RELATÓRIO ECONÔMICO
ÍNDICE Indicadores Financeiros Pág. 3 Projeções Pág. 4-5 Cenário Externo Pág. 6 Cenário Doméstico Pág. 7 Renda Fixa e Renda Variável Pág. 8
INDICADORES FINANCEIROS Fonte: Santander Brasil Asset Management
PROJEÇÕES ECONOMIA GLOBAL INDICADORES MACROECONÔMICOS GLOBAIS Última atualização 6/7/2016 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 PROJEÇÕES 2016 GLOBAL (*) (0,2) 4,9 3,6 3,0 3,0 2,9 2,8 3,7 DESENVOLVIDOS (3,8) 2,6 1,3 1,1 0,9 1,6 1,8 1,6 ESTADOS UNIDOS (2,8) 2,5 1,6 2,2 1,5 2,4 2,4 1,8 ZONA DO EURO (4,4) 2,0 1,6 (0,8) (0,3) 0,9 1,5 1,7 ALEMANHA (5,6) 3,9 3,7 0,6 0,4 1,6 1,7 1,8 FRANÇA (2,9) 2,0 2,1 0,2 0,7 0,2 1,2 1,6 REINO UNIDO (4,3) 1,9 1,6 0,7 1,7 2,6 2,2 1,9 JAPÃO (5,5) 4,7 (0,5) 1,7 1,6 (0,1) 0,5 0,5 EMERGENTES 3,1 7,0 5,7 4,8 4,7 4,2 3,5 4,9 ASIA EX-JAPÃO 7,7 9,7 7,9 6,7 6,5 6,7 6,8 6,7 CHINA 9,2 10,4 9,3 7,7 7,7 7,3 6,9 6,5 AMÉRICA LATINA (1,3) 6,0 4,6 3,1 2,7 1,3 (1,3) (0,5) BRASIL (0,2) 7,6 3,9 1,9 3,0 0,1 (3,8) (3,2) Fonte: Santander Brasil Asset Management
PROJEÇÕES ECONOMIA BRASILEIRA INDICADORES MACROECONÔMICOS Última atualização 6/7/2016 2011 2012 2013 2014 2015 PROJEÇÕES 2016 2017 PIB crescimento real (%) 3,9 1,9 3,0 0,1 (3,8) (3,2) 1,5 Inflação (IPCA/IBGE) (%) 6,5 5,8 5,9 6,4 10,7 7,0 5,0 Inflação (IGPM/FGV) (%) 5,1 7,8 5,5 3,7 10,5 9,0 6,5 Taxa de câmbio média (R$/US$) 1,67 1,95 2,16 2,35 3,34 3,47 3,42 Taxa de câmbio final (R$/US$) 1,88 2,04 2,34 2,66 3,90 3,30 3,50 Taxa de juro nominal final do ano (Selic) 11,00 7,25 10,00 11,75 14,25 13,25 10,75 Resultado primário do setor público (% do PIB) (*) 2,9 2,2 1,8 (0,6) (1,9) (2,8) (2,3) (*) As áreas sombreadas são projeções. Fonte: Santander Brasil Asset Management
CENÁRIO EXTERNO Persistem as incertezas com crescimento global A decisão por referendo popular do Reino Unido de sair da União Europeia impõe um grande desafio político e econômico para o cenário global. O processo de como será essa saída segue indefinido, mas há sinais claros de que a economia britânica será bastante afetada nos próximos trimestres. Também são relevantes as preocupações com relação aos efeitos para a Zona do Euro, principalmente para os países periféricos. Tudo isso adiciona incertezas a uma economia global que já era complexa e que se esforçava para sustentar um ritmo de crescimento mais elevado. As primeiras reações de política econômica ao resultado do referendo britânico deverão se originar no campo monetário, com os bancos centrais das principais economias avançadas propiciando condições de liquidez mais acomodatícias, a fim de aliviar a piora nas condições financeiras ocasionada pela incerteza inerente à saída do Reino Unido, um evento sem precedentes históricos. Nesse sentido, tanto o Banco da Inglaterra quanto o Banco Central Europeu fizeram discursos com este viés mais expansionista, afirmando que farão o necessário para mitigar os possíveis efeitos negativos que o resultado do referendo do Reino Unido possa ocasionar sobre as suas respectivas economias. A despeito dos possíveis efeitos de tal choque externo, a economia americana continua emitindo sinais de crescimento ao redor de 2,0% ao ano, devido à força de sua demanda doméstica, com destaque para o consumo das famílias, que registrou forte retomada no segundo trimestre. Ainda assim, as incertezas trazidas pela questão do Reino Unido induziram o Fed a moderar o tom de sua comunicação, que havia se tornado mais dura após a ata da reunião de política monetária de maio. Dessa maneira, acreditamos que o Fed deverá adiar ainda mais as próximas elevações na taxa de juros do país, sobretudo num contexto de inflação abaixo da meta. A exposição da economia chinesa ao Reino Unido também é baixa e, assim como nos EUA, fatores domésticos deverão ser predominantes para determinar a trajetória de crescimento do país nos próximos trimestres. Nos últimos meses, os indicadores de atividade não apresentaram resultados tão encorajadores como os exibidos durante o primeiro trimestre do ano, mas também não foram ruins a ponto de desencadear revisões significativas para baixo nas projeções de mercado para o PIB chinês. Ainda prevalece uma visão consensual de que os estímulos fiscais e monetários executados pelo governo do país serão suficientes para sustentar uma desaceleração gradual no crescimento chinês. Assim, em um contexto no qual o crescimento global já se encontrava demasiadamente vacilante, uma nova fonte de incerteza faz com que os riscos de um cenário de recessão global aumentem. No entanto, se os efeitos negativos do referendo ficarem circunscritos ao Reino Unido e, em menor escala, à zona do euro, não afetando os dois principais pilares do PIB mundial, China e EUA, o ambiente de liquidez global elevada poderá continuar sustentando um ambiente de propensão à risco nos mercados, o que é particularmente benéfico para os ativos de economias emergentes.
