Orientador Prof. Nelsom Magalhães



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Transcrição:

Quantidade de enter para posicionar o cabeçalho, apague em seguida <> <> <> UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE <> <> <> <> <> A ANÁLISE DE CUSTOS NA DECISÃO EMPRESARIAL <> <> <> Por: José Carlos da Silva <> <> <> Orientador Prof. Nelsom Magalhães Rio de Janeiro 2011

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE <> <> <> <> <> A ANÁLISE DE CUSTOS NA DECISÃO EMPRESARIAL <> <> <> <> Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Engenharia da Produção. Por:José Carlos da Silva

3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Mãe Maria Aparecida a minha esposa Sandra Conceição, meus filhos Wilton José, Camila Manhães, Carlos Daniel e Ana Beatriz, aos meus irmãos, Manuel Vicente da Silva, meu pai, in memorium, meus netos e aos meus amigos que me incentivaram.

4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a todo profissional que através dos conhecimentos adquiridos na sua graduação acadêmica, em especial aos formandos de Ciências Contábeis, dedicarem-se ao melhor desempenho de sua profissão na análise e tomada de decisão com o auxílio da ferramenta da Contabilidade de Custos.

5 RESUMO Este trabalho de cunho descritivo aborda a Contabilidade de Custos dando ênfase ao aspecto gerencial, isto é, a sua utilização como uma ferramenta para a tomada de decisões empresariais, no capítulo I, abordaremos o surgimento da Contabilidade de Custos, onde ela iniciou como e a sua divisão na área industrial e de serviços, no capítulo II, apresentaremos a Contabilidade de Custos sendo abordada como uma ferramenta para processar e gerar informação para os sistemas da empresa ao nível gerencial, no capítulo III, o papel da Contabilidade de Custos auxiliando a Engenharia de Produção e por fiml a Conclusão mostrando a importância desta ferramenta para a organização.

6 METODOLOGIA Este trabalho monográfico tem como foco a apresentação da Contabilidade de Custos e sua aplicação de forma descritiva no processo produtivo e decisório de uma empresa, durante o desenvolvimento deste trabalho, apresentaremos exemplos que abordem a utilização da Contabilidade de Custos como ferramenta para a Tomada de Decisão, Controle de Custos e Análises Estratégicas. Para fundamentar este trabalho utilizaremos livros de Armando Catelli (Controladoria), Ricardo J. Ferreira (Contabilidade de Custos), Osni Moura Ribeiro (Contabilidade de Custos), Sérgio Ildícibus (Contabilidade Gerencial), Edson Cordeiro da Silva (Contabilidade Empresarial para Gestão de Negócios), Sergio Bulgacov (Manual de Gestão Empresarial), Silvério das Neves e Paulo E. V.Vicenconti (Contabilidade de Custos) e Américo Matheus Florentino (Gestão e Diagnóstico Empresarial).

7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I SURGIMENTO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 9 CAPÍTULO II A CONTABILIDADE DE CUSTOS NA VISÃO GERENCIAL 16 CAPÍTULO III ANÁLISE DO CUSTO/VOLUME/LUCRO APLICADOS NA 38 CONCLUSÃO 47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 49 ÍNDICE 51 FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

8 INTRODUÇÃO As mudanças econômicas, políticas e sócias ocorridas nos últimos anos têm exigido cada vez mais adoção de medidas adequadas a essa nova realidade, tornando-se vital aprender a formular e implantar novas estratégias e avaliar o ambiente ao qual estas novas estratégias vão-se adequar. Vivemos em um mundo globalizado onde hoje quem detém a informação detém o poder, neste aspecto, principalmente estratégico, inserimos o conceito da Contabilidade de Custos que é uma área das Ciências Contábeis, a ferramenta de Custos tem em sua essência: coletar, classificar, analisar e gerar informações para os sistemas empresariais responsáveis pelo processo decisório da organização. Apresentaremos no capítulo I, um breve histórico onde abordaremos o início do sistema de Custos, que se deu juntamente com a Revolução Industrial, século XVIII e a principais fórmulas utilizadas durante esse período histórico. No capítulo II encontraremos uma Contabilidade de Custos voltada como auxiliadora gerencial na coleta e transformação da informação, através de relatórios gerenciais, descreveremos a terminologia da Contabilidade de Custos, a diferenciação de custos, de gastos, despesas e as principais classificações de Custos. No capítulo III a análise de Custo/Volume/Lucro aplicadas a Engenharia de Produção com as análises econômicas de Margem de Contribuição, Sistema de Custeio ABC, Ponto de Equilíbrio (Econômico, Financeiro e Contábil), Alavancagem Operacional e Margem de Segurança dos Produtos.

9 CAPÍTULO I O SURGIMENTO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Com o advento da chegada da Revolução Industrial (século XVIII), e como conseqüência a proliferação das empresas industriais, a Contabilidade Geral, viu-se às voltas com um novo fenômeno, pois atendia a um nicho do mercado relacionado com empresas comerciais ou de atividades familiares o qual não apresentava grandes complexidades, pois bastava a verificação do valor das compras dos bens existentes, bastando uma simples na documentação de aquisição a Contabilidade e a Apuração de Resultado e já estavam prontas. A Contabilidade de Custos aparece pela primeira vez como técnica independente e sistemática, nos Estados Unidos da América, envolvendo a produção industrial, sobretudo estudando os problemas de mão-de-obra e repercussões no custo industrial. Mas tarde, passou a preocupar-se, de modo menos empírico, com os custos do material consumido nas operações. As despesas indiretas de fabricação (também conhecidas como gastos gerais de fabricação, custos indireto de fabricação ou overhead), são estudadas durante vários anos e hoje, dentro da Contabilidade de Custos, existem critérios e técnicas que solucionam o modo bastante adequado os problemas relacionados a esse aspecto. Com o surgimento das empresas industriais, tornou-se necessário a adaptação empresarial a este novo campo da Análise do Processo Industrial, que passou a ser conhecido como: Gestão Financeira, Gestão de Custos, Contabilidade de Custos, Contabilidade Gerencial ou Controladoria etc..., ela não dispunha, na época, de dados tão facilmente visualizados, sendo necessário atribuir valor aos estoques, o seu valor na empresa comercial estava sendo substituído por uma série de elementos que são agregados ao processo produtivo industrial, conhecidos como fatores de produção (recursos naturais, capital e trabalho), alocados na transformação do bem ou na prestação de serviços. Silva Argumenta:

