SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO-SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO-SUED PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL- PDE

Documentos relacionados
PALAVRAS-CHAVE: conto; elementos do enredo; figuras de linguagem; tipos de discurso.

TECENDO SENTIDOS: PLANEJAMENTO DE AULA SOBRE O CONTO A MOÇA TECELÃ, DE MARINA COLASANTI

Como uma rainha de Micenas

ROTEIRO DE ATIVIDADES ORIGINAL 1ª versão (2º bimestre 2º ciclo) PALAVRAS-CHAVE: conto; figuras de linguagem; tipos de discurso; elementos do enredo.

A SUBMISSÃO FEMININA NO CONTO A MOÇA TECELÃ, DE MARINA COLASANTI

Data de entrega : Entregar no dia da avaliação

A MOÇA TECELÃ (Marina Colassanti)

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação

O CONTO A MOÇA TECELÃ : EXPLORANDO GÊNEROS TEXTUAIS

ROTEIRO DE ESTUDO E PROPOSTAS DE REDAÇÃO PARA A RECUPERAÇÃO LIDIANE

DIMENSÕES DA ALIENAÇÃO

O feminino e o masculino no conto de fadas A moça tecelã, de Marina Colasanti: reflexões sobre o letramento crítico.

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA 9 ANO 2º BIMESTRE 2º CICLO: CONTOS CURSISTA: SIDILÉIA DE MACEDO SILVA

A coesão sequencial em A moça tecelã: um breve estudo Sequential cohesion in A moça tecelã: a brief study

Disciplina: Língua Portuguesa

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

ROTEIRO DE ATIVIDADES 9º Ano do Ensino Fundamental / 2º Bimestre / 2º Ciclo

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

EXAME DE SELEÇÃO

CONCURSO PÚBLICO EDITAL N O 075/2011 PSICÓLOGO

Redação. O assunto é mais abrangente; o tema, por sua vez, é a delimitação de um aspecto a ser trabalhado.

Capítulos

COMO ELABORAR O BRIEFING DO CLIENTE

CADERNO DE QUESTÕES. DATA: 17/05/ DOMINGO - TARDE - 15:30 hs CARGO: P25 - Docente I

GEOGRAFIA Segmento: Ensino Fundamental Série: 9º Turma:FA.FX

Nossa vida é feita justamente daquilo que consideramos interrupções. C. S. Levis

DATA: 02 / 12 / 2013 III ETAPA AVALIAÇÃO ESPECIAL DE LÍNGUA PORTUGUESA 3.º ANO/EF ALUNO(A): N.º: TURMA:

Atividade: Consumo e felicidade

Lista de revisão para recuperação do 1º Trimestre Disciplina: Língua Portuguesa

OS DISCURSOS SOBRE EDUCAÇÃO NAS PROPAGANDAS GOVERNAMENTAIS BRASILEIRAS

A produção de texto será feita, sob orientação, na aula de regulação, conforme calendário divulgado.

CONCURSO PÚBLICO EDITAL N O 075/2011 MÉDICO CLÍNICO GERAL

Luiz Gonzaga. Chuva e sol Poeira e carvão Longe de casa Sigo o roteiro Mais uma estação E a alegria no coração. 2º Bimestre 2018 Português/Jhonatta

CONCURSO PÚBLICO EDITAL N O 075/2011 PROFESSOR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL DEFICIÊNCIA VISUAL

Colégio Santa Dorotéia

Filosofia/Sociologia e Atualidades 2ª Série Porf. Sérgio Feitosa

ENSINO DE LITERATURA COMO PRÁTICA SOCIAL: FORMANDO PROFESSORES VIA EAD PARA A CULTURA DAS MÍDIAS ESCRITAS E FÍLMICAS

2º 3 º ciclos

PLANO DE CURSO DISCIPLINA:História ÁREA DE ENSINO: Fundamental I SÉRIE/ANO: 2 ANO DESCRITORES CONTEÚDOS SUGESTÕES DE PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3º ANO 4º ANO PRODUÇÃO TEXTUAL 4. BIMESTRE / 2018 PROPOSTA DE PRODUÇÃO TEXTUAL

CONCURSO PÚBLICO EDITAL N O 075/2011 FARMACÊUTICO

ALUNO (A): Que tal ilustrar a capa do seu caderno? Prezado Aluno, Prezada Aluna PRODUÇÃO TEXTUAL.

