Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE EM ESCOLARES



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Transcrição:

Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE EM ESCOLARES Autor: Carlos Henrique Mazoni Cavalcanti Orientador: Prof. MSc. Carlos Ernesto S. Ferreira Brasília - DF 2011

1 CARLOS HENRIQUE MAZONI CAVALCANTI AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE EM ESCOLARES Artigo apresentado ao curso de graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Licenciado em Educação Física. Orientador: Prof. MSc. Carlos Ernesto S. Ferreira Brasília 2011

2 Artigo de autoria de Carlos Henrique Mazoni Cavalcanti, intitulada AVALIAÇÃO DE FLEXIBILIDADE EM ESCOLARES, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, em 18/06/2011, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada. Prof. MSc. Carlos Ernesto S. Ferreira Orientador Educação Física/Licenciatura UCB Profª. Drª Carmen Silvia Grubert Campbel Educação Física/Licenciatura - UCB

3 AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE EM ESCOLARES RESUMO A flexibilidade corporal é uma das valências físicas que proporciona o aumento da qualidade dos movimentos e de significativa importância para a realização de tarefas do dia a dia. Neste trabalho avaliamos a flexibilidade em escolares do Ensino Médio de diferentes escolas do Distrito Federal. A amostra foi composta por 30 estudantes entre 15 e 16 anos, de ambos os sexos. Para a avaliação da flexibilidade foi utilizado o teste Sentar e Alcançar, o qual mostrou que 73,3% do sexo masculino (11 meninos) são classificados como ruim e 60% do sexo feminino (9 meninas) são também classificadas como ruim. A maioria dos alunos apresentou um nível de flexibilidade abaixo dos padrões normais. Futuros estudos devem ser realizados de forma a investigar melhor essa tendência, auxiliando os professores de Educação Física da fase escolar, no que eles podem ou devem priorizar durante suas aulas. Palavras chaves: Flexibilidade, qualidade de vida, valência física. ABSTRACT The flexibility of the body is a physical valenses that provides increased quality of movement and of significant importance to the accomplishment of tasks of everyday life. We assess the flexibility of high school students from different schools in the Distrito Federal. The sample consisted of 30 students between 15 and 16 years, of both sexes. To evaluate the flexibility test was used Sit and Reach, which showed that 73,3% of male (11 boys) are classified as poor and 60% female (9 girls) are also classified as poor. Most of the students showed a level of flexibility below the normal range. Future studies should be designed to further investgate, this trend helping physical education teachers from the school stage, in what they can or should be a priority during his classes. Keywords: Flexibility, quality of life, physical valence.

4 1 INTRODUÇÃO Normalmente o trabalho de alongamento realizado na Educação Física escolar é centrado nas principais musculaturas da atividade que o professor passará para os alunos, tentando prevenir alguma possível lesão que possa acontecer. Segundo Dantas (1999), a flexibilidade é uma valência física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações dentro dos limites morfológicos sem o risco de provocar lesões. A flexibilidade ajuda o indivíduo a executar movimentos esportivos que necessitam de uma grande amplitude com uma maior facilidade, ou simplesmente atividades naturais exercidas no dia a dia, como varrer a casa ou buscar um objeto na parte mais alta do armário. A falta de flexibilidade ao nível da coluna e dos isquiotibiais, está associada à grande parte das queixas dolorosas na região lombar além de prejuízos posturais. É também fator limitante para algumas atividades, principalmente as que exigem uma grande amplitude dos movimentos como as lutas. Sabe-se que a amplitude vai diminuindo com o passar da idade (POLLOCK et al., 1993 apud RASSILAN & GUERRA, 2006), por isso é fator primordial criar hábitos saudáveis como o alongamento desde a infância. Atualmente, com o desenvolvimento do esporte, os atletas têm uma maior necessidade de melhorar cada vez mais seus índices para se manterem dentro das competições. Com isso os treinos ficam cada vez mais intensos, agressivos e qualquer erro do treinador pode custar não somente uma temporada fora, mas a eliminação do indivíduo na área esportiva. Segundo Dantas et al. (2004), o treinamento não deve sobrecarregar o organismo e comprometer o crescimento, pois se não obedecermos a ordem das etapas, dificultaremos o desenvolvimento orgânico do atleta. Atualmente a seleção de atletas que podem ter os melhores resultados, é realizada já na infância, dentro das escolinhas esportivas nas instituições de ensino que essas crianças freqüentam. Várias são as valências físicas analisadas além da flexibilidade como a altura, peso, sexo, capacidade de suportar grandes cargas de treino (DANTAS et al., 2010), percentual de gordura, simetria do corpo e até a proporção de fibras musculares rápidas ou lentas (SILVA et al, 2003, apud DANTAS et al, 2004). Bons níveis de flexibilidade são imprescindíveis em muitas das modalidades esportivas a fim de melhorar o desempenho do atleta, e se faz necessária também pelo menos em valores mínimos, como um recurso a mais na qualidade de vida para indivíduos não atletas.

