Aula 10: Responsabilidade tributária.

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PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR

Transcrição:

Aula 10: Responsabilidade tributária. Bom pessoal, só recapitulando, vimos na aula passada diversos aspectos da relação obrigacional tributária: - Hipótese de incidência; - Fato gerador; - Sujeito ativo e passivo; - Obrigação principal e acessória; - Domicílio tributário; - Solidariedade e - Capacidade passiva. Pra fechar o título II do CTN - Obrigação tributária, veremos o seu último capítulo (e mais extenso), referente a RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA presente nos arts. 128 a 138 do CTN. Da definição do sujeito passivo da relação obrigacional tributária do art. 121 do CTN, sabemos que o contribuinte é aquele que tem relação pessoal e direta com o fato gerador, e que o responsável é aquele que sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorre de disposição expressa de lei. O CTN apresenta dois grandes grupos de responsabilidade: 1) Responsabilidade por substituição - Autorizadas pelo art. 128 do CTN 2) Responsabilidade por transferência - Expressas nos arts. 129 a 138 do CTN. 1. Responsabilidade por substituição Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 530

O art. 128 do CTN estabelece as regras a serem observadas para novos casos de responsabilidade tributária, além daqueles previstos nos demais arts. do CTN, como é o caso da responsabilidade por substituição tributária. Observem que o art. 128 faz algumas exigências pra esses novos casos: - previsão em lei; - de modo expresso; - Terceira pessoa vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação; - Pode excluir o contribuinte da obrigação de pagar ou incluí-lo supletivamente na relação obrigacional. A responsabilidade por substituição, que pode ser chamada também de substituição tributária, ocorre quando uma terceira pessoa (substituto) vem e ocupa o lugar do contribuinte (substituído). Essa responsabilidade é instituída pela administração tributária com o objetivo de facilitar principalmente duas coisas: A ARRECADAÇÃO E A FISCALIZAÇÃO dos tributos! E isso, ocorre por alguns motivos dentre outros: a) dificuldade em fiscalizar contribuintes pulverizados; b) concentração de esforços pela fiscalização; c) agilizar a arrecadação. Exemplos: 1) Empregador com relação ao imposto de renda retido dos empregados; 2) Usina de açúcar em relação ao ICMS devido pelo produtor rural na comercialização da cana de açúcar; 3) Caixa Econômica Federal com relação ao IR do prêmio de loteria; 4) Distribuidora de comestíveis com relação a futura venda de combustível pelos postos. A responsabilidade por substituição ocorre com maior frequência no ICMS, pela facilidade de encontrar gargalos e pela pulverização de contribuintes e a doutrina definiu duas espécies de substituição: substituição progressiva e regressiva Substituiça o regressiva (antecedente ou "para trás ou diferimento) - É o adiamento do recolhimento do tributo, com relação ao momento passado do fato gerador. O tributo é diferido para um momento posterior em que há bem menos sujeitos passivos, onde a fiscalização pode concentrar seus esforços de maneira mais eficiente. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 531

Exemplos: - Leite cru - Laticínio recolhe o ICMS para o produtor; - Cana em caule - Usina recolhe o ICMS para o produtor; - Carne de animais - Frigorífico recolhe o ICMS para o produtor. Substituiça o progressiva (subsequente ou para frente ) - é a antecipação do recolhimento do tributo cujo fato gerador futuro é presumido. Dessa forma, o tributo é recolhido, sem sequer saber a base de cálculo para quantificar o fato gerador. Exemplos: - Na saída da indústria de veículos, cigarros, refrigerantes, entre outros, o industrial já deve recolher antecipadamente o ICMS, presumindo o fato gerador que irá ocorrer no momento da venda da loja ao consumidor final. IMPORTANTE! Tanto a substituição regressiva como a progressiva são muito utilizadas pelos Estados, e como sabemos, ambas devem estar previstas em lei. TODAVIA, apenas a substituição tributária progressiva tem previsão na nossa Constituição Federal! Guardem isso! Art. 150. (...) 7º. A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. (Grifos nossos) VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 532

Atentem para o fim do 7º, que diz que no caso de o fato gerador presumido não se realizar é assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga. Vejamos um exemplo pra elucidar a substituição progressiva: Imagine uma fábrica que venda refrigerantes para um determinado supermercado. Nesse caso, supondo que haja a previsão legal de responsabilidade por substituição, a fábrica, além de ter que pagar o seu ICMS próprio pela operação, ficará responsável por reter antecipadamente o valor do ICMS referente a venda do supermercado para o consumidor final. Mas como a fábrica tem condições de estipular o valor do ICMS sendo que a operação nem ocorreu ainda? Para solucionar isto, utiliza-se o recurso da margem de valor agregado (MVA). A lei deverá definir esta margem para cada produto baseado nos preços usualmente praticados no mercado, obtidos por levantamento, adotando-se a média ponderada dos preços coletados. Sabemos que no caso do fato gerador presumido não se realizar é assegurado ao contribuinte substituído a imediata e preferencial restituição da quantia paga. Mas e no caso da venda ser feita por valor abaixo ou acima daquele estipulado? Pra resolver esse problema, o STF tem uma jurisprudência pacificada: EMENTA: TRIBUTÁRIO. ICMS. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. (...). ALEGADA OFENSA AO 7.º DO ART. 150 DA CF (REDAÇÃO DA EC n. 3/93) (...). (...) A EC n. 03/93, ao introduzir no art. 150 da CF/88 o 7º, aperfeiçoou o instituto, já previsto em nosso sistema jurídicotributário, ao delinear a figura do fato gerador presumido e ao estabelecer a garantia de reembolso preferencial e imediato do tributo pago quando não verificado o mesmo fato a final. A circunstância de ser presumido o fato gerador não constitui óbice à exigência antecipada do tributo, dado tratar-se de sistema instituído pela própria Constituição, encontrando-se regulamentado por lei complementar que, para definir-lhe a base de cálculo, se valeu de critério de estimativa que a aproxima o mais possível da realidade. A lei complementar, por igual, definiu o aspecto temporal do fato gerador presumido como sendo a saída da mercadoria do estabelecimento do contribuinte substituto, não deixando margem para cogitar-se de VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 533

