CGU Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação

Transcrição

1 Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação PARECER Referência: / Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. Informações sobre Resolução 632/2014 ANATEL Informação recebida não corresponde a requisitada - Informação entregue - Acata-se a argumentação do recorrido Não conhecimento ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações J.P.C. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação com base na Lei nº 12.27/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO ATO DATA TEOR Pedido 29/08/201 Requerente solicita saber quais os procedimentos para não ser compelido a se submeter as condições por parte de sua operadora com base na Resolução n 632/2014 Art. 3 inciso XIII conforme lista exemplificativa a seguir: Não poder comprar os serviços da operadora na exata medida de seu uso, referente a não ser submetido a uma situação em que não possa carregar os valores que quiser em seu aparelho celular, valido também para aquisição da quantidade de dados de internet que desejar utilizar. Não poder utilizar o valor de seus créditos como os serviços de outras operadoras. Não ser submetido mais por uma

2 Resposta Inicial Recurso à Autoridade Superior Resposta do Recurso à Autoridade Superior 02/09/201 02/09/201 08/09/201 cobrança de um serviço diário de internet que não foi consumido. Dentre outras... Segundo o recorrido o acesso foi concedido por meio da seguinte declaração: [...] a resposta foi concedida por meio do SIC n.º em Insatisfeito, o requerente entrou com recurso de 1ª. Instancia por entender que sua questão não havia sido adequadamente respondida pela recorrida: [...] A Gerência de Relacionamento com os Consumidores diz na resposta ao protocolo de número que a resposta já foi concedida por meio do SIC n.º em Venho reiterar a pergunta pois conforme pode ser provado, comparando os pedidos de acesso a informação dos protocolos de números e , um se trata da Norma n 03/98 da Anatel, e o outro é referente a descrição feita abaixo, a qual reitero a pergunta: O questionamento do protocolo número foi referente a Resolução n 632/2014 baseada no Art. 3 e inciso XIII, e refere-se os procedimentos para um cliente no caso o solicitante, não ser compelido a se submeter as condições por parte de sua operadora. Em atenção ao recurso em primeira instância, a recorrida deferiu o pedido, em virtude do que encaminhou os seguintes esclarecimentos: [...]Inicialmente, informamos que, de acordo com a Lei Geral de Telecomunicações - LGT - Lei nº 9.472/1997, os serviços de telecomunicações podem ser prestados sob dois regimes, o público e o privado. Independentemente do regime, a prestação do serviço se dá mediante a adesão do usuário a um dos Planos de Serviços ofertado pela Prestadora. A prestação do serviço em regime público é hoje representada pela oferta do Plano Básico de Serviços das concessionárias de telefonia fixa. Atualmente, apenas o Serviço Telefônico Fixo Comutado - STFC é prestado sob regime público. 2

3 Recurso à Autoridade Máxima 08/09/201 Os demais serviços de telecomunicações são prestados em regime privado (o STFC também pode ser prestado em regime privado), mediante autorização outorgada pela Anatel. Nos serviços prestados em regime privado, a LGT, em seu artigo 129, estabelece que os preços são livres e, portanto, definidos pela dinâmica de mercado. A atuação da Anatel nesse caso foca no incentivo à competição que, em níveis adequados, leva à reduções de preço. Ainda sobre serviços prestados em regime privado, o inciso I do artigo 128 da LGT determina que "a liberdade será a regra, constituindo exceção as proibições, restrições e interferências do Poder Público". Nesse contexto, a prestação dos serviços se dá mediante a adesão voluntária, pelo usuário, a um dos Planos de Serviços ofertado pelas Prestadoras, sendo esses Planos de livre formatação. Portanto, dos Planos de Serviços dos serviços prestados em regime privado, não há impedimento regulamentar ou legal para que o usuário pague apenas pelo que consumir. Contudo, também não há qualquer impedimento para que o Plano de Serviço preveja consumos mínimos, assinaturas, uso de créditos com outras operadoras etc. Por exemplo, a formatação de Planos de Serviços contendo uma franquia de consumo não é uma imposição regulatória ou legal, mas um modelo de negócios das prestadoras considerando seus custos operacionais e a competição no mercado. Nada impede a adoção de outros modelos. No entanto, os preços irão variar para mais ou para menos conforme comprometimento exigido dos usuários do serviço.. Mais uma vez o requerente não considerou a resposta satisfatória diante do que entrou com recurso à autoridade máxima usando a seguinte argumentação: [...] Os motivos para reiterar o pedido são os expostos abaixo: Parte da resposta da Superintendência de Planejamento e Regulamentação, ao recurso em primeira instancia foi:... Nos serviços prestados em regime privado, a LGT,... Referente a análise da resposta acima, ressalto ao Conselho Diretor da Anatel de que minha solicitação não refere-se a estipular preços. Em outra parte da resposta oferecida pela 3

