apoio dos respectivos governos através de planos de salvamento e outro tipo de ajudas. A ESFG não tem capacidade para prever durante quanto mais tempo os governos poderão manter apoio, sendo que a eventual incapacidade dos governos em continuar a fazê-lo poderá enfraquecer ainda mais a posição de determinados bancos e seguradoras, e até gerar uma nova onda de falências e perda de confiança no sistema bancário global. Como referido anteriormente, tem-se assistido a uma situação económica recessiva em vários países europeus, assim como nos Estados Unidos e noutras economias mundiais de peso. Este contexto de deterioração, ao causar uma diminuição na actividade e rentabilidade da ESFG, poderá ter um impacto adverso na sua situação financeira e nos resultados das suas operações. Um tal impacto poderia levar à redução dos dividendos e por sua vez afectar a cotação das acções da Sociedade. Para além disso, os resultados de investimentos poderão também ser negativamente afectados pelo reconhecimento de perdas, imparidades ou write-downs de investimentos a nível consolidado. Em suma, a evolução da actual conjuntura económica e financeira é desfavorável. Os potenciais desenvolvimentos desta situação, acima referidos, poderão ter um impacto materialmente adverso no negócio, situação financeira e resultados operacionais da ESFG. Impacto do período da crise financeira A crise financeira foi responsável por um substancial decréscimo no valor da carteira de acções, que teve os seguintes efeitos nas contas consolidadas referentes a 2008: 1) O reconhecimento, através de capital próprio (Reserva de justo valor), de perdas não realizadas no valor de EUR 1,241.2 milhões (EUR 372.1 milhões líquidos de interesses minoritários), incluindo EUR 29.7 milhões do Reserva de Justo Valor de empresas associadas, principalmente BES Vida; 2) O reconhecimento, na Demonstração de Resultados de imparidades de EUR 116.5 milhões (EUR 75.7 milhões líquidas de interesses minoritários). Estas imparidades resultaram principalmente do seguinte: I) A falência do Lehman Brothers Holdings Inc, que causou prejuízos em obrigações emitidas por esta entidade valor de EUR 91.9 milhões, incluindo obrigações detidas em carteira, recebidas através de transacções de crédito no. II) O colapso do sistema financeiro islandês, que resultou em perdas de imparidade no valor de EUR 10.2 milhões. III) Os acontecimentos relacionados com os fundos Madoff que resultaram em perdas no valor de EUR 1.9 milhões. O Grupo ESFG não tem não tem instrumentos de hedging que permitam mitigar o risco associado aos acontecimentos que o causaram. Adicionalmente, a crise financeira teve o seguinte impacto: Perdas de EUR 94.0 milhões devido à revalorização de activos avaliados ao justo valor e EUR 96.7 milhões em lucros provenientes de passivo avaliado ao justo valor. 08 Espírito Santo Financial Group S.A. Relatório Anual & Contas Consolidadas 2008 Annual Report & Consolidated Financial Statements 2008

Risks to ESFG resulting from the Financial Crisis During the first half of 2008, the ongoing financial crisis ran concurrently with a substantial increase in the price of commodities, most notably oil. This was followed, in the second half of 2008, by a dramatic fall in prices as investors saw the inevitable spread of the financial turmoil to the general economic environment. In the last quarter of 2008 the financial markets experienced particularly negative performances after the declarations of insolvency of several leading financial institutions. This situation caused significant disruptions to world markets in relation to liquidity and funding, furthermore it has placed considerable pressure on the core business of many investment banks, commercial banks and insurance companies globally. Principal economies have now entered into a recessionary period despite concerted efforts by governments and economic groups to revive beleaguered businesses and consumers by coordinated reductions in interest rates and fiscal stimulus packages. Within this context, and when recognising the complexity of these unprecedented events, the following points outlining possible challenges for ESFG and its subsidiaries are made: There has been a general slowdown in the business of ESFG s principal subsidiaries. The increase in the cost of funding and a reduction of share prices and in asset value has lead to a reduction in profitability at ESFG. If there were a worsening of these circumstances ESFG could suffer further. A worsening of the current economic environment might jeopardise further strategic expansion. ESFG is exposed to risk of loss if financial institutions or other counterparties become insolvent or are not able to meet their obligations. Numerous financial institutions worldwide have received support through various rescue plans and other types of support by their respective governments. ESFG is unable to predict for how much longer governments will continue this support. Any failure by governments might lead to a worsening of the position of some banks and insurance companies and might cause further insolvencies and a loss of confidence in the global banking system. As previously mentioned several European countries, as well as the United States and other globally significant economies, have displayed an economy in recession. This worsening situation could adversely affect ESFG s financial condition and results of operations by reducing business activity and profitability. Such an impact could lead to dividend cuts which may affect the trading prices of ESFG s shares. Additionally, results from investments could also be adversely affected through the recognition of losses, impairments or write-downs of investments on a consolidated basis. In summary the developments relating to the current economic and financial environments are unfavourable. These potential developments, outlined above, could have a materially adverse effect on ESFG s business, financial condition and operational results. Impacts from the period of financial turmoil The period of turmoil was responsible for the substantial decrease in value of the securities portfolio that, in 2008, called for: 1) the recognition, through Equity (Fair Value Reserve) of unrealized losses for EUR 1,241.1 million (EUR 372.2 million net of minority interest), including EUR 29.7 million from the Fair Value Reserve of associated companies, mainly BES Vida; 2) the recognition, through the income statement of impairments in the amount of EUR 116.5 million (EUR 75.7 million net of minority interest). Those impairments undertaken were affected mainly by the following: I) the bankruptcy of Lehman Brothers Holdings Inc., which originated losses in bonds issued by this entity in the amount of EUR 91.9 million, including bonds held in portfolio after being received through credit derivative transactions; II) collapse of Iceland s financial system, which originated impairment losses in the amount of EUR 10.2 million; and III) events related to the Madoff funds which led to the booking of losses in the amount of EUR 1.9 million. The Group has no hedging instruments in place to mitigate the risk associated to the events that caused them. In addition the period of turmoil and the financial crises had the following impact: EUR 94.0 million in realised losses originated by the revaluation of assets at fair price and EUR 96.7 million in gains arising from the fair value revaluation of liabilities. Espírito Santo Financial Group S.A. Relatório Anual & Contas Consolidadas 2008 Annual Report & Consolidated Financial Statements 2008 09