A moça tecelã: uma análise das interpretações teóricas do conto de Marina Colasanti

PLANEJAMENTO (Rótulos) Portadores de texto - RÓTULOS Oralidade; ordem alfabética, produção de diferentes portadores de textos; argumentação;

Disciplina: Geografia Segmento: Fundamental Série: 8ºano Turma: CA.CL

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL ATIVIDADE JCLIC

Parte Um Minha_Vida_Agora.indd 7 Minha_Vida_Agora.indd 7 11/06/ :19:05 11/06/ :19:05

Unidade 1 Especificações do Exame

PLANO DE ENSINO 3 º TRIMESTRE

LETRAMENTO EM MARKETING ou A FORMAÇÃO DE LEITORES-CONSUMIDORES CRÍTICOS NAS ESCOLAS. Instância textual. PÚBLICO-ALVO da ação. Instância discursiva

caderno de atividades

1.º C. 1.º A Os livros

LÍNGUA PORTUGUESA AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO DA UNIDADE II PONTUAÇÃO: 7,5 PONTOS

NOME: ESCOLA: TURMA: PROFESSOR(A): ESTE LIVRO É SEU! COLE A SUA FOTO (OU FAÇA O SEU DESENHO) E ESCREVA AS SUAS INFORMAÇÕES.

Projeto Pedagógico Qual caminho deve seguir para obter uma infância feliz? Como fazer para compreender a vida em seu momento de choro e de riso?

Nesta etapa, estudamos os gêneros HISTÓRIA EM QUADRINHOS e TIRINHA.

LÍNGUA PORTUGUESA PROFª LÍVIA GUEDES 8º ANO

ORIENTAÇÕES DE PLANO DE TRABALHO DOCENTE. É um documento que registra o que se pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer e com quem fazer;

ORIENTAÇÕES DE PLANO DE TRABALHO DOCENTE. É um documento que registra o que se pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer e com quem fazer;

I Encontro dos profissionais. da Educação Infantil

Professor MARIANA ROTEIRO DE ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO E REVISÃO 1º SEMESTRE DE 2011

A ESCOLINHA DA SERAFINA Editora: Ática Autor: Cristina Porto

SUMÁRIO. Formação pessoal, Social, Identidade e Autonomia Conhecimento de mundo, Natureza e Sociedade. Matemática

O quesito se comunicar bem pode abrir muitas portas, afinal se você sabe se expressar, automaticamente passa a ser intitulado de grande influenciador

ALFABETIZAÇÃO SOLIDÁRIA SALAS TEMÁTICAS A LEITURA AUXILIANDO A CONSTRUÇÃO DO REAL O DESPERTAR DO ALFABETIZADOR LEITOR

GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO DE LÍNGUA/GRAMÁTICA

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO I ETAPA LETIVA GEOGRAFIA 4.º ANO/EF 2017

Ficha de Apoio Ser um Aluno Exemplar. Disciplina de Formação Pessoal e Social (FPS)

O celular na sala de aula

PLANO DE CURSO Disciplina: NATUREZA E SOCIEDADE Série: JARDIM II Educação Infantil

Hábitos de Estudo. 1. Onde estudar?

ATRAVÉS DA FECHADURA AVENTURAS COM ALICE TURMA: 3º D PROFESSORA: SUZIANE SOARES COORDENADORAS: FLÁVIA E RAILDA

MEMÓRIA, RELIGIÃO E POLÍTICA NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS 2010: A VOZ DO (E)LEITOR

GÊNERO: SEMINÁRIO 5º ANO / TRABALHAR. 1. Apresentação de uma situação de interação

VALORES ECOSUSTENTÁVEIS NA ESCOLA. Valéria Moreira Oliveira (SEED-PR), Ana Lucia Crisostimo (UNICENTRO/DEBIO).

