Tratamento da Lipodistrofia: política nacional

Documentos relacionados
PORTARIA Nº 04, DE 20 DE JANEIRO DE 2009.

ANEXO IV. DIRETRIZES DE INDICAÇÃO PARA TRATAMENTO DE LIPODISTROFIA EM PORTADORES HIV/Aids

Art. 1º - Alterar o valor dos procedimentos a seguir discriminados: Código Descrição Valor R$ 1.300, ,99

Prevenção, Diagnóstico e Tratamento para Todos

Prêmio Brasil Sorridente

Histórico - Epidemiologia

PLANO DE ENFRENTAMENTO DA EPIDEMIA DE AIDS E DAS DST ENTRE A POPULAÇÃO DE GAYS, HSH E TRAVESTIS ALAGOAS

Horário de atendimento Segunda a Sexta-feira das 7h às 19h.

E TREINAMENTO DE FORÇA BRIEF-REVIEW

Desafios Atuais do Ministério da Saúde para o Tratamento da Hepatite C no Brasil

ANEXO I DIRETRIZES DE INDICAÇÃO PARA TRATAMENTO DALIPODISTROFIA EM PORTADORES HIV/AIDS

PLANO DE ENFRENTAMENTO DA EPIDEMIA DE AIDS E DAS DST ENTRE A POPULAÇÃO DE GAYS, HSH E TRAVESTIS SERGIPE

Análise Comparativa das Pesquisa 2009 e 2014

Seminário Nacional 20 anos do Tratamento Antirretroviral no Brasil Avanços e Desafios. O papel dos ARVs na Prevenção. PEP : Profilaxia pós Exposição

PRESCRIÇÃO DE ATIVIDADE FÍSICA PARA PORTADORES DE DIABETES MELLITUS

PRINCIPAIS AGRAVOS UROLÓGICOS FORUM POLÍTICAS PUBLICAS E SAÚDE DO HOMEM/2014

MINISTÉRIO DA SAÚDE SÍNDROME LIPODISTRÓFICA EM HIV

Surgical lipodystrophy correction associated with the use of antiretroviral therapy: An analysis of procedures performed and impact on the patients

Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Medicina Área: Dermatologia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM HIV NO BRASIL NA DÉCADA

O TAMANHO DO PROBLEMA

Número de procedimentos diagnósticos por consulta médica (SUS) F.2

TRÍADE ECOLÓGICA E PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS NO MUNICÍPIO DE MACAÉ-RJ

OUTRAS FORMAS DE FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS: FARMÁCIA POPULAR ONCOLÓGICOS E QUIMIOTERÁPICOS HOSPITALARES

SERVIÇO DE AMBULATÓRIOS ESPECIALIZADOS DE INFECTOLOGIA DOMINGOS ALVES MEIRA - SAEI-DAM FICHA TÉCNICA

GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA LICA DIAGNÓSTICO HELMA PINCHEMEL COTRIM FACULDADE DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica

Curso de Formação APDH Saúde em Ação - Política, Saúde e Crise Desafiar paradigmas: VIH/SIDA

EDUCAÇÃO REVISÃO 2 REVISÃO 3

ARTIGO ORIGINAL INTRODUÇÃO. O diabetes mellitus (DM) é um grupo de distúrbios metabólicos caracterizados por hiperglicemia, resultante de defeitos na

JOVENS RAÇA COR EPIDEMIA CONCENTRADA. HIV e Aids no Município de São Paulo Resumo da Epidemia

OBESIDADE E DISLIPIDEMIA NA INFANCIA E ADOLESCENCIA

Ao Dep. de Gestão Hospitalar no Estado do Rio de Janeiro compete (Art.19 do Decreto nº de 07/08/2013):

PORTARIA Nº 210 DE 15 DE JUNHO DE 2004

Boletim epidemiológico HIV/AIDS /11/2015

SIMPÓSIO SATÉLITE O ACESSO AOS ARV E A COOPERAÇÃO SUL-SUL: DA UTOPIA À REALIDADE. Rosa Alencar Coordenação Estadual DST/AIDS- SP CRT-DST/Aids

