Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação PARECER Referência: 99902.002657/2015-08 Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: F. Z. A. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Não há restrição de acesso. Seguridade social. Inclusão de vínculo empregatício - Interesse pessoal. Interesse social. A regra é a publicidade, o sigilo é exceção Canal alternativo. Informação sigilosa Canal alternativo Não conhecimento Caixa Econômica Federal - CEF Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação com base na Lei nº 12.527/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO ATO DATA TEOR Pedido 10/08/2015 1) Tenho em CTPS (modelo novo) registrado o meu número do PIS/PASEP, assim as Forças Armadas tentando impedir a duplicidade (anexo: PASEP-cadastramento.jpg) na base PIS/PASEP, não criou minha inscrição junto ao BB. O problema e que descobri que se trata de NIS e não PIS, agora já estou fora das Forças Armadas e estou trabalhando na iniciativa privada ou seja não sou um servidor público (fui no passado) como faço para solicitar a inclusão do meu vínculo empregatício junto a CAIXA no meu NIS? 2) Quais os documentos pessoais de identificação devo levar a CAIXA para solicitar a Revisão expressa no item III do Art 2 da RESOLUÇÃO Nº 748, DE 2 JULHO DE 2015.? 2.1) Que tipo de documento devo levar a CAIXA para comprovar a relação de trabalho com as Forças Armadas (nele deve constar que informações) desejo solitar a Retroação do cadastro expressa no 1º do Art. 3º da RESOLUÇÃO Nº 748, DE 2 JULHO DE 2015? OBS: Mão existe nomeação em diário oficial do alistamento ou da dispensa de soldado recruta! 3) Fui ao Ministério do Trabalho e Emprego reclamar na anotação de NIS como se PIS/PASEP em minha CTPS e o MTE informou que tal inscrição foi informada pelo próprio sistema da CAIXA no momento da emissão do documento! É verídica essa informação? Resposta Inicial 10/08/2015 O SIC da Caixa Econômica Federal orientou o cidadão a procurar o SAC do banco para obter as informações desejadas. Indicou o número de telefone para contato e horário de funcionamento do SAC.
Recurso à Autoridade Superior 11/08/2015 CAIXA se nega a prestar informação sobre cadastramento do Fundo PASEP e das regras relativas a mesma descumprindo seu dever legal de zelar pelo fundo PIS/PASEP. Resposta do Recurso à Autoridade Superior Recurso à Autoridade Máxima 11/08/2015 13/08/2015 Prezado (a) Cidadão (ã), 1.Conforme solicitação através do E-SIC, site, informamos que: 1.1. As informações solicitadas por Vossa Senhoria se encontram protegidas pelo sigilo bancário, cujo fornecimento encontra óbice no art. 6º, inc. I, do Decreto 7.724/2012 e no art. 5º, inciso X da Constituição Federal. 1.2. Esclarecemos que o canal SIC é sugerido para obtenção de informações públicas, enquanto que o SAC é sugerido para informações particulares, que necessitem da verificação da titularidade, assim como para reclamações, cancelamentos, sugestões, serviços e elogios. 1.3. Lembramos ainda que a CAIXA disponibiliza acesso ao SAC através do site www.caixa.gov.br>atendimento>fale conosco 2. Conforme o disposto no parágrafo único do art.23 do decreto 7.724, de 2012, informa-se que poderá ser apresentado recurso no prazo de 10 dias contado da ciência da decisão, à Controladoria Geral da União. 3. Por fim, agradecemos o contato e esclarecemos que a CAIXA, na página www.caixa.gov.br/acessoainformacao, disponibiliza as informações corporativas em atendimento à Lei 12.527/2011. 4. Informamos que a CAIXA mantém SAC para informações, reclamações, cancelamentos, sugestões, serviços e elogios, com atendimento 24 horas por dia 07 dias por semana, pelo DDG 0800 726 0101 e para reclamações não solucionadas no SAC ou denúncias, a CAIXA mantém canal de Ouvidoria com atendimento de segunda a sexta-feira, das 08 às 18 horas, pelo DDG 0800 725 7474. 5. A CAIXA coloca-se à disposição através de seus canais de atendimento. A CAIXA não precisa responder a minha pergunta como um caso concreto, pode responder sem liberar nenhum dado protegido pelo sigilo bancário. Na pergunta 1) Pergunto como um ex-servidor público (fui no passado) faz para solicitar a inclusão do meu vínculo empregatício junto a CAIXA no NIS ou PIS? Não Existe quebra de sigilo, nem fornecimento de dados que não sejam públicos. Na pergunta 2) Solicito a documentação para resolver um problema expresso em Resolução CODEFAT orgão vinculado ao MTE, item III do Art 2 da RESOLUÇÃO Nº 748, DE 2 JULHO DE 2015. Qual informação pública está sendo protegida nesse caso? Na pergunta 2.1) Solicito informações de documentação necessária para incluir vínculo laboral com as Forças Armadas ou seja Retroação cadastral, qual a informação que vai ser quebrada se não solicito nenhuma dado de pessoa, nem mesmo os meus dados estão sendo informados? Na pergunta 3) Solicito esclarecimentos se é verdade que a CAIXA informa NIS ao MTE no momento de cadastramento de dados para emissão de CTPS e o MTE frauda documento público informando o NIS como se PIS/PASEP fosse, e assim 2
