Reações de Compostos Aromáticos Aula 13

Documentos relacionados
Ar H + E A + E A. Universidade Federal Rural do Semi Árido UFERSA. 1. Reações de Substituição Eletrofílica

Química Orgânica. Aula 6. Prof. Davyson Moreira - Reações em Aromáticos: Substituição Eletrofílica SEAR - Exercícios

Dra. Carolina Fortes Rigos

Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar. Reações Orgânicas

Disciplina: SQM0455. Prof. Dr. Andrei Leitão

QO 427 Química Orgânica I

Reações Orgânicas. CalorouLuz

Química Orgânica. Química Orgânica. Química Orgânica. Aula 2 Acidez e Basicidade. Prof. Davyson Moreira

COMPOSTOS CARBONÍLICOS: ALDEÍDOS E CETONAS. Reações de Substituição alfa à Carbonila

Química Orgânica II. Aminas Nomenclatura, Ocorrência Natural, Reatividade, Sínteses e Reações. Setor de Química Orgânica

Introdução a química reacional

Estas aminas são bases de Lewis já que sobram elétrons no átomo de nitrogênio e como tal podem reagir com ácidos.

Química Orgânica I. Ácidos e Bases, tipos de reações, intermediários de reações, termodinâmica e cinética de reações orgânicas.

4.1 SUBSTRATOS E REAGENTES

REAÇÕES QUÍMICAS ORGÂNICAS

Sinopse das Funções Orgânicas: - Hidrocarbonetos aromáticos benzênicos e seus derivados

7.1 REATIVIDADE DOS ALCENOS

Energia de Ressonância E(R) = 152 kj mol -1

Disciplina: Química C

POLÍMEROS Folha 01 João Roberto Mazzei

2.1 COMPOSTOS AROMÁTICOS: LEI DE HUCKEL

Química Orgânica Ambiental

Química Orgânica Ambiental

QUÍMICA ORGÂNICA Reações Orgânicas - Substituição Prof. Jackson Alves

CONCEITOS DE BRÖNSTED-LOWRY CONCEITOS DE ÁCIDOS E BASES CONCEITOS DE ARRHENIUS. Ácido: Ácido: HCN + H O H O + - Base ou hidróxido: Base: + +

Previsão das cargas iônicas O número de elétrons que um átomo perde está relacionado com a sua posição na tabela periódica.

Química D Extensivo V. 2

Química II MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA DO AMBIENTE. 2º Semestre /2012. Doutor João Paulo Noronha.

Substituição Eletrofílica Aromática

Resolução da Prova de Química Vestibular Inverno UPF 2003 Prof. Emiliano Chemello

QUÍ MÍCA: ORGA NÍCA ÍV (REAÇO ES)

Reações de Substituição Folha 02 Prof.: João Roberto Mazzei (CH 3 ) 2 CHCH 3 + Br 2

VI Olimpíada Norte - Nordeste de Química e

LISTA DE EXERCÍCIOS REAÇÕES ORGÂNICAS

Hugo T S Braibante. Substituição Eletrofílica Aromática Reações do Benzeno E + H Y. d+ d + E Y

Gabaritos Resolvidos Energia Química Semiextensivo V4 Frente E

QIE0001 Química Inorgânica Experimental Prof. Fernando R. Xavier. Prática 01 Reatividade de Metais: Síntese do gás hidrogênio

Funções orgânicas. Mestranda: Daniele Potulski Disciplina: Química da Madeira I

REAÇÕES ORGÂNICAS. Prof: WELLINGTON DIAS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA COMISSÃO PERMANENTE DE SELEÇÃO 2 o CONCURSO VESTIBULAR DE Questões de Química

02. (UNIRIO-RJ) O trinitrotolueno, ou TNT, um explosivo muito conhecido, apresenta a seguinte fórmula:

Aula 10 COMPOSTOS AROMÁTICOS II. META Introduzir as reações típicas das moléculas aromáticas.