10 A necessidade de uma área específica da contabilidade para dedicar-se aos custos e preços surgiu com a Revolução Industrial, Século XVIII, quando o setor industrial começou a se desenvolver; a dificuldade que tinha na época de determinar custos era muito grande. Com o crescimento das empresas e o aumento da complexidade do sistema de produção, verificou-se que as informações fornecidas,pela contabilidade de custos eram potencialmente úteis como ajuda gerencial.(2008, p.72). A Contabilidade de Custos, teve no início, como principal função a avaliação dos estoques em empresas industriais, que é procedimento muito mais complexo do que nas empresas comerciais, uma vez que, envolve mais que simples compra e revenda de mercadorias, são feitos pagamentos aos fatores da produção (salário, aquisições e utilização de matérias primas, lubrificantes, manutenção, depreciações dos equipamentos...). Esses gastos do processo de produção eram incorporados ao valor dos estoques das empresas no processo produtivo, por ocasião do encerramento do balanço encontrávamos agora novos tipos de estoques no processo produtivo que são: estoque de produtos em processos de elaboração (EPE) e estoque de produtos acabados (EPA). Apresentaremos as comparações na apuração do resultado da empresa comercial e industrial onde ocorreu somente uma substituição da conta compras por gastos efetuados na produção. Empresa Comercial CMV = EI + C - EF Empresa LB = V - Industrial CMV GPV = EI + GPP - EF LB = V - CPV CVM Custos da Mercadorias Vendidas EI Estoque Inicial C Compras EI Estoque Final LB Lucro Bruto V Vendas

11 A apuração do Resultado Líquido, nas empresas comerciais e nas empresas industriais: LUCRO BRUTO (-) DESPESAS - Comerciais - Administrativas - Financeiras (=) RESULTADO LÍQUIDO Ao analisarmos o final do Resultado do Exercício, constatamos que a Contabilidade de Custos pertence à área da Contabilidade que trata dos gastos incorridos na produção de bens e serviços. E tem a sua aplicação em qualquer organização que se deseje controlar os gastos necessários à produção de bens ou serviços. A Contabilidade de Custos pode ser dividida em Contabilidade de Serviços ou Contabilidade Industrial. A Contabilidade de Serviços está iniciando a sua difusão de estudo em nosso país, nesta forma encontraremos a expressão Contabilidade de Custos como direcionada a atividade industrial, Ferreira comenta: a Contabilidade de Serviços é pouco estuda e aplicada em nosso país (2009, p. 1). A Contabilidade de Custos não se destina ao público externo, as suas informações produzidas, são utilizadas de forma estratégicas pela gerência, elaborando relatórios para a administração. Que através dos mesmos planejam as suas tomadas de decisões. A Contabilidade de Serviços é a área da Contabilidade de Custos que trata dos gastos incorridos na prestação de serviços. É o caso da prestação de serviços hospitalares, escolares, bancários, de transporte, de comunicação etc..., em uma escola podemos controlar os custos incorridos na manutenção de uma de suas turmas: salários dos professores, material de consumo, energia elétrica, aluguel, salário pessoal administrativo, auxiliar de serviços e de apoio. Em se tratando da área hospitalar, na opinião de Gottlieb. como nos novos modelos a prestação de cuidados à saúde e com a instalação dos processos de pagamento ou reembolso

12 predeterminado por procedimento e por captação (pagamento prévio per capita de sócios de planos de saúde), o hospital que não consegue, hoje, determinar o custo, nível de rentabilidade e utilização dos recursos de determinados procedimentos, conforme a característica do paciente, leva sérias desvantagens sobre as demais instituições que possuem essa capacidade. (Gottlib apud Falk,2001, p.17) A Contabilidade de Custos não deve ser implementada somente para a identificação dos custos de serviços e produtos, para fins de prestação de relatórios a agências externas, mas analisada por um processo analítico para fins de atingir um objetivo organizacional, tal como maximização de lucro. Análise de custos é uma ferramenta gerencial para melhoria do desempenho da organização em termos de fornecer a informação necessária para a tomada de decisões objetivas, visando à diminuição dos gastos ou o aumento da receita,ou ambos. A posição da Contabilidade Custos dentro da Contabilidade de Geral, segundo Finkler.(1994, p.4). Contabilidade Geral Contabilidade de Custos b Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial Conforme Finkler (1994, p.4), uma boa definição da Contabilidade de Custos atualmente desenvolvidas nos hospitais seria: um elemento da gerência financeira que gera informação sobre os custos de uma organização e seus componentes. Como tal, a Contabilidade de

13 Custos é um subconjunto da Contabilidade Geral; contabilidade gera informação financeira para a tomada de decisões. Na figura anterior, identificaremos a influência de cada um dos sistemas de informações; da seguinte forma: A Contabilidade Financeira fornece informações primeiramente para pessoas e entidades externas à instituição, tais como: bancos, fornecedores, sócios, governos e demais organizações financeiras. Normalmente consiste em informação referente à receita, balanços, fluxo de caixa e alterações em fundos específicos. A Contabilidade Gerencial, tem a sua utilização mais interna e fornece informações aos administradores a fim de melhor gerenciar a instituição. Os relatórios não têm formato predefinido e podem ter informações sobre custos em âmbito departamental, negociações sobre preços e taxas a cobrar, e tem por finalidade fornecer dados para a elaboração do planejamento estratégico e análise da rentabilidade da empresa. A Contabilidade de Custos inclui a Gerencial, mas também focando elementos da Financeira, que estão intimamente relacionados com a medição e o registro de custos que precisão ser enviados as entidades externas reguladoras, nos casos dos hospitais, aos SUS Sistema Único de Saúde ou seguradoras privadas. Neste aspecto a Contabilidade de Custos estabelecem seus como: Justificar custos ou computar o valor do reembolso; Prover informações para a tomada de decisões; Medir receita e bens para fins de relatórios de prestação de contas; Motivar gerentes e empregados. A Contabilidade de Custos representa um assunto organizacional básico que consiste em identificar recursos consumidos na produção/prestação de serviços e atribuir um custo para esses recursos. Em um hospital o assunto torna-se bastante complicado e consumidor de tempo. Feito adequadamente, contudo, a informação resultante seria altamente informativa aplicável para

14 gerentes gerais, financeiros e mesmos chefes de departamentos, na tomada de decisões rotineiras e estratégicas.

