Palavras-chave: Incontinência Urinária de Esforço, Urinary Incontinence, Pilates e Reabilitação. Área do Conhecimento: Fisioterapia

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1 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO POR MEIO DO MÉTODO PILATES: REVISÃO DE LITERATURA Isabela Silva Matos, Bruna Nahum Martins, Izabela Santos Mendes, Fernanda Maria Gonzaga Napoleone Universidade do Vale do Paraíba, Faculdade de Ciências da Saúde, Av. Shishima Hufumi, 2911 Urbanova, CEP: , São José dos Campos SP, Resumo - A Incontinência Urinária (IU) é definida como qualquer perda involuntária de urina, segundo a International Continence Society. Este é um problema de saúde pública, pois afeta mulheres de diversas faixas etárias em todo o país. O método Pilates é apontado como uma maneira de tratar esta patologia através do fortalecimento de musculatura de assoalho pélvico. O presente estudo destina-se a realizar uma revisão bibliográfica sobre a Incontinência Urinária de Esforço e foi elaborado a partir da análise de 21 artigos científicos indexados nas bases de dados PEDro, SCIELO, BIREME, PUBMED e Science Direct. Além dos 21 artigos pesquisados, 3 livros foram utilizados. Os critérios de inclusão foram: Publicações no período de 2002 a 2015 em língua portuguesa e inglesa, envolvendo seres humanos e sem distinção de idade. Foram excluídos da pesquisa, os artigos publicados antes do ano de Palavras-chave: Incontinência Urinária de Esforço, Urinary Incontinence, Pilates e Reabilitação. Área do Conhecimento: Fisioterapia Introdução A Incontinência Urinária (IU) é definida como qualquer perda involuntária de urina, segundo a International Continence Society. Este é um problema de saúde pública, pois afeta mulheres de diversas faixas etárias em todo o país. A perda de urina pode agravar-se conforme o aumento da idade, trauma pélvico, fraqueza pélvica ou perineal, involução uretral e iatrogênica após cirurgia de retirada de próstata em homens (SOUZA, 2007). A bexiga é um órgão côncavo e composto por musculatura lisa, chamada músculo detrusor. Sua localização está na frente do útero e da vagina, atrás da sínfise púbica e do púbis, e acima do assoalho pélvico (CARVALHO; HOLANDA, 2008). Este órgão tem a função de armazenar urina e o processo ocorre por meio do relaxamento do músculo detrusor, permitindo o enchimento, e a contração do esfíncter urinário para evitar a perda de liquido. Logo o esvaziamento ocorre devido ao relaxamento do esfíncter urinário e contração do músculo detrusor, expelindo a urina (SOUZA, 2002). No processo de continência urinária, na fase de enchimento, a pressão interna da bexiga não se altera significativamente devido a complacência vesical, que é determinada pela característica da parece vesical e o tônus da musculatura. Durante essa fase a uretra permanece fechada, sendo a pressão intra-uretral maior que a intravesical. Conforme o enchimento vai ocorrendo a sensação de plenitude passa a ser consciente e a micção pode ser adiada voluntariamente. Na fase de esvaziamento ocorre à descida da base vesical e a redução da pressão intra-uretral por meio do relaxamento da musculatura estriada uretral e do assoalho pélvico, e justamente ocorre a contração do músculo detrusor, até que a bexiga se esvazie por completo. Logo a continência urinaria é possível através do funcionamento e coordenação do músculo detrusor e estruturas uretrais (SOUZA, 2002). A Incontinência Urinária de Esforço (IUE) ocorre quando o indivíduo realiza um esforço que aumenta a pressão intra abdominal, como espirrar, tossir, pular, orgasmo, entre outros esforços, que gera contração do músculo detrusor e o esfíncter urinário não consegue reter a urina, ocasionando a perda de urina (SOUZA, 2007). A Fisioterapia em Uroginecologia é uma área da fisioterapia que consiste em prevenir e tratar, por meio de técnicas e recursos, as disfunções miccionais, fecais, sexuais femininas e a dor pélvica (SOUZA, 2007). O tratamento da Incontinência Urinária de Esforço 1

