Critérios de Avaliação Pré-Escolar 2015.2016



Documentos relacionados
Critérios de Avaliação na educação pré-escolar

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO DOS ALUNOS DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS VERGÍLIO FERREIRA

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO PRÉ-ESCOLAR

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO Ano letivo

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

ANO LETIVO 2012/2013 AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS DO PRÉ-ESCOLAR

Encontros Regionais de Educação

Critérios de Avaliação na Educação Pré Escolar

Agrupamento de Escolas Oliveira Júnior Cód CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR, ENSINOS BÁSICO e SECUNDÁRIO

ARTICULAÇÃO PEDAGÓGICA

CRITÉRIOS GERAIS E NORMAS DE AVALIAÇÃO 2016/2017

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO DO PRÉ- ESCOLAR

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 1ºCICLO INTRODUÇÃO

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Educação Pré-Escolar

Plano de Melhoria do Agrupamento

INSTRUMENTO DE REGISTO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

1. Princípios orientadores e funções da avaliação Objetivos da avaliação Processos de avaliação Avaliação Diagnóstica 3

2013/ INTRODUÇÃO

CURSO VOCACIONAL DE ARTE E PUBLICIDADE

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE ALUNOS

Decreto-Lei n.º 240/2001 de 30 de Agosto

Perturbações do Desenvolvimento

Critérios de Avaliação

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO

CRITÉRIOS GERAIS de AVALIAÇÃO na EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR

REGULAMENTO ESPECIFICO PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL (PAP)

P E D R O E A N E S L O B A T O

Agrupamento de Escolas de Alijó

Critérios de Avaliação Jardim de Infância

CURSOS PROFISSIONAIS REGULAMENTO DA FORMAÇÃO EM CONTEXTO DE TRABALHO

Deve ainda ser tido em consideração o Despacho Normativo n.º 24-A/2012, de 6 de dezembro, bem como o Despacho n.º 15971/2012, de 14 de dezembro..

LISTA DE COMPETÊNCIAS 3 ANOS

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO

Critérios de Avaliação na Educação Pré-Escolar

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO DO PRÉ-ESCOLAR

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ELIAS GARCIA CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR

D e p a r t a m e n t o d e C i ê n c i a s E x p e r i m e n t a i s G r u p o CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Ano letivo de 2013/2014

Agrupamento de Escolas de Azeitão

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO. 1. Avaliação. 2. Intervenientes:

CRITÉRIOS GERAIS de AVALIAÇÃO na EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS SIDÓNIO PAIS

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR (De acordo com o Despacho n.º 91807/2016, de 19 de Julho)

ANEXO 1. Quadro de Mérito. Critérios para atribuição do Quadro de Mérito aos alunos do 1º, 2º e 3º ciclos, a apresentar em cada período lectivo:

COLÉGIO de SÃO MIGUEL - FÁTIMA

PERCURSO DA ESCOLA INCLUSIVA

Escola Básica 1,2,3/JI de Angra do Heroísmo. Critérios de Avaliação em Língua Estrangeira. (1º ciclo)

Proposta de Intervenção Formação Pedagógica Inicial de Formadores

INFORMAÇÃO PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA

Agrupamento de Escolas Professor Armando de Lucena. Malveira. Carta de Missão

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS FREI JOÃO DE VILA DO CONDE CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO

NAPE. Núcleo de Apoio PsicoEducativo. Divisão de Assuntos Sociais

CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO 2014 / PORTUGUÊS 5.º e 6.º Anos

PROGRAMA de EDUCAÇÃO ESPECIAL

PROGRAMA DO CURSO. - Formação Pedagógica Inicial De Formadores B-learning. (Curso homologado pelo IEFP / Acesso ao CCP)

Agrupamento de Escolas Martim de Freitas AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MARTIM DE FREITAS PLANO DE MELHORIA ANO LETIVO 2015/2016

