FACULDADE CATÓLICA SALESIANA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DISCIPLINA DE DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS HIV/AIDS

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1 FACULDADE CATÓLICA SALESIANA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DISCIPLINA DE DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS HIV/AIDS

2 Descrição Doença que representa um dos maiores problemas de saúde da atualidade, em função de seu caráter pandêmico e de sua gravidade. Os infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) evoluem para um grave disfunção do sistema imunológico, à medida que vão sendo destruídos os linfócitos T CD4+, uma das principais célulasalvo do vírus. A contagem dos linfócitos T CD4+ é um importante marcador dessa imunodeficiência, sendo utilizada tanto para estimar o prognóstico e avaliar a indicação de início de terapia antirretroviral, quanto para definição de casos de Aids, com fins epidemiológicos.

3 HIV x AIDS HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da Aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Aids é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como também é chamada, é causada pelo HIV. Como esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose ou câncer. O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado

4 Agente etiológico HIV-1 e HIV-2, retrovírus.

5 Transmissão Via Sexual (esperma e secreção vaginal). Sangue (via parenteral e vertical) Leite Materno Desde o momento da aquisição da infecção, o portador do HIV é transmissor, entretanto, os indivíduos com infecção muito recente ( infecção aguda ) ou imunossupressão avançada têm maior concentração do HIV no sangue (carga viral) e nas secreções sexuais, transmitindo com maior facilidade o vírus. As DSTs (sífilis, herpes genital, cancro mole, gonorreia, etc) favorecem a transmissão do HIV.

6 Outros fatores de risco associados à transmissão: Tipo de prática sexual: relações sexuais desprotegidas Utilização de sangue ou seus derivados não testados ou não tratados adequadamente Recepção de órgãos ou sêmen de doadores não testados Reutilização de seringas e agulhas, bem como seu compartilhamento Acidente ocupacional durante a manipulação de instrumentos pérfuro-cortantes, contaminados com sangue e secreções de pacientes Gestação em mulheres HIV positivo

7 HIV Período de incubação - compreendido entre a infecção pelo HIV e o aparecimento de sinais e sintomas da fase aguda. Pode variar de 5 a 30 dias. Período de latência é o período após a fase de infecção aguda até o desenvolvimento da imunodeficiência (AIDS). Varia entre 5 e 10 anos, com media de 6 anos. Período de transmissibilidade o indivíduo infectado pelo HIV pode transmiti-lo em todas as fases da infecção, risco esse proporcional á magnitude da viremia.

8 JANELA IMUNOLÓGICA Janela imunológica é o intervalo de tempo entre a infecção pelo vírus HIV e a produção de anticorpos anti-hiv no sangue. Esses anticorpos são produzidos pelo sistema de defesa do organismo em resposta ao HIV e os exames irão detectar a presença dos anticorpos, o que confirmará a infecção pelo vírus. Na maioria dos casos, a sorologia positiva é constatada de 30 a 60 dias após a exposição ao HIV.

9 O diagnóstico dessa fase é pouco realizado, devido ao baixo índice de suspeição, caracterizando-se por viremia elevada, resposta imune intensa e rápida queda na contagem dos T DC4+ de caráter transitório.

10 FASE ASSINTOMÁTICA Pode durar de alguns meses a alguns anos, e os sintomas clínicos são mínimos ou inexistentes. Os exames sorológicos para o HIV são reagentes e a contagem de linfócitos T CD4+ pode estar estável ou em declínio. Alguns pacientes podem apresentar uma linfoadenopatia generalizada persistente, flutuante e indolor. FASE SINTOMÁTICA INICIAL O portador da infecção pelo HIV pode apresentar sinais e sintomas inespecíficos de intensidade variável, além de processos oportunistas de menor gravidade, conhecidos como ARC- complexo relacionado à Aids. São indicativos de ARC: candidíase oral e a presença de 1 ou + dos seguintes sinais e sintomas (com duração superior a 1 mês): Linfadenopatia generalizada, diarréia, febre, astenia, sudorese noturna e perda de peso superior a 10%. Há uma elevação da carga viral e a contagem de T CD4+ já pode se encontrar abaixo de 500 cel/mm³.

11 Aids/Doenças oportunistas Uma vez agravada a imunodepressão, o portador da infecção pelo HIV apresenta infecções oportunistas (IO). As doenças oportunistas relacionadas à Aids são varias, podendo ser causadas por vírus, bactérias, protozoários, fungos e certas neoplasias. Vírus: herpes simples Bactérias: tuberculoses e pneumonias Fungos: candidíase Protozoários: toxoplasmose Tumores: sarcoma de Kaposi, linfomas não Hodgkin, NIC e anal. Alterações neurológicas: neuropatias periféricas, atrofia cerebral e demência progressiva.

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13 Diagnóstico O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito em laboratórios, a partir da realização de testes sorológicos e moleculares, ou durante o período de visita do indivíduo (consulta médica, atendimento em Centro de Testagem e Aconselhamento, atendimento em domicílio, atendimento em Unidade de Testagem Móvel, organização não governamental, etc.), por meio de testes rápidos. No Brasil, o diagnóstico da infecção pelo HIV é regulamentado por meio da Portaria 29, de 17 de dezembro de 2013, que aprova o Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV em Adultos e Crianças.