Colégio Santa Dorotéia

Nome:...D.N.I... Centro Associado:...Data:... I. COMPREENSÃO LEITORA

Língua Portuguesa (contemplando os 4 eixos: Leitura; Produção de textos; Oralidade; Análise Linguística.

Jardim da Infância: Lição 04 Promessas Devem ser Cumpridas 27 de Abril a 04 de Maio 2019

Conteúdo. Estás pronto para viver uma aventura? Junta-te a nós e vem descobrir o que andam os adultos a fazer durante o dia. Página 6.

ESTUDO DIRIGIDO CONTEÚDO DO BIMESTRE CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO TÓPICOS DO CONTEÚDO

Somente o relógio de ponto controla a presença do trabalhador? O trabalhador sempre encontrará trabalho? Que tipo de tarefa exercerá no futuro?

LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA. Os jovens de hoje em dia

Diário de Classe. Aulas, projetos, experimentos, dinâmicas.

Avaliação I. Avaliação II

MAPEAMENTO DE BAIRROS

ROTEIRO DE ESTUDOS I ETAPA LETIVA GEOGRAFIA 2.º ANO/EF 2018

Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: Língua Portuguesa

SEQUÊNCIA DIDÁTICA PODCAST ÁREA LINGUAGENS

CONCURSO PARA A PREFEITURA DE PETRÓPOLIS PROFESSOR: LEONARDO MALGERI

Uso de Metáforas em Poesia e Canção

O QUE A GENTE QUER MURAL P(R)O(F)ÉTICO. Estudantes do 3º EJA MÉDIO

Biografia de Vanda Furtado Marques Apresentação da História: Violeta a menina que regava o mundo com

Descrição da Escala Língua Portuguesa - 5 o ano EF

SUGESTÕES PARA ESCREVER MELHOR

UM BICHINHO NA LINHA. projeto pedagógico. Rua Tito, 479 Lapa São Paulo SP. (11)

AQUI VIVE A ESPERANÇA!

2) Em sua opinião, a campanha criada pelo Limpa Brasil é convincente? Por quê?

uma vez... não era não era uma vez... contos clássicos recontados REcontados clássicos contos projeto pedagógico

Transcrição:

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO-SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO-SUED PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL- PDE CRISTINA IUBEL UNIDADE DIDÁTICA: LEITURA NA PERSPECTIVA DISCURSIVA GUARAPUAVA 2008

2 Escola: Colégio Estadual Mahatma Gandhi NRE: Guarapuava Nome do Professor: Cristina Iubel e-mail: cristinaiubel@seed.pr.gov.br Nome do orientador: Profa. Dr. Maria Cleci Venturini Nível de Ensino: Ensino Fundamental Sala de apoio Título: Leitura na perspectiva discursiva Disciplina: Língua Portuguesa Relação Interdisciplinar 1 : História Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social Conteúdo Específico: Processo de constituição de sentido: efeito-autor, efeito leitor Palavras-chave: leitura, interpretação, compreensão, discurso, constituição O que causa infelicidade no homem? Desejar e não ter? Todos nós vivemos em sociedade, ninguém consegue viver sozinho. Durante toda a nossa vida, desde que nascemos, precisamos de outras pessoas para conviver no dia a dia, mas temos que nos adaptar as normas que conduzem o nosso comportamento; há instituições que determinam o que podemos e o que não podemos fazer. Por exemplo, em um hospital não podemos gritar, correr, ouvir música, etc. Em todos os lugares públicos que circulamos diariamente há placas que indicam como deve ser o nosso comportamento, ora orientando, ora proibindo. Para ocuparmos juntos o espaço urbano precisamos observar direitos e deveres, pois somente assim a convivência em sociedade se torna possível. Assim como as placas orientam o nosso comportamento dizendo o que podemos ou não fazer, existe a mídia que no espaço urbano prioriza o consumo, tornando visíveis e atraentes os mais variados produtos. Mídia: Propag 1 Veículo ou meio de divulgação da ação publicitária. 2 Seção ou departamento de uma agência de propaganda, que faz as recomendações, estudos, distribuições de anúncios e contato com os veículos (jornais, revistas, rádio, televisão etc.). Fonte: http://michaelis.uol.com.br No fragmento abaixo, podemos observar o poder da mídia na nossa vida social.