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO 2013/2014

A criança de 6 anos, a linguagem escrita e o ensino fundamental de nove anos

INFORMAÇÃO - PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA FRANCÊS (LE II) COMPONENTE ESCRITA

Plano de melhoria (2013/14)

PLANO ANUAL AUDITORIA. Serviço de. Auditoria Interna. Aprovado na reunião n.º 54/2015 do Conselho de Administração, realizada a 30 de dezembro

CURSO VOCACIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO TÉCNICO DE AQUICULTURA COMUNICAR EM INGLÊS 11º 13 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO. SABER Interpretação e Produção de Texto

Concepções de educação e avaliação da aprendizagem. Prof.ª Marisa Narcizo Sampaio marisamns@gmail.com

Alfabetização matemática e direitos de aprendizagem no 1º ciclo. Luciana Tenuta lutenuta@gmail.com

PLANO DE MELHORIA. [Agrupamento de escolas de Padrão da Légua] [2014/15]

REGULAMENTO DA RÁDIO/TV ESCOLA

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO 2015/2016

1º Ciclo. Componentes do currículo Áreas disciplinares de frequência obrigatória (a):

Comissões de Segurança nas Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas

P E D R O E A N E S L O B A TO

PORTARIA Nº 078-R, DE 28 DE JUNHO DE O SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso da atribuição que lhe foi conferida pela Lei Nº. 3.

1ª Reunião de trabalho 6º Anos. Encontro com Professores Coordenadores DERMGC

CGA CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO ANO LETIVO 2014/2015. (Triénio ) Doc033.03

DIREÇÃO DE SERVIÇOS DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA E MULTIMÉDIA (DSEAM) DOCUMENTO ORIENTADOR

EDUCAÇÃO, PEDAGOGOS E PEDAGOGIA questões conceituais. Maria Madselva Ferreira Feiges Profª DEPLAE/EDUCAÇÃO/UFPR

MATRIZ DA PROVA DE EXAME DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA A NÍVEL DE ESCOLA DE INTRODUÇÃO ÀS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (PROVA 24)

A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL. Silvia Helena Vieira Cruz

Desenvolvimento da capacidade de expressão e comunicação - Interpretação e comunicação

REGULAMENTO DA UNIDADE CURRICULAR DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL

Orientações Gerais 2013 Alunos com Necessidades Educativas Especiais

EXPRESSÕES ARTÍSTICAS E FÍSICO MOTORAS 2016

REGIMENTO DA TUTORIA

PROJETO CURRICULAR DE AEMB - DEPARTAMENTO PRÉ ESCOLAR DEPE 2013/2017

DIRETRIZES PARA ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Regimento do Grupo de Recrutamento História

A prova é constituída por duas partes, prova escrita e prova oral, a ter lugar em datas distintas.

Escola Básica e Secundária de Velas Projeto Curricular de Escola Ensino Secundário / Projeto Curricular. do Ensino Secundário

Plano de Melhoria. Agrupamento de Escolas de Valpaços

REGULAMENTO DAS PROVAS DE AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE PARA A FREQUÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR DOS MAIORES DE 23 ANOS

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Escola de Música Marista do EML REGULAMENTO 2012 /2013. Capítulo I Funcionamento da Escola de Música Marista

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE VAGOS. Critérios Gerais de Avaliação VAGOS

CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE FÍSICO-QUÍMICA

3 AVALIAÇÃO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS MONTE DA LUA I. INTRODUÇÃO

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Eixo VI _ Assistência Técnica. VI.1. Gestão Operacional e Monitorização Estratégica

Cursos Vocacional Informática e Tecnologias Web Planificação Anual Educação Física

SISTEMÁTICA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

CONCURSO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS IMAGENS CONTRA A CORRUPÇÃO

Transcrição:

