6 Princípios Fundamentais

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Transcrição:

6 Princípios Fundamentais ao Montessori Entendendo a base do Sistema Educacional criado por Dra. Maria Montessori publicado por:

6 Princípios Fundamentais ao Montessori Índice Sobre a Autora 1 Introdução 2 O Ambiente 4 O Professor 7 As Classes Agrupadas O Currículo A Avaliação A Educação Moral 9 13 15 17

6 Princípios Fundamentais ao Montessori Sobre a Autora A Profa. Sonia Maria Braga, iniciou sua carreira em 1965 como alfabetizadora em escolas municipais e hoje é reconhecida como uma das principais representantes do Sistema Montessori no Brasil e America Latina. Sua trajetória no Sistema Montessori começou em 1971, após conclusão do curso de letras em Francês Português, quando ganhou uma bolsa de estudos para a França, e, em Aix-en-Provence fez um curso de especialização em História da Literatura Francesa. Poucos anos depois, em 1976, ela teve a oportunidade de conhecer Madame Lanternier, discípula de Maria Montessori, que se tornou sua grande mestra no Sistema Montessori! Foi enquanto fazia o curso de especialização em Montessori que a Profa Sonia decidiu, então, no final de 1977, fundar a Meimei Escola objetivando aplicar o que estava aprendendo na especialização e começar a fazer a diferença no aprendizado de crianças no Brasil. Em 1982, ela recebeu seu título de Especialista em Montessori, em Rennes, França e, desde então, cursou Pedagogia, pós-graduação em Psicopedagogia e Neurociência aplicada à Educação, e participa, frequentemente, de seminários e congressos de atualização em Sistema Montessori na França, na Itália, na Holanda, no Chile e nos Estados Unidos, como o recente Administrators Credential Program, no Seton Montessori Institute, em Claredon Hills (Illinois, EUA). Como membro efetivo da AMI (Association Montessori Internationale) e da NAMTA (National American Montessori Teachers Association), ela é palestrante sobre Educação e Sistema Montessori e foi recentemente eleita presidente da OMB Organização Montessori do Brasil. 1

Introdução No dia 06 de janeiro de 1907, inaugurou-se, em Roma, a primeira Casa dei Bambini. Lá teria início o trabalho prático de Dra. Maria Montessori na Educação de crianças, há 108 anos! E esta realização deu frutos saudáveis que estão espalhados pelo mundo todo, em forma de escolas e centros de treinamento. Veio para ficar e é uma resposta às necessidades do homem atual: desenvolver em plenitude o ser em crescimento para que se torne um homem, um cidadão inteligente, capaz, criativo, autônomo e, sobretudo, ético. A criança pequenina é dotada de poderes desconhecidos, que podem levar a um futuro luminoso. Se desejamos chegar a uma reconstrução, é o desenvolvimento do potencial humano que deve ser o objetivo da educação. (...) A grandeza do ser humano começa no nascimento (...) Maria Montessori; em Mente Absorvente 2

O Ambiente

O Ambiente Atitude mais justa e caridosa seria criar um ambiente adequado, no qual a criança estivesse livre da opressão dos adultos, onde ela pudesse realmente se preparar para vida. (...) Ela deveria sentir na escola uma espécie de abrigo na tempestade ou oásis no deserto, um refúgio seguro para o seu espírito. Maria Montessori; Montessori em Família Ambiente preparado e adequado às crianças que seriam atendidas foi a primeira preocupação. Por isso, uma classe de escola montessoriana é tão rica em recursos que favorecem o desenvolvimento e o aperfeiçoamento das capacidades latentes em cada criança. Dra. Montessori sempre soube que a criança é um repositório de capacidades que podem desabrochar e transformarem-se em habilidades a partir de um ambiente cientificamente montado. Qual a estrutura que deve existir neste ambiente? Vejamos o que deve caracterizar um ambiente para os primeiros anos de escolaridade: materiais para atenderem às necessidades do dia-a-dia e do desenvolvimento da autonomia (vida prática), recursos para exploração, conhecimento e identificação do corpo e das capacidades motoras (educação dos movimentos, hoje chamada Psicomotricidade global) materiais para a exploração sensorial predominante nos primeiros anos (educação sensorial), materiais que despertam a curiosidade para as coisas do mundo (cultura geral - ou somo Dra. Maria Montessori se refere: conhecimento de mundo), recursos que trabalham a lógica e o pensamento matemático (materiais sensoriais matemáticos), recursos que exploram e enriquecem a linguagem (materiais para o desenvolvimento e enriquecimento da linguagem) e recursos que preparam as mãos para a escrita (materiais de psicomotricidade fina) 4