momento diverso, no futuro, na conformidade, aliás, do previsto no art. 114 do CTN, que tem o fato gerador da obrigação principal como a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. O fato gerador presumido, por isso mesmo, não é provisório, mas definitivo, não dando ensejo à restituição ou complementação do imposto pago, senão, no primeiro caso, na hipótese de sua não realização final. Admitir o contrário valeria por despojar-se o instituto das vantagens que determinaram a sua concepção e adoção, como a redução, a um só tempo, da máquinafiscal e da evasão fiscal a dimensões mínimas, propiciando, portanto, maior comodidade, economia, eficiência e celeridade às atividades de tributação e arrecadação. Ação conhecida apenas em parte e, nessa parte, julgada improcedente. (ADIn 1.851/AL, Pleno, rel. Min. Ilmar Galvão, j. 08-05-2002) (Grifos nossos) Observem na parte destacada, que de acordo com o entendimento do STF, a base de cálculo utilizada será considerada definitiva, não havendo dessa forma, restituição ou complementação do imposto pago. A restituição então somente será devida quando da não ocorrência do fato gerador presumido. Cabe ressaltar no entanto que esse entendimento somente se aplica aos estados signatários do convênio 13/97, ao qual alguns Estados não fazem parte, como São Paulo por exemplo. 1. (FCC/JE/TJGO/2012) Lei estadual que prevê recolhimento antecipado, pelo fabricante/montadora de veículos, de ICMS incidente sobre a venda de veículos automotores disponíveis para a venda em concessionária de veículos é considerada a) constitucional, por se tratar de substituição tributária para frente, expressamente autorizada pela Constituição Federal. b) inconstitucional, por se tratar de fato gerador presumido, ainda não consumado. c) inconstitucional, por não caber a incidência de ICMS na operação de venda de veículos automotores pelo fabricante/montadora para a concessionária de veículos. d) constitucional, por se tratar de substituição tributária para trás, com fato gerador consumado quando da saída dos veículos do pátio do fabricante/montadora de veículos. e) constitucional, já que o fabricante/montadora de veículos realizou o fato gerador do ICMS quando operou a venda de veículos automotores para a concessionária. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 534

A questão cobra o conhecimento do art. 150, 7 o da CF/88, vejamos: Art. 150, 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993). Dessa forma a CF/88 autoriza a substituição tributária pra frente, hipótese apresentada na questão. GABARITO: A 2. (CESPE/AJ STJ/Judiciária/2012) Julgue o item a seguir, acerca da competência tributária, dos impostos, da obrigação e dos créditos tributários. Ocorre a substituição tributária regressiva nos casos em que pessoas ocupantes de posições posteriores nas cadeias de produção são substituídas, quanto à obrigação de pagar o tributo devido, por aqueles que ocupam as posições anteriores. Errado. A assertiva mistura os conceitos. Na verdade, a substituição tributária regressiva (diferimento) adia o pagamento do tributo para as posições posteriores. As pessoas ocupantes das posições anteriores são substituídas quando à obrigação de pagar o tributo devido, por aqueles que ocupam as posições posteriores. GABARITO: ERRADO 3. (FCC/Auditor/TCE-SP/2013) Ao prever a lei de determinado tributo que será atribuído ao sujeito passivo da obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, estar-se-á diante de a) fato gerador pendente. b) fato gerador futuro. c) substituição tributária para frente. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 535

d) substituição tributária para trás. e) lançamento a certo período de tempo. A situação apresentada na questão é a substituição tributária progressiva (pra frente). Nesta situação, presume-se a ocorrência do fato gerador, e os ocupantes das posições posteriores da cadeia são substituídos no dever de pagar o tributos pelos ocupantes das posições anteriores. GABARITO: C 2. Responsabilidade por transferência A responsabilidade por transferência se dá após a ocorrência do fato gerador, em razão de um evento posterior previsto em lei a partir do qual transfere a responsabilidade para um terceiro, podendo o contribuinte permanecer ou não no polo passivo da obrigação! São três hipóteses de responsabilidade: d) Responsabilidade de terceiros - art. 134 do CTN; e) Responsabilidade por infração - arts. 135 a 138 do CTN; f) Responsabilidade por sucessão - arts. 131 a 133 do CTN - subdividida em imobiliária, empresarial e pessoal. 2.1 Responsabilidade de terceiros O art. 134 do CTN determina o seguinte: Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 536

III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório. (grifos nosso) Cabe ressaltar algumas observações com relação a este artigo: 1) Essa responsabilidade de terceiros É SOLIDÁRIA e surge somente no caso de ser impossível de cobrar do contribuinte - CUIDADO! A responsabilidade aparenta ser subsidiária com benefício de ordem, mas não é! Ela só surge, pois em um primeiro momento, é impossível cobrar do contribuinte. Já em um segundo momento, o responsável responde solidariamente sem benefício de ordem com o contribuinte que agora voltou a ter condições de ser cobrado; 2) A responsabilidade é somente para os ATOS EM QUE INTERVIEREM ou PELAS OMISSÕES DE QUE FOREM RESPONSÁVEIS; 3) A redação do inciso V está desatualizada, pois com a nova lei de falências, foi extinguida a figura da concordata, sendo substituída pela recuperação judicial, não existindo também dessa forma o síndico e o comissário, chamado agora de administrador judicial, sendo este portanto o responsável nessa situação; 4) Sociedade de pessoas são aquelas sociedades que tem sócios de responsabilidade ILIMITADA. 5) IMPORTANTE!!! Neste artigo, a responsabilidade só alcança as penalidades de caráter moratório, pelo atraso de pagamento do tributo e não as penalidades de caráter formal por descumprimento de regras. Vamos ver algumas decisões importantes dos tribunais a respeito desse assunto: A dissolução irregular da pessoa jurídica é causa que, a teor do art. 134, VII, do CTN, permite a responsabilização solidária do sócio pelos débitos da sociedade por cotas de responsabilidade limitada. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 537

