Sugestões de Políticas Públicas para o E2G. Luciano Cunha de Sousa Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior



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Transcrição:

Sugestões de Políticas Públicas para o E2G Luciano Cunha de Sousa Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Funções de Inovação Fonte: Hekkert et al. (2007)

Setor de Energia X Sistemas de Inovação Schumpeter: O mercado escolhe o melhor produto (inovação) Setor de Energia Usualmente o consumidor não tem opção; Monopólio natural (ou oligopólio); Estritamente regulado; Intervenções governamentais são frequentes; Os produtos são parte de um sistema complexo(gasolina X carros); A tecnologia é muito bem estabelecida e recebe diversos subsídios ocultos. O desenvolvimento da Tecnologia e a criação de mercado necessitam ser feitas em conjunto A participação das agências de regulação e planejamento é essencial. Fonte: (PETERS et al., 2012; WEISS; BONVILLIAN, 2009; YE; PAULSON; KHANNA, 2014)

Qual necessidade da intervenção pública? Nãoexiste demanda natural para o E2G Para haver aumento de escala -> redução de custos é necessária a criação de mercado.

Políticas de apoio ao E2G: EUA x Brasil Créditos tributários Subsídios ao investimento Subsídios ao consumo Biocombustíveis avançados Instrumentos financeiros (redução de risco) Mandatos obrigatórios de mistura Compras governamentais Financiamentos temáticos Brasil EUA

Breve análise de algumas opções: Mandato obrigatório de mistura Meta inicial: cem milhões de litros de anidro celulósico 0,25% do volume atual da gasolina consumida nos postos; prêmio de R$ 0,50 ->R$ 0,00125 por litro de gasolina; um tanque de quarenta litros poderia ser completado com custo adicional de apenas cinco centavos, pago apenas pelo consumidor de combustíveis. Físico: concentração da mistura próximo às plantas de E2G Financeiro: mecanismo similar aos certificados de mistura de biocombustíveis utilizados nos EUA (Renewable Identification Number RIN)

Breve análise de algumas opções: Subsídios ao consumo Distribuidoras que utilizarem o E2G seriam ressarcidas diretamente pelo governo política de incentivo mais simples e de implementação mais rápida custos seriam pagos por todos os contribuintes, e não apenas pelos usuários de veículos considerando o hipotético prêmio de R$ 0,50 por litro e um consumo inicial de 100 milhões de litros, a opção pelo subsídio exigiria uma despesa fiscal anual de pelo menos R$ 50 milhões

Breve análise de algumas opções: Incentivos ao investimento na produção (1/2) Isenção dos tributos federais para aquisição e importação de máquinas e equipamentos; Isenção dos tributos federais para importação e aquisição internas de enzimas e leveduras; Suspensão de Programa Integração Social e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) nas aquisições de biomassa celulósica, tal como já ocorre no mercado de cana; Extensão do crédito presumido de PIS/Cofins para o E2G por um período maior de tempo que o do E1G;

Breve análise de algumas opções: Incentivos ao investimento na produção (2/2) Depreciação acelerada dos equipamentos usados na produção do E2G; Redução das alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para empresas produtoras de E2G; Redução das alíquotas de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) para empresas produtoras de E2G. Programa federal de financiamento agrícola específico para agricultura de fins energéticos e/ou químicos Incentivos para o investimento em plantas que processam açúcares para produção de E2G e químicos renováveis e para plantas que produzem enzimas.

Breve análise de algumas opções: Financiamento contínuo à P&D aplicada Fomentar a competição com as alternativas estrangeiras, sobretudo no que tange a: coquetéis enzimáticos; cepas de leveduras para fermentação de pentoses; sistemas de pré-tratamento exclusivamente dedicados à biomassa de cana e previamente adaptados à integração com usinas 1G; novos clones de cana-energia, sorgo biomassa e outros materiais lignocelulósicos; máquinas e equipamentos especificamente desenhados para plantio e colheita de cana-energia, sorgo biomassa e outros materiais lignocelulósicos; e novos microrganismos para conversão de açúcares da cana em buildingblocksquímicos selecionados de acordo com seu impacto na demanda interna e potencial de exportação de produtos químicos finais.

Obrigado! Luciano.sousa@mdic.gov.br