Reações de Oxidação e Substituição. Karla Gomes Diamantina-MG

COLÉGIO META QUÍMICA ORGÂNICA II. Prof. ABEL SCUPELITI ARTILHEIRO SÃO PAULO

Funções orgânicas. Mestranda: Daniele Potulski Disciplina: Química da Madeira I

3. Misturas, Substâncias Simples e Compostas e Processos de Separação de Misturas.

AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS

1 a QUESTÃO: (2,0 pontos) Avaliador Revisor

electrónica das 3 ligações num arranjo cíclico QOII pg 315 Extremamente estável e pouco reactivo para um composto insaturado Mono-substituição

Aromaticidade. Prof. Gustavo Pozza Silveira Curso de Nivelamento - PPGQ. Prof. Gustavo Pozza Silveira

1

Revisão de Química Orgânica

UFJF CONCURSO VESTIBULAR 2012 GABARITO DA PROVA DE QUÍMICA

META Evidenciar um dos mecanismos mais versáteis de reação de formação de ligação C C: reação de adição nucleofílica nas condensações aldólicas

Alcanos. Reações Radicalares. Aula 4

Reações orgânicas Oxidação - Ozonólise - Oxidação branda e enérgica

HIDROCARBONETOS ALCANOS

RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS PROPOSTOS AULA 12 TURMA INTENSIVA

Reações de Substituição Eletrofílica em Aromáticos

Química Orgânica Ambiental

IPT. Hidrocarbonetos alifáticos. Sumário. Hidrocarbonetos. Hidrocarbonetos Aromáticos. Hidrocarbonetos. Química 1 ALCANOS C 4 H 10 C 2 H 6 CH 4

Sulfonação / Sulfatação

Lista de exercícios - Substituição Eletrofílica Aromática

TEORIAS ÁCIDO- BASE DO SÉCULO XX

Química Orgânica I BOM DIA!!!!

AULA 17. Reações Orgânicas. Prof Taynara Oliveira

Reações Orgânicas parte I: Reações de substituição, eliminação e hidrólise. Profa. Kátia Aquino

a) apenas I. b) apenas I e III. c) apenas II e III. d) apenas I e II. e) todas. Profa. Graça Porto

Ligações Iônicas. Tipos de Ligações

LIGAÇÕES QUÍMICAS Folha 04 João Roberto Mazzei

1.1. REAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO CARACTERÍSTICA DE COMPOSTOS SATURADOS ( ALCANOS E HALETOS ORGÂNICOS) C A + B X C B + A X

INTRODUÇÃO. Na antiguidade, as substâncias encontradas na natureza eram divididas em três grandes reinos: O vegetal, o animal e o mineral.

Química E Extensivo V. 6

Química Orgânica I Profa. Dra. Alceni Augusta Werle Profa. Dra. Tania Márcia do Sacramento Melo. Substituição eletrofilica aromático

PPGQTA. Prof. MGM D Oca

Substituição Eletrofílica aromática

Benzeno de Derivados Aula 12

Distribuição Eletrônica Tabela Periódica

Professor Armando J. De Azevedo

Introdução à Eletroquímica. 1. Gentil V. Corrosão. 3 edição. 2. Cotton F. A. e Wilkinson G. Basic Inorganic Chemistry, John Wiley & Son, USA, 1976.

Alcano. Halogenação. A halogenação de alcanos é uma reação de substituição que ocorre via radicalar, por meio de um mecanismo de propagação em cadeia.

Dicas de Química Tasso

QUÍMICA PROFª MARCELA CARVALHO

ferro bromo brometo de ferro 40g 120g 0g 12g 0g 148g 7g 40g 0g 0g x g 37g

Definição: São compostos derivados dos hidrocarbonetos pela substituição de um ou mais hidrogênios por igual número de halogênios (F, Cl, Br e I)

I OLIMPÍADA DE QUÍMICA DO GRANDE ABC - 13/06/2015 ENSINO MÉDIO - FASE 2

t 1 t 2 Tempo t 1 t 2 Tempo

Compostos Carbonílicos I (Ácidos carboxílicos e seus derivados) Aula 2

Quí. Monitor: Gabriel Pereira

EXERCÍCIOS CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA E PROPRIEDADES ATÔMICAS E TENDÊNCIAS PERIÓDICAS

EQUILÍBRIO QUÍMICO: é o estado de um sistema reacional no qual não ocorrem variações na composição do mesmo ao longo do tempo.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

QUÍMICA ORGÂNICA. Prof. Jorginho GABARITO SÉRIE AULA - PILHAS 1. C 2. A 3.