14 Diagnóstico Testes sorológicos: baseiam-se na detecção de anticorpos e/ou antígenos do HIV presentes ou não na amostra do paciente. Em adultos, esses anticorpos aparecem no sangue dos indivíduos infectados, em média de quatro a 12 semanas após a infecção. Anticorpos maternos passam via placenta para o bebê, principalmente no terceiro trimestre de gestação, e podem persistir até os 18 meses de idade, interferindo no diagnóstico sorológico da infecção vertical. Portanto, os métodos que realizam a detecção de anticorpos não são recomendados para o diagnóstico de crianças menores de 18 meses, sendo necessária a realização de testes moleculares, como a quantificação do RNA viral (carga viral).

15 Diagnóstico Criança a partir de 18 meses, adolescentes e adultos: 1. Imunoensaio (ELISA) na etapa denominada triagem sorológica. Amostras reagentes ou inconclusivas, devem passar por uma segunda etapa de imunoensaio (diferente da primeira em seu principio metodológico ou constituição antigênica) e testes confirmatórios como : imunofluorescência indireta, Western blot. 2. O diagnóstico será confirmado por meio da realização de um teste de triagem para detecção de anti-hiv 1 e anti-hiv 2 e pelo menos um teste confirmatório. Em caso de resultado positivo, uma nova amostra deverá ser coletada para confirmar a positividade da primeira amostra.

16 Testes Diagnósticos: Elisa

17 Testes Diagnósticos: Imunofluorescência Fixadas em lâminas de microscópio, as células infectadas pelo HIV-1 (portadoras de antígenos) são incubadas com o soro que se deseja testar, ou seja, onde é feita a pesquisa de anticorpos. A presença dos anticorpos é revelada por meio de microscopia de fluorescência.

18 Testes Diagnósticos Western Blot: O soro do paciente, onde se faz a pesquisa dos anticorpos contra o HIV, é colocado em contato com uma membrana que contém antígenos. As reações antígeno-anticorpo são detectadas por meio da reação com anti-imunoglobulina humana, conjugada com uma enzima. Teste confirmatório da infecção.

19 Testes diagnósticos Os testes rápidos são ensaios imunoenzimáticos simples que podem ser realizados em até 30 minutos. Testes moleculares: detecção e/ou quantificação do material genético do HIV (RNA do HIV no sangue ou DNA pró-viral em células infectadas) por meio do uso da reação em cadeia da polimerase (PCR) Os testes moleculares são especialmente úteis para o diagnóstico em crianças com idade inferior a 18 meses e na infecção aguda em adultos. Procura o HIV (antígeno)

20 Aids: definição de caso

21 Aids: definição de caso Critério rio Rio de Janeiro/Caracas FONTE: BRASIL, 2003.

22 Tratamento

23 Tratamento FONTE: BRASIL, 2013

24 Tratamento Primeira linha de tratamento: combinação de três antirretrovirais: Tenofovir + lamivudina. Efavirenz BRASIL, 2013

25 Acompanhamento Médico O acompanhamento médico da infecção pelo HIV: essencial, tanto para quem não apresenta sintomas e não toma remédios (fase assintomática), quanto na fase da imunodeficiencia (AIDS). Uso irregular dos antirretrovirais (má adesão ao tratamento): acelera o processo de resistência do vírus aos medicamentos. Exames de rotina 1. Sangue (hemograma completo, colesterol e triglicerídeos, glicemia, provas de função renal e hepática), fezes, urina, testes para hepatites B e C, tuberculose,sífilis, além de raios-x do tórax. 2. Outros dois testes fundamentais para o acompanhamento médico são o de contagem dos linfócitos T CD4+ e o de carga viral (quantidade de HIV que circula no sangue).

26 Medidas de Controle Prevenção da transmissão sexual: baseia-se na informação e educação visando a prática do sexo seguro, pelo uso consistente de preservativos masculino e feminino nas relações sexuais, como principal estratégia de prevenção. Prevenção da transmissão sanguínea: transfusão de sangue (triagem de doadores), cuidados com perfuro-cortantes (uso de EPI).

27 Medidas de Controle Prevenção da transmissão vertical: as gestantes portadoras do HIV deverão iniciar a profilaxia da transmissão vertical a partir da 14ª semana, com terapia ARV tripla. A zidovudina IV deverá ser administrada a todas as parturientes no momento do parto e a Zidovudina solução oral para todos os recém-nascido expostos ao HIV, durante seis semanas. Doação de sêmens e órgãos a transmissão do HIV pela doação de sêmen deve ser prevenida pela triagem cuidados e testagem dos doadores.

28 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de bolso das doenças infecciosas e parasitárias. 8ª edição BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 7. ed. Brasília : BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de consulta rápida protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em adultos. Brasília, Disponível em: 13_3_14_pdf_17265.pdf. Acesso em 14/06/15. BRASIL. Ministério da Saúde. Critérios de definição de casos de aids em adultos e crianças. Brasília,003. Disponível em: Acesso em 14/06/15. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em adultos. Brasília, Disponível em: 3.pdf. Acesso em 14/06/15.