induz os empregadores em erro inclusive as Forças Armadas que acaba por não vincular trabalhador ao fundo PIS/PASEP, criando problema futuro no recebimento de Abono Salarial que solicito forma de resolver na pergunta 1, 2 e 2.1. Existe um erro de informações que atrapalha milhares de trabalhadores por ano, tanto é verdade que a CAIXA tem um formulário específico para solução do tema (modelo MO31016, como pode ser sigiloso algo do tipo) o problema e que a CAIXA solicita a ex-militares o diário oficial com nomeação, documento/papel esse que não existe! Ciente que entenderam a importância de responder ao questionamento. Cliente que tomaram medidas para impedir erros do tipo no futuro a todos que solicitam a CTPS atualmente, o MTE afirma que em seu site (vide anexo: MTE X CTPS.jpg no número 3) que a CTPS vale como prova de inscrição no PIS/PASEP, tenho um PIS anotado em minha CTPS que na CAIXA consta como NIS, a CAIXA como gestor do PIS tem o dever de esclarecer a questão! Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 13/08/2015 O SIC-Caixa não conheceu do recurso, alegando que na resposta ao pedido inicial foi indicado ao cidadão como conseguir a informação desejada. Também alegaram que houve inovação em sede recursal e, quanto a isto, orientaram o cidadão a registrar novo pedido no e-sic. Recurso à 20/08/2015 CAIXA se nega a informar como um Ex-funcionário Público faz para resolver problemas ligados a sua inscrição PIS/PASEP, em nenhum momento e requerido dados pessoais e a CAIXA alega sigilo de informações. O problema atinge milhares de pessoas que serviram o exército e CAIXA como gestora do PIS se nega a prestar informações claras sobre a Revisão de Abono e a Retroação Cadastral serviço que é obrigada a prestar pela RESOLUÇÃO Nº 748, DE 2 JULHO DE 2015 do CODEFAT que Disciplina o pagamento do Abono Salarial referente ao exercício de 2015/2016. Que não inova em nada as Resoluções equivalentes de anos anteriores. O Art 1 da RESOLUÇÃO Nº 748, e expresso quanto a vinculação da CAIXA e mesma se nega a esclarecer procedimentos não expressos na resolução mas que devem ser feitos conforme item III do Art 2 e 1º do Art. 3º. Se esquiva de seu devedor público, criando problema insolúvel para pessoas que serviram as Forças Armadas. CAIXA exige - Termo de Posse, quando se tratar de funcionário efetivo; conforme item III do 1º do Art. 3º só que o documento inexiste para pessoas que serviram as Forças Armadas. Tudo isso ocorre, fruto de erros de identificação do MTE em convênio com a CAIXA onde localiza inscrições na base do PIS/PASEP, que na verdade não existem com esse status. E as fornece em CTPS. Solicito a que entenda o grave problema social gerado, e que me conceda informações completas que torne possível a solução do problema. Informações Adicionais e Negociações 03/09/2015 a 21/09/2015 Com a finalidade de esclarecer a questão, foi questionado ao SIC-Caixa se, conforme informado pela CEF na resposta ao pedido inicial, o SAC é realmente o canal adequado para fornecer o tipo de orientação demandada pelo senhor F. Z. A. O banco enviou a seguinte resposta: 3
1 Em atenção ao pedido de esclarecimentos referente ao registro no e-sic no NUP 99902.002657/2015-08, seguem abaixo nossas considerações: 2 Informamos que procede as informações prestadas no pedido inicial, cujo canal adequado para fornecer essa orientação ao cliente é o SAC. 2.1 O SAC pode ser acionado pelo DGD 0800 726 0101 ou pelo sitio http://www.caixa.gov.br/. 3 Colocamo-nos à disposição para eventuais esclarecimentos que se fizerem necessários. Atenciosamente Milena Vieira Pinheiro Superintendente Nacional Benefícios Sociais É o relatório. Análise 2. No que tange os requisitos de admissibilidade, registre-se que o recurso foi apresentado a de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, nestes termos: Lei nº 12.527/2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012, observa-se que tanto o pedido inicial quanto os recursos de primeira e segunda instância foram respondidos pelo SIC-Caixa. As diferentes instâncias recursais têm o objetivo de permitir que a decisão anterior possa ser analisada e, se necessário, revista por uma autoridade diferente da que decidiu anteriormente. E esse direito do recorrente não foi respeitado. Art. 21. No caso de negativa de acesso à informação ou de não fornecimento das razões da negativa do acesso, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à autoridade hierarquicamente superior à que adotou a decisão, que deverá apreciá-lo no prazo de cinco dias, contado da sua apresentação Parágrafo único. Desprovido o recurso de que trata o caput, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da 4
