A INTERFERÊNCIA DA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Documentos relacionados
A ANÁLISE DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA SEXUALIDADE

A INCONTINÊNCIA URINÁRIA DURANTE A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS

Definição. Refere-se ao deslocamento das vísceras pélvicas no sentido caudal, em direção ao hiato genital;

OS BENEFÍCIOS DE UM PROTOCOLO FISIOTERAPÊUTICO NA MELHORA DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO: ESTUDO DE CASO

Palavras-chave: Incontinência Urinária de Esforço, Urinary Incontinence, Pilates e Reabilitação. Área do Conhecimento: Fisioterapia

Reeducação Perineal. Prof a : Aline Teixeira Alves

6º Período - Fisioterapia PUC Minas - Belo Horizonte

Síndrome caracterizada por: Urgência miccional (principal sintoma) COM ou SEM incontinência, Também associada a: Polaciúria. Noctúria......

6. A IUM é caracterizada pela combinação dos sintomas da IUE e a de

Incontinência Urinária Juliana Aquino

TÍTULO: INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO URINÁRIA ENTRE HOMENS E MULHERES NO MUNICÍPIO DE AGUAÍ EM PACIENTES QUE UTILIZAM O SUS

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

PRINCÍPIOS PARA O CUIDADO DOMICILIAR POR PROFISSIONAIS DE NÍVEL SUPERIOR - FECALOMA: ABORDAGEM CLÍNICA, PRINCÍPIOS E INTERVENÇÕES

FICHA DE AVALIAÇÃO EM PROCTOLOGIA ANAMNESE

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FISIOTERAPIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

ESTUDO DOS VALORES DE PRESSÃO PERINEAL PARA MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO 1

Reeducação Ano-Retal. Profa. Aline Teixeira Alves.

Jose Damasceno Costa

Incontinência urinária: o estudo urodinâmicoé indispensável?

PREVALENCIA DA INCONTINÊNCIA COMBINADA AUTO-RELATADA EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

TÍTULO: MANEJO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Nos primeiros lugares das dores de cabeça da Urologia

PRINCIPAIS PROBLEMAS DE BEXIGA EVIDENCIADOS EM IDOSAS INCONTINENTES

Reeducação Intestinal do Paciente com Lesão Medular

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO PARA A INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM IDOSA ATENDIDO EM UMA CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA

ANÁLISE DA FORÇA DO ASSOALHO PÉLVICO NOS PERÍODOS DO PRÉ E PÓS-PARTO

PERFIL DE ATLETAS DE ALTO IMPACTO COM PERDA URINÁRIA, NO SEXO FEMININO

PREVALÊNCIA DE QUEIXAS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO NO PRÉ-PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO EM GESTANTES E PÚERPERAS DE PATROCÍNIO-MG

Ureter, Bexiga e Uretra

O IMPACTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA NA QUALIDADE DE VIDA

Anatomia feminina. Diafragma pélvico. Hiato urogenital. M. elevador do ânus. M. coccígeo Parte posterior do diafragma. Uretra, vagina e reto

Distopias genitais. Julio Cesar Rosa e Silva Departamento de Ginecologia e Obstetrícia FMRP - USP 2014

DIFICULDADES ENFRENTADAS POR MULHERES PORTADORAS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO PERÍODO PÓS-PARTO

INICIATIVA E REALIZAÇÃO PARCERIA

Imagem da Semana: Cintilografia Renal c/99mtc

PREVALÊNCIA DE CONSTIPAÇÃO INTESTINAL EM UNIVERSITÁRIAS DO CURSO DE FISIOTERAPIA

O ADVENTO DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO

Bexiga hiperativa. Cássio. Riccetto Disciplina de Urologia - Unicamp

ICS EDUCATIONAL COURSE

As dúvidas mais comuns sobre a infecção urinária

Workshops 06 de abril de 2017

PRINCIPAL ETIOLOGIA DE AMPUTAÇÃO TRANSFEMORAL EM PACIENTES ATENDIDOS NO CENTRO DE REABILITAÇÃO FAG

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FISIOTERAPIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

MÉTODO PROPRIOCEPTIVO PELVIPERINEAL 5P. INTERVENÇÃO GLOBAL NA REEDUCAÇÃO PERINEAL E DISFUNÇÕES DO PAVIMENTO PÉLVICO

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL RELACIONADA COM INGESTÃO HÍDRICA EM MULHERES 1 INTESTINAL CONSTIPATION RELATED TO WATER INTAKE IN WOMEN

