Unidades de Saúde Na chamada rede básica de saúde há vários tipos de unidades de saúde que apresentam estruturas diversas e com diferentes capacidades de resolver situações simples e/ou complexas, que variam desde menores, como Consultórios Simplificados e Postos de Saúde (PS), aos maiores, os Centros Municipais de Saúde (CMS), passando por unidades intermediárias e de caráter misto, como as Unidades Integradas de Saúde ou as Policlínicas, que fazem atendimento básico e hospitalar. Hoje, um novo modelo de atenção à saúde no município, que busca maior capilaridade e alcance desses serviços, vem sendo implementado pelo Programa de Saúde da Família. 22 Unidades de saúde
A partir da composição dessa rede de unidades e sistema de saúde, pode-se esperar por sua complexidade, que nem todas as situações que interferem com a saúde dos membros da comunidade escolar e/ou vivenciadas no dia-a-dia da escola poderão ser resolvidas imediatamente na unidade de saúde da sua área de abrangência. A Unidade Básica de Saúde, ou Posto de Saúde É um serviço de saúde que visa ao atendimento básico e primário; sua maior tarefa é a prevenção, embora possa prestar atendimentos clínicos e laboratoriais, mais simples. É na rede básica, representada pelo Posto de Saúde (PS), que as pessoas devem se cadastrar como clientes e estarem atentas para os procedimentos de prevenção, mesmo que não estejam doentes, pois ela deve representar a porta de entrada do usuário no sistema de saúde. O Programa de Saúde da Família também desempenha esse papel. A Unidade de Saúde da Família É um serviço de saúde que visa à prevenção, promoção e assistência à saúde dentro das comunidades do município. As equipes não se restringem a essa sede, mas atuam ativamente nessas comunidades, por exemplo, por meio de visitas domiciliares, estreitando relação mais direta com a realidade dos indivíduos e da coletividade. Assim trabalha com princípios básicos como territorialização (territorialidade), população geograficamente delimitada e cadastramento familiar. Unidades de saúde 23
O Hospital É o serviço de saúde que está voltado para atendimentos especializados, consultas, exames, tratamentos, cirurgias e outros procedimentos mais complexos, além das situações de emergência. Outro papel importante dos hospitais é o de realizar procedimentos mais complexos, como cirurgias, exames diagnósticos, tratamentos e outras situações que necessitam de acompanhamento do paciente com internação hospitalar. Arquivo: ACS/SMS Um exemplo de situação vivida pela comunidade escolar é quando um aluno sofre algum ferimento ou corte por acidente durante sua estada na escola. Ele pode ser atendido no Posto de Saúde mais próximo, contudo, se ele precisar de sutura, ou seja, levar pontos para fechar o ferimento, terá que ser encaminhado a um Serviço de Emergência em que há material próprio e mais adequado a esse procedimento. Outro exemplo de situação que indica a entrada do usuário nos serviços de saúde: um homem de 50 anos com pressão alta, peso elevado e com dores no peito procura atendimento no posto de saúde mais próximo de sua residência. Ao ser examinado por um clínico geral, é diagnosticada a necessidade de consulta com cardiologista e de eletrocardiograma para avaliar suas condições cardíacas. Como, pelo grau de complexidade, o Posto de Saúde não dispõe desses serviços, o paciente, depois de atendido, deverá ser encaminhado para uma unidade especializada de maior porte e com maior poder de resolução para que ele receba todos os procedimentos necessários. Contudo, em emergência, se nessa situação os sintomas parecessem mais graves e houvesse sido detectada a possibilidade de enfarte do miocárdio, a ordem de busca pela unidade de saúde se modificaria e o hospital deveria ser procurado imediatamente. Os hospitais representam, pois, os serviços responsáveis pelos atendimentos de emergência, situações que necessitam de atendimento rápido para interromper e/ou corrigir uma situação aguda que se instalou subitamente comprometendo as condições de saúde do indivíduo e/ou nos casos em que há, inclusive, risco de vida. Vale lembrar que quando o paciente procura diretamente o hospital, quer pela gravidade do seu estado de saúde ou não, é importante dar seqüência ao seu atendimento, direcionando-o posteriormente a uma das unidades básicas de saúde ou unidade de saúde da família de referência próximas ao seu local de moradia. 24 Unidades de saúde