15 CAPÍTULO II A CONTABILIDADE DE CUSTOS NA VISÃO GERENCIAL A Contabilidade de Custos processa as informações que em sua maioria são não monetários, isto é, dados de operações de engenharia, dados quantitativos para as formações de indicadores que serão relevantes para a tomada de decisão gerencial. Podemos apresentar a Contabilidade como um processador de informações que podem ser úteis para diversos níveis gerenciais. O esquema a seguir apresenta a Contabilidade de Custos como centro processador de informações segundo Leone. (2011, p. 21). Dados Contabilidade de Custos Informação Feedback Os dados recebidos pela Contabilidade de Custos, corresponde a matéria-prima, e com os quais irá fabricar o produto acabado em forma de informação. O centro processador transforma em informações os sistemas de custos, os critérios básicos, os procedimentos e os registros; é neste segundo momento que se realiza o trabalho técnico do Contador de Custos: a acumulação, a organização, a análise e interpretação dos dados e a geração da informação. As informações correspondem à fase nobre do processo, é a que apresenta o resultado. A Contabilidade de Custos produz relatórios gerencias para os diversos níveis hierárquicos da administração, e com os mesmos os administradores possam planejar, controlar e decidir com maior eficiência e eficácia os objetivos e as metas organizacionais.

16 Bulgacov, descreve: Seu objetivo é o público interno, mais focado na alta direção da empresa, que dela extrai informações para o planejamento, avaliação e controle dos resultados (2006, p.276) Fundamentalmente, a Contabilidade de Custos refere-se hoje às atividades de coleta e fornecimento de informações para as necessidades de tomada de decisão de todos os tipos, desde as relacionadas com operações repetitivas até as de natureza estratégica, não repetitivas, e, ainda, ajuda na formulação das principais políticas das organizações. A Contabilidade de Custos deve projetar sistema para que os dados estejam prontos para solucionar os múltiplos problemas com que se defronta a administração da empresa, pois classificar e relatar dados são essenciais ao próprio desempenho da função Contábil. A Contabilidade de Custos colhe dados internos e externos, monetários e não monetários, mas quantitativos. Atualmente, em virtude das crescentes responsabilidades, diante das novas exigências por parte dos administradores, a Contabilidade de Custos está cada vez mais utilizando dados quantitativos não monetários, colhendo-os, organizando-os e produzindo informações gerenciais de alta relevância, baseadas nesses dados. Jack Gray e Kenneth Johnston afirmam que as informações produzidas pela Contabilidade devem ser quantificadas, ou seja, expressas em termos monetários ou de alguma unidade de medidas, ou de algum índice definido de realização ou desempenho. (1977, p.24). Eliseu, argumenta: Uma das grandes utilidades dos sistemas de custos é exatamente a sistematização criada para o registro de volumes físicos consumidos e fabricados; a Contabilidade Financeira costuma trabalhar só com valores monetários, mas a de Custos, apesar de poder também fazê-lo, tem sua utilidade duplicada ou triplicada com a utilização desses dados de natureza não monetária. (1978, p.32).

17 As informações monetárias isoladas, para atender aos objetivos da Contabilidade de Custos, não dispõem de relevância que possuem quando relacionadas a algum dado não monetário, mas quantitativo. A combinação de um dado monetário com um dado não monetário faz surgir um terceiro dado, que chamamos de índice ou indicador, cuja natureza é diferente da natureza original dos dois dados que o formaram. A procura por esses indicadores é que consubstancia o trabalho atual do contador de custos em qualquer tipo de empresa e para a análise econômica de qualquer tipo de objeto ou atividade. Os dados internos são provenientes dos próprios componentes administrativos e operacionais da empresa. A Contabilidade de Custos organiza, dimensiona e planeja a qualidade, a forma e as características dos dados de setores fundamentais como o sistema de materiais, o sistema de pessoal da produção e outros. Os dados externos serão os dados dos concorrentes, do setor onde a empresa opera do governo e do ambiente econômico e social em geral. 2.1 O SISTEMA DE APOIO A CONTABILIDADE DE CUSTOS A empresa é um grande sistema, composto de vários subsistemas que se completam no sentido de processar as informações, sentido de atingir seus objetivos pelo uso do mínimo esforço possível. A Contabilidade de Custos, para operar seus sistemas de custos, deverá receber informações dos demais subsistemas. Florentino descreve: A gestão empresarial consiste...conjunto de sistemas que, agindo em constantes ciclos, mantém o equilíbrio e a continuidade da empresa.(2004, p.17) O sistema de matérias deve estar organizado para proporcionar informações a Contabilidade de Custos quanto à aplicação dos materiais. Dessas informações, o profissional de custos retirará a quantidade e o tipo dos materiais requisitados, o seu custo e destino. O sistema de mão-de-obra deverá fornecer a Contabilidade de Custos às seguintes informações básicas: a classificação dos operários e dos

18 empregados, a sua lotação, as horas de trabalho apontadas nas diversas atividades, tanto produtivas como não produtivas e o valor dessas horas. O sistema de Contabilidade Geral fornecerá à Contabilidade de Custos informações quanto às demais despesas, seu valor e destinação. Além disso, despesas de depreciação, de manutenção e de reparos e os parâmetros quantitativos relacionados. Se a empresa dispuser de um Sistema de Planejamento, este dever indicar à Contabilidade de Custos dados de previsão monetários e não monetários, que a ajudarão a produzir relatórios gerenciais mais úteis. Do mesmo modo outros setores da empresa enviam dados para a Contabilidade de Custos, à medida que se fazem necessárias. Daí dizermos que os sistemas de custos, em sua função total, são autoreguláveis. Os próprios setores (segmentos, objetos ou atividades), que compõem o que classificamos como níveis gerenciais que recebem as informações de custos, são os mesmos que enviam dados para a Contabilidade de Custos possa que produzir essas informações. A ilustração a seguir apresenta os dois lados da figura, segundo Leone (2011, p.41) Correção automática e gradativa Sistemas de apoio Dados Contabilidade de Custos Informações Níveis gerencias Assim, caso haja o fornecimento de dados incorretos ou atrasados, a Contabilidades de Custos processará informações incorretas ou atrasadas. Como os fornecedores de dados também receberão as informações, o processo sofrerá uma correção automática e gradativa, motivada pelos próprios usuários, que sentirão a necessidade de receber relatórios de custos corretos. A contabilidade gerencial segundo Catelli o processo de identificar ;, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comunicar informações