Especial Online RESUMO DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO. Fisioterapia ISSN

ENFERMAGEM DOENÇAS GASTROINTESTINAIS. Parte 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

INTRODUÇÃO OBJETIVO: SILVA, Angela Maria LINS, Daiana Castor AZEVEDO, Suely Lopes de PAIVA, Priscilla Barboza BRASILEIRO, Mariana Ferreira Dutra

Bexiga Neurogênica por TRM. Alfredo Felix Canalini

Alterações no Trato Urinário

Colaboradores...5 Dedicatória...6 Agradecimentos...7 Prefácio...9

Plano de Cuidados Integrados (ICP)

Apêndice B APÊNDICE B OS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE ROMA III PARA OS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS FUNCIONAIS

Assistência de Enfermagem a Pessoas com Disfunção do Soalho Pélvico

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE IDOSAS INCONTINENTES

O EFEITO DA IMAGÉTICA MOTORA NA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA

CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FISIOTERAPIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

Saúde do Homem. Medidas de prevenção que devem fazer parte da rotina.

Incontinência urinária e prática esportiva: revisão de literatura

INCONTINÊNCIA URINÁRIA

CIRURGIA PEDIÁTRICA HÉRNIAS

PERFIL CLÍNICO, ANTROPOMÉTRICO E AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR EM IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ-RN

O CUIDADO INTERDISCIPLINAR NO MANEJO DO INTESTINO NEUROGÊNICO EM PESSOAS COM LM

XII ENCONTRO DE EXTENSÃO, DOCÊNCIA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA (EEDIC)

ENFERMAGEM DOENÇAS GASTROINTESTINAIS. Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

CONSTIPAÇÃO CRÔNICA: INÉRCIA COLÔNICA

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM INCONTINÊNCIA FECAL COM ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA DO NERVO TIBIAL POSTERIOR E CINESIOTERAPIA: RELATO DE CASO

Protocolo Clínico e de Regulação para Dispepsia

Bexiga Hiperativa: Diagnóstico e Tratamento. Marcelle Rodrigues Pereira R2 Orientadora: Dra. Rebecca Sotelo

CURSO: ENFERMAGEM NOITE - BH SEMESTRE: 2 ANO: 2012 C/H: 60 PLANO DE ENSINO

VALORES PERINEAIS PRESSÓRICOS EM MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO 1

Imagiologia da insuficiência perineal: o que usar em 2011?

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NAS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO

Incontinência urinária Resumo de diretriz NHG M46 (setembro 2006)

IMPACTO DAS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO NA SEXUALIDADE FEMININA

Síndromes medulares. Amilton Antunes Barreira Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica FMRP - USP

ASSOCIAÇÃO DA REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL E DO MÉTODO KEGEL NO TRATAMENTO DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA

CONSTIPAÇÃO: BLOQUEIO EVACUATÓRIO

A IMPORTÂNCIA DA DIETOTERAPIA NO TRATAMENTO DA SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL. RESUMO

DESAFIO DE IMAGEM Nathália Denise Nogueira Sales 7º semestre

ENFERMAGEM PROCESSO DE ENFERMAGEM E SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM. EXAME FÍSICO Aula 10 Profª. Tatiane da Silva Campos

Incontinência de urgência Tratamento medicamentoso

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA PELAS CUIDADORAS COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE UM PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA DOMICILIAR DO INTERIOR DE SÃO PAULO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES MASTECTOMIZADAS QUALITY OF LIFE ASSESSMENT IN WOMEN MASTECTOMIZED RESUMO

A esclerose múltipla é uma das doenças mais comuns do SNC (sistema nervoso central: cérebro e medula espinhal) em adultos jovens.

Atualização em Incontinência Urinária - Tratamento cirúrgico

DESAFIO DE IMAGEM Aluna: Bianca Cordeiro Nojosa de Freitas Liga de Gastroenterologia e Emergência

TUTORIAL DE URO-NEUROLOGIA DISFUNÇÃO MICCIONAL NO IDOSO

ÍNDICE DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS NO LAR DO IDOSO SÃO VICENTE DE PAULA, SÃO LUIZ GONZAGA, RS. 1

INCONTINENCIA URINARIA NO IDOSO: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

FACULDADE SANTA TEREZINHA CEST COORDENAÇÃO DO CURSO DE FISIOTERAPIA PLANO DE ENSINO

PREVENÇÃO E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NAS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO

A INFLUÊNCIA DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA SATISFAÇÃO SEXUAL E NA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES CLIMATÉRICAS