É importante dizer que nas situações em que houver risco de vida, TODO E QUALQUER SERVIÇO DE SAÚDE É OBRIGADO A PRESTAR O ATENDIMENTO INICIAL E/OU OS PRIMEIROS SOCORROS, ainda que ele não esteja aparelhado adequadamente. Porém, é bom lembrar que cada tipo de unidade presta um atendimento compatível com sua aparelhagem e quando houver limitação para determinados atendimentos, a pessoa deverá ser encaminhada para outra unidade. Para isso é necessário saber ONDE encontrar a unidade da rede de saúde, que possibilita o atendimento necessário. Ao procurar um serviço de emergência hospitalar, o usuário deverá ter suas necessidades atendidas de modo integral, ou seja, ele precisa ser considerado como um ser humano na totalidade do seu contexto, com necessidades que muitas vezes estão além da causa maior que o levou a procurar o serviço de emergência. É necessário que o sistema de saúde esteja atento para outras questões que o envolvem, por exemplo, situação de estresse e angústia, necessidade de apoio em outros aspectos que variam inclusive com sua faixa etária e requerem outros atendimentos, especialistas ou outros olhares e cuidados, como psíquicos e sociais. O paciente pode precisar de um acompanhante, deve receber informações adequadas que podem ser repassadas e/ou compartilhadas com seus familiares etc. Unidades de saúde 25
É direito do cidadão dispor de serviços de saúde que atendam suas necessidades A porta de entrada dos usuários no Sistema de Saúde deve acontecer pela rede básica de saúde: Postos de Saúde (PS), Centros Municipais de Saúde (CMS) ou Unidades de Saúde da Família. Ainda que em algumas ocasiões ela se inverta, o fato da comunidade conhecer os serviços disponíveis da sua região favorece a melhor utilização dos ser- viços de saúde e daquilo que eles podem oferecer. Por sua vez, os serviços podem fazer maior divulgação junto às comunidades do que têm para oferecer à população. Tudo isso pode facilitar ou melhorar o entrosamento dos serviços de saúde com a comunidade e estimular a participação do usuário no controle e na qualidade dos serviços. É dever do poder público e dos profissionais de saúde prestar atendimento, solicitar exames ou indicar profissionais ou serviços especializados de maior complexidade, sempre que necessário. Portanto, é importante conhecer melhor a unidade de saúde de referência do local de moradia ou de abrangência da escola, bem como o perfil de atendimento e as outras referências em saúde para situações mais específicas. Assim, podem ser utilizadas de melhor forma e estimular o controle social pela qualidade do atendimento prestado. 26 Unidades de saúde
Conhecer e anotar os dias e horários de: coletas de exames, tipos de exames e consultas que a unidade oferece, como acompanhamento pré-natal das gestantes, disponibilidade de médicos, outros profissionais e especialistas, além de programas de saúde e programas sociais vinculados à unidade de saúde, grupos de trabalho, grupos de adolescentes, atividades de salas de espera, disponibilidade de métodos contraceptivos, práticas educativas e outros atendimentos. Vale conferir! Com o Sistema Único de Saúde (SUS), algumas Unidades de Saúde da esfera estadual ou federal passam para a gestão da Prefeitura por intermédio da Secretaria Municipal de Saúde, tornando-se unidades municipalizadas. Na prática, o gestor único visa à racionalização e descentralização do próprio gerenciamento das ações e dos recursos da saúde por uma única instância. Nessa situação, os profissionais continuam exercendo suas atividades na unidade e deve prevalecer a perspectiva de atendimento integral à população, que só teria a ganhar com essa melhor equação de recursos humanos, de equipamentos instalados e financeiros para melhoria das suas condições de saúde. Os diferentes tipos de serviços de saúde formam uma grande rede, a rede que compõe o Sistema Único de Saúde - SUS, que deve ser: regionalizada: oferta de serviços por regiões hierarquizada: cada unidade tem um grau de complexidade dos procedimentos mais simples aos mais complexos descentralizada: estar cada vez mais próximos da gestão da população E, por meio do SUS, determinados serviços com menor disponibilidade na rede pública podem ser adquiridos na rede privada ou particular, por exemplo, com as clínicas conveniadas que passam a receber recursos públicos, recolhidos por meio dos impostos pagos, para atender a população que deles necessita e precisa ter acesso. Unidades de saúde 27
