CGU Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação

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1 Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação PARECER Referência: / Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição Recorrente: M. S. S. Seguridade social Denúncia Legitimidade em virtude de informação pessoal Inefetividade de canal específico Informações pessoais Canal alternativo Inovação em sede recursal Análise : Acata-se argumentação do recorrido Denúncia/Reclamação Pedido fora do escopo da LAI Não conhecimento. Instituto Nacional do Seguro Social INSS Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação com base na Lei nº /2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO AÇÃO DATA TEOR Resumo (Formulário e-sic): REQUERIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÕES PESSOAIS DE FORMA PLENA. COMUNICAÇÃO DE ERROS, FALHAS E SUSPEIÇÃO DE FRAUDE NO PIS, CNIS, CPF E MEI. SOLICITAÇÃO DE BAIXA, DE OFÍCIO, NA INSCRIÇÃO DE MEI. SOLICITAÇÃO DE ORIENTAÇÕES SOBRE PETIÇÃO ADMINISTRATIVA... Pedido 18/08/2015 Em seu pedido, a cidadã relata a existência de inconsistências no Cadastro Nacional de Informações Sociais CNIS, identificadas na ocasião de indeferimento, pelo INSS, de requerimento de benefício de aposentadoria por idade, bem como narra pormenores de contato direto em Agência da Previdência Social, no qual verificou a ausência de vínculo reconhecido judicialmente e a existência de vínculo na qualidade de Microempreendedor Individual MEI, por ela não reconhecido. Quanto a esse último, passa a fornecer informações obtidas em pesquisas realizadas por meios próprios, apontando suposta fraude cadastral e solicitando providências do INSS e/ou da RFB. (...) Por fim, reitero, que solicito acesso pleno às informações inerentes a minha pessoa, que constam nos registros dos órgãos envolvidos, os devidos esclarecimentos de todos fatos relatados; as devidas retificações; e, além disso, orientações adequadas, para a substituição numérica do meu CPF e PIS, sem prejuízo dos dados reais, que refletem a minha vida e intimidade, portanto, devem ser preservados, visto que meus cadastros em ambos órgãos estão completamente comprometidos, assim como, a minha imagem ante ao mercado de consumo já completamente chafurdada, sem falar que há risco iminente de ter meu nome envolvido em processos judiciais de modo imprevisível e injusto.

2 Resposta Inicial 08/09/2015 Sua solicitação tem por objeto informações consideradas de conteúdo pessoal, razão pela qual indeferimos o fornecimento por meio eletrônico (e-sic) uma vez que, conforme arts. 55 a 60 do Decreto nº 7.724/2012, faz-se necessária a identificação pessoal do titular das informações ou seu representante legal (curador, tutor, procurador). Ademais, sua solicitação enquadra no artigo 13, inciso III, do Decreto nº 7.724/2012, por necessitar de trabalho adicional de consolidação de dados e informações, uma vez que é necessária a análise da documentação e legislação previdenciária aplicável com alteração nos sistemas corporativos, cujos procedimentos fogem à competência e atuação do Sistema de Informação ao Cidadão. Ressaltamos que a Súmula CMRI 1/2015, emitida pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações, define que Caso exista canal ou procedimento específico efetivo para obtenção da informação solicitada, o órgão ou a entidade deve orientar o interessado a buscar a informação por intermédio desse canal ou procedimento, indicando os prazos e as condições para sua utilização, sendo o pedido considerado atendido. Feitas estas considerações, informamos que o INSS possui canal adequado para solicitação de acertos de inscrições e/ou vínculos, qual seja, o agendamento do serviço Atualização de Tempo de Contribuição para uma das unidades de atendimento do INSS (Agência da Previdência Social), agendamento este que poderá ser realizado pela página da Previdência Social ( ou por telefone na Central de Teleatendimento da Previdência Social (Basta discar 135. A ligação é gratuita de telefone fixo ou telefone público e o atendimento é de segunda a sábado, das 7 às 22h). Cumpre-nos registrar, ainda, que não se trata de negativa em franquear acesso, mas tão somente a forma correta de atender aos dispositivos do Dec /2012 que regulam o acesso às informações pessoais (art.60) e os trâmites estabelecidos na Lei 8.213/1991, Dec /1999 e instruções normativas do INSS. Recurso à Autoridade Superior 18/09/2015 Conseguintemente, não afasto a possibilidade de realizar pedido nos termos da CRMI/15, ora invocada pela autarquia, já restada e comprovada a ineficácia e exaurimento de canal específico de relacionamento entre Administração e administrado no caso concreto, que é a APS, visto que fui obrigada a reagendar o serviço Atualização de Tempo de Contribuição em virtude da greve parcial dos servidores do INSS (v. ANEXO I.pdf, ANEXO II.pdf e ANEXO III.pdf ). Atinente à DENÚNCIA DE FRAUDE, se o e-sic não é o canal mais adequado, que este seja indicado a minha pessoa, ou, melhor, que a denúncia seja encaminhada a quem de competência fosse, para as tomadas de providências necessárias. A propósito, não haveria óbice para a abertura de processo administrativo, de ofício, afim da apuração, independentemente da minha provocação. Em relação ao canal 135, a ligação fora interrompida inesperadamente por duas vezes, mas pude perceber o despreparo dos atendentes ante aos fatos expostas. Em relação a APS nº , não obtive êxito ao relatar os mesmos fatos, pois os servidores simplesmente dizem que cabe a mim provar tais alegações Creio que o que alego é no mínimo substancial. Cientifico, por oportuno, que em , apresentei a denúncia à OUGPS via internet, lançada no protocolo CCFS48038 (v. ANEXO IV.pdf ) e, como o sistema suprimiu o texto e não demonstrou os anexos, após o registro, registrei manifestação vinculada, com o mesmo texto original, sob o protocolo CCFS48171 (v. ANEXO V.pdf ). (...) Isso posto, sem mais delongas, interponho recurso afim de que seja: 2