5 O objetivo deste estudo foi medir os níveis de flexibilidade de alunos do ensino médio do Distrito Federal.

6 2- MATERIAIS E MÉTODOS AMOSTRA A amostra deste estudo foi composta de 30 alunos do ensino médio de escolas particulares e da rede pública de ensino do Distrito Federal, residentes em Águas Claras, sendo 15 meninos e 15 meninas com idade entre 15 e 16 anos. Todos os participantes da amostra são alunos que ingressaram pela primeira vez em uma academia de ginástica, aonde os dados foram avaliados. PROCEDIMENTOS Ao iniciar cada teste foram anotados os dados de cada avaliado, que continham sua, idade, peso, sexo e estatura, conforme descrito abaixo: Peso O peso corporal foi medido utilizando uma balança Mecânica Antropométrica Adulto da marca Welmy com capacidade até 150 kg. Onde o avaliado descalço e com roupas leves, subia de costas para a balança e ali permanecia parado para a verificação do resultado. Estatura A estatura foi medida também, com a balança Mecânica Antropométrica Adulto da marca Welmy, que possui um estadiômetro fixado nela. Com o avaliado de costas para o estadiômetro e descalço, com os pés paralelos na largura do quadril, pediu-se para o aluno inspirar alinhando a coluna, e prender sua respiração por 3 segundos, enquanto o avaliador posicionava a ponta do estadiômetro em cima do vertex, anotando o valor indicado e assim verificando sua altura. Teste de Sentar e Alcançar Para este teste foi utilizado o Banco de Wells, proposto por Wells e Dillon 1952 apud Cardoso. et al. 2007. Uma caixa de 30.5cm de largura por 30,5 cm de comprimento. Em cima dessa caixa está fixada uma fita métrica onde os primeiros 23 centímetros estão fora da caixa. O avaliado fica sentado no chão com o troco ereto e os membros inferiores posicionados

7 paralelamente ao solo. Os pés ficam encostados na caixa. Em seguida o avaliado posiciona seus membros superiores para frente deixando-os paralelos aos membros inferiores. Na seqüência o tronco é projetado para frente e ao máximo, permanecendo nessa posição por 3 segundos. Foi observada na fita métrica então, a medida em centímetros onde a extremidade distal do dedo média do avaliado se encontra. Este valor foi anotado e todo este procedimento foi repetido mais duas vezes. Para a medida da flexibilidade foi utilizada a maior das três medidas, BARBANTI 1996 apud GUERRA, RASSILAN. Esse teste analisa a flexibilidade da coluna e dos músculos posteriores da coxa (músculos semitendinoso, semimembranoso e bíceps femoral). Para classificação dos participantes foi utilizada a tabela da Canadian Standardized Teste of Fitness (CSTF), que mostra os valores para o sexo masculino e feminino conforme Quadro 1 QUADRO 1 - Canadian Standardized Testo f Fitness (CSTF) Masculino X Feminino. Classificação Masculina Classificação Feminina Idade 15-19 15-19 Excelente >39 >43 Acima da média 34-38 38-42 Média 29-33 34-37 Abaixo da média 24-28 29-33 Ruim <23 <28 Fonte: <http://www.saudeemmovimento.com.br/saude/tabelas/tabela_de_referencia_fliniares.htm>. Acesso em: 6 nov. 2010.