Tratamento Fisioterapêutico na Incontinência Urinária Masculina. Aline Teixeira Alves

Doença de Crohn. Grupo: Bruno Melo Eduarda Melo Jéssica Roberta Juliana Jordão Luan França Luiz Bonner Pedro Henrique

INFECÇÃO URINÁRIA. BIBLIOGRAFIA: EXAME DE URINA E PATOLOGIAS ASSOCIADAS Nadilson Cunha

CURSO INCONTINÊNCIA URINÁRIA 25 MAIO 2013 COIMBRA

Complicações na Doença Inflamatória Intestinal

Avaliação Urodinâmica

Transcrição:

A INTERFERÊNCIA DA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA INTRODUÇÃO ROSICLER FELDKIRCHER ANA CARLA OSÓRIO Faculdade Assis Gurgacz FAG Cascavel - Brasil ro_sicler@hotmail.com A incontinência urinária (IU) é uma condição que afeta dramaticamente a qualidade de vida, comprometendo o bem-estar físico, emocional, psicológico e social. As mulheres têm probabilidade duas vezes maior que os homens de apresentarem essa condição. (BOTELHO, 2007). Na maioria das mulheres a incontinência urinária manifesta-se como uma doença crônica de início gradual, mas com agravamento progressivo. Existem três tipos de incontinência urinaria mais comuns nesta população, que são a Incontinência Urinária de Esforço (IUE), a Incontinência Urinária de Urgência (Bexiga Hiperativa IUU), e a Incontinência Urinária Mista (LOPES,2008). As causas da IU são bastante variadas e a identificação da etiologia é essencial para o tratamento adequado. Possíveis causas incluem hiperatividade detrusora, deficiência de sustentação dos órgãos pélvicos, constipação intestinal, insuficiência do esfíncter uretral, problemas congênitos, obstrução infra vesical, lesões da coluna espinhal, cirurgias, fístulas urinárias e algumas patologias como esclerose múltipla, distrofia muscular, infecção pelo vírus HTLV, poliomielite e acidente vascular cerebral. (FELDNER, 2008). Dentre os fatores de risco que causam a Incontinência Urinária destaca-se nesse estudo a constipação intestinal. Embora a constipação seja considerada como um problema de diminuição da freqüência das evacuações, a sintomatologia é um pouco mais complicada e subjetiva sendo dificuldade em evacuar, sensação de evacuação incompleta, distensão abdominal, desconforto e mal-estar geral ou dor abdominal. (MORAIS, 2000). O ato da evacuação se origina pela distensão brusca da musculatura retal assim uma grande onda peristáltica e é a contração do reto junto com a dilatação do esfíncter anal, que provoca o esvaziamento de todo o intestino grosso desde o cólon transverso até adiante, favorecendo a defecação. (MORAIS, 2000). Ao relacionarmos a constipação intestinal em mulheres que apresentam incontinência urinária podemos observar no quadro fisiológico um estiramento do reto comprimindo a bexiga, contribuindo para a retenção urinária, causando infecção do trato urinário e, freqüentemente, a força realizada durante a evacuação intestinal pode lesar a musculatura pélvica, e através da distensão, traumatizar e causar isquemia muscular. Contudo pode causar também transbordamento, pois quando as fezes enchem o reto, o colo da bexiga e a uretra são pressionados causando o bexigoma e escape incontrolável de pequenas quantidades de urina de uma bexiga cheia. (MORAIS, 2000). MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo trata-se uma característica quantitativa do tipo descritivo, de modo direto que visa o levantamento de dados de pacientes com IU e CI, pacientes que apresentaram somente IU sem CI, e paciente que não apresentaram nenhuma das patologias através de questionários no período de julho a agosto do ano de 2013, realizados apenas com pacientes do sexo feminino a partir dos 50 (cinqüenta) anos de idade. A pesquisa realizada foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Assis Gurgacz (FAG), sendo que cada participante assinou o termo de consentimento livre e esclarecido. As mulheres participantes deste estudo não sofreram qualquer tipo de estresse ou constrangimento durante a coleta de dados. Para isso, foram selecionadas 45 (quarenta e cinco) pacientes do sexo feminino para realizar os questionários, os quais foram aplicados de forma individual. Os critérios adotados para a análise dos questionários foi descobrir quantas entrevistadas apresentaram IU e também CI com intuito de mostrar, em forma de gráficos, a relação existente entre as duas patologias, a interferência que a CI causou nessas mulheres, que nos dias de hoje sofrem com a IU, e em qual idade a incidência da interferência da constipação prevalece mais nessa amostra. Sendo assim, o objetivo principal do trabalho é verificar quantas mulheres que apresentam ou já apresentaram episódios de incontinência urinária, sofrem de constipação intestinal associado mostrando a relação que existe entre essas duas condições fisiológicas. RESULTADOS Os resultados obtidos através dos questionários (Gráfico 01) foram de que numa amostra composta por 45 mulheres, ou seja, 100%, 24,4%, 11 das pacientes apresentaram problemas com incontinência urinária (IU) e constipação intestinal (CI) associados como mostrado no gráfico como grupo 1. No entanto também 24,4%, 11 mulheres apresentaram incontinência urinária sem a presença da constipação intestinal mostrado no gráfico como grupo 2, e 23 mulheres, 51,1% diante do gráficono grupo 3 não apresentaram IU nem CI sendo ilustrada com as iniciais ND. Os valores obtidos nos mostram, (Gráfico 2) que dentre as mulheres que apresentaram a incontinência urinária associada à constipação intestinal a faixa etária que prevaleceu foi entre 61-70 anos de idade resultando numa porcentagem de 63,6% como mostra no gráfico abaixo, na faixa etária dos 50-60 anos 9,1% apenas apresentaram a associação da incontinência com a constipação, e na faixa etária dos 70 anos acima foram 27,3% apresentando as duas patologias. Gráfico 01: Interferência da Constipação Intestinal em mulheres com Incontinência Urinária.

