INFECÇÃO PELO HIV E AIDS
Infecção pelo HIV e AIDS 1981: pneumonia por Pneumocystis carinii/jirovecii outros sinais e sintomas: infecção do SNC, infecção disseminada por Candida albicans, perda de peso, febre 1983: isolamento do vírus da imunodeficiência 1 (HIV-1) 1986: isolamento do HIV-2 HIV: human immunodeficiency virus
Classificação do HIV subtipos (genótipos) mais frequentes no Brasil: B 81%, F 7%, C 4% subtipos (genótipos) mais frequentes no Brasil: B, F1, B/F1
Formas recombinantes do HIV Um paciente pode ser portador de infecção mista (dois ou mais subtipos virais)...e pode ocorrer troca de material genético entre os subtipos do vírus formas recombinantes (RF, do inglês recombinant forms)
Distribuição do HIV-1 e HIV-2 HIV-1: todos os países do mundo HIV-2: principalmente na África Ocidental, com alguns casos nas Américas e Europa Ocidental A infecção pelo HIV-2 é rara no Brasil
VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV) Retrovírus, tropismo por células que expressam CD4 depleção de linfócitos T CD4 + outras células infectadas: macrófagos alveolares, células da micróglia, células dendríticas
VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV)
EPIDEMIOLOGIA HIV presente em todos líquidos corporais formas de transmissão: contato sexual, maternofetal, tatuagem, piercing, transfusão sanguínea transmissão sexual: fatores que aumentam risco de transmissão em relação heterossexual sem preservativo: alta viremia, imunodeficiência avançada, relação anal receptiva, relação sexual durante a menstruação e presença de outras DST, principalmente as ulcerativas
EPIDEMIOLOGIA Transmissão materno-fetal: não associada a má-formação fetal risco reduzido de transmissão com tratamento da mãe durante a gravidez e parto, e do recém-nascido (até 6 semanas de vida)
AIDS no Brasil
AIDS no Brasil
AIDS no Brasil
Por que o HIV provoca deficiência do sistema imune??? Efeito citopático do vírus nos linfócitos T helper Brotamento das partículas virais morte celular Produção viral interfere na síntese de proteínas Destruição de células TC4 + infectadas por linfócitos T citotóxicos e células NK Ativação crônica de células não infectadas pelo HIV devido a outras infecções apoptose
Por que o HIV provoca deficiência do sistema imune??? Desequilíbrio da resposta dos linfócitos T helper ( Th1 e Th2) maior susceptibilidade a micróbios intracelulares (citoplasmáticos) Macrófagos: redução da apresentação de Ag e da produção de citocinas
Consultar: Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em adultos (pdf e online com atualizações frequentes) http://www.aids.gov.br/pcdt
FASES CLÍNICAS DA INFECÇÃO PELO HIV 1. Infecção aguda (síndrome da infecção retroviral aguda): ocorre em 50-90% dos pacientes viremia elevada, resposta imune intensa inversão da relação TCD4/TCD8
1- Infecção aguda pelo HIV sinais e sintomas mais comuns: febre, fadiga, exantema, linfadenopatia, faringite, mialgia e/ou artralgia, náusea, vômito e/ou diarreia, suores noturnos resolução da fase aguda estabilização da viremia (set point) set point fator prognóstico de evolução da doença
Achados laboratoriais da fase aguda linfopenia seguida de linfocitose, presença de linfócitos atípicos, plaquetopenia, elevação das enzimas hepáticas
2. Fase assintomática (latência clínica) Frequentemente o exame clínico é normal Pode ocorrer adenopatia generalizada persistente Acompanhamento laboratorial: hemograma, níveis bioquímicos, sorologia para doenças infecciosas, radiografia do tórax, Papanicolau, perfil imunológico e carga viral
Perfil imunológico e carga viral Usos: estadiamento da infecção prognóstico avaliação da resposta ao tratamento uso de profilaxia para infecções oportunistas
3. Fase sintomática inicial sudorese noturna, emagrecimento, diarreia, candidíase oral e vaginal, leucoplasia pilosa oral, úlceras aftosas, herpes simples recorrente
4. AIDS (SIDA)
Sarcoma de Kaposi
Leucoplasia pilosa oral Caquexia em paciente que morreu de AIDS
Diagnóstico da infecção pelo HIV Normatizado pela Portaria 29 de 17 de dezembro de 2013 O que pode ser pesquisado??