2 pode ser feito com medicamentos, cirurgia ou fisioterapia do assoalho pélvico (MARQUES; SILVA; AMARAL, 2011). Os exercícios perineais apresentam as melhores evidências científicas no tratamento fisioterapêutico de mulheres com incontinência urinária de esforço (CASTRO et al., 2008). Dentro deste contexto, o Método Pilates tem sido um dos métodos modernos mais utilizados para este fim. Trata-se de uma técnica de manutenção corporal criado pelo alemão Joseph H. Pilates ( ) durante a Primeira Guerra Mundial (SILVA, 2009). Seu método tem como base um conceito denominado contrologia, que é o controle consciente de todos os movimentos musculares do corpo, através de exercícios, desenvolvendo um corpo uniforme, corrige a postura errada e revigora a mente. (PILATES, 2008). Metodologia O presente estudo destina-se a realizar uma revisão bibliográfica sobre a Incontinência Urinária de Esforço e foi elaborado a partir da análise de 23 artigos científicos indexados nas bases de dados PEDro, SCIELO, BIREME, PUBMED e Science Direct. Além dos 23 artigos pesquisados, 3 livros foram utilizados. Os critérios de inclusão foram: Publicações no período de 2002 a 2014 em língua portuguesa e inglesa, envolvendo seres humanos e sem distinção de idade. Foram excluídos da pesquisa, os artigos publicados antes do ano de Os seguintes descritores foram utilizados: Incontinência Urinária de Esforço, Urinary Incontinence, Pilates e Reabilitação. Tabela 1 Resumo dos artigos pesquisados Autor Ano Resultados Andrezza et al A influência do método pilates no fortalecimento do assoalho pélvico. Balarin et al Efeito do pilates no fortalecimento do assoalho pélvico de mulheres com incontinência urinária de esforço. Barbosa L. J. F Função dos múculos do assoalho pélvico: comparação entre mulheres praticantes do método pilates e sedentárias Bertoldi et al A influência do método pilates na muscula do assoalho pélvico em mulheres no climatério: estudo de caso. Castro et al Relação da força muscular do assoalho pélvico com a postura estática da pelve em funcionárias da UNAMA. Correa et al Ganho da força muscular do diafragma pélvico após utilização dos métodos pilates em pacientes com incontinência urinária de esforço. Costa et al Abordagem da fisioterapia no tratamento da incontinência urinária de esforço: revisão de literatura. Diniz et al Avaliação da força muscular do assoalho pélvico em mulheres praicantes de MatPilates. Fozzati et al Impacto da reeducação postural global no tratamento da incontinência urinária de esforço feminina. Higa et al Fatores de risco para incontinência urinária na mulher. Moreira et al Estudo da ação sinergética dos músculos respiratórios e do assoalho pélvico. Oliveira et al Técnicas fisioterapêuticas no tratamento e prevenção da incontinência urinária de esforço na mulher. Oliveira M. C. S 2014 Protocolo de treino dos múculos do pavimento em mulheres com incontinência urinária de esforço: revisão. 2