Relatório do Presidente Chairman s Report 10 Espírito Santo Financial Group S.A. Relatório Anual 2008 Annual Report 2008

Relatório do Presidente O resultado líquido apresentado pela ESFG em 2008 é especialmente significativo quando considerado no contexto de prolongamento da crise económica e financeira e da sua transformação gradual numa crise de confiança generalizada. ESFG registou um comportamento positivo a nível da margem financeira consolidada, e apenas uma ligeira descida no comissionamento líquido. Apesar do ambiente adverso, o resultado em base recorrente manteve-se saudável. As condições adversas dos mercados foram responsáveis pela quebra dos resultados de mercados, que no entanto se mantiveram positivos. Os custos com pessoal e os gastos gerais administrativos aumentaram 6,7% relativamente ao ano anterior, embora em franca deceleração na segunda metade do ano, tendo sido sobretudo impulsionados pela prossecução da expansão internacional (Angola e Brasil) e pelo aumento da rede de retalho em Portugal. O programa de expansão da rede de balcões do Grupo BES ( BES ) em Portugal encontra-se praticamente finalizado. O resultado consolidado foi suportado pelo aumento da margem financeira em 14,5%, com uma contribuição positiva de todas as unidades bancárias. Os resultados de serviços a clientes registaram apenas uma ligeira descida de 1,5% face a 2007, não obstante as quebras substanciais apresentadas pelo comissionamento líquido originado na área de gestão de activos e banca de investimento, e em particular em project finance e structured finance. Reflectindo o apoio continuado do BES ao segmento empresarial, o crédito a empresas manteve um crescimento forte, aumentado 13,4% em 2008. O crescimento homólogo do crédito à habitação abrandou para 2,9%, o que compara com 8,1% em 2007, tendo o crédito a particulares para as restantes finalidades registado uma subida de apenas 3,2%. O programa de cross selling levado a cabo através dos agentes da Tranquilidade foi responsável por perto de 22,9% dos novos clientes captados pelo BES, contribuindo com 13,0% para a geração de novos créditos à habitação. A expansão da rede, aliada ao desenvolvimento do programa Assurfinance e à permanente aposta na qualidade do serviço prestado permitiram ao BES captar mais de 157 mil novos clientes em 2008. No final do ano o BES atingiu um total de 743 balcões em Portugal, o que traduz um crescimento líquido de 43 unidades ao longo do ano e um aumento de 6,1% relativamente a 2007. O crescimento do negócio internacional do BES tem-se vindo a reflectir na sua crescente contribuição para os resultados, com especial destaque para a margem financeira. Em contraste com a área doméstica que apresentou uma redução de 44,4%, os resultados da área internacional aumentaram, para o que foi decisiva a contribuição do BES Angola de 48,2 milhões de euros (+43,8%). As restantes operações bancárias do ESFG deram também um contributo positivo para os resultados do exercício, nomeadamente a Banque Espírito Santo et de la Vénétie, em França, e a Banque Privée Espírito Santo, na área de private banking, na Suíça. Na área de seguros, a actividade continuou a ser afectada pelo contexto de estagnação do sector Não Vida no mercado português, resultando num decréscimo do volume de prémios de seguros auto emitidos pela Tranquilidade. No entanto, a Tranquilidade manteve a sua quota de mercado forte, em 7,8%, tendo apresentado um crescimento acima da média do mercado em certas áreas estratégicas, como as da saúde (+20,9%), incêndio e outros riscos (+5,0%) e acidentes de trabalho (+0,5%). O programa Assurfinance continuou a produzir excelentes resultados. A intensificação da concorrência e o aumento do número de sinistros nos seguros para riscos de inundação e incêndio contribuíram para a deterioração dos rácios de sinistralidade. Os resultados foram igualmente penalizados pela actual crise financeira, aliada ao impacto das normas internacionais de contabilidade ( IAS ) para o sector dos seguros. O índice de despesas aumentou ligeiramente, passando de 31,6% em 2007 para 31,9% em 2008. Apesar da redução do ritmo de crescimento dos prémios, o esforço desenvolvido para aumentar a eficiência do negócio de seguros do ESFG tem dado frutos, estando em fase adiantada de implementação as medidas tomadas para reduzir o índice de despesas da Tranquilidade. Os resultados da Espírito Santo Saúde ( ESS ), a empresa prestadora de cuidados de saúde da ESFG, revelaram-se superiores às expectativas, com o volume de negócios a aumentar 44,2%, passando de 128,5 milhões de euros em 2007 para 185,3 milhões de euros em 2008. O Hospital da Luz, em Lisboa, mais do que duplicou as receitas, que atingiram 76,0 milhões de euros. A ESS pretende continuar a consolidar o seu crescimento, especialmente no Hospital da Luz e na Clínica Parque dos Poetas. Espírito Santo Financial Group S.A. Relatório Anual & Contas Consolidadas 2008 Annual Report & Consolidated Financial Statements 2008 11