CENÁRIO DOMÉSTICO Início do processo de consolidação fiscal já tem reflexos positivos nos indicadores de confiança O governo conseguiu avançar com algumas votações importantes no Congresso. No último mês, foram aprovados, entre outros: (1) Projeto de Emenda Constitucional (PEC) da Desvinculação das Receitas da União (DRU), permitindo o governo ter mais flexibilidade para efetuar gastos; (2) Lei das Estatais, que impõe regras dificultando a nomeação política para empresas estatais; e (3) a revisão da meta fiscal para 2016. São medidas importantes que mostram que a base aliada no Congresso do governo do presidente interino, Michel Temer, está operacional. Adicionalmente, a equipe econômica enviou para o Congresso a PEC do Teto dos Gastos, que limita o crescimento dos gastos públicos à inflação do ano anterior. Trata-se da primeira medida em muitos anos que endereça problemas fiscais estruturais. A medida foi bastante discutida com as principais lideranças da base do governo na Câmara e é provável que terá apoio político para ser aprovada até o final deste ano. Vale destacar que as medidas adotadas pela equipe econômica são mais estruturais, com efeitos de médio prazo. Portanto, não há perspectivas de melhora significativa no curto prazo para o déficit primário. O mais provável é que o déficit primário em 2017 continue acima de 2% do PIB. Os desafios são enormes, mas os avanços obtidos já geram reflexos positivos no sentimento dos agentes econômicos. Em junho, houve nova melhora no indicador de confiança da indústria. Ademais, os indicadores de confiança do consumidor e do setor de serviços também subiram, puxados, sobretudo, pela alta dos índices de expectativas futuras. Essa recuperação dos indicadores de confiança são sinais de que o pior momento para a atividade pode ter ficado para trás. Mas vale destacar que é fundamental a continuação do processo de consolidação fiscal para dar sustentação a essa melhora inicial observada nos indicadores de confiança. Em razão de um primeiro semestre ainda complexo, projetamos contração do PIB de 3,2% para este ano, mas diante da retomada da confiança, esperamos um crescimento de 1,5% para o PIB em 2017. As notícias para inflação também são mais positivas. Apesar dos próximos números mostrarem alguma pressão vinda da alta dos preços dos alimentos, há sinais claros de melhora da inflação em razão da fraqueza da atividade. A desaceleração da inflação de serviços é exemplo claro de resposta da inflação à forte deterioração do mercado de trabalho, com aumento da taxa de desemprego e queda dos salários. Também há expectativa de alívio da inflação em razão da relevante apreciação do real desde meados de fevereiro. Por fim, vale destacar a processo em curso de ancoragem das expectativas diante do esforço de reorganização das contas públicas. Nossa projeção de inflação para 2016 permanece ao redor de 7,0% e para 2017 projetamos uma desaceleração para 5,0%. Mas mesmo com a perspectiva de desaceleração da inflação, o novo presidente do Banco Central do Brasil (BCB), Ilan Goldfajn, tem adotado um discurso mais cauteloso com relação a possibilidade de redução da Selic. Durante a apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) no final de junho, sua comunicação foi clara e objetiva indicando que as projeções de inflação continuam fora da meta, reforçando o compromisso com a convergência da inflação para o centro da meta de 4,5% em dezembro de 2017. Diante deste tom mais cauteloso, decidimos adiar o início do ciclo de corte de juros. Agora prevemos o primeiro corte na reunião de outubro, com a Selic fechando o ano em 13,25%. Para 2017, esperamos