3 Resende et al Eletromiografia de superfície para avaliação dos músculos do assoalho pélvico feminino: revisão de literatura. Rett et al Qualidade de vida em mulheres após o tratamento da incontinência urinária de esforço com fisioterapia. Silva et al Técnica de pilates no tratamento da incontinência urinária em mulheres idosas. Valério et al Cinesioterapia na incontinência urinária de esforço na mulher. Vieira et al O sinergismo muscular respiratório e pélvico. Volkmer et al Incontinência urinária feminina: revisão sistemática de estudos qualitativos. Ghaderi et al Physiotherapy for women with stress urinary incontinence: a review article. Pilates, H. G. Fonte: o autor Resultados 2008 Pilates makes sense: Return to life through contrology. Andrezza et al. (2008) verificou que diante dos resultados do estudo de caso clínico, foram comprovados os benefícios do fortalecimento do assoalho pélvico com o Método Pilates, podendo ser utilizado tanto para prevenção do aparecimento de disfunções perineais como para o tratamento delas. Durante a prática do método pilates, ocorre à contração e a sustentação do músculo transverso do abdômen, favorecendo uma maior estabilização lombo pélvica e o aumento da força muscular perineal durante a execução do exercício. Assim, Diniz et al (2014), afirmam que o fortalecimento desta região central pode promover bons resultados para pacientes com disfunções perineais. Os autores afirmam que este tipo de treinamento funcional do diafragma pélvico é um tratamento para incontinência urinária, visto que há melhora na percepção e consciência corporal da região pélvica. O mesmo tratamento pode promover o aumento da vascularização local e força muscular, prevenindo problemas futuros. Balarin et al. (2011) mostra que o método Pilates é eficaz no tratamento de IUE, pois além do fortalecimento na musculatura de assoalho pélvico (MAP) ainda é um procedimento que ofereceu outros benefícios como: procedimento de baixo custo, melhora da postura global, respiração, flexibilidade global e ainda apresenta poucas contra indicações que facilitam o tratamento de idosos, homens, crianças e gestantes. Os autores ainda ressaltam que o Pilates é um momento de lazer, trazendo sensação de bem-estar físico e mental. Segundo Vieira et al. existe uma ação sinérgica entre os músculos abdominais, perineais e respiratórios, que foi comprovado através da eletromiografia. Logo o aumento da atividade elétrica dos músculos abdominais durante a expiração aumenta a pressão intra-abdominal, afetando indiretamente a pressão sobre a bexiga urinária. Este aumento de pressão intra-abdominal é condição favorável para que ocorra perda de urina involuntária em ocasiões em que a resposta do assoalho pélvico se encontram alterada, como no caso de quadro de incontinência urinária de esforço. Nos resultados encontrados nesse trabalho, Valério, et. al. (2013), o tratamento de cinesioterapia não possui efeitos colaterais no assoalho pélvico, além de apresentar baixo custo e menor risco ao paciente se comparado ao tratamento cirúrgico. Por causa dos dados obtidos, o tratamento fisioterapêutico tem sido mais recomendado e utilizado pelos fisioterapeutas devido ao resuldado final ser positivo na IUE em mulheres. 3

4 Discussão De forma unânime, todos os autores (tabela 1) que discorrem sobre o tratamento da Incontinência Urinária de Esforço com o método Pilates concordam que o método de tratamento é eficaz tanto como tratamento conservador quanto como meio de prevenção. Conclusão Conclui-se que o Método Pilates é eficiente para prevenção e tratamento de disfunções perineiais, incluindo à Incontinência Urinária de Esforço diante dos resultados e achados encontrados na literatura organizada na tabela 1. Também percebe-se que o sinergismo abdomio-pélvico é existente, visto que a maioria dos autores elegem a contração de Transverso Abdominal juntamente com os músculos da MAP são mais eficientes que a contração da MAP isolada. E sugere-se novas pesquisas que busquem comprovar a eficiência do método Pilates como forma de tratamento assim como para conhecer o comportamento dessas muculaturas e do sinergismo adbomino-pélvico, com a finalidade de elaborar novas estratégias de prevenção