6 Princípios Fundamentais ao Montessori E, claro, espaço para facilitar a movimentação da criança na exploração de todos estes recursos. O Sistema Montessori acompanha o crescimento do ser: Montessori também se preocupou com os maiores. As classes organizadas para alunos a partir dos 6/7 anos deve ser também rica em recursos que facilitam a aprendizagem em todas as áreas do conhecimento. Ela deixou uma observação muito importante acerca dessa fase: deve-se oferecer o maior número possível de sementes de conhecimento, pois a criança nessa fase está ávida para saber mais sobre o mundo que a cerca e todos os fatos que nele ocorrem. Portanto, o ambiente para essa segunda etapa da vida continua a ser um verdadeiro laboratório de conhecimentos, agradável fisicamente falando, e com professores que tenham cultura geral, para que possam se transformar em disseminadores e estimuladores da curiosidade e de pesquisas nos diferentes campos do conhecimento. 5

O Professor

O Professor Além da constituição física do ambiente, deve-se ter em conta a função do professor, elemento importante no ambiente. Esta personagem é muito importante na medida em que é quem está sempre atento ao que as crianças reunidas em classe precisam, em termos de estímulos para seu desenvolvimento. O professor passa de um papel preponderantemente ativo e direcionador, como na escola tradicional, a um elemento de ligação e de orientação para uso dos recursos disponibilizados no ambiente. Atento, observador, o professor é muito mais um facilitador do processo que se desenrola diariamente, observando o caminhar de cada criança sob sua orientação. Deve estar atento para sempre oferecer os recursos de que o grupo esteja necessitando para seu desenvolvimento. E, principalmente, respeitando os ritmos individuais, para que nenhuma criança seja cobrada além de suas capacidades ou, em contrapartida, sejam-lhe furtadas oportunidades de caminhar, caso seja mais rápida que as demais. Acresce a todos estes detalhes, a calma que reina nos ambientes, com a educação da voz do profissional e o estímulo ao falar baixo, para não perturbar aqueles que estejam em processo de concentração para o trabalho. 7

As Classes Agrupadas

As Classes Agrupadas Os educadores que utilizam o método de ensino dirigido não compreendem como se pode desenvolver o comportamento social numa escola Montessori. Compor uma sala como uma sociedade, organizando o agrupamento de forma vertical é assegurar o fio da vida social. A constituição de uma classe de mesma idade é um erro fundamental, que dá lugar a toda a espécie de outros erros; um isolamento artificial, que impede o desenvolvimento do sentido social. As nossas escolas demonstram que as crianças e jovens de idades diferentes se ajudam uns aos outros; os menores veem o que fazem os maiores e pedem explicações, que estes dão voluntariamente. É um verdadeiro ensino; há entre ambos uma harmonia, uma comunicação, uma natural osmose mental. As crianças acabam por conhe-cer as características umas das outras, desenvolvendo uma comunicação superior àquela que têm com os adultos. ( ) É com esta forma de liberdade que avaliamos os limites diferentes da inteligência em diferentes idades, o que nos dá a certeza de que não é só a idade que conduz ao progresso, mas acima de tudo a liberdade de se olhar ao redor de nós. Maria Montessori 9

As Classes Agrupadas O agrupamento é um conceito que tem origem na família. O que é a família senão um agrupamento de pessoas de diferentes idades, até diferentes culturas (pai e mãe vieram de estruturas familiares, algumas vezes até religiosas, raciais, diferentes). Há idades, níveis culturais diferentes em uma família e, no entanto, todos aprendem, todos se enriquecem. O que seria de um pequenino bebê se ele não ouvisse os pais falando? Nada teria para observar e aprender. O mesmo em relação aos adultos. O quanto aprendem para poder atuar com a criança pequena, o quanto têm que adaptar-se para ajudá-la. E continuam crescendo como pessoas. Diante desta visão, as classes agrupadas são um espaço de enriquecimento. 10

6 Princípios Fundamentais ao Montessori Trocar, ensinar e observar são as palavras de ordem. A diversidade favorece ao crescimento de todos. Sentir-se ajudado e ajudar fazem com que a solidariedade seja construída (aprender a conviver). A partir desta visão macro é que a Dra. Montessori sugeriu as classes agrupadas. Como duas pessoas nunca aprendem igual ou no mesmo espaço de tempo, porque são duas individualidades, a classe agrupada permite que haja mais tempo para que cada um atinja os objetivos delineados, sendo respeitado seu tempo pessoal. As pesquisas científicas afirmam que cada cérebro é diferente. Então, porque as escolas esperam que todas as crianças aprendam as mesmas coisas ao mesmo tempo, e da mesma maneira? Aí vai a ideia que sintetiza a contemporaneidade do sistema Montessori, numa classe agrupada. Diferentes ritmos, diferentes ideias, diferentes possibilidades, e a aprendizagem acontecendo de forma agradável. crédito Sunny Hollow 11