Critérios de Avaliação Pré-Escolar 2015.2016 Procedimentos e Práticas Organizativas e Pedagógicas da Avaliação na Educação Pré-escolar Nota introdutória Por muito que a avaliação seja um processo complexo, contraditório e até mesmo uma dor no coração para os educadores de infância, é impossível ensinar sem avaliar. O momento de Avaliação é o complemento do ato de ensinar. Estes processos são independentes e estão interligados e interrelacionados ao longo de todo o processo de ensino-aprendizagem. A avaliação permite ao educador obter informações importantes sobre o desenvolvimento das crianças. Estas posteriormente poderão e deverão ser usadas e aplicadas para melhorar, organizar e/ou reorganizar o ambiente educativo e a prática pedagógica. A avaliação é um processo presente em todas as fases de desenvolvimento de um programa/currículo, ou seja, este conceito está presente na fase inicial, na fase de concepção, na fase de implementação, na fase de observação dos resultados e na fase final, ou seja, na tomada de decisões sobre a continuidade do trabalho realizado e planificado ou sobre a readaptação da planificação das atividades e do modo como estas estão a ser desenvolvidas e trabalhadas junto das crianças. O princípio consensualmente partilhado de que a avaliação é um elemento integrante e regulador da prática educativa em cada nível de ensino implica princípios e procedimentos de avaliação adequados à especificidade de cada nível. A educação pré-escolar tem especificidades às quais não se adequam todas as práticas e formas avaliativas utilizadas tradicionalmente noutros níveis de ensino. Nos termos das Orientações Curriculares para a educação pré-escolar (Despacho n 5220/97, de 4 de Agosto), avaliar o processo e os efeitos, implica tomar consciência da ação para adequar o processo educativo às necessidades das crianças e do grupo e à sua evolução. A avaliação realizada com as crianças é uma atividade educativa, constituindo também uma base de avaliação para o educador. A sua reflexão, a partir dos efeitos que vai observando, possibilita-lhe estabelecer a progressão das aprendizagens a desenvolver com cada criança. A avaliação na educação pré-escolar assume uma dimensão marcadamente formativa, pois tratase, essencialmente, de um processo continuo e interpretativo que se interessa mais pelos processos do que pelos resultados e procura tornar a criança protagonista da sua aprendizagem, de modo a que vá tomando consciência do que já conseguiu e das dificuldades que vai tendo e como as vai ultrapassando. A educação pré-escolar é perspetivada no sentido da educação ao longo da vida, assegurando à criança condições para abordar com sucesso a etapa seguinte. Avaliar é um ato pedagógico, neste sentido o educador avalia, numa perspetiva formativa a sua intervenção, o ambiente e os processos educativos bem como o desenvolvimento e as aprendizagens de cada criança e do grupo de acordo com o estipulado pelo Decreto-Lei nº241/2001 de 30 de Agosto e nas Orientações Curriculares. A avaliação não é um processo nem um ato individual do educador/professor, é um ato coletivo que deverá englobar todos os intervenientes do sistema educativo, isto é, educadores, crianças, pais/família, assistentes operacionais, psicólogos, assistentes sócias, médicos, terapeutas, entre outros que participem diretamente no processo de ensino e desenvolvimento da criança. Normas processuais As principais orientações normativas relativas à avaliação na educação pré-escolar estão consagradas no Despacho nº 5220/97 de 4 de agosto (Orientações Curriculares para a Educação Préescolar) e no Ofício Circular nº 17/DSDC/DEPEB/2007, de 17 de outubro da DGIDC (Gestão do Currículo na Educação Pré-Escolar). As orientações neles contidas articulam-se com o Decreto-Lei nº 241/2001 de 30 de agosto (Perfil específico de Desempenho Profissional do Educador de Infância) devendo também ter 1