e tratamento de disfunções perineais. Referências ANDREAZZA, E. I; SERRA, E., A Influência do Método Pilates no Fortalecimento do Assoalho Pélvico. Paraná, BALARIN, C.D.; et al, Efeito do Pilates no fortalecimento do assoalho pélvico de mulheres com incontinência urinária de esforço.anuário da produção de iniciação científica iscente.. Faculdade Anhanguera de Campinas. v. 14, p. 23,2011. BARBOSA L. J. F., Função dos múculos do assoalho pélvico: comparação entre mulheres praticantes do método pilates e sedentárias. Faculdade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre,2014. BERTOLDI et al., A influência do método pilates na musculatura do assoalho pélvico em mulheres no climatério: estudo de caso. Vol. 16. n. 4. Revista do Departamento de Educação Física e Saúde e do Mestrado em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul CARVALHO, M.; HOLANDA, P., Atuação Fisioterapêutica na Incontinência Urinária em Mulheres na Terceira Idade. Artigo Original. Universidade da Amazônia. Belém, CASTRO R. A., et al., Fisioterapia e incontinência urinária de esforço: revisão e análise crítica. FEMINA, Rio de Janeiro. 2008; 36(12). CORREA et al, Ganho da força muscular do diafragma pélvico após utilização dos métodos pilates em pacientes com incontinência urinária de esforço. Vol.23,n.2,pp Revista UNINGÁ Review. Paraná DINIZ M. F., VASCONCELOS T. B., PIRES J. L. V. R., NOGUEIRA M. N., ARCANJO G. N., Avaliação da força muscular do assoalho pélvico em mulheres participantes de Met Pilates. MTP&Rehab Journal. 2014; 12: FOZZATI et al., Impacto da reeducação postural global no tratamento da incontinência urinária de esforço feminina. Rev Assoc Med Bras; 54(1): São Paulo GHADERI et al., Physiotherapy for women with stress urinary incontinence: a review article. J. Phys. Ther. Sci. 26: ,

5 HIGA et al., Fatores de risco para incontinência urinária na mulher. Rev Esc Enferm USP 2008; 42(1): São Paulo. MARQUES, A. A; SILVA, M. P. P; AMARAL, M. T. P. Tratado de Fisioterapia em Saúde da Mulher, São Paulo: Roca, MOREIRA et al., Estudo da ação sinergética dos músculos respiratórios e do assoalho pélvico. Rev. bras. fisioter. Vol. 6, No. 2, Paraná OLIVEIRA et al., Técnicas fisioterapêuticas no tratamento e prevenção da incontinência urinária de esforço na mulher. Revista Eletrônica F@pciência, v.1, n.1, Paraná OLIVEIRA M. C. S., Protocolo de treino dos múculos do pavimento em mulheres com incontinência urinária de esforço: revisão PILATES, H. J.; MILLER, J. W., Pilates makes sense: Return to life through contrology.[periódico on line] Disponível em: Citado em: 2008 out 16 RETT et al., Qualidade de vida em mulheres após o tratamento da incontinência urinária de esforço com fisioterapia. Rev Bras Ginecol Obstet.; 29(3):134-40,2007. REZENDE et al., Eletromiografia de superfície para avaliação dos músculos do assoalho pélvico feminino: revisão de literatura. Fisioterapia e Pesquisa, v.18, n.3, p ,São Paulo, SILVA A. C.; MANNRICH G., Pilates na Reabilitação: uma revisão sistemática. Fisioterapia em Movimento SOUZA, E. L. B. L., Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia, Uroginelocologia e Aspectos de Mastologia. 4.ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, SOUZA, E. L. B. L., Fisioterapia Aplicada á Obstetrícia. 3.ed. Rio de Janeiro: MEDSI Editora Médica e Científica Ltda,2002. VALÉRIO et al., Cinesioterapia na incontinência urinária de esforço na mulher. Revista Científica do ITPAC, Araguaína, v.6, n.4, Pub.7, VIEIRA, G.; et al., O Sinergismo muscular respiratório e pélvico. Artigo Original. Centro Universitário Franciscano, VOLKMER et al., Incontinência urinária feminina: revisão sistemática de estudos qualitativos. Ciência & Saúde Coletiva, 17(10): ,