O Currículo

O Currículo Há uma legislação nacional que deve ser respeitada. Dra. Maria Montessori sempre alertou para o fato de que deveria haver adequação curricular segundo as normas vigentes em cada nação. Portanto, os currículos solicitados pelas Diretrizes Nacionais são perfeitamente cumpridos. Porém, pode-se ir além. Afinal, com ambientes bem preparados, grupos de alunos em números reduzidos (todos precisam ser vistos e atendidos), professores capacitados permanentemente, há espaço para o enriquecimento curricular. A curiosidade e a criatividade são aspectos que na proposta Montessori de educação precisam ser valorizadas. Com isto, nossa criança ou jovem tem a oportunidade de ir além do mínimo exigido nacionalmente. Nossos alunos são críticos, pois são sempre estimulados a analisar e a criticar, tendo como objetivo encontrar soluções, alternativas viáveis para os problemas destacados. O que se pretende, numa escola montessoriana, é desenvolver a capacidade de criação, o senso crítico positivo e produtor. Por isso, não há limites máximos para a aprendizagem. E como se cumpre o currículo? Através de recursos facilitadores (os chamados materiais concretos ) enquanto o aluno está em fase em que a abstração ainda não se encontra presente, exercícios com diferentes níveis de dificuldades disponíveis em sala de aula, materiais para pesquisa (biblioteca de sala de aula, livros e revistas interessantes, a informática como ferramenta complementar para qualquer matéria, etc.). A aprendizagem prática, o aprender fazendo, é a tônica. Criação de maquetes, montagem de seminários, fóruns de debates, filmes, documentários e aulas de campo são alguns dos recursos usados para o desenvolvimento do processo de aprendizagem. 13

A Avaliação

A Avaliação Avaliar é tarefa complexa, mas há dispositivos que geram maior segurança no processo de avaliação. Em primeiro lugar, o professor deve se tornar um bom observador. Ele precisa estar atento ao processo de desenvolvimento intelectual de cada um, fazendo registros permanentes nas planilhas de atividades. A prova não é instrumento de avaliação confiável. Ela pode existir, em classes mais elevadas, como exercício para futuras realidades, mas não pode ser o único veículo de avaiação. A cada dia, a cada atividade concluída, a participação em sala de aula, a postura diante dos conhecimentos adquiridos (sua aplicação prática) são outros itens importantes para uma avaliação justa. Não há comparações, ninguém é melhor ou pior, todos são vistos como individualidades, portadores de capacidades diferentes, mas com possibilidades diferentes, também. 15

A Educação Moral

A Educação Moral (...) é mais necessário do que nunca contribuir para o reconhecimento ou melhor dizendo para o nascimento de um substrato comum de valores que permita uma coexistência viável em escala planetária, desde os pontos de vista ecológico, social e cultural. Plano de Educação para o Desenvolvimento e a Integração da América Latina vol.i Uma meta importante que está nos pilares educacionais do Sistema Montessori é a Educação para a Paz. De que se precisa para que a paz exista? Desenvolver as capacidades individuais, transformando-as em habilidades e em atitudes positivas na sociedade. Esta é a maior meta do trabalho baseado na filosofia existente no Sistema Montessori. A paz, como disse Dra Montessori em seu livro A Educação e a Paz, não se fará jamais, enquanto apenas forem assinados tratados de paz, que facilmente os povos infringem. A paz existirá entre os homens e os povos somente quando a Educação favorecer o desenvolvimento de homens éticos, que se sintam como cidadãos do Mundo, do Cosmo. Para isso ele precisa, desde os primeiros dias de sua vida, aprender a respeitar regras de convivência social, observar a integridade moral, lidar com ela através de ações cotidianas, das mais simples como ajudar ao outro que está ao seu lado, em casa, em sala de aula, até as mais complexas, como ações coletivas de solidariedade e voluntariado. 17

6 Princípios Fundamentais ao Montessori O período compreendido entre 7 e 12 anos constitui um período particularmente importante para a educação moral.(...) É sobre o plano moral que se deve orientar a atenção. (...) Pensar que o problema da moralidade só aparece mais tarde, é negligenciar a transformação que acontece. Mais tarde, o problema da moral se torna muito mais difícil, se não ajudarmos a tempo a criança nessa fase sensível. Maria Montessori; Da Criança ao Adolescente 18

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