Todavia, se a retirada do sócio ocorre em data anterior ao encerramento irregular da sociedade, tal fator não se presta a fazê-lo suportar as dívidas fiscais assumidas, ainda que contraídas no período em que participava da administração da empresa. Precedentes: (REsp 651.684/PR, 1ª T., Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 23.05.2005; Resp 436802/MG, 2ª T., Min. Eliana Calmon, DJ de 25.11.2002). Dessa forma, se um sócio se retira antes do encerramento irregular de uma sociedade, ele não poderá ser alcançado pela responsabilidade tributária pelos débitos da sociedade. No caso de liquidação de sociedade de pessoas, os sócios são "solidariamente" responsáveis (artigo 134, do CTN) nos atos em que intervieram ou pelas omissões que lhes forem atribuídas. Em se tratando de responsabilidade subjetiva, é mister que lhe seja imputada a autoria do ato ilegal, o que se mostra inviável quando o sócio sequer era administrador da sociedade à época da ocorrência do fato gerador do débito tributário pendente de pagamento.(...)"(resp 722998/MT, Rel. Ministro Luiz Fux) Outra interessante decisão do STJ, diz que a responsabilidade solidária dos sócios no caso de sociedades de pessoas é tão somente para os casos em que intervierem ou pelas omissões que lhe forem atribuídas. Logo, por serem atos típicos do administrador da sociedade, estariam eximidos dessa responsabilidade os sócios não-administradores. 4. (FCC/AFTM SP/Gestão Tributária/2012) Um menino menor de idade, com dez anos, recebeu, na qualidade de herdeiro testamentário, por ocasião da morte de sua avó, um imóvel urbano, localizado em município do interior de São Paulo, no valor de R$ 350.000,00. Houve a aceitação da herança pelo menor, que, nesse ato, foi representando por seus pais. Nesse caso, o tributo devido na transmissão causa mortis de bens imóveis caberá a) ao menino menor de idade, pois ele tem capacidade tributária, e, no caso de impossibilidade de exigência do cumprimento dessa obrigação tributária por ele, seus pais responderão solidariamente com ele. b) aos pais do menor de idade, pois o menino, por ser menor de idade, não tem capacidade tributária. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 538

c) ao menino menor de idade, pois ele tem capacidade tributária, e, no caso de impossibilidade de exigência do cumprimento dessa obrigação tributária por ele, seus pais responderão solidariamente com ele, nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis. d) cinquenta por cento ao menino menor de idade e cinquenta por cento aos pais do menor. e) aos pais do menino menor de idade e ao próprio menino, pois o menor não tem capacidade jurídica para ser, isoladamente, contribuinte. A situação apresentada se enquadra no disposto pelo art. 134, I do CTN. Logo, o menor possui capacidade tributária, pois esta independe da capacidade civil das pessoas. E seus pais respondem solidariamente, na impossibilidade de cobrança do menor, pelos atos em que intervierem ou omissões de que forem responsáveis. GABARITO: C 5. (CESPE/Advogado/AGU/2012) Em relação à responsabilidade tributária, julgue o item. A responsabilidade tributária de terceiros é solidária. Errado. Existem os casos do art. 134 que trata da responsabilidade solidária de terceiros que acabamos de ver. Todavia, veremos no próximo item, a responsabilidade de terceiros por infração do art. 135 (atos praticados com excesso de poder ou infração a lei, contrato social ou estatutos) que é do tipo PESSOAL. GABARITO: ERRADO 6. (FCC/NeR/TJ PE/Provimento/2013) É legalmente considerado responsável solidário pelos tributos gerados por atos em que intervém a) o filho menor, em relação aos tributos devidos por seus pais. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 539

b) a sociedade de pessoa, em relação aos tributos devidos por seus sócios. c) o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio. d) o usuário do serviço notarial e de registro, pelos tributos decorrentes da prática de atos na serventia. e) o proprietário mandante, pelos tributos devidos por atos do administrador. Dentre as alternativas apresentadas, somente a alternativa C está de acordo com o disposto no art. 134 do CTN que apresenta as hipóteses de responsabilidade solidária de terceiros. GABARITO: C 7. (CESPE/DP DF/2013) No que se refere à obrigação tributária e ao processo judicialtributário, julgue o seguinte item. A responsabilidade dos pais pelos tributos devidos pelos filhos é, de acordo com o CTN, solidária e pessoal. Errado. De acordo com o art. 134 do CTN, a responsabilidade dos pais pelos tributos devidos pelos filhos menores é solidária. GABARITO: ERRADO 8. (CESPE/Procurador/AGU/2013) Julgue o item que se segue de acordo com as normas do Código Tributário Nacional relativas a domicílio e responsabilidade tributários. Caso uma criança com seis anos de idade receba por doação de seu avô a propriedade de um imóvel, a responsabilidade do pai ao omitir-se de pagar o IPTU referente a esse imóvel será solidária com a criança. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 540

Correto. De acordo com o art. 134 do CTN, os pais respondem solidariamente com os filhos menores nos atos em que intervierem ou nas omissões de que sejam responsáveis. GABARITO: CORRETO 2.2. Responsabilidade por Infração A responsabilidade por infração está prevista nos arts. 135 a 138 do CTN, vejamos: Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I - as pessoas referidas no artigo anterior; II - os mandatários, prepostos e empregados; III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Primeira grande diferença para a responsabilidade por transferência é que, enquanto lá a responsabilidade era solidária com o contribuinte que voltou a ter condições de ser cobrado, aqui a responsabilidade é PESSOAL!!! Neste caso, o responsável está praticando atos com excesso de poderes ou infração da lei, contrato social ou estatutos. Dessa forma, exclui-se a obrigação de pagar do contribuinte, e o responsável responderá pessoalmente pelo crédito tributário correspondente. Ex: Se o gerente de uma sociedade tem competência pelo estatuto para realizar negócios de até 500 mil reais, e realiza um negócio de 800 mil reais, ele ultrapassou sua competência estatutária e portanto pode responder pessoalmente pelos créditos surgidos em função dessa transação. Vejamos o que diz o STF a respeito disso: (...) O sócio não responde, em se tratando de sociedade por quotas de responsabilidade limitada, pelas obrigações fiscais da sociedade, quando não se lhe impute conduta dolosa ou culposa, com violação da lei ou do contrato. Hipótese em que não há prova reconhecida nas decisões das instancias ordinárias de a sociedade haver sido criada objetivando causar prejuízo à Fazenda, nem VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 541