Algumas propostas para encaminhar reflexões e os cuidados em saúde na escola Emergência ou não? Para entender melhor quando a situação é de emergência ou não, promova discussões na comunidade de sua escola e selecione três exemplos de situações que forem levantadas e os encaminhamentos dados. Verifique se elas eram ou não de emergência ou se teriam outras soluções! 1. 2. 3. Discussão com os alunos e/ou com a comunidade Que doenças ocorrem com mais freqüência na escola e o que provavelmente as originam? Como essas situações de doenças têm sido enfrentadas pela comunidade escolar? Os atendimentos necessários puderam ser feitos na unidade de saúde mais próxima da escola ou não? Por quê? Analise as soluções que foram encontradas para as situações de doenças ocorridas. Poderiam ter tido outras soluções e encaminhamentos que garantissem melhor atendimento e atenção? Em grupo, reflita e identifique Quais as atividades que existem hoje na escola e/ou na comunidade que promovem a saúde e a qualidade de vida da comunidade? Que outras atividades poderiam ser incentivadas na escola e/ou na comunidade para promover a saúde e a melhoria da qualidade de vida na escola? Que tipo de parceria poderia ser feita com a unidade de saúde de referência de sua escola? Quais as atividades que poderiam ser acordadas nessa parceria? Assim, torna-se mais fácil organizar as reivindicações de sua área! 28 Unidades de saúde
Você pode ajudar muito, quer saber como? a) Fazendo um levantamento do que precisa ser melhorado no atendimento à saúde da população de sua comunidade, escola ou família. b) Discutindo com a comunidade questões relacionadas às necessidades para melhorar suas condições de saúde e de vida. c) Aprimorando o conhecimento das pessoas em relação aos fatores determinantes de suas condições de saúde, mas também em relação aos serviços de saúde existentes e disponíveis à comunidade. d) Usando as situações do cotidiano da escola para promover uma reflexão com os alunos sobre a importância deles nessa parceria entre educação e saúde. e) Preparando os alunos para se tornarem agentes promotores de saúde em suas famílias e na comunidade, por meio de uma ação escolar que integre debates sobre direitos e deveres de todos e sobre os serviços de saúde que a comunidade dispõe. f) Identificando grupos ou pessoas na comunidade que já se mobilizam para essas questões, como saúde e qualidade de vida, e que possam contribuir na discussão com os alunos, por exemplo. Unidades de saúde 29
Arquivo: ACS/SMS Arquivo: ACS/SMS Redes Municipais de saúde e educação Foto: Alberto Jacob Filho 30 Redes Municipais de Saúde e Educação A rede municipal de saúde do Rio de Janeiro consta de 108 unidades básicas de saúde, 25 hospitais, 6 maternidades e, até agosto de 2005, com 76 equipes de saúde da família e 742 agentes comunitários de saúde. Esses dois últimos representam, respectivamente, uma cobertura estimada de 291.256 e 671.650 habitantes, cobertura de cerca de 15,7% da população total da cidade. Essa é a maior rede de serviços públicos de saúde do país e pressupõe-se que a Secretaria Municipal de Saúde atue em gestão plena após a municipalização de alguns serviços que seriam de outras esferas do governo. A expansão do Programa de Saúde da Família está estimada para a formação de mais equipes, ampliando a capilaridade e a abrangência dessa rede a maior parte da população. Com um quadro de profissionais da ordem de 39 mil servidores, foram realizadas em 2001, por exemplo, cerca de 7,7 milhões de consultas ambulatoriais (consultas médicas) por ano na rede municipal de saúde (DATASUS/SAI/2001). A rede municipal de educação também é a maior rede municipal de ensino fundamental do país, com 1.054 escolas, 203 creches e 750 mil alunos. Ela conta com um quantitativo estimado de 40 mil professores. Um rápido olhar nessas dimensões pode pressupor a magnitude do desafio de articular as Políticas de Saúde e de Educação. Há necessidade de se estabelecer estratégias que permitam universalizar as ações de saúde e de educação à população carioca, como na formulação de Programas de Saúde Escolar que contribuam para melhorar a qualidade de educação, saúde e das condições de vida da comunidade escolar, além da articulação dessas às outras Políticas Sociais da Prefeitura para que se busque o Rio de Janeiro como uma Cidade Saudável.