em consideração as Metas de Aprendizagem definidas para o final da educação pré-escolar bem como a Circular nº4/dgidc/dsdc/2011. 1- Finalidades Na educação pré-escolar a avaliação visa: Apoiar o processo educativo, permitindo ajustar metodologias e recursos, de acordo com as necessidades e os interesses de cada criança e as características do grupo, de forma a melhorar as estratégias de ensino/aprendizagem; Refletir sobre os efeitos da ação educativa, a partir da observação de cada criança e do grupo, reconhecendo a pertinência e sentido das oportunidades educativas proporcionadas e o modo como contribuíram para o desenvolvimento de todas e de cada uma, de modo a estabelecer a progressão das aprendizagens; Envolver a criança num processo de análise e de construção conjunta, inerente ao desenvolvimento da atividade educativa, que lhes permita enquanto protagonista da sua própria aprendizagem, tomar consciência dos progressos e das dificuldades que vai tendo e como as vai ultrapassando; Contribuir para a adequação das práticas, tendo por base uma recolha sistemática de informação que permita ao educador regular a atividade educativa, tomar decisões, planear a ação; Conhecer a criança e o seu contexto, numa perspetiva global, o que implica desenvolver processos de reflexão, partilha da informação e aferição entre os vários intervenientes - pais, equipa e outros profissionais- tendo em vista a adequação do processo educativo. 2- Princípios A avaliação assenta nos seguintes princípios: Coerência entre os processos de avaliação e os princípios subjacentes à organização e gestão do currículo definidos nas OCEPE; Utilização de técnicas e instrumentos de observação e registo diversificados; Caráter marcadamente formativo da avaliação; Valorização dos progressos da criança; Promoção da igualdade de oportunidades e equidade. 3- Objetivos da Avaliação Fornecer ao educador elementos para a reflexão e adequação da sua prática e intervenção educativa. Avaliar numa perspetiva formativa a intervenção do educador, o ambiente e os processos educativos. Avaliar o desenvolvimento das aprendizagens e competências de cada criança e do grupo. Estabelecer a continuidade educativa com pais/encarregados de educação e outros níveis de ensino, nomeadamente a articulação com o 1º ciclo. 2

4- Intervenientes O educador; As (s) crianças; A equipa; Os encarregados de educação. 5-O que são os critérios gerais de avaliação da aprendizagem Os critérios gerais de avaliação da aprendizagem são um conjunto de regras, de princípios globais de ação, que visam: Orientar toda a atividade avaliativa das educadoras, no agrupamento, no sentido de que o processo e os procedimentos avaliativos se tornem mais coerentes e homogéneos para que sejam os mais objetivos possíveis; Tornar transparente, para toda a comunidade escolar, o processo de avaliação da aprendizagem, através da explicitação dos princípios e das regras que a enquadram. 6 Parâmetros de avaliação, por áreas curriculares Na educação pré-escolar as áreas de conteúdo são curriculares não disciplinares e articulam-se de forma transversal, quer no processo de desenvolvimento das aprendizagens das crianças, quer no processo de planeamento e avaliação da ação educativa. Existem parâmetros de avaliação específicos e metas de aprendizagem para cada uma das áreas curriculares - Formação Pessoal e Social; Expressões; Linguagem oral e abordagem à escrita; Matemática; Conhecimento do Mundo; Tecnologias da Informação e Comunicação bem como para cada grupo etário (3 aos 5 anos), mas a sua leitura tem de ser sempre feita de uma forma globalizante e contextualizada. Áreas de Conteúdo Formação Pessoal e Social Linguagem Oral e Abordagem à Escrita Matemática Conhecimento do Mundo Domínios de Avaliação Identidade/Auto estima Independência/Autonomia Cooperação Convivência democrática/cidadania Solidariedade/Respeito pela diferença Consciência fonológica Reconhecimento e escrita de palavras Conhecimento das convenções gráficas Compreensão de discursos orais e interação verbal Números e operações Geometria e medida Organização e tratamento de dados Localização no espaço e no tempo Conhecimento do ambiente natural e social Dinamismo das inter-relações natural social 3