19 que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais (Horngrenn apud Catelli, 2004, p.5),. 2.2 TERMINOLOGIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Linguagem Padrão A Contabilidade de Custos não possui uma linguagem-padrão, podemos encontrar diversas expressões com significados diferentes, como forma de amenizar, autores como Neves e Vicenconti, apresentam uma terminologia de acordo com a doutrine predominante. Apresentaremos os termos que são usualmente utilizados na Contabilidade de Custos, nas diferentes organizações. (2001, p.11-13). GASTO Renúncia de um ativo pela entidade com a finalidade de obtenção de um bem ou serviço, representada pela entrega ou promessa de entrega de um bem ou direitos (normalmente dinheiro). É a contrapartida necessária à obtenção de um ou serviço. Podemos dizer que gasto corresponde ao pagamento efetuado ou desembolso. Um gasto pode ter como contrapartida um investimento, um custo ou uma despesa. DESEMBOLSO Pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Pode ocorrer concomitantemente com o gasto (pagamento à vista) ou depois deste (pagamento a prazo). É o pagamento correspondente à aquisição de um bem ou serviço. TIPOS DE GASTOS a. INVESTIMENTOS Gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros. É um gasto que tem como contrapartida um ativo. Corresponde à aquisição de bens ou serviços que incorporam ao patrimônio como um ativo.

20 b. CUSTO Gasto relativo a bem ou serviços utilizado na produção de outros bens e serviços, são todos gastos relativos à atividade de produção. É um gasto necessário à produção de bens ou serviços. correspondem a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços. Em sentido restrito, o custo só existe durante o processo de produção do bem ou serviço. Assim enquanto o produto estiver em fase de fabricação, os valores agregados na sua produção são tratados como custos c. DESPESA Gasto com bem e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas. É a redução patrimonial intencional com o objetivo de realização de receita. Pode ocorrer da redução do ativo ou do aumento do passivo exigível. Representa um sacrifício patrimonial voluntário necessário à geração de receita. d. PERDA É um gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa. No 1º caso, são considerados da mesma natureza que as Despesas e são lançadas diretamente contra o resultado do exercício do período. No 2º caso, onde se enquadram, por exemple, as perdas normais de matériasprimas na produção industrial, integram o Custo de Produção do Período. Perda Normal ou Perda Produtiva decorre do processo normal de produção e é tratada como custo. Representa o gasto intencional e conhecido, envolvido na fabricação, que, de fato não se agrega ao produto, mesmo embora seja computado como parte do seu custo. Perda Anormal ou Perda Improdutiva é o sacrifício patrimonial involuntário e anormal. Representa a redução do patrimônio por

21 fatores alheios à vontade do empresário. Não se confunde com despesa.

22 2.3 CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS Encontraremos vários tipos de custos, tanto quanto forem às necessidades gerencias. O profissional de custos estabelece e prepara os tipos de custos diferentes que vão atender às diferentes finalidades da administração. Alguns tipos de custos são conhecidos e sua determinação pela Contabilidade é uma atividade repetitiva, corrente. Outros tipos somente são levantados ou estabelecidos à medida que a Administração necessita deles na organização. Segundo Leone podemos dividir os Custos em três classes: (2011, p.55). a. Custos para a determinação do lucro e a avaliação do patrimônio: custos históricos ou reais, custos por natureza, custo fabril, custo primário, custo de transformação, custo das mercadorias vendidas e custos das mercadorias fabricadas. b. Custos para o controle das operações: Custos direto e indireto, custos-padrão, custos estimados e custos pela responsabilidade. c. Custos para planejamento e tomada de decisões:custos fixo, variáveis e semi-variáveis. Descreveremos as Classificações dos Custos apresentados por Ferreira: (2009, p.23) Custos Diretos são os custos apropriados diretamente a cada produto fabricado, sem a necessidade de rateios ou estimativas. Podem perfeitamente ser identificados na composição do custo do produto. Todo custo se relaciona com a produção. Todavia, o custo é classifica como direto ou indireto de acordo com a sua identificação com determinado produto fabricado, e não com a produção como um todo. Exemplo de custos diretos: materiais-prima consumidas, as embalagens aplicadas no processo, a mão-de-obra diretamente aplicada ao produto. Custos Indiretos são aqueles apropriados aos produtos fabricados mediante rateio ou estimativa, por não poderem ser identificados de forma precisa na composição dos custos dos produtos.

23 Exemplos de custos indiretos: aluguel da fábrica, depreciação dos equipamentos da fábrica, seguro da fábrica, salários dos supervisores dos chefes do pessoal da produção, energia elétrica consumida na fábrica, salários dos operários que não trabalhem diretamente na produção do produto (segurança, vigia, limpeza e manutenção). Obs. Se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são diretos. (Neves e Viceconti, 2001, p.18) Custos Fixos São aqueles cujos valores são os mesmos qualquer que seja o volume de produção da empresa. É o caso, do aluguel da fábrica, o IPTU da fábrica..., Este será cobrado mesmo que a empresa não atinja seus nível de produção ou nada esteja produzindo. Custo fixo repetitivo quando o seu valor é igual em vários períodos. É o caso do aluguel e depreciação, valores que se repetem a cada mês. Custo fixo não repetitivo quando o seu valor é diferente em cada período, muito embora não dependa da quantidade produzida. É o caso dos gastos com manutenção, cujo valor apresenta constante variações. Custo fixo unitário os custos fixos totais não são alterados em função do volume de produção, mas os custos fixos por unidade variam inversamente proporcional à quantidade produzida. O custo fixo unitário é obtido mediante a divisão do custo fixo total pela quantidade produzida. Custos semifixos ou custos por degraus são custos que são fixos numa determinada faixa de produção, mas que variam se há mudança desta faixa, exemplo férias dos supervisores. Custos Variáveis São aqueles cujos valores se alteram em função do volume de produção da empresa. Custo variável unitário enquanto que os custos variáveis totais são aumentados ou diminuídos de acordo com o aumento ou diminuição da quantidade produzida, os custos variáveis unitários, permanecem constantes, qualquer que seja o volume de produção.