Intervenção nutricional em indivíduos com sobrepeso e obesidade

E APÓS UM INFARTO DO CORAÇÃO, O QUE FAZER? Reabilitação Cardiovascular

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA INGESTÃO ALIMENTAR DE INDIVÍDUOS PORTADORES DO HIV ASSINTOMÁTICOS

Grupo de Trabalho - Readequação dos antigos Hospitais Colônia PORTARIA CONJUNTA SVS/SAS Nº 3, DE 5 DE JULHO DE 2013

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL

REDE LABORATORIAL DE DENGUE

Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e a Segurança do Paciente - PROQUALIS - ICICT/FIOCRUZ Abril 2011

Manejo do Diabetes Mellitus na Atenção Básica

Objetivo Principal Fique Sabendo Jovem!

Antirretroviral etravirina 200mg para o tratamento da infecção pelo HIV

ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA PREVENIR O GANHO DE PESO DURANTE OS TRATAMENTOS FARMACOLÓGICOS EM PSIQUIATRIA

Análise Comparativa das Pesquisa 2014 e 2016

Saúde do Homem LGBT SABRINA SASHA(FRANKLIN XAVIER C. JÚNIOR)

PLANO DE AÇÃO PARA IMPLEMENTAÇÃO DA LINHA DE CUIDADO EM DOENÇA FALCIFORME NO RIO GRANDE DO SUL

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA MEC

Conhecendo a Estratégia Nacional

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR ENTRE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS DE UMA UNIDADE DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA.

Planejamento do Inquérito Nacional de Saúde (INS)

O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE ATIVIDADE FÍSICA

Atenção Integral à Desnutrição Infantil

QualiAB Avaliação e monitoramento de serviços de Atenção Básica

Bacharel em jornalismo e graduanda em Direito, ambos pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. 2

Bacharel em jornalismo e graduanda em Direito, ambos pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. 2

Incentivo à Alimentação Saudável. Julho de 2016

AO NÃO DECLARAR AS DOENÇAS E/OU LESÕES QUE O BENEFICIÁRIO SAIBA SER

HARMONIZAÇÃO FACIAL ROSTO ESCULPIDO SEM CIRURGIA PLÁSTICA

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA CEMEPAR. Junho/2011

Case Hospital Alemão Oswaldo Cruz

NIVEO STEFFEN PRESIDENTE BIÊNIO 2018/19

XXI Encontro de Iniciação à Pesquisa Universidade de Fortaleza 19 à 23 de Outubro de 2015

Dislipidemia e estado nutricional em pacientes HIV positivo com síndrome lipodistrófica

RESULTADO TRABALHOS CIENTÍFICOS

TRATAMENTO DIETÉTICO DO DIABETES MELLITUS. Profa. Dra. Maria Cristina Foss-Freitas

19/04/2016. Profª. Drª. Andréa Fontes Garcia E -mail:

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE MATO GROSSO

Uso Correto da Medicação. Oral e Insulina Parte 4. Denise Reis Franco Médica. Alessandra Gonçalves de Souza Nutricionista

Acesso ao Diagnóstico: discutindo os problemas reais para se garantir um diagnóstico precoce, exato e de qualidade.

Alterações Nutricionais em Pacientes com Lipodistrofia Associada ao HIV/Aids de uma Unidade de Referência do

PREFEITURA DO RECIFE

PROGRAMA SULGÁS DE QUALIDADE DE VIDA

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE OSASCO

LIPODISTROFIA ASSOCIADA AO HIV E MEDICALIZAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE AUTONOMIA A PARTIR DO PENSAMENTO DE IVAN ILLICH

Sífilis Congênita DADOS EPIDEMIOLÓGICOS NACIONAIS

Dislipidemias e doenças cardiovasculares na infecção pelo HIV

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA: CIÊNCIAS MÉDICAS

QUAIS SÃO E COMO FAZER A GESTÃO DOS RECURSOS FINANCEIROS DO SUS? FINANCIAMENTO ESTADUAL

PORTARIA MS Nº 1.262, DE 16 DE JUNHO DE DOU

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS PLANOS DE SAÚDE ADMINISTRADOS PELA GEAP

Programa de Hepatites Virais do Ministério da Saúde

Edição Número 2 de 02/01/2004, páginas 12 e 13.