Tecnologias da Informação e Comunicação Expressão Plástica Expressão Dramática/teatro Expressão Musical Dança Expressão Motora Informação Segurança Produção Comunicação Expressões Capacidade de Expressão e Comunicação Desenvolvimento da Criatividade Apropriação da linguagem elementar da expressão plástica, dramática, musical e dança Deslocamentos e equilíbrios Perícia e Manipulação Jogos Não se pretende que a educação pré-escolar se organize em função de uma preparação para a escolaridade obrigatória, mas que se perspetive no sentido da educação ao longo da vida, devendo, contudo, a criança ter condições para abordar com sucesso a etapa seguinte. É propósito e consensualmente assumido que a criança ao completar a frequência no jardim-deinfância deverá ter-se apropriado de um sem número de competências e que tem que corresponder a um perfil de saída do pré-escolar, explicitado no documento Metas de Aprendizagem. Convém, por isso, ter sempre presente algumas condições favoráveis para que cada criança possa iniciar o 1º ciclo com aquisições que lhes possibilitarão o sucesso. Assim: Distinguem-se três tipos de condições: As que dizem respeito ao comportamento da criança no grupo; As que implicam determinadas aquisições indispensáveis para a aprendizagem formal da leitura, da escrita e da matemática; As que se relacionam com atitudes. Ao nível do comportamento, será necessário que a criança seja capaz de se integrar no quotidiano do grupo, nomeadamente: Ser capaz de aceitar e seguir regras de convivência e de vida social, colaborando na organização do grupo; Saber escutar e esperar pela sua vez de falar; Compreender e seguir orientações e ordens, tomando também as suas próprias iniciativas sem perturbar o grupo; Ser capaz de terminar tarefas. Ao nível das aprendizagens será necessário que as crianças: Tenham evoluído no domínio da compreensão e da comunicação oral; Tenham tomado consciência das diferentes funções da escrita; Tenham tomado consciência da correspondência entre código oral e escrito, ou seja, que o que se diz se pode escrever e ler, mas que cada um destes códigos tem normas próprias; Tenham realizado aprendizagens básicas ao nível da matemática e adquiridas as noções de espaço, tempo e quantidade, que lhes permitam iniciar a escolaridade obrigatória. 4

Ao nível das atitudes: A educação pré-escolar deverá ainda ter favorecido atitudes que facilitem a transição e que estão na base de toda a aprendizagem, nomeadamente a curiosidade e o desejo de aprender. De modo geral, a criação de atitudes positivas face à escola irá permitir uma melhor integração num novo contexto. 7 Modalidades de avaliação e suas funções O ato de avaliar contempla duas vertentes fundamentais: A avaliação da ação educativa e a avaliação da qualidade dos contextos criados; E a observação e consequente documentação do processo e das aprendizagens da criança, com a finalidade última de tomar decisões e melhorar a qualidade educativa. A avaliação da criança na educação pré-escolar assume uma dimensão marcadamente formativa, desenvolvendo-se num processo contínuo e interpretativo que procura tomar a criança protagonista da sua aprendizagem de modo a que vá tomando consciência do que já consegue, das dificuldades que vai tendo e como as vai ultrapassando. No âmbito da avaliação formativa inclui-se a avaliação diagnóstica, no início do ano letivo, tendo em vista a caracterização do grupo e de cada criança. Com esta avaliação pretende-se conhecer o que cada criança e o grupo já sabem e são capazes de fazer, as suas necessidades e interesses e os seus contextos familiares que servirão de base para a tomada de decisões da ação educativa, no âmbito do projeto curricular de grupo. No entanto, a avaliação diagnóstica pode ocorrer em qualquer momento do ano letivo, de forma a permitir a adoção de estratégias de diferenciação pedagógica, contribuindo também para a elaboração, adequação e reformulação do projeto curricular de grupo. Porque a avaliação também é feita para partilhar com outros intervenientes no processo educativo (pais/encarregados de educação, outros profissionais), ela assume no final de cada período uma forma formativa/sumativa quando o educador, a partir da análise dos registos feitos ao longo do período, e numa grande variedade de circunstâncias, preenche a ficha síntese de avaliação. Pré-escolar Modalidades Avaliação diagnóstica Avaliação formativa (final dos 1º, 2º e 3º períodos) PCT/Grupo Avaliação No início do ano letivo será realizada a avaliação diagnóstica para a identificação das competências. Avaliação descritiva das competências adquiridas, que serão registadas em documento (ficha de avaliação). A sua análise/ reflexão/avaliação permite a reformulação de procedimentos e de metas a alcançar. 5