Gráfico 02: Faixa Etária prevalente nas mulheres que apresentaram Constipação associada com a Incontinência Urinária. DISCUSSÃO Os indivíduos participantes deste estudo são do sexo feminino, com idade a partir dos 50 anos sendo que 24,4% apresentaram perda de urina associada com problemas de intestino e dentro dessa porcentagem a idade que mais se verificou incidência das duas patologias foi entre 60-70 anos no que se referiu numa porcentagem de 63,6% da amostra mostrando que nos idosos a relação dessas patologias ocorre com maior freqüência. Em um estudo realizado por Raquel Pereira C. et.al Rev. Bras. Nutr. Clin. 2006; 21(4): 296-301, com 142 alunos universitários com a idade entre 18-24 anos, sendo a maior parte da população feminina, foi possível observar através de questionários sobre constipação intestinal que todos os constipados foram do sexo feminino, mostrando que nessa população o índice é maior e mais comum que nos homens. É que mulheres requerem uma quantidade menor de energia, ingerindo uma quantidade menor de nutrientes, e conseqüentemente de fibras. Sabe-se que esta tem proporcionado efeitos benéficos para prevenir e tratar problemas intestinais. Essas mulheres relataram dificuldade para evacuar, síndromes do intestino irritável, histórico familiar associado, relataram que não ingeriam muito liquido, não realizavam atividade física, e consumiam alimentos que proporcionavam a constipação. Neste quadro clinico do estudo é possível prever um futuro problema de incontinência urinária nessas estudantes

