MENINGIOMA VS LESÃO SECUNDÁRIA Joana Martins Fialho 28-9-13 Sessão Científica Espectroscopia por RM
Espectroscopia Método analítico utilizado na Química que permite a identificação e quantificação de metabolitos, através de amostras; Difere da RM convencional pois apresenta informação química e fisiológica em vez de info anatómica. Baseia-se nas propriedades do átomo, nomeadamente no que diz respeito ao seu desvio químico (chemical shift) ao ser sujeito a um campo magnético. Eixo dos X: frequência dos metabolitos em ppm. Eixo dos Y: amplitude do pico (concentração do metabolito).
O Espectro Cho: 3.2ppm; Marcador de alteração da membrana celular; indicativo da proliferação celular. Cr: 3.02 ppm; Marcador do sistema energético e do metabolismo celular; utilizado como referência para o cálculo de ratios devido à sua estabilidade; Diminuido nos tumores. Naa: 2.02ppm; sintetizado na mitocôndria dos neurónios, sendo depois transportado para o citoplasma neuronal e ao longo dos axónios. É encontrado exclusivamente nos sistema nervoso (central e periférico) Lac: 1.33 ppm; raramente detectado em tecido normal; duplo pico invertido (Te longo); resultado de metabolismo anaeróbico tal como a hipóxia cerebral, isquémia, convulsões e patologias metabólicas. Ala: 1.48 ppm; Aminoácido com duplo pico; Função pouco conhecida, estando no entanto relacionado com o ciclo do ácido cítrico; O seu aumento ocorre em alterações no metabolismo oxidativo; É específico para Meningiomas. Lip:1.3ppm; Pode ser visto quando existe quebra da membrana celular ou necrose, nos casos de metástases ou tumores malignos primários.
Te longo ou curto? Tal como na RM convencional, o Tempo de Eco afecta a informação obtida através da Espectroscopia. Com um Te de 30ms, visualiza-se metabolitos com tempos de relaxação T1 e T2. Com um Te longo de 270ms, apenas se visualizam os metabolitos com tempos T2 longos, produzindo um espectro tipicamente constituído por Naa, Cr e Cho. Por outro lado a utilização de Te de 135ms permite a visualização do Lac invertido. Te: 30; 135; 270 ms Te curto: Elevado SNR e menor perda de sinal; maior nº de metabolitos visualizados (mionositol, glutamina-glutamato); maior sobreposição de metabolitos Te longo: SNR diminuido, comparativamente a Te curtos; espectros mais simples, devido à supressão de alguns sinais;
Te longo ou curto?
Aplicação Clínica 1 NAA está ausente no centro do tumor, mas pode estar presente nas zonas de infiltração do parêmquima cerebral. 2 A presença de Lac depende do grau do tumor. 3 Lac e Glu estão aumentados apenas na fase inicial da doença.
Caso Clínico Feminino 53 anos Episódio inaugural de Cefaleia hemicraneana esquerda de agravamento progressivo e com 15 dias de evolução Doente com APs de Neoplasia do cardia em 2010, submetida a ressecção do estômago e QT ENS sem alterações de relevo.
Tomografia Computorizada Cortes tomográficos axiais de 5mm de espessura, dirigidos ao plano OM. Estudo de TC efectuado sem administração e.v. de contraste iodado. Lesão expansiva frontal esquerda, arredondada, aparentemente intra-axial, de contornos definidos e regulares, isodensa em relação ao parênquima encefálico, com cerca de 23 mm de diâmetro, e com extensa área de edema envolvente, que atribuimos, no contexto da doente, a lesão secundária, aparentemente única.( )
Tomografia Computorizada Lesão não descrita em relatório fornecido. Sugerimos estudo complementar por RM, para exclusão de multiplicidade e confirmação de localização intra-axial
Ressonância Magnética Seq. Planos e Ponderações: SE Sagital, Axial e Coronal T1 após Gadolínio; TSE Coronal T2; Axial DP/T2 e Flair; Difusão Observamos volumosa lesão fronto-basal paramediana esquerda hipercaptante com 24mm de maior eixo e extenso halo de edema vasogénico, que determina efeito de massa e moldagem sobre a foice na linha média e sobre o corno frontal do ventrículo lateral esquerdo ( ). Estes aspectos sugerem lesão secundária única.
Ressonância Magnética Observamos adicionalmente lesão extra-axial parasagital hipercaptante com 15x10mm de maior eixo parcialmente calcificada (ver estudo TC em anexo), isodensa com o parêquima cerebral altamente sugestiva de corresponder a meningioma em localização extra-axial fronto-polar paramediana esquerda. Nota: No entanto sugerimos espectroscopia adicional das duas lesões para melhor caracterização.
Meningioma Lesão Secundária
Anatomia Patológica A Metástase cerebral de Adenocarcinoma da Junção Gastro- Esofágica. B Meningioma Psamomatoso (Grau I,OMS)
Referências Bibliográficas 1. http://www.ajnr.org/site/fellows/files/mrs-chapter- Castillo.pdf 2. Bertholdo, D. et all.,brain Proton Magnetic Resonance Spectroscopy, University of North Carolina at Chapel Hill, United States of America,2009 3. PACs, CHLC