8 3- RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados dos testes estão nas tabelas A e B, representando os sexos masculinos e femininos respectivamente. Pode-se observar na Tabela A, referente aos resultados do sexo masculino, que 73,3% (11 meninos) são classificados com ruim; 6,66% (1 aluno) como abaixo da média; 20% (3 meninos) média e nenhum como acima da média e excelente. Observa-se na tabela B, referente aos valores do sexo feminino, que 60% (9 meninas) são classificadas como ruim; 20% (3 meninas) abaixo da média; 13,33% (2 meninas) média, nenhuma como acima da média e 6,66% (uma menina) excelente. Tabela A - Dados individuais dos voluntários do sexo masculino. Estatura Peso IMC Banco de Wells Classificação 1,68 63,3 22,4 21 Ruim 1,72 75 25,4 11 Ruim 1,69 60,1 21,08 13 Ruim 1,82 72,3 21,84 8 Ruim 1,74 69,2 22,91 31 Média 1,75 84,8 27,64 19 Ruim 1,80 73,5 22,68 10 Ruim 1,71 60,3 20,65 18 Ruim 1,66 60,1 21,85 25 Abaixo da média 1,70 68,8 23,8 9 Ruim 1,72 75,8 25,4 19 Ruim 1,87 71,2 20,40 - Ruim 1,67 70,4 25,3 13 Ruim 1,71 64 21,91 33 Média 1,68 63,2 22,41 29 Média Fonte: elaborado pelo autor. Nota-se que mais de 50% desta amostra, não possui nem ao menos resultados medianos, ou seja, algumas medidas devem ser tomadas a fim de melhorar o desempenho

9 desta valência, as quais podem ser providenciadas pelo professor que atua durante as aulas de educação física escolar. Tabela B: Dados individuais dos voluntários do sexo feminino. Altura Peso IMC Teste Classificação 1,55 60,3 25,12 22 Ruim 1,63 58 21,88 18 Ruim 1,75 58,5 19,11 21 Ruim 1,59 49,5 19,64 30 Abaixo da média 1,64 68 25,37 13 Ruim 1,71 62 21,23 28 Ruim 1,67 56,8 20,43 29 Abaixo da média 1,52 42,9 18,57 26 Ruim 1,60 65,6 25,62 37 Média 1,62 71,3 27,21 24 Ruim 1,48 45,5 20,77 35 Média 1,58 50,2 20,16 43 Excelente 1,59 63 25 9 Ruim 1,55 48,7 20,29 29 Abaixo da média 1,60 66,8 26,09 19 Ruim Tabela B: Dados individuais dos voluntários do sexo feminino. Fonte: Elaborado pelo autor Apesar de não ter sido intuito desta pesquisa, analisar a flexibilidade com relação ao IMC, percebe-se que quatro meninos (26,6%) estão acima do considerado normal de acordo com a OMS, Organização Mundial de Saúde (http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2002/imc_calculo.ph p),enquanto cinco meninas (33,33%) estão acima do normal, também de acordo com a OMS. Sendo que dessas cinco meninas, quatro estão classificadas como ruim e uma classificada como mediana. Percebe-se também que quase todos os citados acima de ambos os sexos considerados como ruim, apesar de não serem considerados medianos pelo protocolo utilizado, estão com resultados semelhantes aos dos outros avaliados que estão dentro do considerado normal quando o assunto é IMC.