Lista de Exercícios Química Geral Entropia e energia livre

A Ciência Central. David P. White

Química Orgânica 3 Lista de exercícios Substituição eletrofílica Aromática e Nucleofilica aromática

Prof. M.Sc. Maron Stanley S. O. Gomes

II Correto. Quanto maior a distância entre as cargas, mais fraca é a ligação e menos energia é empregada na sua quebra.

Prova 3 Química. N ọ DE INSCRIÇÃO:

Transcrição:

Reações de Compostos Aromáticos Aula 13 QO-427 Prof. José Augusto

Substituição Eletrofílica Aromática Areno (Ar-H) é o termo genérico para um hidrocarboneto aromático O grupo arila (Ar) é derivado pela remoção de um átomo de um areno Compostos aromáticos sofrem substituição eletrofílica aromática (SNAr)) O eletrófilo tem uma carga positiva parcial ou total 2

Um Mecanismo Geral para a Substituição Eletrofílica Aromática A: Íon Arenio intermediário Benzeno reage com um eletrófilo usando dois de seus elétrons p A primeira etapa é parecida com uma adição a uma ligação dupla ordinária (como a de um alceno) Diferentemente da reação de adição, o anel benzeno reage posteriormente de modo a regenerar o sistema aromático muito estável Na etapa 1 do mecanismo, o eletrófilo reage com dois elétrons p do anel aromático para formar um íon arênio O íon arênio é estabilizado por ressonância que deslocaliza a carga Na etapa 2, um próton é removido e sistema aromático é regenerado 3

O Diagrama de energia desta reação mostra que a primeira etapa é altamente endotérmica e tem um elevado DG (1) A primeira etapa requer a perda da aromaticidade do muito estável anel benzeno, o que é altamente desfavorável A primeira etapa é a etapa determinante da taxa de velocidade A segunda etapa é altamente exotérmica e tem um pequeno DG (2) O anel readquire sua estabilização aromática, que é um processo altamente favorável 4

Halogenação do Benzeno Halogenação do benzeno requer a presença de um ácido de Lewis A Fluoração ocorre tão rapidamente que é difícil parar na monofluoração do anel Um aparato especial é usado para realizar esta reação Iodo é tão pouco reativo que um método alternativo deve ser usado 5

Na etapa 1 do mecanismo, bromo reage com brometo férrico para gerar uma espécie eletrofílica Na etapa 2, O bromo altamente eltrofílico reage com elétrons p do anel benzeno, formando um íon arênio Na etapa 3, um próton é removido do íon arênio e a aromaticidade é regenerada O catalisador FeBr 3 é regenerado 6

Nitração do Benzeno Nitração do benzeno mocorre com uma mistura de ácido nítrico e ácido sulfúrico concentrados O eletrófilo para a reação é o íon nitrônio (NO 2+ ) 7

Sulfonação do Benzeno Sulfonação ocorre muito rapidamente usando ácido sulfúrico fumegante (ácido sulfúrico concentrado contendo SO 3 ) A reação também ocorre com ácido sulfúrico conc., que gera pequenas quantidades de SO 3, como mostrado na etapa 1 abaixo 8

Sulfonação é uma reação de equilíbrio; todas as etapas envolvidas são de equilíbrio A sulfonação é favorecida pelo uso de ácido sulfúrico concentrado fumegante Dessulfonação pode ser conseguida usando ácido sulfúrico diluido (i.e. com uma elevada concentração de água), ou passando vapor pela reação e coletando o composto volátil dessulfonado que destila com o vapor 9