que a Selic cairá para 10,75%. O setor externo segue gerando notícias positivas, com uma melhora muito rápida e expressiva do déficit em conta corrente e a manutenção de um nível elevado de investimento estrangeiro direto no país. Essa melhora das nossas contas externas, o esforço de reorganização da política econômica, sobretudo o processo de consolidação fiscal ora em curso, e a elevada probabilidade de adoção de políticas mais expansionistas pelos principais Bancos Centrais do mundo desenvolvido em resposta ao BREXIT, tem levado a uma apreciação significativa do real. Depois de algumas semanas sem intervir, o Banco Central do Brasil retomou suas intervenções de modo a reduzir o estoque restante de swaps cambias, avaliando haver uma janela aberta para isso. Imaginando que essa situação de elevada liquidez global continuará por mais tempo, e considerando que o processo de consolidação fiscal continuará avançando, projetamos taxa de câmbio de R$ 3,30 no final de 2016 e de R$ 3,50 no final de 2017.
MERCADO Renda Fixa No mês de junho, o cenário internacional foi marcado pelo referendo do Reino Unido, que votou a favor da saída da União Europeia. As consequências ainda são incertas, mas há um consenso que o impacto mais claro é um efeito negativo no crescimento global. Tendo isso em vista, diversos Bancos Centrais foram vocais em afirmar que estariam dispostos a intervir se fosse necessário. Isso deu um suporte para os mercados, com consequente recuperação à patamares anteriores à votação. Em suma, o cenário de maior liquidez global beneficiou os mercados de renda fixa, incluindo o mercado doméstico. No cenário doméstico, vale destacar a recente postura do Banco Central, que reafirmou seu comprometimento com o centro da meta de 4,50% para a inflação em 2017. O mercado esperava alguma flexibilização nesse discurso, tendo em vista os recentes choques inflacionários e o nível deprimido de atividade. Com isso, vimos os vértices mais curtos da curva sofrerem com a postergação do início do ciclo do corte de juros. Já os vértices mais longos se beneficiaram da boa performance do Real, da comunicação mais firme do BCB e do cenário de baixo crescimento internacional. Renda Variável O Ibovespa encerrou o mês de junho com alta de 6.3% em reais e 19% em dólar, contra uma alta de 4.6% em média dos outros mercados emergentes (também medidos em dólar). O mês foi bastante volátil nos mercados financeiros devido às incertezas em relação às consequências da votação no Reino Unido, que decidiria sua permanência ou não na União Europeia em referendo popular. Contra as indicações das pesquisas às vésperas da decisão, os ingleses votaram pela saída do bloco, aumentando ainda mais a volatilidade dos mercados. Depois de uma reação negativa dos mercados internacionais (incluindo o Brasil), os preços dos ativos se recuperaram de forma rápida, na expectativa de que os principais Bancos Centrais deverão adotar política monetária expansionista, numa tentativa de compensar os possíveis efeitos negativos sobre a economia mundial e impulsionar o crescimento, o que é particularmente bom para ativos de risco e mercados emergentes como o Brasil. CIO Eduardo Castro Em relação a performance local, destacamos as ações do setor educacional, Estácio e Kroton, que reagiram positivamente à proposta feita pela Kroton para a fusão das duas companhias. Do lado negativo, destacamos as empresas com receitas ligadas ao dólar, como Fibria, Suzano e Klabin, que sofreram com a valorização de mais de 11% do real frente dólar. Podemos destacar ainda que outros eventos corporativos impactaram o preço das ações em Junho, como as aquisições da distribuidora de combustível Alesat pela Ultrapar (UGPA3, +4,2%), e da AES Sul pela CPFL (CPFE3, +12.6%). Fusões e aquisições geralmente são bem vistas pelo mercado, pois aumentam o valor das empresas. Vale mencionar também a Usiminas (+18%), que concluiu o processo de reestruturação de dívida, resolvendo as preocupações com a solvência da companhia no curto prazo. Pelo outro lado, a Oi entrou com pedido de recuperação judicial para conseguir prazo para reestruturar suas dívidas. Departamento Econômico Ricardo Denadai Danilo Passos Clayton Calixto
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