8 Métodos e instrumentos de avaliação Avaliação das aprendizagens: Aptidão não adquirida Verifica-se quando a criança não domina nenhum dos aspetos ou dimensões que integram a competência. Aptidão minimamente adquirida (em aquisição) Verifica-se quando a criança domina apenas alguns dos aspetos ou dimensões que integram a competência. Aptidão adquirida Verifica-se quando a criança domina a globalidade ou quase todos os aspetos ou dimensões que integram a competência. Técnicas e instrumentos de avaliação No contexto do que é acabado de referir, a observação enquanto técnica desempenha um papel fundamental para obter informações relativas ao desenvolvimento das crianças. Sempre que o educador deseja verificar sistematicamente características, comportamentos, conhecimentos ou atitudes no desenvolvimento das crianças e registar as suas apreciações, um dos instrumentos a utilizar são as escalas (escala de verificação ou observação) que poderão também ser utilizadas para registar os resultados das aprendizagens realizadas pelas crianças. Importa clarificar que a avaliação comporta vários momentos planificação (o que vou avaliar), recolha e interpretação de informação e que a adaptação das práticas e processos bem como os instrumentos a utilizar deverão ser objeto de reformulação sempre que necessário. Assim, será necessário adotar os que mais se enquadrem ao contexto em que a avaliação se desenvolveu. Para comunicar aos pais e encarregados de educação bem como aos educadores/professores o que as crianças sabem e são capazes de fazer, é da competência do educador organizar registos escritos contendo uma informação global das aprendizagens mais significativas de cada criança, realçando o seu percurso, evolução e progresso. A avaliação, enquanto processo contínuo de registo dos progressos realizados pela criança, ao longo do tempo, utiliza procedimentos de natureza descritiva e narrativa, centrados sobre o modo como a criança aprende, como processa a informação, como constrói conhecimento e resolve problemas. Os procedimentos de avaliação devem ter em consideração a idade e as características desenvolvimentais das crianças, assim como a articulação entre as diferentes áreas de conteúdo, no pressuposto de que a criança é sujeito da sua própria aprendizagem. De acordo com as suas conceções e opções pedagógicas, cada educador utiliza técnicas e instrumentos de observação e registo diversificados, tais como: Observação Entrevistas Fotografias Gravações áudio e vídeo Registos de autoavaliação Outros A diversidade de técnicas e instrumentos de observação e registo utilizados na recolha de informação permite, ao educador ver a criança sob vários ângulos de modo a acompanhar a evolução das suas aprendizagens, ao mesmo tempo que vai fornecendo elementos concretos para a reflexão e adequação da sua intervenção educativa. 9- Calendarização e procedimentos de avaliação Tendo em conta as orientações normativas estão previstos os seguintes procedimentos: Avaliação Diagnóstica A avaliação diagnóstica será realizada no início do ano letivo e, tem como objetivo a elaboração, adequação e reformulação do projeto curricular de grupo, assim como a adoção de medidas e estratégias de diferenciação pedagógica. Avaliação Formativa 6