3 1. informado se concernente as fraudes, os comunicados realizados através dos protocolos lançados junto à OUGPS e o enviado à AGEPR/SE/MPS são suficientes para que sejam adotados todos os procedimentos de apurações necessários ao caso concreto, senão, que seja prestada a informação correta; 2. informado se há algum óbice legal, para que a autoridade SIC/CGPGE não encaminhe a denúncia para que de competência for, inclusive, para ABERTURA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO, preferencialmente, de ofício, ou, a convite, dado o relato, a seriedade do tema e a conjuntura dos fatos ao que concerne à dificuldade encontrada nas tentativas de reporte pessoal junto à APS citada e, também, ausência de serviço específico para agendamento de comunicado de fraude via site da Previdência Social como já demonstrado; 3. informado o nome do procedimento e prestada as orientações necessárias para a apresentação de petição administrativa para anulação e substituição dos meus NIT, sem prejuízo aos meus registros reais, conforme solicitado no pedido inicial, explicitamente, embora omitido. E, por fim, requeiro prioridade de tramitação nos procedimentos afetos deste protocolo, nos termos do inciso I do art. 69-A da Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, com redação dada pela art. 4º da Lei /09. E, para a concessão deste benefício, vide cópia digitalizada do meu documento de identificação civil adunada ao pedido inicial. Resposta do Recurso à Autoridade Superior 22/09/2015 Recepcionamos o seu recurso e o deferimos em parte, tendo em vista já ter sido prestadas quase todas as informações, ficando sem resposta os três questionamentos efetuados na inicial, conforme segue: 1. O cadastramento do NIT é feito pelo CPF e outros documentos pessoais. Dessa forma, um mesmo CPF poderá conter vários NIT's de categorias diferentes, inclusive um MEI. Muitas vezes o empregador faz o cadastro e o contribuinte nem fica sabendo, e cadastra outro NIT. Hoje, o sistema já informa que este CPF já possuí um NIT, mas no caso do Microempreendedor não, uma vez que a pessoa pode ser empregada e se cadastrar como MEI. Lembramos que o cadastramento do MEI é realizado por meio de um portal na internet onde qualquer pessoa pode realizar o cadastro, conforme previsto no artigo 21 da A Instrução Normativa do INSS nº 77/2015 (anexa). O fato de haver este cadastro do MEI, não necessariamente significa que tenha havido uma fraude, pode ter ocorrido um erro na hora do cadastramento ao inserir o CPF. A Instrução Normativa do INSS nº 77/2015 (anexa), no seu artigo 61 e respectivos incisos traz as possibilidade de exclusão de vínculos não reconhecidos, o que no seu caso lhe foi orientado o procedimento correto. 2. Quanto ao vínculo extemporâneo em relação ao MEI, o mesmo também está esclarecido no artigo 22 e 23 da citada IN 77/ O INSS ao analisar uma solicitação de requerimento de benefício, tem como base os registro constantes do Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS, considerando todas as informações constantes que, conforme pode-se verificar no artigo 21, III, os dados são enviados eletronicamente ao CNIS, motivo pelo qual o INSS não poderia supor que houvesse irregularidade no vínculo, ante o já exposto no item 1, no qual reforça-se que não há impedimento para cadastramento no MEI, se a pessoa já possui um NIT na categoria de empregado. O Sistema não possui essa trava. Ademais senhora, qualquer outra informação adicional não é possível prestá-la por este canal, tendo em vista não possuir acesso aos sistemas corporativos e todas as suas alegações devem ser comprovadas materialmente e confrontados com os dados do sistema. Ressaltamos que somente em uma Agência da Previdência Social é que seria possível esclarecer todas as suas dúvidas após uma análise detalhada da sua documentação. Ressaltamos ainda que a senhora tem a opção de entrar com recurso do 3