10 Logo se observa que a gordura não é necessariamente fator limitante em relação a flexibilidade, mas podendo sim ser um fator de extrema importância quando relacionado a uma boa condição física, que depende não somente da flexibilidade, mas também de uma potência máxima aeróbica satisfatória, estabilidade postural e força muscular, BUCHNER, 1997, apud Coelho e ARAÚJO, 2000. Existem vários conceitos para qualidade de vida, mas pode-se dizer que ela está relacionada ao estilo de vida adotado pela pessoa, que abrange segundo FELCE, 1997 apud COELHO, e ARAÚJO, 2000, seis distintas áreas dos domínios da vida: física, mental, social, produtiva, cívica e emocional. Podemos relacionar também a saúde dos jovens com a dos idosos, já que ao envelhecer de acordo com o NÓBREGA. et. al. (1999), perdemos parte da nossa flexibilidade, e se já temos valores abaixo do normal quando jovens, quando adultos ou idosos as lesões relacionadas a falta dessa valência física, apareceram cada vez com maior freqüência, contribuindo com uma diminuição na expectativa de vida do idoso. Em seu estudo apresentado no XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação da UNIVAP (Universidade do Vale da Paraíba) 2007, NAREZZI. Et al, 2007, demonstrou a evolução de crianças de 9 a 11 anos de idade, com a prática regular de alongamento nas aulas de Educação Física por um período de 45 dias. Nesse período observou-se que todas as crianças tiveram evolução em sua flexibilidade. Nos resultados do teste inicial, 26 foram classificadas como fraca 45 regular,11 médio e nenhuma como bom. Enquanto que no reteste, 21 foram classificados como fraco, 37 como regular, 19 médio e 5 bom, utilizando também o Banco de Wells como instrumento para verificação dos resultados. Baseado nesses dados, podemos ver que se o profissional de Educação Física trabalhar o alongamento nas crianças, há um resultado satisfatório, podendo contribuir para hábitos mais saudáveis, principalmente para essas novas gerações que ficam cada vez mais acomodadas com as facilidades que a tecnologia nos oferece, melhorando assim a qualidade de vida dessas pessoas. Percebe-se que alguns fatores podem ter sido importantes para estes resultados, como a falta de um padrão confiável e validado com crianças Brasileiras, o nível da classe social da amostra envolvida, já que todos são residentes de Águas Claras, um bairro considerado de classe média alta (com isso existem muitas diferenças, como os hábitos do dia a dia, tipos de brincadeiras, dentre outras variáveis) bem como a quantidade de pessoas envolvidas na amostra.

11 4- CONCLUSÃO O trabalho de alongamento deve ser aprimorado e enfatizado durante as aulas de Educação Física na escola, estimulado a ser praticado também em outros dias e locais, não somente nas escolas. Espera-se que este trabalho possa ajudar em futuros projetos, já que se faz necessário a realização de um estudo, que abranja um maior número de indivíduos analisados, incluindo outros estados brasileiros e de classes sociais distintas, a fim de saber a real condição desta valência física por idade no Brasil.

12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEVEDO, N.C.T., CARDOSO, J. R., CASSANO, C.S. Confiabilidade intra e interobservador da análise cinemática angular do quadril durante o teste de sentar e alcançar para mensurar o comprimento dos isquiotibiais em estudantes universitários. Rev. Brás. Fisioterapia. Vol 11 nº 2. São Carlos Mar./Apr. 2007. CANADIAN STANDARDIZED TESTE OF FITNESS (CSTF). Disponível em: <http://www.saudeemmovimento.com.br/saude/tabelas/tabela_de_referencia_fliniares.htm>. Acesso em: 6 nov. 2010. ARAÚJO, C. G. S, COELHO, C. W. Relação entre aumento da flexibilidade e facilitações na execução de ações cotidianas em adultos participantes de programa de exercício supervisionado. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano - volume 2, número 1, p.31-41, 2000. Dados da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2002/imc_calculo.p hp>. Acesso em: 1 de junho de 2011. DANTAS. E. H. M. Flexibilidade. Alongamento e flexionamento. 4. Ed. Rio de Janeiro: 1999. 327p. DANTAS, E. H. M, PORTAL, M. N. D., SANTOS A. V. L. Plano de expectativa individual: Uma perspectiva científica para a detecção de talentos esportivos. Viçosa, p. 72-100, 2004. DANTAS, E. H. M. et al. Treinamento Esportivo: Da iniciação ao campeão. Plano de Expectativa Individual: Uma perspectiva científica para a detecção de talentos esportivos. Colégio Brasileiro de Atividade Física, saúde e Esporte. COBRASE, maio de 2010. GUERRA, T. C., RASSILAN, E. A. Evolução da flexibilidade em crianças de 7 a 14 anos de idade de um escola particular do município de Timóteo-MG. Revista Digital de Educação Física- Ipatinga: Unileste-MG, V.1 2006 NAREZZI, D et al. Análise da flexibilidade em crianças de 9 a 11 anos de idade praticantes de alongamento nas aulas de Educação Física. VII Encontro Latino Americano de Pós- Graduação- Universidade do Vale do Paraíba 2007.

13 NÓBREGA. A. C. L. et al. Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: atividade física e saúde no idoso. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol.5 no.6 Niterói Nov./Dez 1999. POLLOCK, M. L. e WILMORE, J. H. Exercício na saúde e na doença: Avaliação e Prescrição para Prevenção e Reabilitação. 2. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1993.