24 Custos semivariáveis são custos que variam com o nível de produção que, entretanto, têm uma parcela fixa mesmo que nada seja produzido. É o caso da energia elétrica, água, que a concessionária cobra uma taxa mesmo que nada seja consumido/gasto no período. Despesas Fixas e Variáveis A classificação como direto e indireto é exclusiva dos custos, mas as despesas podem receber a classificação de variáveis e fixas, porém definidas em função do volume de vendas e não do volume de produção. Assim por exemplo, as comissões pagas aos vendedores, ICMS sobre vendas, são consideradas como despesas variáveis, enquanto que o aluguel do escritório da administração, salário do pessoal administrativo é uma despesa fixa, já que deve ser pago independente das vendas realizadas. 2.4 OUTRAS TERMINOLOGIAS DE CUSTOS O esquema a seguir corresponde a apuração completa dos Custos dos Produtos Vendidos e do Resultado Industrial, apresentados por Neves e Vicenconti (2000, p.41) APURAÇÃO DO CPV 1.Estoque Inicial de Material Direto (EIMD) 2.(+) Compra de Material Direto (CMD) 3.(-) Estoque Final de Material Direto (EFMD) 4.(=) Material Direto Consumido (MD) 5.(+) Mão-de-Obra Direta (MOD) 6.(+) Custos Indiretos de Fabricação (CIF) ou (GGF) 7.(=) Custo de Produção do Período (CPP) 8.(+) Estoque Inicial de Produtos em Elaboração (EIPE) 9.(-) Estoque Final de Produtos em Elaboração (EFPE) 10.(=) Custo da Produção Acabada do Período (CPA) 11.(+) Estoque Inicial de Produtos Acabados (EIPA) 12.(-) Estoque Final de Produtos Acabados (EEPA) 13.(=) Custos dos Produtos Vendidos (CPV)

25 APURAÇÃO DO RESULTADO 1.Vendas Líquidas (VL) 2.(-) Custos dos Produtos Vendidos (CPV) 3.(=) Lucro Operacional Bruto (LB) = (RI) Resultado Industrial 4.(-) Despesas Operacionais 5.(+) Outras Despesas e Receitas Operacionais 6.(=) Lucro Operacional Líquido 7.(+) Resultado não Operacional 8.(=) Lucro Líquido antes dos Impostos e das Participações 9.(-) Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido 10.(-) Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas 11.(-) Participações 12.(=) Lucro Líquido do Exercício FLUXOGRAMA MATERIAIS DIRETOS CONSUMIDOS (MD) = ESTOQUE INICIAL + COMPRAS (-) ESTOQUE FINAL MÃO-DE-OBRA DIRETA (MOD) GASTOS GERAIS DE FABRICAÇÃO (GGF) OU (CIF) CUSTO DE PRODUÇÃO DO PERÍODO (CPP) (+) ESTOQUE INICIAL DOS PRODUTOS EM ELABORAÇÃO (EIPE) (+) (-) ESTOQUE FINAL DE PRODUTOS EM ELABORAÇÃO (EFPE) CUSTO DOS PRODUTOS ACABADOS NO PERÍODO (CPA) (+) ESTOQUE INICIAL DOS PRODUTOS ACABADOS (EIPA) (+) (-) ESTOQUE FINAL DOS PRODUTOS ACABADOS (EFPA) CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS NO PERÍODO CPV

26 CPP CUSTO DE PRODUÇÃO DO PERÍODO ou EPP ESTOQUE DE PRODUTOS EM ELABORAÇÃO É o total de custos incorridos com a produção do período, independente do que foi acabado. Os custos de produção de um determinado mês representam: a matéria-prima consumida, mão-de-obra utilizada e o custo indireto de fabricação/gastos gerais de fabricação/gastos gerais de produção, ou seja: CPP = MP + MOD + CIF CPA CUSTO DA PRODUÇÃO ACABADA É o total de custos acumulados na produção acabada no período, mesmo que tenha sido iniciada em um mês e acabada no mês seguinte, o custo da produção acabada desse produto corresponde aos gastos nos 2 meses, com MP, MOD e CIF. Corresponde: CPA = EI + CPP - EF

27 CUSTO PRIMÁRIO É equivalente à soma dos materiais diretos consumidos e a mão-de-obra aplicada. Para alguns autores considera-se somente a matérias-prima consumida e a mão-de-obra aplicada. CP = MP + MOD CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO OU CONVERSÃO É soma da mão-de-obra direta mais os gastos gerais de fabricação. São os gastos necessários à transformação dos materiais diretos em produtos acabados. CT = MOD + GGF CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS É o total dos custos dos produtos fabricados que foram vendidos. Equivalente aos gastos com material direto, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação dos bens que foram vendidos. 2.5 TIPOS DE CUSTEIO E SUAS FINALIDADES Um sistema de custeio num critério por meio do qual os custos são apropriados à produção. De acordo com o sistema adotado, determinados custos podem ou não fazer parte dos gastos de produção. Portanto, é preciso que as pessoas interessadas nas informações fornecidas pela Contabilidade de Custos considerem qual foi sistema de custeio adotado pela empresa e quais os seus efeitos sobre a composição dos custos de produção. CUSTEIO POR ABSORÇÃO Também conhecido como Custeio Pleno, consiste na apropriação de todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção do período. Os gastos não fabris (despesas) são excluídos. O grande inconveniente na adoção por absorção diz respeito aos custos fixos. Os custos fixos são necessários para que a indústria esteja em condições de produzir. Ele são custos ocorridos independentemente da

28 quantidade que venha a ser produzida (até certo limite), já que não sofrem variações em razão do volume de produção. Os custos fixos são indiretos, sendo apropriados por estimativas mais ou menos arbitrárias. Isso faz com que o custo de fabricação de um produto possa variar de acordo com os critérios adotados para a apropriação dos custos fixos. Por conseqüência, o resultado apurado na venda de um produto pode variar de acordo coma parcela de custos fixos que a ele se decida apropriar. Outro inconveniente é o fato de que os custos fixos unitários variam de acordo com as quantidades produzidas (em razão inversa). Com o aumento do volume de produção, ocorre a redução de custo fixo unitário. A distinção principal no custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação é importante por que as despesas são contabilizadas imediatamente contra o resultado do período, enquanto somente os custos relativos aos produtos vendidos terão idêntico tratamento. Os custos relativos aos produtos em elaboração e aos produtos acabados que não tenham sido vendidos estarão ativados em estoque destes produtos. Neves e Viceconti, apresentam, uma definição de custos e despesas. Empresa, que fabrica 1.000 unidades de um produto, incorrendo em custos de $9.000,00 e despesas operacionais de $3.000,00. Foram vendidas 800 unidades a $20,00, num total de $16.000,00. O custo unitário de cada produto fabricado será: Custo Unitário = R$ 9.000,00 = R$ 9,00 1.000 A Demonstração de Resultado da empresa será Vendas $16.000,00 Custo dos Produtos Vendidos (800 und. * $9,00) ($7.200,00) (=) Lucro Bruto $8.800,00 Despesas Operacionais ($3.000,00) Lucro Líquido $5.800,00