tampouco restou demonstrado que as obrigações tributárias resultaram de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou dos estatutos, por qualquer dos sócios. Embargos de terceiros procedentes. Sumula 279.Recurso extraordina rio não conhecido. (g. n) (STF, RE nº 108.728/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Néri da Silveira, DJ em 14/11/91). (grifos nosso) Observem portanto que o sócio somente responde em sociedades limitadas, quando houver prática de conduta dolosa ou culposa, com violação da lei ou do contrato. Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. IMPORTANTE!! Muito cuidado pessoal! Embora este dispositivo gere discussões doutrinárias a respeito do art. 136 consagrar ou não uma responsabilidade objetiva do agente, o entendimento do STJ no RE 278.324/SC, é que esta aparente responsabilidade objetiva do art. 136 do CTN deve ser relativizada. Devem ser aplicados alguns princípios constitucionais como o da equidade, boa fé, proporcionalidade, razoabilidade para avaliar cada caso concreto, e poder chegar a conclusão sobre a imputação ou não, da responsabilidade ao agente. (...) A responsabilidade pela prática de infração tributária, malgrado o disposto no art. 136 do CTN, deve ser analisada com temperamentos, sobretudo quando não resta comprovado que a conduta do vendedor encontrava-se inquinada de má-fé. Em hipótese como tais, tem emprego o disposto no art. 137 do CTN, que consagra a responsabilidade subjetiva. Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores; VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 542

c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. O art. 137 do CTN é basicamente uma repetição do que está no art. 135 de uma forma mais detalhada, mais esmiuçada, reforçando a tese de que a responsabilidade do art. 136 não se trata de uma responsabilidade objetiva propriamente dita. Além disso, apresenta duas hipóteses excludentes de responsabilidade: a) Quanto às infrações praticadas no exercício REGULAR de administração, mandato, função, cargo ou emprego; b) Quanto às infrações praticadas no cumprimento de ORDEM EXPRESSA emitida por quem de direito. Ex: Imagine que um gerente tem permissão estatutária para realizar negócios de até 100 mil reais e um Diretor, negócios de 500 mil reais. Nesse caso, para negócios até 100 mil, o gerente está no exercício regular da sua função e sua responsabilidade está excluída. Caso ele realize um negócio de 200 mil reais, porém, com autorização expressa do diretor, sua responsabilidade também estará excluída. Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.(grifos nosso) O art. 138 do CTN trata do benefício da espontaneidade. É aquela hipótese em que o sujeito passivo denuncia sua própria infração pagando o TRIBUTO + JUROS DE MORA, ou então depositando o montante arbitrado pela autoridade quando depender de apuração, excluindo assim a responsabilidade pela infração. IMPORTANTE! Não se considera espontânea, a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Muito importante essa última parte destacada em vermelho, pois não é qualquer procedimento ou medida de fiscalização, mas somente aquelas relacionadas com a infração. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 543

Vejamos algumas decisões do STJ a respeito da matéria: (...) O pedido de parcelamento do débito não configura denúncia espontânea para fins de exclusão da multa moratória, sendo certo que o advento da Lei Complementar nº 104/2001, que acrescentou ao CTN o art. 155-A, somente reforçou o referido posicionamento (RE 284.189/SP) Observem dessa forma que o pedido de parcelamento do débito, não configura denúncia espontânea para fins de exclusão da multa moratória. (...) A posição majoritária da Primeira Seção desta Corte é no sentido da não admitir a denúncia espontânea nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, quando houver declaração desacompanhada do recolhimento do tributo. (AgR-RE 636.064/SC) A jurisprudência assentada no STJ considera inexistir denúncia espontânea quando o pagamento se referir a tributo constante de prévia Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF ou de Guia de Informação e Apuração do ICMS GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei. Considera-se que, nessas hipóteses, a declaração formaliza a existência (= constitui) do crédito tributário, e, constituído o crédito tributário, o seu recolhimento a destempo, ainda que pelo valor integral, não enseja o benefício do art. 138 do CTN (Precedentes da 1ª Seção: AGERESP 638069/SC, Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 13.06.2005; AgRg nos EREsp 332.322/SC, 1ª Seção, Min. Teori Zavascki, DJ de 21/11/2005). Entretanto, não tendo havido prévia declaração pelo contribuinte, configura denúncia espontânea, mesmo em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, a confissão da dívida acompanhada de seu pagamento integral, anteriormente a qualquer ação fiscalizatória ou processo administrativo (Precedente: AgRg no Ag 600.847/PR, 1ª Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 05/09/2005). GUARDEM ISSO! Mais três decisões interessantes do STJ, todas no mesmo sentido de que não configura espontaneidade, se o débito tiver, de alguma forma, sido declarado anteriormente desacompanhado do recolhimento. 9. (FDC/AFTM BH/2012) A denúncia espontânea não gera os benefícios legalmente previstos na hipótese de: a) tributos sujeitos à homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo b) atingimento das multas fiscais, mas não das moratórias VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 544

c) lei específica promulgada pelo ente tributante d) parcelamento da dívida pelo contribuinte e) pagamento da dívida à vista Conforme o art. 138 do CTN, somente o pagamento integral do tributo + juros de mora, anterior a qualquer medida de fiscalização, caracteriza o benefício fiscal da denúncia espontânea. Além disso, o STJ tem entendido nesse sentido também: GABARITO: D (...) O pedido de parcelamento do débito não configura denúncia espontânea para fins de exclusão da multa moratória, sendo certo que o advento da Lei Complementar nº 104/2001, que acrescentou ao CTN o art. 155-A, somente reforçou o referido posicionamento (RE 284.189/SP) 10. (CESPE/Procurador/MPTC-DF/2013) No que tange à legislação tributária, à obrigação tributária, ao crédito tributário e à administração tributária, julgue o item seguinte. Consoante a jurisprudência assentada, é lícita a aplicação do benefício da denúncia espontânea aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mesmo quando estes forem pagos extemporaneamente. A questão cobra o conhecimento da súmula 360 do STJ: Logo, O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. GABARITO: ERRADO VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 545