Diagnóstico da infecção pelo HIV Pode-se ainda pesquisar o DNA proviral Nenhum teste apresenta 100% de sensibilidade e 100% de sensibilidade
DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO DA INFECÇÃO PELO HIV Alguns testes usados no diagnóstico: 1- Pesquisa da proteína p24 maior prevalência no plasma: antes da soroconversão e nas fases avançadas da doença
2- Testes moleculares detectam RNA ou DNA pró viral Usos: diagnóstico precoce da infecção acompanhamento da resposta ao tratamento avaliação do perfil de resistência do HIV aos fármacos antirretrovirais: sequenciamento dos genes da protease e da transcriptase reversa do HIV identificação de mutações que provocam resistência às drogas
Imunoensaio de 3ª geração para diagnóstico de infecção pelo HIV
Imunoensaio de 4ª geração para diagnóstico de infecção pelo HIV
Western Blot Detecta anticorpo contra proteínas do HIV
Western Blot Canaleta 1: paciente HIV+ Canaleta 2: paciente HIV - Canaleta A: paciente A Canaleta B: paciente B Canaleta C: paciente C
Fluxogramas para diagnóstico de infecção pelo HIV O Manual Técnico para Diagnóstico de Infecção pelo HIV oferece 6 opções de fluxograma para testagem de infecção pelo HIV Os fluxogramas podem ser feitos em condições laboratoriais e não laboratoriais Maior detalhamento sobre o diagnóstico: Portaria 29 de dezembro/2013.
Diagnóstico da infecção pelo HIV por Testes Rápidos Testes que não precisam de infraestrutura laboratorial e que dão resultado em menos de 30 min. Alguns usos dos testes rápidos: Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Parceiros de pessoas com HIV/AIDS Gestantes que não foram testadas no pré-natal
Amostras do paciente Soro (ou plasma) por punção venosa Sangue total (punção da polpa digital) Fluido oral (fluido crevicular gengival)
Testes rápidos para pesquisa de Ac anti HIV Detecção de Ac anti HIV-1 (incluindo grupo O) e anti HIV-2 Imunocromatografia de fluxo lateral Imunocromatografia de dupla migração (ou duplo percurso)
Fluxograma 1 para diagnóstico de infecção pelo HIV
HIV Test Bioeasy
HIV Test Bioeasy
Diagnóstico neonatal IgM anti-hiv: não é usado, baixa sensibilidade
Diagnóstico da infecção No Brasil, a maioria dos pacientes é diagnosticada na fase crônica da doença (> 95% dos casos) Por que é importante fazer o diagnóstico precoce da infecção??
Controladores de elite
PREVENÇÃO E CONTROLE DA INFECÇÃO PELO HIV uso de preservativos: redução do risco de aquisição do HIV e outras DST em até 95% prevenção em usuários de drogas injetáveis (UDI) controle da exposição ocupacional controle de sangue e derivados
Objetivos da terapia antiretroviral Preservar e, quando possível, restaurar o sistema imune Reduzir morbidade e mortalidade associadas à infecção com melhora da qualidade de vida Diminuir a transmissão
Classes de fármacos anti HIV Inibidores da transcriptase reversa análogo de nucleosídeos/nucleotídeos Inibidores da transcriptase reversa não nucleosídeos Inibidores da protease Inibidores da fusão/entrada Inibidores da integrase
Terapia anti retroviral (TARV) Estimular a TARV para todas as pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) Todas as PVHA, independentemente da contagem de LT CD4+ Estimular início imediato da TARV, na perspectiva de redução da transmissibilidade do HIV, considerando a motivação da PVHA.
Terapia anti retroviral (TARV) TDF: tenofovir (inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleotídeo) 3TC: lamivudina (inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleosídeo) EFV: efavirenz ((inibidor da transcriptase reversa não análogo de nucleosídeo)
Síndrome lipodistrófica do HIV Síndrome caracterizada por redistribuição anormal da gordura corporal, alterações no metabolismo glicêmico e resistência à insulina