Estratégia de Saúde da Família (ESF) Originalmente chamado de Programa de Saúde da Família (PSF), hoje tem recebido a denominação de Estratégia de Saúde da Família. Na área da Saúde, diante da necessidade de reorganizar a atenção básica e solidificar o Sistema Único de Saúde, foi pensada uma estratégia de atendimento à população diferente do modelo tradicional, denominada de Programa de Saúde da Família. Com a proposta de reverter, por exemplo, características ou posturas passivas do modelo de atendimento de unidades de saúde, que, na maioria das vezes, apenas atendem a demanda que chega até elas e apontam encaminhamentos para especialistas, esse novo modelo de Atenção à Saúde constitui-se por equipes de saúde que atuam diretamente na comunidade, identificando seus problemas e às necessidades das pessoas e famílias que moram numa determinada região. A partir desse olhar, as equipes de saúde trabalham de modo planejado, organizando e priorizando a atenção às necessidades identificadas, além de sinalizar melhor a unidade de referência para os usuários de cada comunidade. Com atuação mais ativa da equipe de saúde, em parceria com a comunidade, estima-se favorecer, sobremaneira, a formação de um vínculo entre os moradores e os serviços de saúde. Estratégia de saúde da família 31
Posto de Saúde Sereno, Paz e Fé Arquivo: SMS/ASCOM Com esse vínculo, espera-se melhorar o grau de resolutividade das ações de saúde na comunidade e que se estabeleça, mais efetivamente, um sistema de referência e contra-referência, ou seja, um elo entre os profissionais e serviços de saúde e a população, o que deve possibilitar melhoria da qualidade da atenção integral à saúde. Além disso, a implantação dessas equipes e a atuação de novos atores na comunidade presumem maior capilaridade da rede de saúde no município do Rio de Janeiro, favorecendo abertura da rede de saúde à população, na qual se inclui a comunidade escolar. Ao possibilitar a revisão do modelo de saúde existente, essa proposta se apresenta mais como uma Estratégia de Saúde do que um Programa de Saúde. Nesse sentido, além das atividades de assistência, as equipes de saúde da família desenvolvem outras atribuições fundamentais, como: planejamento de ações, promoção de saúde, vigilância à saúde e de fatores de risco, trabalho intersetorial e interdisciplinar e abordagem integral da família. A rede municipal de saúde se constitui, assim, com todas essas unidades e serviços, que se organizam de modo hierárquico, apresentam diferentes graus de resolutividade e devem estar constituindo um sistema regionalizado e descentralizado com o propósito de favorecer, da melhor forma possível, o acolhimento das pessoas com uma atenção à saúde mais integral e humanizada. A equipe da Estratégia de Saúde da Família é formada, no mínimo, por um médico, um enfermeiro, um a dois auxiliares de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde, que acompanham de 600 a 1.000 famílias. Para cada equipe de saúde da família são inseridos ainda: um dentista, um técnico de higiene dental e um atendente de consultório dentário. Outros profissionais poderão se inserir nesse Programa em função das necessidades. A implantação de equipes da Estratégia de Saúde da Família e de Agentes Comunitários de Saúde pressupõe dar maior capilaridade a rede de saúde e favorecer a porta de entrada da população no sistema de saúde. Sua implantação está prevista principalmente para áreas de difícil acesso aos serviços de saúde, com menores índices de desenvolvimento humano (IDH), naquelas com indicadores de saúde mais desfavoráveis e em regiões em que há maiores riscos para a saúde da população local. 32 Estratégia de saúde da família
É preciso destacar que mais do que um Programa, o PSF representa uma estratégia de revisão da atenção básica à saúde no município do Rio de Janeiro e no Brasil. A articulação do trabalho desses novos atores (que formam as Equipes de Saúde da Família e do Programa de Agentes Comunitários de Saúde) com profissionais das unidades de saúde pode ser uma boa oportunidade de reorganização do sistema de saúde, além de contribuir para consolidação do Sistema Único de Saúde. No município do Rio de Janeiro a Estratégia de Saúde da Família também recebe a denominação de Saúde Onde Você Mora. Que a função de uma equipe de saúde da família é: Cadastramento e diagnóstico das condições de saúde e de vida da comunidade. Estabelecimento de plano de ação em relação às prioridades locais identificadas. Prestar assistência contínua à comunidade pela qual se torna responsável. Acompanhar integralmente a saúde de todos indivíduos e suas famílias, com ações de promoção, prevenção, assistência e reabilitação da saúde, garantindo a assistência aos outros níveis de complexidade do sistema de saúde. Repensar práticas, valores e conhecimentos, trabalhando em si novas habilidades: planejamento de ações, promoção e vigilância em saúde, trabalho interdisciplinar em equipe e abordagem integral da família. Agir integrada às áreas de educação, desenvolvimento social, habitação, urbanização e a outras políticas sociais em prol da melhoria da comunidade. Estimular a participação comunitária e o exercício da cidadania. Quais os serviços que ela pode oferecer? Visitas domiciliares às famílias da comunidade. Atividades educativas, preventivas e de promoção à saúde. Atendimento médico e de enfermagem. Exames laboratoriais, vacinas, curativos e injeções. Organização de encaminhamentos a especialistas e internações. Atendimento odontológico. Você sabia? Estratégia de saúde da família 33