A avaliação na educação pré-escolar assume uma dimensão formativa porque é: É um processo contínuo e interpretativo que se interessa mais pelos processos do que pelos resultados. Procura tornar a criança protagonista da sua aprendizagem, de modo que vá tomando consciência do que é capaz de fazer, das dificuldades que vai tendo e como as vai ultrapassar. Tendo em conta as orientações normativas estão previstos os seguintes procedimentos: Preenchimento da Ficha Síntese de Avaliação no fim de cada período, tendo por base a análise dos dados das observações feitas/evidências recolhidas; A construção de instrumentos de recolha de evidências, que fundamentam o preenchimento da ficha síntese, é da responsabilidade do departamento (elaboração de fichas de avaliação diagnóstico, e grelha em Excel comuns a todos os jardins de infância) e de cada educador; Atendimento individual aos encarregados de educação, no final de cada período letivo, para partilha dos dados constantes da ficha síntese; Durante o percurso da criança no Jardim de Infância, as fichas síntese de avaliação ficam arquivadas no seu processo individual; Da ficha síntese de avaliação, correspondente ao final do terceiro período letivo, é entregue cópia aos encarregados educação; Quando a criança transita para o 1º ciclo, as fichas síntese de avaliação são arquivada no seu processo individual que segue para o 1º ciclo. PCT/ Grupo Deverá conter os registos biográficos, as fichas de informação/avaliação de cada criança do grupo e ainda autorizações de visitas, justificações de faltas, trabalhos produzidos pelas crianças e outros documentos considerados relevantes para o processo de identificação e avaliação de cada criança. 10- Comunicação da avaliação: Através de informação oral ou escrita, no final de cada período; Aos pais/ encarregado de educação através de: Atendimento individual de acordo com o horário estipulado em cada JI. Da entrega de uma ficha de informação/avaliação do desenvolvimento e aprendizagem da criança no final do ano letivo. Ao conselho pedagógico através de documento síntese elaborado no final de cada período. 11- Critérios de avaliação dos alunos com Necessidades Educativas Especiais De acordo com o Dec. Lei Nº 3/2008 de 7 de Janeiro, a avaliação das crianças com Necessidades Educativas Especiais será realizada de acordo com a CIF CJ (Classificação Internacional de Funcionalidade para Crianças e Jovens) constituindo-se para o efeito uma equipa pluridisciplinar que avalia as suas necessidades específicas. Desta equipa farão parte a educadora da sala, o professor de educação especial, o/a encarregado (a) de educação e poderá ser solicitada a intervenção de outros técnicos ou serviços. Serão realizadas reuniões de avaliação com a equipa atrás citada sempre que se considere necessário de forma a possibilitar a análise do desempenho da criança e progressos verificados, possibilitando a monitorização da eficácia das medidas educativas que constam do Programa Educativo Individual. 12 Critérios de progressão e adiamento Porque a educação pré-escolar é facultativa e a avaliação tem um caráter marcadamente formativo, não está prevista a progressão nem a retenção. No entanto, de acordo com o Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, no ponto 2 do art.º 19º, as crianças com necessidades educativas especiais de 7

caráter permanente podem, em situações excecionais devidamente fundamentadas, beneficiar do adiamento da matrícula no 1.º ano de escolaridade obrigatória Critérios de avaliação dos alunos com Necessidades Educativas Especiais de acordo com o Dec. Lei Nº 3/2008 de 7 de Janeiro, a avaliação das crianças com Necessidades Educativas Especiais será realizada de acordo com a CIF CJ (Classificação Internacional de Funcionalidade para Crianças e Jovens) constituindo-se para o efeito uma equipa pluridisciplinar que avalia as suas necessidades específicas. Desta equipa farão parte a educadora da sala, o professor de educação especial, o/a encarregado (a) de educação e poderá ser solicitada a intervenção de outros técnicos ou serviços. Serão realizadas reuniões de avaliação com a equipa atrás citada sempre que se considere necessário de forma a possibilitar a análise do desempenho da criança e progressos verificados, possibilitando a monitorização da eficácia das medidas educativas que constam do Programa Educativo Individual. Reformulação e aprovação realizada em reunião do conselho pedagógico de 14 de outubro de 2015 A Diretora ------------------------------------- (Fátima Dias) 8