Alquilação Friedel-Crafts Um anel aromático pode ser alquilado por um haleto de alquila na presença de um ácido de Lewis O ácido de Lewis serve para gerar um carbocátion eletrofílico 10

Friedel-Crafts Acilação Um grupo acila tem uma carbonila ligada a algum grupo R Reação de acilação de Friedel-Crafts requer um cloreto de ácido ou um anidrido de ácido com um ácido de Lewis tal como cloreto de alumínio 11

Cloretos de ácidos são feitos a partir de ácidos carboxílicos 12

O eletrófilo na acilação de Friedel-Crafts é um íon acílio O íon acílio é etabilizado por ressonanância 13

Efeitos de Substituintes sobre a Reatividade e Orientação A natureza de grupos presentes no anel aromático afetam tanto a reatividade quanto a orientação da futura substituição Grupos ativantes tornam o anel aromático mais reativo do que benzeno Grupos desativantes tornam o anel aromático menos reativo do que benzeno Orto-para dirigentes direcionam a futura substituição para as posições orto e para Meta dirigentes direcionam a futura substituição para a posição meta Grupos Ativantes: Orto-Para Dirigentes Todos os grupos ativantes são também orto-para dirigentes Os haletos são também ortho-para dirigentes mas são fracos desativantes O grupo metila do tolueno é um ortho-para dirigente Tolueno reage mais prontamente do que o benzeno, e.g.t a baixas temperaturas 14

O grupo metila do tolueno é um dirigente orto-para Grupos amino e hidroxila são também ativantes e dirigentes ortopara Estes grupos são tão ativantes que frequentemente catalisadores não são necessários anilina Grupos alquilas e heteroátomos com um ou mais pares de elétrons não compartilhados diretamente ligados ao anel aromático serão dirigentes orto-para 15

Grupos Desativantes: Dirigentes Meta Grupos fortemente retiradores de elétrons tais como nitro, carboxila, e sulfonato são desativadores e dirigentes meta Substituintes Halo: Desativantes Orto-Para Dirigentes Grupos cloro e bromo são desativadores fracos mas também são grupos orto, para dirigentes Na substituição eletrofílica do chorobenzeno, os produtos orto e para são majoritários: 16

Classificação dos Substituintes 17

Reações da Cadeia Lateral de Alquilbenzenos Radiais e Cátions Benzílicos Quando tolueno sofre abstração de hidrogênio de seu grupo metila ele produz um radical benzila Um radical benzila é um radical no qual o carbono tendo elétron não pareado está diretamente ligado ao anel aromático Saída de um grupo abandonador por um processo S N 1 de uma posição benzílica leva à formação de um cátion benzílico 18

Radicais e cátions benzílicos são estabilizados por deslocalização de ressonância dos radicais e pela carga positiva, respectivamente 19

Quando etilbenzeno ou propilbenzeno reagem sob condições radicalares, a halogenação ocorre primariamente na posição benzílica. 20

Alquenilbenzenos Estabilidade de alquenilbenzenos conjugados Alquenilbenzenos conjugados são mais estáveis do que alquenilbenzenos não conjugados Desidratação dos alcoóis abaixo dão apenas os mais estáveis alqueilbenxenos Adições a Ligações Duplas de Alquenilbenzenos Adições passam pelos radicais benzílicos ou cátions benzílicos intermediários (estáveis) 21

Oxidação da cadeia lateral Cadeias alquilas e cadeias insaturadas ligadas a anéis aromátcios podem ser oxidadas a carboxilas 22

Aplicações Sintéticas Quando se está projetando uma síntese de benzenois substituidos, o ordem de introdução dos substituintes é crucial Exemplo: Sintetizar ácido orto-, meta-, e para-nitrobenzóico a partir de tolueno 23

Síntese Industrial do Estireno Estireno é um dos produtos químicos industriais mais importantes mais de 5 milhões de toneladas são produzidos anualmente. O etilbenzeno, matéria prima para uma das síntese comerciais em larga escala do estireno, é produzido por alquilação de Friedel-Crafts do benzeno. A maior parte do estireno é polimerizado produzindo o plástico muito comum, o poli-estireno. 24