29 Se o custo de $1.000,00 tivesse sido classificado erroneamente como despesa, o custo unitário de fabricação diminuiria para 8,00 ($8.000,00/$1.000,00), as despesas operacionais aumentariam para $4.000,00. A Demonstração de Resultado passaria a ser: Vendas $16.000,00 Custo dos Produtos Vendidos (800 und. * $8,00) ($6.400,00) (=) Lucro Bruto $9.600,00 Despesas Operacionais ($4.000,00) Lucro Líquido $5.600,00 A classificação incorreta de um custo como uma despesa reduziu o lucro líquido da empresa, pois ele foi totalmente deduzido na apuração do resultado ($1.000,00) em vez de ter sido deduzida apenas a parcela referente à produção vendida. Este fato é que explica a diferença de R$200,00 de lucro no resultado do correto. (2001, p.24). O Custeio por absorção é o único aceito pela Auditoria externa, porque atende aos Princípios Contábeis da Realização da Receita, da Competência e da Confrontação e também é o único aceito pela Receita Federal, nas Declarações de Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Definições dos Princípios Contábeis mencionados: Princípio da Realização da Receita Ocorre a realização da receita quando da transferência do bem ou serviço vendido para terceiros. Princípio da Confrontação As despesas devem ser reconhecidos à medida que são realizadas as receitas que ajudam a gerar (direta ou indiretamente). Princípio da Competência As despesas e receitas devam ser reconhecidas nos períodos a que competirem, ou seja, no período em que ocorrer o fato gerador. CUSTEIO VARIÁVEL O sistema de custeio variável também conhecido como sistema de custeio direto, em virtude de os custos variáveis serem, como regra, diretos.

30 Mas, em razão de nesse método serem apropriados à produção tanto os custos variáveis quanto os variáveis indiretos. Para Neves e Viceconti,este custeio fere os princípios contábeis da Realização, Competência e Confrontação, porque os custos fixos são reconhecidos como despesas mesmo que nem todos os produtos fabricados tenham sido vendidos.(2000, p.25) É o método de custeio variável é adotado para fins gerenciais, principalmente no processo administrativo de tomada de decisão. O uso do Custeio por Absorção pode induzir a decisões errôneas sobre a produção. Exemplo de Custeio por Absorção e Custeio Variável Custos Variáveis Totais 15.000,00 - Custos Fixos Totais 5.000,00 Despesas Administrativas 3.000,00 - Despesas de Vendas 2.000,00 Venda de toda produção Demonstração do Resultado Custeio por Absorção Variável Vendas Brutas R$ 40.000,00 R$ 40.000,00 C P V -R$ 20.000,00 -R$ 15.000,00 Lucro Bruto R$ 20.000,00 R$ 25.000,00 Despesas Administrativas -R$ 3.000,00 -R$ 3.000,00 Despesas de Vendas -R$ 2.000,00 -R$ 2.000,00 Custos Fixos R$ - -R$ 5.000,00 Lucro Líquido R$ 15.000,00 R$ 15.000,00 Na Venda de 80% da produção, no valor de R$50.000,00 Custos Variáveis Totais 20.000,00 - Custos Fixos Totais 10.000,00 Despesas Administrativas 5.000,00 - Despesas de Vendas 4.000,00 Demonstração do Resultado Custeio por Absorção Variável Vendas Brutas R$ 50.000,00 R$ 50.000,00 C P V -R$ 24.000,00 -R$ 16.000,00 Lucro Bruto R$ 26.000,00 R$ 34.000,00 Despesas Administrativas -R$ 5.000,00 -R$ 5.000,00 Despesas de Vendas -R$ 4.000,00 -R$ 4.000,00 Custos Fixos R$ - -R$ 10.000,00 Lucro Líquido R$ 17.000,00 R$ 15.000,00 CPV = 30.000,00 * 80% = 24.000,00 Custeio por Absorção CPV = 20.000,00 * 80% = 16.000,00 Custeio Variável

31 Em comparação com custeio por absorção, o sistema de custeio variável antecipa a apropriação dos custos fixos ao resultado. Os resultados acumulados, porém são iguais nos dois métodos. No custeio por absorção, todos os custos são apropriados ao resultado dentro do custo dos produtos vendidos, enquanto, no custeio variável, os custos fixos são integralmente apropriados como se fossem despesas operacionais. SISTEMA DE CUSTEIO ABC É chamado de Custeio ABC (Activity Based Costing) é um método de custeio que, como o próprio nome indica, está baseado nas atividades que a empresa efetua no processo de fabricação de seus produtos. A origem do método de Custeio ABC proveio do significativo aumento dos chamados Custos Indiretos de Fabricação (overhead costs) na produção industrial nas últimas décadas. No início da atividade industrial no mundo contemporâneo, os elementos mais importante do custo de produção de uma empresa eram os Materiais Diretos e a Mão-de-Obra Direta, cuja apropriação se faz diretamente aos produtos. As distorções nos custos dos produtos provocadas pelo rateio dos Custos Indiretos de Fabricação (CIF) em base de estimativas tinham pequena influência na determinação do custo vendido e, portanto, na apuração de sua margem de lucratividade. À medida que a atividade industrial foi ficando mais complexa, principalmente com o maior grau de mecanização e automação dos processos produtivos, houve um aumento considerável dos Custos Indiretos de Fabricação e, por esse motivo, eles passaram a representar, em muitos casos, a maior parcela dos custos de produção de uma empresa. Caso fossem cometidos erros no rateio dos CIF aos produtos fabricados pela empresa uma vez que todo rateio de uma base arbitrária os gerentes de processos poderiam cometer erros no processo de tomada de decisões, já que os cálculos de lucratividade dos produtos poderiam estar incorretos. Nesse cenário, surgiu o Custeio ABC como uma forma de tentar alocar os recursos produtivos da empresa de uma forma mais eficiente.