11. (FCC/JE TJPE/2013) Em fiscalização realizada em uma empresa de embalagens foram constatadas inúmeras irregularidades relativamente ao recolhimento dos tributos devidos, razão pela qual foi lavrado um Auto de Infração e Imposição de Multa. O crédito tributário decorrente destes fatos geradores por atos praticados com infração de lei, contrato ou estatuto, será devido a) pelos diretores ou gerentes, enquanto representantes legais da empresa, na qualidade de responsáveis pessoais, pelos créditos cujos atos advieram de infração de lei, contrato ou estatuto; e pela empresa, na qualidade de contribuinte, pelos créditos cujos fatos geradores efetivamente tenha praticado sem afronta à lei, contrato ou estatuto. b) pelos sócios e pelos diretores ou gerentes, enquanto representantes legais da empresa, na qualidade de responsáveis solidários, por créditos advindos de atos decorrentes da infração de lei, contrato ou estatuto; e pela empresa, na qualidade de contribuinte, pelos fatos geradores que efetivamente praticou. c) pela empresa, em sua totalidade, na qualidade de contribuinte e, subsidiariamente, pelos sócios diretores, enquanto representantes legais, pelo crédito decorrente de atos praticados com infração de lei, contrato ou estatuto. d) pela empresa e pelos sócios, solidariamente, na qualidade de contribuinte e responsável, respectivamente, pelos créditos decorrentes de todos os atos praticados, inclusive com infração de lei, contrato ou estatuto. e) pelos sócios, em sua totalidade, na qualidade de responsáveis pessoais pelos atos com infração de lei, contrato ou estatuto; e pela empresa, na qualidade de contribuinte, pelos créditos decorrentes de todos os atos praticados por seus responsáveis legais, em regime de solidariedade. Questão bem formulada! O crédito tributário em função do Auto de Infração será devido pelos diretores e gerentes pessoalmente pelos atos advindos de infração à lei, estatuto, ou contrato social. E pela própria empresa na qualidade de contribuinte, quando os atos não decorrerem de infrações pessoais cometidas pelos prepostos. GABARITO: A 12. (UEPA/FRE PA/2013) Considerando o que estabelece o Código Tributário Nacional sobre a responsabilidade de terceiros, assinale a alternativa CORRETA. a) Os pais são solidariamente responsáveis pelos tributos devidos por seus filhos menores enquanto não emancipados. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 546

b) O inventariante responde solidariamente pelos tributos devidos pelo espólio, enquanto não encerrado o inventário. c) O síndico responde solidariamente apenas pelas penalidades aplicadas à massa falida. d) Somente será atingido o patrimônio do tutor solidariamente responsável pelos tributos devidos por seus tutelados quando encerrada a capacidade de pagamento do patrimônio destes. e) Os diretores de pessoas jurídicas privadas respondem pessoalmente pelos créditos tributários correspondentes a obrigações tributárias que decorram de atos praticados com infração do contrato social. A) Errado. O CTN não faz essa restrição quanto aos não emancipados. B) Errado. A responsabilidade solidária do inventariante ultrapassa o período do inventário. C) Errado. De acordo com o CTN, o síndico responde pelos tributos devidos pela massa falida e não pelas penalidades. D) Errado. Na responsabilidade solidária prevista no CTN, não existe benefício de ordem. E) Correto. Está de acordo com o art. 135 do CTN. GABARITO: E 13. (UEPA/FRE PA/2013) Assinale a alternativa CORRETA quanto à responsabilidade por infrações, na forma definida pelo Código Tributário Nacional. a) Iniciada qualquer medida de fiscalização relacionada com a infração, ainda que o contribuinte confesse o ato, não será considerada espontânea a denúncia. b) Havendo denúncia espontânea pelo contribuinte, enquanto não encerrada a fiscalização, a responsabilidade pela infração é excluída acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. c) Exceto se houver lei em sentido contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária depende da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 547

d) A responsabilidade será pessoal do agente que, no exercício regular de administração, praticar infrações que configurem crimes. e) A responsabilidade será da pessoa jurídica de direito privado nos atos praticados por seus diretores que resultem em infrações, ainda que contra elas praticados. A) Correta. De fato, iniciado qualquer procedimento de fiscalização relacionado com a infração, o sujeito passivo perde o benefício da espontaneidade. B) Errada. A denúncia espontânea não é aceita no caso de já haver procedimento de fiscalização relacionado com a infração em curso. C) Errada. Vai de encontro com o disposto no art. 136 do CTN. D) Errada. Pelo art. 137, I do CTN, o exercício regular de administração é uma excludente da responsabilidade pessoal do agente. E) Errada. Neste caso, a responsabilidade será pessoal do infrator. GABARITO: A 14. (CESPE/Procurador/AGU/2013) Julgue o item que se segue de acordo com as normas do Código Tributário Nacional relativas a domicílio e responsabilidade tributários. O fato de determinado diretor de uma empresa, mediante infração ao respectivo contrato social, praticar atos que configurem fato gerador de certo imposto torna esse diretor devedor solidário relativamente ao tributo originalmente imputado à empresa. Errado. De acordo com o art. 135 do CTN, a responsabilidade para esta situação de infração apresentada será pessoal. GABARITO: ERRADO VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 548

2.3 Responsabilidade por sucessão 2.3.1 Reponsabilidade por sucessão Imobiliária Está previsto no art. 130 do CTN: Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a subrogação ocorre sobre o respectivo preço. (grifos nosso) A responsabilidade por sucessão imobiliária é bem simples. Em tese, um indivíduo adquire o imóvel de outro e vai responder pelos tributos devidos e não pagos por quem vendeu. Por ser anterior a data da compra, o contribuinte seria o vendedor, e o adquirente o responsável. Observem a figura: Ainda do art. 130 do CTN, devemos guardar as seguintes informações: I. Observem que o artigo não comtempla as taxas de polícia, pois essas são devidas em função da atividade desenvolvida e não do imóvel; II. O adquirente se exime da responsabilidade pelos tributos devidos pelo vendedor em apenas UMA HIPÓTESE: Conste do título a PROVA DE SUA QUITAÇÃO (certidão negativa); III. Segundo o parágrafo único, no caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço. Isso significa dizer que no momento da arrematação, a VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 549

fazenda pública vai retirar os tributos devidos do valor pago pelo adquirente, não tendo mais responsabilidade dessa forma o adquirente. Vejamos algumas posições dos nossos tribunais a respeito deste tema: (...) O adquirente sub-roga-se nos direitos e obrigações relativos ao imóvel quando, no ato translatício, foram-lhe passados todos os direitos e ações relacionados ao bem adquirido. Entretanto, não sendo repassado ao adquirente, no referido ato, todos os direitos e ações relacionados ao bem adquirido, não há como conferir-lhe o direito à repetição das quantias indevidamente recolhidas a título de IPTU. (RE 778.162, STJ) Em regra, o responsável não poderá pleitear a devolução da quantia paga indevidamente pelo contribuinte à época, exceto se forem repassados todos os direitos relativos ao imóvel no ato translatício. Dessa forma, em regra, somente o antigo dono poderá pleitear essa quantia. (...) O crédito fiscal perquirido pelo fisco deve ser abatido do pagamento, quando do leilão, por isso que, finda a arrematação, não se pode imputar ao adquirente qualquer encargo ou responsabilidade tributária. (...) Se o preço alcançado na arrematação em hasta pública não for suficiente para cobrir o débito tributário, nem por isso o arrematante fica responsável pelo eventual saldo (REsp 166.975, Rel. Ministro SALVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA) Observem, que mesmo na hipótese em que o preço da arrematação não seja suficiente para liquidar os tributos devidos, o adquirente estaria eximido dessa responsabilidade. 15. (FCC/AFTM SP/Gestão Tributária/2012) Uma pessoa adquiriu bem imóvel, localizado em área urbana de município paulista, sem exigir que o vendedor lhe exibisse ou entregasse documento comprobatório da quitação do IPTU, relativo aos cinco exercícios anteriores ao da data da referida aquisição. Nada constou a respeito dessa quitação no título por meio do qual foi feita a transmissão da propriedade do referido imóvel. Desse modo, esse adquirente a) tornou-se contribuinte do IPTU em relação aos créditos tributários referentes aos exercícios anteriores ao de sua aquisição, cabendo a ele quitá-los nessa condição. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 550