4 indeferimento da sua aposentadoria, bem como de todas essas informações adicionais. Na página da previdência no endereço eletrônico abaixo, a senhora poderá verificar o trâmite para solicitar o recurso da decisão de indeferimento, juntando todos os documentos comprobatórios das suas alegações. Quanto à suposta "fraude" alegada, a senhora já adotou as medidas cabíveis, já fez a denúncia na Ouvidoria e na Receita Federal, agora é só aguardar o retorno dos respectivos órgãos. Isto posto, e diante das limitações que este canal de atendimento apresenta, considera-se atendido em parte o seu recurso, tendo em vista que todos os procedimentos e formas de atendimentos foram mencionados, lembrando que a Lei de Acesso à Informação nº /2011 foi criada para prestar informações de caráter público e não pessoal, haja vista o dispostos no artigo 31, in verbis: Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. 1o As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem: I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem; e II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se referirem. 2o Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo será responsabilizado por seu uso indevido. 3o O consentimento referido no inciso II do 1o não será exigido quando as informações forem necessárias: I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o tratamento médico; II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações se referirem; III - ao cumprimento de ordem judicial; IV - à defesa de direitos humanos; ou V - à proteção do interesse público e geral preponderante. 4o A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das informações estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância. 5o Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamento de informação pessoal. O Decreto nº 7.724/12 regulamentou o artigo acima, da seguinte forma: Art. 60. O pedido de acesso a informações pessoais observará os procedimentos previstos no Capítulo IV e estará condicionado à comprovação da identidade do requerente. Parágrafo único. O pedido de acesso a informações pessoais por terceiros deverá ainda estar acompanhado de: 4