ciência da decisão, à autoridade máxima do órgão ou entidade, que deverá se manifestar em cinco dias contados do recebimento do recurso. 4. O objeto do presente pedido é a obtenção de orientações sobre como o requerente deve proceder para regularizar sua carteira de trabalho. 5. O argumento de negativa de acesso fornecido pela CEF, de que as informações solicitadas estão cobertas por sigilo bancário, não prospera. Apesar de o pedido do cidadão se caracterizar mais como uma solicitação de orientação do que como um pedido de acesso a informação propriamente dito, a natureza dessa informação ou orientação não está coberta por nenhuma hipótese de sigilo. Nem mesmo contém quarquer dado pessoal sensível. 6. Outro argumento de negativa de acesso utilizada pela CEF e que não merece ser acatada é de que o SIC se presta apenas à obtenção de informações públicas. Esse argumento contraria o espírito da Lei de Acesso a Informação, e fere os artigos 55 e 60 do Decreto nº 7.724/2012, que a regulamenta. É importante lembrar que o acesso a tais informações está condicionado à comprovação de identidade do requerente. Art. 55. As informações pessoais relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem detidas pelos órgãos e entidades: I - terão acesso restrito a agentes públicos legalmente autorizados e a pessoa a que se referirem, independentemente de classificação de sigilo, pelo prazo máximo de cem anos a contar da data de sua produção (...) Art. 60. O pedido de acesso a informações pessoais observará os procedimentos previstos no Capítulo IV e estará condicionado à comprovação da identidade do requerente. 6. Na resposta ao pedido inicial, o SIC-Caixa indicou o Serviço de Atendimento ao Cliente - SAC - como o canal adequado para a obtenção da orientação pretendida. 7. É importante registrar que em nenhum momento o recorrente declarou ter buscado a orientação junto ao SAC, conforme foi orientado pelo SIC-Caixa. 8. Na fase de instrução do recurso pela a CEF confirmou que o SAC é o canal adequado para atendimento do pleito do cidadão. Com base na Súmula CMRI nº 1/2015 (http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/recursos/recursos-julgados-a-cmri/sumulas-eresolucoes/sumula-cmri-1-2015), entende-se que a indicação deste canal específico para obtenção da informação ou, como neste caso, da orientação pretendida, caracteriza o atendimento satisfatório ao pedido. Súmula CMRI nº 1/2015 PROCEDIMENTO ESPECÍFICO - Caso exista canal ou procedimento específico efetivo para obtenção da informação solicitada, o órgão ou a entidade deve orientar o interessado a buscar a informação por 5
intermédio desse canal ou procedimento, indicando os prazos e as condições para sua utilização, sendo o pedido considerado atendido. Conclusão 9. De todo o exposto, acata-se o argumento do recorrido e opina-se pelo não conhecimento do recurso ora interposto à. 10. Por fim, recomenda-se orientar a autoridade do monitoramento da Caixa Econômica Federal que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos da Lei nº 12.527/2011 e do Decreto nº 7.724/2012. Em especial, recomenda-se que sejam respeitadas as instâncias recursais definidas no artigo 21 do Decreto nº 7.724/2012. ISABELLA BRAUN SANDER Servidora requisitada D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n. 1.567 da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do referido Decreto, no âmbito do pedido de informação nº 99902.002657/2015-08, direcionado à Caixa Econômica Federal - CEF. LUÍS HENRIQUE FANAN Ouvidor-Geral da União 6
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 3331 de 30/09/2015 Referência: PROCESSO nº 99902.002657/2015-08 Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 30/09/2015 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 30/09/2015 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: c827e68a_8d2c98e11702e5b