b) é responsável tributário pelo pagamento do IPTU devido até o momento da transmissão da propriedade. c) é responsável tributário pelo pagamento do IPTU somente em relação aos fatos geradores ocorridos após a aquisição do imóvel. d) não é responsável tributário pelo pagamento do IPTU anterior à aquisição do imóvel, pois não há ilícito algum na aquisição de imóvel em transmissão inter vivos. e) não é responsável tributário pelo pagamento do IPTU anterior à aquisição do imóvel, pois nada constou, no título aquisitivo, sobre a existência desses créditos tributários não pagos. Questão cobra o conhecimento do art. 130 do CTN: Os cre ditos tributa rios relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. Ou seja, não constando a prova de sua quitação, o adquirente será responsável pelos tributos devidos até a data do ato translatício, a partir dessa data, será contribuinte. GABARITO: B 16. (FCC/AFTM SP/Gestão Tributária/2012) Uma determinada pessoa adquiriu um imóvel urbano em maio de 2010. Em fevereiro de 2012, ela constatou que o IPTU incidente sobre esse imóvel, nos exercícios de 2008, 2009 e 2010, não havia sido pago pelo proprietário anterior. Os créditos tributários referentes ao IPTU incidente nos exercícios de 2011 e 2012 ela mesma os pagou, em razão de o imóvel já lhe pertencer nesses exercícios. Não existe prova alguma de quitação do tributo referente aos exercícios 2008, 2009 e 2010. Considerando que o fato gerador do IPTU, em relação à situação descrita acima, ocorre no dia 1o de janeiro de cada exercício, o adquirente é a) responsável tributário pelo pagamento do IPTU, em relação aos exercícios de 2008, 2009 e 2010 e contribuinte desse imposto em relação aos exercícios de 2011 e 2012. b) contribuinte do IPTU, em relação aos exercícios de 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 551

c) contribuinte do IPTU, em relação aos exercícios de 2008, 2009 e 2010 e responsável tributário pelo pagamento desse imposto em relação aos exercícios de 2011 e 2012. d) contribuinte do IPTU, em relação aos exercícios de 2008 e 2009 e responsável tributário pelo pagamento desse imposto em relação aos exercícios de 2010, 2011 e 2012. e) responsável tributário pelo pagamento do IPTU, em relação aos exercícios de 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012. Conforme art. 130 do CTN, o adquirente será responsável pelos tributos devidos até o ato translatício, e contribuinte pelos tributos devidos após esse ato. Logo, GABARITO: A 17. (FDC/AFTM BH/2012) O adquirente é responsável pelo IPTU relativo ao imóvel adquirido se: a) não constar do título a prova de sua quitação b) a aquisição se originar de arrematação em hasta pública c) o adquirente for sucessor de imóvel pertencente ao de cujus d) a pessoa jurídica de direito privado adquirente resultar de fusão e) o sócio remanescente permanecer no mesmo local, com exploração de atividade similar à da pessoa jurídica de direito privado extinta A única forma de o adquirente se eximir da responsabilidade pelos tributos devidos até a data do ato translatício é caso conste do título a prova de sua quitação. Logo, GABARITO: A 18. (FCC/NeR/TJ PE/Remoção/2013) Quando da realização do negócio jurídico de compra e venda de bem imóvel o alienante declarou ao tabelião que não possuía débitos para com as Fazendas Públicas municipal, estadual e federal. Esta declaração foi consignada na Escritura Pública que ainda constou a assunção pelo VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 552

alienante de qualquer obrigação tributária por fato gerador anterior à lavratura da Escritura. A responsabilidade tributária neste caso, a) é do alienante, pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores ao negócio. b) é do adquirente, ainda que tenham sido apresentadas as certidões negativas de débito pelo alienante. c) é solidária do alienante e do adquirente. d) pode ser solidária do tabelião ou do oficial do registro de imóveis com o adquirente quando não efetivamente fiscalizado o recolhimento do tributo devido na operação. e) somente será atribuída ao tabelião ou ao oficial do registro de imóveis em caráter exclusivo, pela omissão na fiscalização desta obrigação tributária por parte do alienante. Quando conste do título, prova de quitação dos tributos, o adquirente fica eximido da responsabilidade pelos tributos devidos até a data do ato de translação. Todavia, de acordo com o art. 134 do CTN, o tabelião ou oficial de registro pode responder solidariamente nos atos em que intervierem ou nas omissões de que forem responsáveis. No caso da questão, ocorreu justamente uma omissão em não fiscalizar os pagamentos dos tributos. Logo, GABARITO: D 19. (CESPE/Advogado/AGU/2012) Em relação à responsabilidade tributária, julgue o item. As taxas de prestação de serviços, tais como as cobradas em razão do poder de polícia, devidas pelo alienante até a data da aquisição do imóvel, são de responsabilidade do adquirente do imóvel. Errada. O art. 130 do CTN faz referência expressa tão somente às taxas de serviço. Isso se deve ao fato de que as taxas de polícia não estão relacionadas com o imóvel, mas sim com a atividade desempenhada nele. GABARITO: ERRADO VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 553