5 I - comprovação do consentimento expresso de que trata o inciso II do caput do art. 55, por meio de procuração; II - comprovação das hipóteses previstas no art. 58; III - demonstração do interesse pela recuperação de fatos históricos de maior relevância, observados os procedimentos previstos no art. 59; ou IV - demonstração da necessidade do acesso à informação requerida para a defesa dos direitos humanos ou para a proteção do interesse público e geral preponderante. Dessa forma, mais uma vez demonstramos que o seu pleito não pode ser atendido por este canal de atendimento, e certos de ter prestados todos os esclarecimentos necessários ao caso, consideramos atendida a solicitação. Recurso à Autoridade Máxima 02/10/2015 (...) Interponho, exclusivamente, para que INSS me informe, de forma clara, certa e completa: 1. Informações sobre o procedimento para apresentação de PETIÇÃO ADMINISTRATIVA por mim, para ANULAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DE NIS/NIT em meu nome em razão de fraude, conforme comprovada na certidão de ocorrência expedida pela PF, já juntada neste protocolo, sem prejuízo aos meus dados reais, conforme solicitado no pedido inicial; 2. Do indeferimento da minha aposentadoria, fato ocorrido em , cabe Recurso!? Penso que esta informação (extra) é incorreta, pois seria intempestivo, isto, se o pedido fosse aceito. A opção cabível não seria REVISÃO DE BENEFÍCIO? 3. Dessarte, se este canal não tem acesso aos sistemas corporativos, para prestar as informações supra, que interaja com os setores detentores de tais informações, ou, então, que lhes encaminhe a demanda, para tratamento e retorno, considerando o prazo legal, obviamente, pois, independentemente de apurações etc, tenho direito de saber. Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 09/10/2015 Muito embora haja inovação no seu recurso de Segunda Instância e a Súmula nº 2 da CMRI nos faculte a responder, além solicitação fazer referência a legislação específica, reiteramos: 1. Em relação à exclusão ou acerto de cadastro, conforme já informado no recurso de 1ª Instância, a senhora deverá seguir as orientações da Instrução Normativa - INSS/PRES Nº 77/2015 art. 61 e incisos, onde consta todas as orientações para acerto de vínculos (inclusão e exclusão). Segue anexo formulário para preenchimento, contendo relação dos documentos. Esclarecemos que o Gerente da APS de Bangu, informou que existe um agendamento de acerto de vínculo, em nome da senhora, para o dia 15/10/15. Portanto, o canal correto para lhe prestar todos os esclarecimentos necessários é exatamente a APS. 2. Em relação à revisão ou recurso, esclarecemos a diferença entre os dois: Revisão é um serviço destinado ao cidadão que teve requerimento atendido, total ou parcialmente pelo INSS, mas considera que foi prejudicado pela análise feita das informações utilizadas na ocasião do atendimento de seu pedido. Poderão ser objeto de revisão o valor mensal do benefício, a inclusão de um novo dependente em processo de pensão por morte, os vínculos constantes em uma Certidão de Tempo de Contribuição. O Recurso é um serviço destinado ao cidadão que não concordar com uma decisão emitida pela Previdência Social, em um processo do qual ele faça parte. Em outras palavras, é o direito de contestar uma decisão emitida pela Previdência Social. 5

6 O recurso deve ser apresentado por escrito e assinado, elencando os motivos, de acordo com a legislação, pelos motivos pelos quais o cidadão discorda da decisão emitida. O cidadão deve apresentar seu recurso em, no máximo, 30 dias após tomar conhecimento da decisão que deseja contestar. Informamos ainda que toda as decisões são informadas ao cidadão através do endereço informado em seu cadastro, e que também sempre é oportunizado, mesmo que intempestivamente. Lembrando que o protocolo do recurso será analisado e julgado pela Junta de Recursos do MPS, não pelo INSS. Recurso à 20/10/2015 Esta interposição objetiva-se a registrar RECLAMAÇÃO no e-sic/ sobre a resposta do recurso interposto em 2ª instância ao INSS. É consternador, que esta autarquia afirme que Muito embora haja inovação no seu recurso de Segunda Instância e a Súmula nº 2 da CMRI nos faculte a responder, além solicitação fazer referência a legislação específica sic. Ora, se alguma inovação houve neste processo, foi unicamente da parte desta autarquia, que, em fase recursal, se referiu ao pedido, como recurso administrativo contra indeferimento de pedido de benefício previdenciário, o que sequer fora aludido tampouco solicitado. E o pior: ante a minha objeção, deu provimento parcial ao recurso, não para se desculpar pela informação desnecessária ao caso concreto, tampouco, para retificar a informação que, além de desnecessária, era errada, mas, usou disto, para alegar inovação de minha parte e responder a objeção, dissimuladamente, como se o fizesse por liberalidade facultada na forma da legislação. Repudio. Informações adicionais e negociações 23/10/2015 a 26/10/2015 Uma vez que o recurso à veicula denúncia relativa a eventual irregularidade praticada, foi realizada consulta junto à Coordenação-Geral de Atendimento ao Cidadão, integrante da estrutura da Ouvidoria-Geral da União (CGCID/OGU/- PR). Em resposta, a referida Coordenação-Geral informou que há registro de denúncia com objeto idêntico. No entanto, não haveria, no recurso, elementos novos que justificassem o encaminhamento do processo para sua análise. É o relatório. Análise 2. Registre-se que o recurso foi apresentado perante a de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº /2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, in verbis: Lei nº /2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 6