24º Congresso FEHOSP 12 à 15 de Maio/2015 Royal Palm Plaza Campinas/SP. Circular 073/2015 São Paulo, 24 de Fevereiro de 2015.

Professores: Roberto Calmon e Thiago Fernandes

Mortalidade por Aids no Brasil

COMPONENTES DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS

Ações de prevenção e controle da doença renal crônica no Estado de Mato Grosso

2 - Agravos à saúde e epidemiologia da obesidade

Vigilância de Fatores de Risco: Obesidade e inatividade física

30 anos de SUS Saúde no Brasil e a evolução do tratamento do câncer

Qualidade de Vida 02/03/2012

ESTA PALESTRA NÃO PODERÁ SER REPRODUZIDA SEM A REFERÊNCIA DO AUTOR.

Tipologia dos Estabelecimentos de Saúde

Transcrição:

Vigilância em Lisboa, 17, 18 e 19 de março de 2010 Tratamento da Lipodistrofia: política nacional MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL Secretaria de Vigilância em Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais Unidade de Assistência e Tratamento

Vigilância em Síndrome de Lipodistrofia Alterações metabólicas Dislipidemias: aumento de triglicérides e colesterol doenças cardíacas Hiperglicemia e resistência à insulina diabetes Alterações ósseas osteopenia, osteoporose, osteonecrose Alterações anatômicas Lipohipertrofia: mamas, na região dorsocervical (giba), abdome (visceral ou de parede). Lipoatrofia: na face, glúteos, membros superiores e inferiores, com diminuição de massa muscular e veias aparentes.

Vigilância em Alterações anatômicas

Vigilância em LIPODISTROFIA Prevalência Estudo Norte Americano 1.077 pacientes. Algum sinal de Lipodistrofia em 49%. Destes, 18,7% Face; 26,5% MI e MS; 23% Gluteos; 30% Abdomên; 10,3% Giba. Lichteinstein KA et al. Clinical assessment of HIV-associated lipodystrophy in an ambulatory population. AIDS 2001; 15:1389-98. Estudo Nacional GEAM (preliminar), 640 pacientes SP e Rio: 40,4% Face; 40,6% MI e MS; 48,5% Glúteos; 66,7% Abdômen; 20,4% Giba; 30,4% Mamas.

Vigilância em LIPODISTROFIA Impacto psicossocial Estigma; Revelação do Diagnóstico; Impacto negativo na Adesão ao Tratamento; Recusa ao tratamento ou abandono; Depressão, baixa auto estima e isolamento social; Impacto nas relações pessoais e laborais.

Vigilância em Tratamento da Lipodistrofia Prevenção: fatores de risco cardiovascular (tabagismo, sedentarismo, alimentação saudável), perda de massa muscular, acúmulo de gordura e controle da glicemia. Aconselhamento nutricional Prática de Atividades físicas e Exercícios físicos Medicamentoso: Mudanças no tratamento ARV Hipolipemiantes, hipoglicemiantes, etc Atenção psicossocial: depressão, auto estima, adesão, inclusão social. Intervenções cirúrgicas

Vigilância em Ações Ministeriais Portarias Ministeriais para garantir o direito ao tratamento reparador aos portadores de HIV e Aids em TARV e estabelecer as normas para o credenciamento dos serviços hospitalares e ambulatoriais. Projeto Nacional de Capacitação em Preenchimento Facial com Polimetilmetacrilato (PMMA) para médicos dermatologistas e cirurgiões plásticos da rede pública de saúde.

Vigilância em Histórico Portarias Ministeriais Dezembro de 2004 - Portaria Ministerial nº 2.582 reconhece as cirurgias reparadoras de lipodistrofia como tratamento para pacientes portadores da aids em uso de antirretrovirais e inclui no Sistema Único de (SUS). Fevereiro de 2005 - a Portaria nº 118 estabeleceu os protocolos de indicação das cirurgias reparadoras. Março de 2007 - Portaria Conjunta SAS/SVS nº 02 Janeiro de 2009 - Portaria Conjunta SAS/SVS nº 01 documento vigente, estabelece as normas para credenciamento dos serviços hospitalares e ambulatoriais.