3 TEXTO 1 3ª do plural (Fragmento) Corrida pra vender cigarro Cigarro pra vender remédio Remédio pra curar a tosse Tossir, cuspir, jogar pra fora Corrida pra vender os carros Pneu, cerveja e gasolina Cabeça pra usar boné E professar a fé de quem patrocina Eles querem te vender, eles querem te comprar Querem te matar (de rir), querem te fazer chorar Quem são eles? Quem eles pensam que são? (...) ATIVIDADES Juntos, agora vamos discutir o texto acima: Fonte:http://letras.terra.com.br/engenheiros do hawaii 1. Agora que já ouvimos e lemos a música, vamos observar o título '3ª do plural'; o que significa ser 3ª pessoa do plural? O que vocês entenderam por essa expressão? Observem que o 'eu' é a pessoa que fala; 'tu' para quem se escreve ou fala, o interlocutor. 'ele' está fora do discurso, 3ª pessoa; 3ª pessoa do plural é mais de um 'eles', não define quem é... esse 'eles' participa da comunicação? Diz alguma coisa? 2. Em relação ao cigarro, o que nessa música está dito como objeto de publicidade e hoje já não se pode mais dizer? Como apareciam essas propagandas, o que diziam, como eram visualizadas? Hoje, como é feita a propaganda de cigarro? (novelas, filmes, outras propagandas, imagens...) 3. Que imagens, figuras apareciam fazendo a propaganda? Como eram as imagens, contraditórias... (beleza, saudáveis...) 4. Agora vamos analisar algumas revistas, jornais e observar a publicidade: diferenças, semelhanças, as imagens que se constrói do outro outro e deles mesmos. Qual o posicionamento do sujeito diante disso? 5. Se você fosse fazer um desenho que figura geométrica representaria o que está dito na música? Desenhe em seu caderno. Justifique a escolha. 6. Vamos juntos, esquematizar as pessoas do discurso aqui no quadro e vocês anotarão em seus cadernos.... Pesquisa: - Como tarefa de casa, pesquisem a letra completa da música, a história do grupo que a compôs e sua tendência temática; para ser apresentada na

4 próxima aula. Continuando a conversa: Vamos continuar a nossa conversa sobre o poder da publicidade; que propagandas da televisão e do rádio vocês lembram? Por quê? Que marcas mais se destacam/ destacaram? Quem são os garotos propagandas? Qual é o poder de convencimento de uma propaganda? As etiquetas estão presentes em todos os produtos; como hoje elas aparecem? E as falsificações? Qual o prejuízo dos contrabandos? Agora vamos conhecer um fragmento de um poema, onde o autor fala do poder de persuasão da propaganda. Persuasão 1 Ato ou efeito de persuadir. 2 Convicção, crença. 3 Método de exercer ação repressiva, por exemplo, pela ostentação de armamentos perante a outra parte. TEXTO 2 Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/ Eu Etiqueta (fragmento) Em minha calça está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório, um nome... estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida. Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei.(...) ser pensante, sentinte e solidário com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição.(...) Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender (...) Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente. Carlos D. de Andrade. Corpo. Rio de Janeiro, Record, 1984. ATIVIDADES Vamos juntos agora entender o texto: 1. Por que o poeta se sente um homem-anúncio itinerante?