2.3.2 Responsabilidade por sucessão Empresarial A responsabilidade por sucessão empresarial está prevista nos arts. 132 e 133 do CTN: Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. (grifos nosso) O art. 132 trata da chamada responsabilidade exclusiva, que seria o equivalente a uma responsabilidade pessoal da pessoa jurídica. Pelo disposto no artigo, todos os fatos geradores ocorridos até a data da operação societária, seja ela uma transformação, fusão ou incorporação serão de responsabilidade da pessoa jurídica resultante da operação. Exemplos: - A e B fazem uma fusão resultando em C, logo C será responsável pelos tributos devidos por A e B até a data da operação; - A se transforma em B, logo B será responsável pelos tributos devidos por A até a data da operação; - B incorpora A, logo B será responsável pelos tributos devidos por A até a data da operação. O parágrafo único traz uma situação interessante, cujo objetivo é prevenir fraudes contra a fiscalização tributária! Na hipótese de extinção de uma pessoa jurídica, caso algum dos sócios remanescentes continue explorando a mesma atividade, revestido pela mesma razão social ou não, ou mesmo por firma individual, esta nova pessoa jurídica responderá pelos tributos devidos até a data da extinção da antiga pessoa jurídica. Cuidado! A responsabilidade é da nova pessoa jurídica e não pessoalmente do sócio. Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, E CONTINUAR A RESPECTIVA EXPLORAÇÃO, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 554

tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. (grifos nosso) O art. 133 apresenta outras duas hipóteses de responsabilidade por sucessão empresarial, além da responsabilidade exclusiva prevista no art. 132, a responsabilidade por sucessão empresarial integral e subsidiária: Integral Ocorre quando a pessoa jurídica adquire de outra o fundo de comércio ou estabelecimento, continua explorando a mesma atividade, e o alienante cessa a exploração daquela atividade por pelo menos seis meses. Subsidiariamente Ocorre quando a pessoa jurídica adquirente do fundo de comércio ou estabelecimento de outra, continua no mesmo ramo de atividade, e o alienante CONTINUA EXPLORANDO AQUELA ATIVIDADE OU ENTÃO, DENTRO DE SEIS MESES, RETOMA A EXPLORAÇÃO DAQUELA OU DE OUTRA ATIVIDADE. Vamos elucidar o caso com um exemplo: - Imagine que a empresa X compra o fundo de comércio da empresa Y que explora o comércio de doces e continua a exploração desta mesma atividade. No caso de o alienante cessar a exploração daquela atividade, X responderá INTEGRALMENTE pelos tributos devidos até a data do ato da translação. Todavia, no caso de o alienante retomar aquela atividade, ou mesmo qualquer outra atividade dentro de 6 meses, X responderá SUBSIDIARIAMENTE pelos tributos devidos até a data do ato de translação. Cabe ressaltar também, que na hipótese de o adquirente não continuar a respectiva exploração daquela atividade, ele não terá responsabilidade pelos tributos devidos pelo alienante. Art. 133, 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) I em processo de falência; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 555

II de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.(incluído pela Lcp nº 118, de 2005) Vimos no caput do art. 133 a regra em que o adquirente responderá integralmente ou subsidiariamente conforme o caso! O 1 o, traz a exceção! A responsabilidade do adquirente ESTARÁ EXCLUÍDA, ou seja, não terá nenhuma responsabilidade pelos tributos devidos pelo alienante até a data do ato, na hipótese do fundo de comércio ou estabelecimento ser adquirido por meio de alienação judicial em processo de falência, OU de filial ou unidade produtiva em processo de recuperação judicial. Assim, o adquirente receberá o fundo de comércio ou estabelecimento com o passivo tributário inteiramente liquidado. 2o Não se aplica o disposto no 1o deste artigo quando o adquirente for: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) I sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;(incluído pela Lcp nº 118, de 2005) II parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) III identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.(incluído pela Lcp nº 118, de 2005) O 2 o por sua vez, traz a exceção da exceção, ou seja, nestas situações apresentadas, a responsabilidade volta a cair na regra geral! Assim, a responsabilidade passa a ser do adquirente novamente integral ou subsidiariamente, conforme o caso, nas hipóteses de alienação judicial em que o adquirente for: a) Sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial; b) Parente, em linha reta ou colateral até o 4 o grau, consaguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer dos seus sócios; c) Identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial, com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 556

O 3 o dispõe que o produto arrecadado da alienação judicial em processo de falência, permanecerá em depósito a disposição do juízo de falência somente podendo ser pago aos créditos extraconcursais ou outros que preferirem ao crédito tributário. Vamos ver algumas decisões jurisprudenciais do STJ a respeito do tema: A responsabilidade tributária do sucessor abrange, além dos tributos devidos pelo sucedido, as multas moratórias ou punitivas, que, por representarem dívida de valor, acompanham o passivo do patrimônio adquirido pelo sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido até a data da sucessão. (Precedentes: REsp 1085071/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/05/2009, DJe 08/06/2009; REsp 959.389/RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/05/2009, DJe 21/05/2009; AgRg no REsp 1056302/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/04/2009, DJe 13/05/2009; REsp 3.097/RS, Rel. Ministro GARCIA VIEIRA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 24/10/1990, DJ 19/11/1990) Os arts. 132 e 133 do CTN impõem ao sucessor a responsabilidade integral, tanto pelos eventuais tributos devidos quanto pela multa decorrente, seja ela de caráter moratório ou punitivo. A multa aplicada antes da sucessão se incorpora ao patrimônio do contribuinte, podendo ser exigida do sucessor, sendo que, em qualquer hipótese, o sucedido permanece como responsável. É devida, pois, a multa, sem se fazer distinção se é de caráter moratório ou punitivo; é ela imposição decorrente do nãopagamento do tributo na época do vencimento. Na expressão "créditos tributários" estão incluídas as multas moratórias. A empresa, quando chamada na qualidade de sucessora tributária, é responsável pelo tributo declarado pela sucedida e não pago no vencimento, incluindo-se o valor da multa moratória. Precedentes das 1ª e 2ª Turmas desta Corte Superior e do colendo STF."(Resp. 670224, STJ, 1ª T., DJ 13.12.04, Rel. Min. José Delgado) IMPORTANTE! Estas decisões reforçam o entendimento do STJ quanto à sucessão empresarial no sentido de que o adquirente responde também, além dos tributos, pelas multas moratórias e punitivas! 20. (FDC/ATTM BH/2012) A alternativa que não expressa a responsabilidade solidária dos sócios ou do adquirente é: d) a) continuação da atividade pelo sócio remanescente, sob outra razão social e) b) ocorrência dos fatos geradores no período de sua administração f) c) prova da prática de ato ilícito ou contrário ao estatuto social VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 557