32 O pressuposto do ABC é que os recursos (fatores produtivos) da empresa são consumidos pelas suas atividades e não pelos produtos que ela fabrica. Os produtos são conseqüência das atividades efetuadas pela empresa para fabricá-las e comercializá-las. No Custeio ABC, o objetivo é rastrear quais as atividades da empresa que estão consumindo de forma mais significativa seus recursos. Os custos são direcionados para essas atividades e desta para os bens fabricados. O rastreamento de custos que está implícito no método de Custeio ABC é um processo muito mais complexo e sofisticado do que o simples rateio do CIF aos produtos. É necessário Alencar as atividades que a empresa efetua no processo de fabricação, verificar quais os recursos que estão sendo consumidos por elas, direcionar os custos para essas atividades e delas para os produtos. A atribuição dos custos às atividades, quando não puder ser efetuada diretamente, deve ser feita da utilização de direcionadores de recursos, que são indicadores da forma como as atividades consomem os recursos produtivos. Tanto os direcionadores de recursos quanto os direcionadores de atividades, embora tenham finalidades diferentes, são denominados direcionadores de custos (cost drivers). Ferreira, destaca: O ABC também pode ser adotado para os custos diretos, mais nesse caso não teremos diferenças sensíveis em relação aos métodos tradicionais de custeio. Assim, a diferença fundamental entre ABC e os métodos tradicionais de custos está no tratamento dado aos custos indiretos (2009, p.127). Os direcionadores de atividades identificam o modo como os produtos estão relacionados às atividades e é utilizado para a alocação dos custos das atividades ao produtos.

33 O custeamento por atividades (ABC) é um processo bastante complexo, pois envolve os seguintes procedimentos:, segundo Neves e Viceconti, (2001, p.129) 1. Identificação das atividades exercidas por departamento da empresa; 2. Mensuração da quantidade de recursos que são consumidos por uma atividade de recursos que são consumidos por uma atividade essa etapa é feita através da atribuição direta do custo ou, quando impossível esta, através da utilização dos direcionadores de recursos; 3. Atribuições dos custos das atividades aos produtos através da utilização dos direcionadores de atividades. Exemplo prático: 1) Produção da companhia Delta. Produtos Cia. Delta Preço de Venda Produção Mensal Custo Direto Unt. X 8,00 10.000 2,00 Y 14,00 5.000 3,00 Z 24,00 4.000 5,00 2) Custos Indiretos de Fabricação Aluguel e Seguro da Fábrica Mão-de-Obra Indireta Material de Consumo Total R$40.000,00 R$90.000,00 R$20.000,00 R$150.000,00 3) Atividades desenvolvidas pela Empresa: Departamentos Atividades Compras Compras Produção Atividade de Industrial 1 Atividade de Industrial 2 Acabamento Acabar Despachar

34 Aluguel e Seguro da Fábrica O direcionador do recurso é a área utilizada pela atividade, uma vez que o valor do aluguel e do seguro da fábrica dependem da área. Mão-de-Obra Indireta Material de Consumo Atribuição direta às atividades, uma vez que cada uma delas tem funcionários indiretos próprios. Os valores atribuídos pelo pessoal da empresa foram os seguintes: Compras R$10.000,00 At. Industrial1 R$30.000,00 At. Industrial 2 R$40.000,00 Acabamento R$ 8.000,00 Despacho R$2.000,00 Atribuição direta às atividades através das requisições de material de cada departamento. Os valores atribuídos pelo almoxarifado foram: Compras R$2.000,00 At. Industrial1 R$5.000,00 At. Industrial 2 R$8.000,00 Acabamento R$ 3.000,00 Despacho R$2.000,00 As áreas ocupadas por cada atividade, em percentual. Atividades % por área Compras 20% Atividade Industrial 1 25% Atividade Industrial 2 30% Acabar 15% Despachar 10% TOTAL 100%

35 O quadro a seguir apresenta a distribuição por custos indiretos às atividades. P.32 Atividade Aluguel MOI Material de TOTAL +Seguro Consumo Compras 8.000,00 10.000,00 2.000,00 20.000,00 Atividade Industrial 1 10.000,00 30.000,00 5.000,00 45.000,00 Atividade Industrial 2 12.000,00 40.000,00 8.000,00 60.000,00 Acabamento 6.000,00 8.000,00 3.000,00 17.000,00 Despacho 4.000,00 2.000,00 2.000,00 8.0000,00 TOTAL R$ 40.000,00 90.000,00 20.000,00 150.000,00 ATRIBUIÇÕES DOS CUSTOS DAS ATIVIDADES AOS PRODUTOS A atribuição dos custos das atividades aos produtos é feita através da utilização de um direcionador de atividades, que é um indicador de quanto os produtos consomem de cada atividade. A seguir um exemplo de direcionadores de atividade. Atividade Direcionadores de X Y Z TOTAL Atividades Compras Nº de pedidos 30% 20% 50% 100% Atividade Industrial 1 Tempo de produção 5% 50% 45% 100% Atividade Industrial 2 Tempo de produção 25% 35% 40% 100% Acabamento Tempo de operação 35% 30% 35% 100% Despacho Tempo de operação 40% 30% 30% 100%

36 Quadro Resumo Atividade/Produto X Y Z TOTAL Compras 6.000,00 4.000,00 10.000,00 20.000,00 Atividade Industrial 1 2.250,00 22.500,00 20.250,00 45.000,00 Atividade Industrial 2 15.000,00 21.000,00 24.000,00 60.000,00 Acabamento 5.950,00 5.100,00 5.950,00 17.000,00 Despacho 3.200,00 2.400,00 2.400,00 8.000,00 TOTAL 32.400,00 55.000,00 62.600,00 150.000,00 CIF Unitários 3,24 11,00 15,65 Custos Diretos Unt. 2,00 3,00 5,00 Custo Unitário Total 5,24 14,00 20,65

37 CAPÍTULO III ANÁLISE DO CUSTO/VOLUME/LUCRO APLICADAS NA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A análise do custo/volume/lucro determina a influência no lucro causada por oscilações nas quantidades vendidas e nos custos. Os princípios desta análise estão relacionados à utilização de sistemas de custo que ajudam no processo decisório de curto prazo. Esta análise é um instrumento utilizado para projetar o lucro, que seria obtido a diversos níveis possíveis de produção e vendas, bem como para analisar o impacto sobre o lucro de modificações no preço de venda, nos custos ou em ambos, ela é baseada no Custeio Variável. Esta análise econômica, direciona para três relevantes conceitos: Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio e Alavancagem Operacional. 3.1 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO É o volume de vendas menos os custos variáveis, isso representa o lucro variável; portanto, a margem de contribuição unitária equivale ao preço de venda unitário do produto ou serviço menos os custos e despesas por unidade do produto ou serviço. Para cada unidade vendida a empresa lucrará certo valor, multiplicando pelo total vendido, terá a margem de contribuição total do produto ou serviço da empresa. Leone argumenta: A Contribuição Marginal (ou Margem de Contribuição) é a diferença entre as receitas e os custos diretos e variáveis identificados a um produto, linha de produtos, serviços, processos, segmentos, enfim a cada um dos objetos em que se pode dividir a atividade de uma empresa. (2011, p.380) A Margem de Contribuição Unitária é igual ao Preço de Venda Unitário menos o Custo Variável Unitário e as Despesas Variáveis Unitárias. MC Unt. = PV unt. (CV unt. + DV unt.)