4 Agencia nacional de telecomunicações esta diz:...ainda sobre serviços prestados em regime privado, o inciso I do artigo 128 da LGT determina que... Referente a análise da resposta acima, ressalto mais uma vez ao Conselho Diretor da Anatel de que minha solicitação não refere-se a proibições, restrições e interferências do Poder Público... Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 14/09/201 Recurso à 14/09/201 E finalizando a analise a Agencia Nacional de Telecomunicações diz:...portanto, dos Planos de Serviços dos serviços prestados em regime privado, não há impedimento regulamentar ou legal para que o usuário pague apenas pelo que consumir. Contudo, também não há qualquer impedimento para que o Plano de Serviço preveja consumos mínimos, assinaturas, uso de créditos com outras operadoras etc......por exemplo, a formatação de Planos de Serviços contendo uma franquia de consumo não é uma imposição regulatória ou legal, mas um modelo de negócios das prestadoras considerando seus custos operacionais e a competição no mercado. Nada impede a adoção de outros modelos. No entanto, os preços irão variar para mais ou para menos conforme comprometimento exigido dos usuários do serviço... Mais uma vez a Agencia Nacional de Telecomunicações age de forma irregular na resposta pois a Resolução nº 632, de 7 de março de 2014, mostra o oposto do que foi afirmado pela Agencia Nacional de Telecomunicações, que diz: Art. 1º Este Regulamento tem por objetivo estabelecer regras sobre atendimento, cobrança e oferta de serviços relativos ao Serviço Telefônico Fixo Comutado STFC, ao Serviço Móvel Pessoal SMP, ao Serviço de Comunicação Multimídia SCM e aos Serviços de Televisão por Assinatura. Em atenção ao recurso em segunda instância a recorrida considerou que não havia ocorrido indeferimento de acesso à informação ou às razões da negativa de acesso, diante do que optou pelo não conhecimento do mesmo com base no exposto no art. 1 da Lei 12.27/2011. Diante da resposta, o requerente entrou com novo recurso, agora para a, usando basicamente as mesmas argumentações anteriores, além de também solicitar que fosse aplicada à Agencia Nacional de Telecomunicações, ANATEL a sanção de 4

5 advertência, conforme DECRETO Nº 7.724, DE 16 DE MAIO DE 2012, Art. 66, inciso I, tendo em vista as condutas ilícitas praticadas durante o tratamento de seu pedido de acesso a informação e conforme exposto em sua solicitação. [...] Não vou questionar a análise da ANTEL referente ao caso, mas sim aceitar sua análise, sendo a Agencia Nacional de Telecomunicações autoridade no assunto é verdadeira sua afirmação, como transcrito acima,...não há qualquer impedimento regulamentar ou legal para que o usuário pague apenas pelo que consumir. Contudo, também não há qualquer impedimento para que o Plano de Serviço preveja consumos mínimos, assinaturas, uso de créditos com outras operadoras etc... Assim, em vista do que diz a Resolução n 632/2014 em seu Art. 3 e inciso XIII, de que: Art. 3º O Consumidor dos serviços abrangidos por este Regulamento tem direito, sem prejuízo do disposto na legislação aplicável e nos regulamentos específicos de cada serviço: XIII - a não ser obrigado ou induzido a adquirir serviços, bens ou equipamentos que não sejam de seu interesse, bem como a não ser compelido a se submeter a qualquer condição, salvo diante de questão de ordem técnica, para recebimento do serviço, nos termos da regulamentação; É possível dizer então, que comparando a resposta da ANATEL, como sendo correta, como diz o conselheiro relator da ANATEL Ademais, as informações apresentadas pela SPR me parecem suficientes para o correto entendimento da situação, pois trouxeram de maneira clara e precisa respostas dos questionamentos feitos pelo interessado... com o que diz a Resolução n 632/2014 em seu Art. 3 e inciso XIII, que o referido artigo da Resolução n 632/2014 é invalido. No entanto, a referida Resolução que Aprova o Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações RGC, n 632/2014 diz na seção RESOLVE: Art. 1º Aprovar o Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações, na forma do Anexo I a esta Resolução. Art. 2º O Regulamento mencionado no art. 1º entra em vigor no prazo de 120 (cento e vinte)