7 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012, observa-se que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a hierarquicamente superior à que adotou a decisão. Do mesmo modo, consta que a autoridade que proferiu a decisão de segunda instância, foi o dirigente máximo do órgão/entidade. 4. Superadas as avaliações preliminares, verifica-se que o pedido da cidadã aglutina requerimento de esclarecimentos acerca dos fatos narrados, denúncia de suposta fraude e solicitação de providências referente às inconsistências de dados associados à sua inscrição no Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS. 5. Registre-se que o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, na resposta inicial, informa sobre a impossibilidade de atendimento do pleito por meio do e-sic, visto que o pedido envolve informações pessoais, cujo acesso está condicionado à comprovação da identidade do requerente, nos termos no art. 60 do Decreto nº 7.724/2012, e comunica haver procedimento específico estabelecido para tratamento da demanda, circunstância em que se considera atendida a solicitação, segundo as disposições da Súmula CMRI nº 1/2015, ressalvada a hipótese de comprovação, no pedido ou em sede de recurso, da ausência de efetividade do canal indicado. 6. Vê-se que a cidadã procurou fazer uso do canal específico indicado, tendo agendado o atendimento sugerido pelo Instituto e reagendado em razão da greve dos servidores da Autarquia. Todavia, há de ser ponderado que a ausência temporária de atendimento em virtude do movimento grevista, por seu caráter extraordinário, não configura, por si só, prova de inefetividade do canal. 7. Ademais, ainda que conste do requerimento solicitação de acesso pleno às informações concernentes à própria interessada, não se identifica uma especificação de forma clara e precisa da informação requerida, conforme prediz o art. 12 do Decreto nº 7.724/2012, depreendendo-se do pedido o anseio de que sejam solucionadas as divergências cadastrais apontadas a fim de que os dados constantes no CNIS estejam regulares e possam ser reavaliados pela entidade oportunamente no âmbito de novo requerimento de benefício previdenciário. 8. Pontue-se que nos recursos dirigidos ao INSS e no recurso à, a cidadã reitera sua necessidade de orientação acerca do procedimento adequado a ser utilizado para resolução da situação que apresenta no inicial e expressa sua insatisfação em relação ao conteúdo das respostas recebidas até então. 7

8 9. Partindo dessa compreensão, cumpre-nos esclarecer que os procedimentos definidos pela Lei nº /2011 destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação previsto no inciso XXXIII do art. 5 o da Constituição da República, ou seja, o acesso a dados processados ou não que possam ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato, conforme o disposto no inciso I do art. 3º. 10. Visando exemplificar o direito de acesso à informação legalmente protegido, o art. 7 o da LAI estabelece que: Art. 7 o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada; II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços; VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e VII - informação relativa: a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos; b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. 11. Dessa forma, fica evidente que a Lei nº /2011 não ampara, por exemplo, a formulação reclamações, denúncias, e pedidos de providência para a Administração Pública Federal, manifestações que são acolhidas em procedimento próprio, que já foi acionado tanto na esfera administrativa do INSS, conforme informações prestadas pela postulante, quanto na, de acordo com as informações oferecidas pela Coordenação-Geral de Atendimento ao Cidadão (CGCID). 12. Logo, tendo sido desvirtuada a finalidade do presente processo pela formulação de reclamações, denúncia e solicitação de providências, entende-se que o recurso não seja conhecido por esta Controladoria. 13. Por fim, esclarecemos que a Ouvidoria-Geral da União (OGU), órgão integrante da, tem competência para receber, examinar e encaminhar reclamações, denúncias, sugestões e elogios referentes a procedimentos e ações de agentes, órgãos e entidades do Poder Executivo Federal. É possível registrar denúncia por meio do Sistema de Ouvidorias do Poder Executivo Federal (e- OUV), disponível no link com vistas a possibilitar o tratamento adequado à presente demanda por parte da Coordenação-Geral de Atendimento ao Cidadão (CGCID), a qual integra a estrutura da OGU. A fim de facilitar o tratamento da denúncia, sugerese que todas as informações relevantes para a compreensão dos fatos sejam disponibilizadas, as quais podem ser encaminhadas como anexo da denúncia, inclusive. 8

9 Conclusão 14. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso, uma vez que seu objeto encontra-se fora do escopo da Lei de Acesso à Informação. ISABELLA BRITO Analista Administrativo 9

10 D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº / , direcionado ao Instituto Nacional do Seguro Social INSS. LUÍS HENRIQUE FANAN Ouvidor-Geral da União 1 0

11 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 3722 de 27/10/2015 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 27/10/2015 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 27/10/2015 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 5e5f98d1_8d2df e6