g) d) existência de dívidas de IPTU não quitadas pelo vendedor h) e) arrematação de imóvel em hasta pública Cuidado! Os tributos devidos após a translação serão devidos pelo adquirente na forma de contribuinte e não como responsável solidário. Outro ponto também interessante, é que na minha opinião essa questão seria passível de anulação, pois a arrematação de imóvel em hasta pública, exonera a responsabilidade do adquirente, o que tornaria correta também, a alternativa E. GABARITO: B 21. (CESPE/Advogado/AGU/2012) Em relação à responsabilidade tributária, julgue o item. O adquirente de um fundo de comércio é subsidiariamente responsável, juntamente com o alienante que continue a exercer a atividade comercial em outro estado, pelos tributos devidos até a data da venda desse fundo. Correto. De acordo com o que dispõe o art. 133, II do CTN. GABARITO: CERTO 22. (CESPE/Procurador/AGU/2013) Julgue o item que se segue de acordo com as normas do Código Tributário Nacional relativas a domicílio e responsabilidade tributários. Considere a seguinte situação hipotética. A empresa QT entrou em processo de falência e, por determinação judicial, uma de suas lojas foi vendida. Entretanto, a empresa QT mantinha débito com o fisco estadual relativamente a fatos ocorridos na loja vendida. Nessa situação, a responsabilidade tributária do comprador da loja será subsidiária à da massa falida. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 558

Errada. A situação apresentada na questão se enquadra na hipótese excepcional prevista no art. 133, 1 o do CTN. Assim, o adquirente se exime da responsabilidade quando se tratar de alienação judicial em processo de falência. GABARITO: ERRADA 23. (CESPE/Procurador/PGE BA/2014) Suponha que determinado empresário tenha adquirido o imóvel de um estabelecimento comercial completamente vazio e tenha dado continuidade à exploração, sob outra razão social, do mesmo ramo do comércio, e que os alienantes tenham prosseguido na exploração da atividade a partir do quinto mês após a alienação. Considerando essa situação hipotética e aspectos gerais da sucessão empresarial, julgue o item que se segue. O alienante continua responsável pelos tributos devidos até a data do ato de sucessão empresarial, podendo a dívida integral ser cobrada do adquirente, observando-se o benefício de ordem. Correto. De acordo com o art. 133, I e II, o adquirente que continuar a respectiva exploração do fundo de comércio ou estabelecimento responderá integralmente ou subsidiariamente com o alienante conforme o caso. Integralmente, quando o alienante cessar por pelo menos seis meses as atividades; e subsidiariamente caso contrário. Logo, se o alienante prosseguiu na atividade após 5 meses, o adquirente responderá subsidiariamente com o primeiro. GABARITO: CORRETO 2.3.3 Responsabilidade por sucessão pessoal. As responsabilidades por sucessão pessoal estão previstas no art. 131 do CTN: Art. 131. São pessoalmente responsáveis: I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; (Redação dada pelo Decreto Lei nº 28, de 1966) VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 559

II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação; III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. (grifos nosso) A responsabilidade por sucessão pessoal pode ser dividida em duas partes: O inciso I apresenta a responsabilidade do adquirente ou remitente pelos tributos devidos pelos bens adquiridos ou remidos Remitente é aquele que praticou a remição, que é o ato do devedor pagar a dívida e resgatar o bem. Já os incisos II e III, diz respeito a herança, legado na sucessão causa mortis. Pessoal, pro segundo caso cabe fazer aqui uma linha do tempo em DOIS momentos pra vocês visualizarem corretamente os sujeitos passivos em cada situação e não confundirem com a previsão do art. 134, IV do CTN. Tributos devidos antes da morte (art. 131 do CTN): a) Contribuinte: de cujus; b) Responsável: Serão dois! Até o momento da partilha será o espólio (pessoal). No caso do espólio não ter pago esses tributos, para que haja a partilha ou adjudicação tornar-se-ão responsáveis pessoais os o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, LIMITADO AO MONTANTE RECEBIDO POR CADA UM. Tributos devidos após a morte (após a abertura da sucessão) e antes da partilha (art. 134 do CTN): a) Contribuinte: espólio; b) Responsável: Inventariante responsabilidade solidária; Assim temos: VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 560

24. (CESPE/Procurador/MPTC-DF/2013) No que tange à legislação tributária, à obrigação tributária, ao crédito tributário e à administração tributária, julgue o item seguinte. Como, segundo a lei e a jurisprudência, o espólio sucede o de cujus nas suas relações fiscais e nos processos que contemplem essas relações como objeto mediato do pedido, o espólio responde pelos débitos até a abertura da sucessão, segundo a regra intra vires hereditatis. Correto. Questão cobra o conhecimento do art. 131, III do CTN, além do entendimento do STJ no RE 499147/PR: GABARITO: CORRETO O espólio sucede o de cujus nas suas relações fiscais e nos processos que os contemplam como objeto mediato do pedido. Consequentemente, espólio responde pelos débitos até a abertura da sucessão, segundo a regra intra vires hereditaris. Pra fechar a aula, vejamos um quadro que sintetiza as responsabilidades por transferência e seus tipos: VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 561

25. (ESAF/AFRFB/2012) Sobre o instituto da responsabilidade no Código Tributário Nacional, assinale a opção incorreta. a) A obrigação do terceiro, de responder por dívida originariamente do contribuinte, jamais decorre direta e automaticamente da pura e simples ocorrência do fato gerador do tributo. b) Exige-se que o responsável guarde relação com o contribuinte ou com o fato gerador, ou seja, que tenha possibilidade de influir para o bom pagamento do tributo. c) Pode ser um sucessor ou um terceiro e responder solidária ou subsidiariamente, ou ainda por substituição. d) Contribuinte e responsável são sujeitos passivos da mesma relação jurídica, cujo objeto, pagar o tributo, coincide. e) O vínculo que obriga o responsável ao pagamento do tributo surge de lei específica. A) Correta. O fato gerador faz surgir tão somente a obrigação direta do contribuinte. Geralmente, a obrigação do terceiro decorre de disposição expressa da lei. B) Correta. O responsável, além de ter sua obrigação decorrente de dispositivo de lei, deve guardar relação com a situação que deu origem ao fato gerador ou com o contribuinte. C) Correta. Vimos no decorrer da aula os diversos tipos de responsabilidade tributária existentes, entre elas as dispostas nesta alternativa. VP Concursos - Consultoria e Coaching www.vpconcursos.com.br 562