devido à sobrecarga que o assoalho pélvico delas vem sofrendo desde já, tornando assim a constipação intestinal o principal fator de risco nessas mulheres jovens. Outro estudo realizado por Sonia M. Fátima et.al RBGO - v. 24, nº 6, 2002, foi feito com 61 pacientes, distribuindo-as em grupos, sendo que 17 mulheres tinham incontinência urinária por esforço, 14 mulheres não possuíam queixas urinárias, 15 mulheres na pós menopausa com incontinência urinária por esforço, e mais 15 mulheres na pós menopausa porem sem perda de urina. Pode-se verificar com a avaliação da musculatura do assoalho pélvico com os testes realizados com os cones vaginais que a musculatura das pacientes com incontinência urinária apresentou grau de força menor quanto às mulheres continentes. A partir deste estudo pode-se concluir que há uma mudança significativa na musculatura do assoalho pélvico feminino devido à incontinência urinária, a qual em relação ao outro estudo pode ser associada com a constipação intestinal presente já em mulheres jovens, propiciando uma futura incontinência nas mesmas. Segundo Félix (2005),é de suma importância que os profissionais de saúde conheçam as peculiaridades que permeiam a IU (incontinência urinária) e CI (constipação intestinal) e os impactos que estas patologias uma vez presentes ocasionam na vida das pessoas idosas, trazendo uma abordagem de uma equipe de saúde multidisciplinar para realizar a prevenção e o tratamento dessas patologias. CONCLUSÃO Muitos sãos os fatores envolvidos na fisiopatogênica da IU, dentre eles destacam-se: a topografia extra-abdominal do colo vesical, a descida rotacional da uretra, a uretra funcionalmente curta, a lesão do mecanismo intrínseco uretral, as lesões do nervo pudendo, das fascias e dos músculos do assoalho pélvico, bem como o hipoestrogenismo. As conseqüências da CI (constipação intestinal) podem comprometer a qualidade de vida dos indivíduos, uma vez que pode aumentar o risco de câncer de cólon e acarretar em disfunções do assoalho pélvico, distensão progressiva da ampola retal e megarreto, que podem determinar o surgimento de escape fecal; dor abdominal recorrente, sangue nas fezes, distensão abdominal, vômitos, infecção urinária, surtos de diarréia e retenção urinária. Portanto pode-se concluir que essas disfunções do assoalho pélvico com o longo do tempo acarretam a essas mulheres que sofrem de CI desde jovens a propensão de terem IU (incontinência urinária), esta perda de urina ocorre com maior incidência nas mulheres idosas como mostrou o estudo em 63,6% na idade dos 60-70 anos. REFERÊNCIAS BOTELHO F., CARLOS SILVA, FRANCISCO C., Incontinência Urinária Feminina. Medicina Familiar. Acta Urológica 2007, 24; 1: 79-82. Disponível em: <http://www.apurologia.pt/acta/1-2007/inc-urin-fem.pdf> acesso em 11 de junho/2013. DOUGLAS, C.R. Tratado de fisiologia da saúde. 5ed. São Paulo: Robe, 2002. p.335-343 e 944-1122. FÁTIMA S. M., GRACIO M. F., et.al. Mobilidade do Colo Vesical e Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico em Mulheres Continentes e com Incontinência Urinária de Esforço, Consoante o Estado Hormonal. RBGO - v. 24, nº 6, 2002.

FELDNER Jr. P.C., SARTORI, F.M.G., LIMA, G.R.D., et.al. Diagnostico clínico e subsidiário da incontinência urinária. Rev. Bras Ginecol Obstet. 2006; 28(1): 54-62. FÉLIX, L.I. A avaliação da qualidade de vida de mulheres portadoras de incontinência urinária de esforço. 2005. 113 f. Tese (Mestrado em Educação em Saúde) Centro de ciências da Saúde, Universidade de Fortaleza, Fortaleza. 2005. GYTON, A.C; HALL, J.E. Tratado de fisiologia médica. Tradução: Celso de Resende Ferreira Filho. 11ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006 p. 771-780 e 788 789 HUNSKAAR S., LOSE G., SYKES D., et.al. The prevalence of urinary incontinence in women in four European countries. BJU International. 2004. LENNARD-JONES JE. Constipation. In: FELDMAN M; SCHARSCHMIDT BF & SLEISENGER MH, eds. Gastrointestinal and liver disease, 6th ed. WB Saunders Company, Philadelphia, p. 174-197, 1998. LOPES, M. H. B. M. Et.al.; Fatores de risco para incontinência urinária na mulher. Rev. Esc. Enferm. USP vol.42 no.1 São Paulo Mar. 2008. MORAIS, M. B. D,MAFFEI H. V. L.Constipação Intestinal. Jornal de Pediatria, Vol 76, Supl 2, 2000. São Paulo. NEUMANN P. Physiotherapy for urinary incontinence. Reprinted from Australian Family Physician Vol. 37, No. 3, March 2008 121. PEREIRA R. C., SOARES L. M. Associação entre constipação intestinal e estilo de vida em estudantes universitários.rev. Bras. Nutr.Clin. 2006; 21(4):296-301. RETT, M.T.; et al. Qualidade de vida em mulheres após tratamento da incontinência urinária de esforço com fisioterapia. Rev. Bras. Ginecol. Obstet2007; 29 (3): 134-40. ROBLES J.E. La Incontinencia urinaria: anales Del sistema sanitario de navarra. 2006; 29 (2): 219-31. SIMEONOVA Z, Milsom I, Kullendorff AM, Molander U, Bengtsson C. The prevalence of urinary incontinence and its influence on the quality of life in women from an urban Swedish population.actaobstetgynecol Scand. 1999; 78(6): 546-51. ZUCCHI, E.V.M. et al. Impacto da atividade esportiva no assoalho pélvico.femina;31, 4: 333-335, Maio 2003. Endereço: Avenida Garibaldi, 1171, Centro. Matelândia Pr.