6 dias, a contar da data da publicação desta Resolução. 1º As obrigações constantes do Regulamento serão plenamente exigíveis com a sua entrada em vigor... Assim em vista do exposto acima, fica claro que a Agencia Nacional de Telecomunicações pratica em suas respostas, do referido pedido de acesso a informações condutas ilícitas descritas no Art. 6. I, II, III do DECRETO Nº 7.724, DE 16 DE MAIO DE Após análise preliminar, esta Controladoria não julgou necessário buscar esclarecimentos adicionais junto ao Órgão recorrido, uma vez que as justificativas apresentadas por ambas as partes durante o decorrer do processo foram consideradas suficientes para a sua instrução. É o relatório. Análise 3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012, observase que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a hierarquicamente superior à que adotou a decisão inicial, assim como também consta que a autoridade que proferiu a decisão, em segunda instância, foi o dirigente máximo do órgão/entidade representado por seu Conselho Diretor. 4. No que tange os requisitos de admissibilidade, registre-se que o recurso foi apresentado a de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº 12.27/2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, nestes termos: Lei nº 12.27/2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de (cinco) dias. 6

7 Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso.. O requerente, em seu pedido inicial, solicitou esclarecimentos sobre como proceder para não ser compelido a se submeter as condições por parte de sua operadora de celular. 6. Embora, em resposta ao recurso de 1ª instancia, a ANATEL tenha informado ao requerente sobre todas as regras / legislações aplicáveis ao caso em questão, o requerente não considerou que o seu pleito havia sido atendido, além de considerar que a recorrida havia praticado um ato ilícito com base no art. 6 do Decreto 7724/2012, diante do que entrou com recurso à. 7. Primeiramente, cabe registrar que o requerente já protocolou diversos outros pedidos de informação para a recorrida tendo como objeto o mesmo tema, conforme informado na resposta ao recurso de 2ª. Instancia. Em complemento, a área técnica ainda informou que o usuário vem tentando impor sua própria interpretação das normas que regem a prestação dos serviços de telecomunicações, pretendendo que a ANATEL corrobore seu entendimento, motivo pelo qual vem reiteradamente se valendo do e-sic para apresentar seus questionamentos. 8. No que tange à avaliação do conteúdo das respostas apresentadas, conclui-se que o assunto questionado foi abordado de forma clara e suficientemente detalhado, tendo sido indicadas e analisadas todas as normas legais aplicáveis ao tema. 9. Em suma, a análise efetuada pela não detectou a ocorrência de negativa de acesso por parte da ANATEL em relação a informação solicitada, mas sim uma discordância por parte do recorrente com relação ao conteúdo recebido. 10. Por fim, também não restou comprovada a pratica de nenhuma conduta em conformidade com as possibilidades elencadas no art. 6 da Lei 12.27/2011, diante do que a solicitação do recorrente com relação a 7

8 que a aplique a sanção de advertência a recorrida conforme art. 66, inciso I do Decreto 7724/2012 não resta aplicável ao caso sob análise. Conclusão 11. De todo o exposto, acata-se o argumento da recorrida e opina-se pelo não conhecimento do recurso interposto, visto que não houve negativa da informação, diante do que não houve negativa de acesso à informação nos termos do art. 16 da Lei 12.27/2011. CARLA CRISTINA GOMES ARÊDE Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº /201-14, direcionado a ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações. Gilberto Waller Júnior Ouvidor-Geral da União - Substituto 8

9 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 3282 de 2/09/201 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Parecer de recuso de 3a. instancia Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 2/09/201 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 2/09/201 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: c1f7401_8d2cb2731e7733