5 2. Qual a concessão que, segundo o poeta, deve-se fazer para estar na moda? 3. Em que momento do texto o poeta questiona a perda da liberdade na escolha do produto, segundo a maneira de ser do indivíduo? 4. peço que meu nome retifiquem ; por que o poeta faz esse pedido? 5. Como ele faz o referido pedido? 6. Como ele pede para ser chamado? 7. Qual é a idéia central do texto? 8. Qual a relação entre o texto 1 e o texto 2? 9. Tudo o que a mídia apresenta, provoca o desejo de ter. E assim o sujeito não se vê, perde sua identidade, começa a desejar o que o outro quer. Que tipo de comportamento isso desencadeia? 10. Busque palavras no texto - fragmento que não estão no dicionário. Observe como se formaram? O que significam? O que podemos concluir sobre a língua, é estanque ou está sempre em processo de mudança?... Pesquisa: - Façam uma pesquisa, em grupos sobre a vida do autor e sua temática e procurem o texto integral para ser lido na próxima aula.... Produção: - Escreva um texto (qualquer gênero textual) sobre a influência da mídia na vida das pessoas; as produções serão socializados na próxima aula.... Ter ou Ser??? Eis a Questão!!! A propaganda provoca em nós o desejo de ter; será que todos têm acesso ao que a mídia mostra? E o ser? Veiculada na mídia, a propaganda leva as pessoas ao consumismo; somos conquistados pela vontade de ter. Muitos recursos são usados pela mídia para nos conquistar, para que compremos os produtos ofertados. Observem no fragmento abaixo, escrito por Marina Colassanti, que a moça sente necessidade de companhia; mas o companheiro deixa-se levar pelo ter e se esquece dela... isso gerou insatisfação.

6 TEXTO 3 A Moça Tecelã (fragmento) Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear. (...) Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer. Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado. Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à porta. Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida. Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade. E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar. - Uma casa melhor é necessária disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer. Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. (...) Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer. E tecendo, lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo. (...) Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela. A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu. Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte. Fonte:http://casadebabayaga.blogspot.com/2007/09/moa-tecel-marina-colassanti.html

7 ATIVIDADES: 1. Compare os textos 1, 2 e 3; o que eles têm em comum? Escreva em seu caderno e comente com os colegas. 2. Observe os estágios que acontecem no texto... início, meio e final (retorna ao início). Procure identificar no texto as três partes. 3. Observe o uso das formas verbais; que verbos demonstram a evolução da personagem, das ações no texto e da transformação? 4. Que tipo de homem é o marido da moça? Por quê? Ele é um homem dos contos de fada, ou é moderno? Que fatores justificam a escolha dessa imagem? 5. Que influências recebeu esse homem que nunca se satisfazia com o que tinha? Ele era 'um homem etiqueta, coisificado' também? 6. Como ficam aqueles que não podem ter determinados produtos? O que é mais importante ter ou ser?... Pesquisa: - Juntos, vamos para o laboratório de informática pesquisar o texto completo para melhor observarmos o enredo. - Pesquisem, em grupos, a bibliografia do autor e outros poemas escritos por ele para identificar sua temática e contexto histórico que pertenceu.... Como devo me comportar??? Conforme já comentamos em nossas aulas, para podermos viver em sociedade temos que respeitar o espaço do outro e para isso, algumas normas são necessárias. Em todos os lugares públicos há placas que orientam como deve ser o nosso comportamento. Observe com atenção as placas 1, 2 e 3 que estão hoje colocadas em alguns lugares da nossa cidade. A placa 4 se refere a um outro lugar do Paraná.

8 Texto 4 Placa 1 Foto: Cristina Iubel (Parque das Araucárias - Guarapuava/Pr) Placa 2 FotoCristina Iubel (Parque das Araucárias - Guarapuava/PR)

9 Placa 3 Foto: Cristina Iubel (Santuário de Schoenstatt- Guarapuava/PR) Placa 4 Foto: Cristina Iubel (Placa de acesso ao Templo budista - Foz do Iguaçu/PR) ATIVIDADES Em duplas, procurem discutir as questões abaixo, depois escrevam-nas em seus cadernos: 1. Observe as ordens, os discursos... Como o cidadão se constitui diante dessas ordens? Como fica sua liberdade; ele é obediente? Que relações (conhecimento) você deve ter para entender uma placa? Que tipo de comportamento o homem tem que ter? 2. Na placa 1 está escrito o que as trilhas esperam de você a quem se referem a expressão esperam? O que é uma trilha? Como deve se preparar o visitante para percorrer uma trilha? O que pode/deve levar?