Vigilância em Intervenções cirúrgicas PORTARIA CONJUNTA SAS/SVS nº 01 de 20 de janeiro de 2009, contempla no SUS: Preenchimento facial com polimetilmetacrilato (PMMA); Lipoaspiração de giba, dorso e abdome; Redução de mamas e ginecomastia; Implante de prótese glútea com enxerto de gordura e/ou PMMA.

Vigilância em Fotos: Hospital Heliópolis, São Paulo Cirurgias Resultados

Vigilância em Preechimento Facial - Processo 2003 GT de especialistas, estudo com 200 pacientes acompanhados por 1 ano. Produtos: Ácido Polilático, Ácido Hialurônico e Polimetilmetacrilato (PMMA). Protocolo: define PMMA por bons resultados imediatos, permanentes, custo/benefício, baixo índice de efeitos colaterais e complicações. Desenvolvem o Índice de Lipoatrofia Facial (ILA). Projeto Nacional de Capacitação em PMMA.

Vigilância em LIPOATROFIA FACIAL Fotos: Dr. Márcio Serra

Vigilância em LIPOATROFIA FACIAL Fotos: Dr. Márcio Serra

Vigilância em Projeto Nacional de Capacitação NORTE CENTRO 2005: 6 Oficinas Macro Regionais OESTE DF Sensibilização: gestores, médicos, SC e profissionais de saúde. 225 SUL participantes. 2006 a 2009 Oficinas Teórico-práticas de Capacitação e Supervisão, 16hs, só para médicos dermatologistas e cirurgiões plásticos da rede pública de saúde. SUDESTE NORDESTE

Vigilância em Projeto Nacional de Capacitação com PMMA Resultados 210 profissionais treinados nos 26 Estados e DF 20 Estados ofertam o procedimento hoje. De 2006 a 2009 8.700 preenchimentos faciais realizados, em serviços credenciados e ambulatórios de referência. 2010 agendadas 6 Oficinas de Capacitação.

Vigilância em Capacitações Aula Teórica Aula prática aplicação em pacientes Cálculo do ILA

Vigilância em Capacitações Aula Teórica Aula prática aplicação em pacientes Cálculo do ILA

Vigilância em INDICE DE LIPOATROFIA FACIAL ILA REGIÃO MALAR (M) TEMPORAL (T) PREAURICULAR (A) ILA de 0 a 20 0 a 5,9 = Grau I (leve) 6 a 10 = Grau II (moderada) I. PROFUNDIDADE 3 1 1 II. ÁREA ACOMETIDA 4 1 2 III. PROF X AREA 12 1 2 IV. PROF X AREA X ÍNDICE CORREÇÃO (12 x 0,7) = 8.4 (1 x 0,2) = 0,2 (2 x 0,1) = 0.2 10,1 a 15 = Grau III (grave) ILA = M ( 8.4 ) + T ( 0.2 ) + A ( 0.2 ) = TOTAL ( 8.6 ) 15,1 a 20 = Grau IV (muito grave)

Vigilância em Lipoatrofia Facial Resultados depois depois antes antes Fotos: Dr. Márcio Serra

Vigilância em Publicação Manual de Tratamento da Lipoatrofia Facial - Recomendações para o Preenchimento Facial com Polimetilmetacrilato em Portadores de HIV/Aids,, 2009. Documento elaborado por Câmara Técnica, composta de dermatologistas, cirurgiões plásticos, infectologistas e SC com representação das Sociedades Brasileiras de Dermatologia, Cirurgia Plástica e Infectologia.

Vigilância em Credenciamento de Serviços 2009/2010 Em 2009 expectativa de credenciar 30 hospitais e 67 ambulatórios não ocorreu. Hoje, 7 hospitais gerais realizam as cirurgias e 7 ambulatórios fazem PMMA, credenciados no SUS. Outros 8 serviços estão em processo. Outros 30 serviços ambulatoriais de referência realizam apenas o preenchimento facial, ainda sem credenciamento.

Vigilância em OBRIGADA! Rio Tapajós, Pará, Brasil katia.abreu@aids.gov.br