38 Exemplo Custos e despesas variáveis do produto x em R$ Matéria-prima e materiais diretos 540,00 Materiais indiretos variáveis 26,00 Mão-de-obra direta 250,00 Comissões (15% de R$2.000,00) 300,00 Total custo variável 1.116,00 Produto X em R$ Preço de venda unitário 2.000,00 100% Custo variável unitário 1.116,00 55,8% Margem de contribuição unitária 884,00 44,2% Para cada unidade do Produto x vendido, a empresa recebe um lucro unitário de R$884,00; isso representa a contribuição que o Produto X dá à empresa, para cobrir todos os custos e despesas fixas e também fornecer a margem de lucratividade desejada. 3.2 PONTO DE EQUILÍBRIO (Break-Even Point) O ponto de equilíbrio (P.E.) representa as receitas, que a empresa precisa produzir e vender para pagar os custos e despesas fixas, além dos custos e despesa varáveis em que ela incorre para fabricar e vender o produto. No ponto de equilíbrio,não existe lucro ou prejuízo; o lucro é zero. A partir de volumes adicionais de produção ou de venda é que a empresa passa a lucrar. É interessante que cada empresa saiba precisamente o seu P. E. global e por produto individual, pois isso indica o nível mínimo de atividade que a organização deve operar. Para Ferreira: O ponto de equilíbrio... é aquele que produzindo e vendendo um determinado número a de unidades, a indústria apura resultado igual a zero, isto é, não há lucro nem prejuízo (2009, p.97).

39 Ponto de Equilíbrio em Quantidades Q = Quantidade CF = Custos e despesas fixas Mcu = Margem de Contribuição Unitária Q = CF Mcu Exemplo: Custos e despesas fixas R$10.000,00 Margem de Contribuição Unitária R$2,50 Q= R$10.000/2,50 = 4.000 unidades 0 Ponto de Equilíbrio Contábil É a quantidade que equilibra a receita total com a soma dos custos e despesas relativos aos produtos vendidos. Exemplo: PE = CFT +CDFT Receitas de Vendas (4.000 *R$3,00) MCU Custos e despesas variáveis (4.000 * R$0,50) Margem de Contribuição Custos e despesas fixas R$12.000,00 (R$2.000,00) R$10.000,00 (R$10.000,00) Lucro 0 O ponto de equilíbrio operacional corresponde à quantidade de vendas que deve ser feita para cobrir todos os custos e as despesas fixas, deixando de fora as despesas financeiras e não operacionais. Assim, o ponto de equilíbrio operacional considera os seguintes itens: Receita de vendas. Custos variáveis equivalem ao custo dos produtos vendidos/produzidos. Despesas variáveis equivalem às despesas operacionais tanto administrativas quanto de vendas.

40 Custos fixos equivalem ao custo dos produtos vendidos/produzidos. Despesas fixas equivalem às despesas operacionais. Ponto de Equilíbrio Econômico e/ou Meta É a quantidade que se iguala a receita total com a soma dos custos e despesas acrescidas de uma remuneração mínima sobre o capital investido na empresa. Esta remuneração mínima corresponde a taxa de juros de mercado multiplicada pelo capital e é denominada pelos economista como Custo de Oportunidade. O custo de oportunidade representa a remuneração que a empresa obteria se aplica-se seu capital no mercado financeiro, ao invés de no seu próprio negócio. Q = CF+ Lucro Mcu Exemplo: PEE = (10.000 + 1.000)/2,5 = 4.400 unidades Receitas de Vendas (4.400 *R$3,00) R$13.200,00 Custos e despesas variáveis (4.400 * R$0,50) (R$2.200,00) Margem de Contribuição R$11.000,00 Custos e despesas fixas (R$10.000,00) Lucro R$1.000,00 Ponto de Equilíbrio Financeiro É a quantidade que iguala a receita total com a soma dos custos e despesas que representam desembolso financeiro para a empresa. Assim, por exemplo, os encargos de depreciação são excluídos do cálculo do PEF por não representarem desembolso para a empresa. PEF = CF- Depreciação Mcu Exemplo: PEF = (10.000-1.000)/2,5 = 3.600 unidades Receitas de Vendas (3.600 *R$3,00) R$10.800,00 Custos e despesas variáveis (4.000 * R$0,50) (R$1.800,00)

41 Margem de Contribuição Custos e despesas fixas Lucro Prejuízo) R$9.000,00 (R$10.000,00) (R$1.000,00) O uso da análise do Ponto de Equilíbrio nas decisões gerenciais, tem por finalidade: O aumento ou diminuição do preço de vendas, custos variáveis dos custos finais, na modificação da combinação de produtos, alterar os estoques finais de produtos acabados, emprega o ponto de equilíbrio financeiro e analisar os lucros quando o custo fixo varia por degraus. Neves e Viceconti apresentam uma análise a respeito dos itens abordados anteriormente: (2001, p.160-161). RT = PV * Q CT = CF + (CVu * Q) logo, LT = RT CT LT = PV * Q CF CVu * Q LT = (PV CVu)*Q CF LT = MCu * Q CF Ou seja, o Lucro Total corresponde à multiplicação da Margem de Contribuição Unitária pela Quantidade vendida (MCu * Q) menos o total de Custos Fixos. Exemplo: Dados para o ponto de equilíbrio. Custos mais despesas variáveis por unidade CVu: R$30,00 Preço de venda do produto: R$70,00 Custos mais despesas fixos CF: R$100.000 MC = 70,00 30,00 = 40,00 PE = 100.000,00 = 2.500 unidades 40,00