10 3. Na placa 2, usou-se a expressão não é permitido ; há diferentes formas de expressar uma ordem ou fazer um pedido e essas diferenças sinalizam para a imagem que você tem daquele com quem você fala e de você mesmo. Por exemplo, quando dizemos poderia me emprestar a caneta?, Me empreste a caneta. ou então Me dê a caneta!. Diante disso, discuta com sua classe a diferença entre não é permitido e é proibido. 4. Qual o significado da expressão terra santa na placa 3? A que se refere? O que nos lembra? Observem que ela está colocada no jardim do Santuário de Schoenstatt. Observe o uso do pronome te. Qual a diferença entre os pronomes ele e tu? 5. Placa 3 e 4: relacione as opções religiosas, suas ideologias (pesquise no dicionário o sentido de ideologia)... Observe que todas devem ser respeitadas, sua história, sua cultura... Como devem se portar os turistas ao visitar tais lugares? 6. Na placa 4 há problemas de pontuação? Acentuação? Identifique-os. 7. Qual o sentido de uso, na placa 4, das letras em destaque (vermelho)? 8. Como seria se o homem não seguisse essas ordens? E em casa o que se pode fazer e o que não pode? 9. O que indica essa interdição? (buscar no dicionário o significado de interdição e em que contexto pode ser aplicada essa palavra) Só palavras bastam para que as pessoas entendam ou exemplos também são necessários?... Pesquisa: 10. Quem foi Buda? Pesquise sobre o budismo e traga anotações para a próxima aula.... Mão à obra!!! Trabalho em Grupo Agora vocês serão organizados em grupos e irão confeccionar placas para diferentes situações (quarto, banheiro, cozinha, sala de aula, etc.), apresentemnas à turma e juntos vamos observar sobre o discurso necessário para que o texto fique claro, objetivo e de fácil interpretação....

11 ATIVIDADES DIVERSAS Contação de histórias Hoje iremos todos à biblioteca selecionar livros que contenham textos que falem sobre a cidade. Ao ler, observem como agem as pessoas nesses ambientes: rua, na favela, num condomínio, no núcleo habitacional. - Agora que lemos diversas histórias que nos mostram a vida das pessoas em diferentes espaços urbanos, vamos fazer um momento de contação de histórias. Quem gostaria de contar o que leu? Pesquisa de Campo - Que tal fazermos um passeio? Vamos até um condomínio entrevistar o síndico e observar como vivem as pessoas que lá moram. Antes, porém, vamos elaborar algumas questões para a nossa entrevista. Durante o nosso passeio, fiquem atentos a tudo, sinalizações, placas. Depois que voltarmos, vamos conversar sobre o passeio e fazer um desenho. Dramatização: - Em grupos, vocês irão montar uma dramatização representando como as pessoas convivem em diferentes ambientes e depois apresentarão para todos os alunos da escola como encerramento das atividades.

12 REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS ANDRADE, Carlos Drummond. Corpo. Rio de Janeiro, Record, 1984. FONTANA, M. G. Zoppi. Leitura, silêncio e memória: leituras urbanas e práticas de exclusão. [O ensino da leitura - produção textual organizado por Vilson J. Leffa; Aracy E. Pereira] Pelotas,SC: Educar, 1999. ORLANDI, Eni. Discurso e Texto: formação e circulação do sentido. Campinas, SP: Pontes, 2001. ORLANDI, Eni Puccinelli. A leitura e os leitores. Campinas, SP: Pontes, 1998. PÊCHEUX, Michel. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução Eni P. Orlandi [et.al.] Campinas, SP: editora da UNICAMP, 1997. DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA PORTUGUESA: Para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Secretaria de Estado da Educação- Curitiba, 2008. http://michaelis.uol.com.br http://letras.terra.com.br/engenheiros do hawaii http://casadebabayaga.blogspot.com/2007/09/moa-tecel-marinacolassanti.html