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Transcrição:

TERMODINÂMICA APLICADA Capítulo 4: Primeira Lei da Termodinâmica Processos de controlo de volume

Sumário No Capítulo 3 discutimos as interações da energia entre um sistema e os seus arredores e o princípio da conservação da energia para sistemas fechados (sem fluxo de massa). Neste capítulo, vamos estender a análise a sistemas que envolvem fluxo de massa através das fronteiras, i.e., "volume de controlo". A equação da conservação de energia para um sistema de volume de controlo será abordado. No entanto, trataremos a análise da energia nos sistemas de volume de controlo em dois estágios. Primeiro, consideramos os processos de fluxo em regime estacionário "steady flow", que é o modelo utilizado para a maior parte dos equipamentos em engenharia, tais como: turbinas, compressores e permutadores de calor. Seguidamente, discutiremos, de um modo genérico, processos em regime não estacionário, dando particular ênfase a processos de "fluxo uniforme", que é o modelo utilizado para os processos de carga e descarga.

Análise termodinâmica de processos de Volume de controlo Os fluxos de massa podem entrar e sair de um volume de controlo

Fronteiras reais e imaginárias de um volume de controlo Nozzle = Tubeira

Alguns volumes de controlo envolvem fronteiras móveis

A massa é conservada durante as reações químicas Princípio da conservação da massa para um volume de controlo

Princípio da Conservação de Massa m i me m VC m i me m VC Equação da Continuidade na Mecânica de Fluídos

Taxas de Fluxo de Massa e de Volume A taxa de fluxo de massa que flui através de uma secção A por unidade de tempo é designada por: A taxa de fluxo de massa através de toda a secção é dada por: V V da V A m V n da A A taxa de fluxo de volume é o volume de fluído que atravessa a secção transversal por unidade de tempo e pode ser expresso: n Os fluxos de massa e volume estão relacionados da seguinte maneira: m V av V v A

Perfis de velocidade real e média para um fluxo numa tubagem

O conteúdo de energia de um volume de controlo pode ser mudado por um fluxo de massa, bem como através de interações de calor e trabalho

Princípio da Conservação da Energia Q W E in Eout E VC Esta equação pode se expressa em termos de taxas exprimindo as quantidades por unidade de tempo: Q W E in Eout E VC

Equação da conservação de energia para um processo de volume de controlo

Um volume de controlo pode envolver uma ou mais formas de trabalho

Representação esquemática de um fluxo de trabalho

Na ausência de aceleração, a força aplicada a um fluído por um pistão é igual à força aplicada ao pistão pelo fluido

Fluxo de trabalho é a energia necessária para fazer entrar ou sair um fluido num volume de controlo e é igual a Pv

A energia total de um sistema simples compressível consiste em três partes

Durante um processo de fluxo estacionário as propriedades do fluido no volume de controlo podem variar de ponto para ponto, mas permanecem constantes ao longo do tempo

Em condições de fluxo estacionário, o conteúdo de massa e de energia do volume de controlo permanecem constantes

Em condições de fluxo estacionário, as propriedades do fluido à entrada e saída permanecem constantes

Durante um processo de fluxo estacionário, a quantidade de massa que entra no volume de controlo é igual à quantidade que sai

Princípio da conservação de massa para um sistema estacionário de duas entradas e uma saída

Princípio da Conservação de massa Durante um processo de fluxo estacionário: m i m e (kg/s) A maior parte dos equipamentos como tubeiras, difusores, turbinas, compressores e bombas envolvem um fluxo único a equação do princípio da conservação de massa pode ser expressa: m m 1 2 V A V A 1 1 1 2 2 2 1 v 1 V A 1 1 1 v 2 V 2 A 2

Durante um processo estacionário as taxas de fluxo de volume não são necessariamente conservadas

Aquecedor de água em condições de fluxo estacionário

1ª Lei da Termodinâmica (Princípio da Conservação da Energia) para um sistema em processo de fluxo estacionário i i e m e m W Q i i i i e e e e gz V h m gz V h m W Q 2 2 2 2 Onde θ é a energia total do fluxo de fluído, incluindo o fluxo de trabalho por unidade de tempo. Podemos exprimir do seguinte modo: (kw)

Alguns equipamentos em engenharia que operam em fluxo estacionário Tubeira Tubeira Turbina Turbina Câmara de mistura Câmara de mistura Difusor Compressor Difusor Válvula de estrangulamento Permutador de calor Compressor Válvula de estrangulamento Permutador de calor

Tubeiras e difusores As tubeiras e difusores são desenhados de modo a causarem grandes variações na velocidade do fluido e, consequentemente, na sua energia cinética

Turbinas e Compressores Q 0 O calor transferido para estes equipamentos é geralmente pequeno quando comparado com o trabalho realizado pelo motor, só tem expressão se houver arrefecimento (como é ocaso do compressor) W 0 Para as turbinas W representa a potência de saída, para as bombas e compressores a potência de entrada pe o ke 0 A variação da energia potencial que o fluído sofre ao fluir nas turbinas, compressores e bombas é muito pequena e portanto pode ser desprezada. As velocidades envolvidas em todos estes equipamentos, com exceção das turbinas, no entanto a variação da energia cinética é muito pequem quando comparada com a variação da entalpia

Válvulas de estrangulamento (a) válvula ajustável (b) ligação porosa (c) tubo capilar Válvulas de estrangulamento são equipamentos que causam grandes perdas de pressão no fluido

Válvula de estrangulamento A temperatura de um gás ideal não varia durante um processo de estrangulamento (h = constante) uma vez que h = h(t)

Câmaras de mistura Um cotovelo em T de um simples chuveiro funciona como câmara de mistura para fluxos de água fria e água quente Água fria Água quente Cotovelo em T

Permutadores de calor Fluido B Fronteira CV Fluido B Fronteira CV Fluido A Calor Fluido A Calor (a) Sistema: Permutador de calor completo (Q CV = 0) (a) Sistema: Fluido A (Q CV 0) A transferência de calor associada a um permutador de calor pode ser nula ou não, dependendo do modo como o sistema é selecionado

Fronteira CV Num permutador de calor, a transferência de calor depende da escolha do volume de controlo

Tubagens e condutas de fluxo Arredores 20ºC Fluído quente As perdas de calor para os arredores de um fluido quente fluindo numa tubagem ou numa conduta não isolada podem ser muito significativas Volume de controlo Fluxos em tubagens ou condutas podem envolver mais do que uma forma de trabalho ao mesmo tempo

RESUMO

RESUMO (cont.)

RESUMO (CONT.)