Incapacidade para o trabalho no Brasil: análise de benefícios diagnóstico e localização geográfica. Discente: Heinz Roland Jakobi



Documentos relacionados
Benefícios auxílio-doença concedidos aos trabalhadores empregados no ramo de carne e pescado no Brasil em 2008

Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho

Acidentes de Trabalho no Setor de Atividade Econômico Agricultura 2007.

ACIDENTES DE TRABALHO. Disciplina de Saúde do Trabalho. Angelica dos Santos Vianna

Dados Gerais sobre Acidentes no Brasil e Grandes Regiões e seus Estados 2007.

O Médico do Trabalho e o Nexo Técnico: Impacto do NTEP na atividade profissional do Médico do Trabalho. 28 de novembro de 2015 Dra.

Gestão de Risco e Saúde NTEP FAP & GESTÃO DE AFASTAMENTO

ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL Anuário Estatístico da Previdência Social AEPS 2013

Acidentes de trabalho no Brasil: prevalência, duração e despesa previdenciária dos auxílios-doença*

Acidentes de Trabalho com Consequência óbitos

Números da Acidentalidade Relacionada aos Transtornos Mentais e Comportamentais na Indústria da Construção 2007 a 2014

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

LER/DORT. Lesões por Esforços Repetitivos (LER) Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort)

Seminário NTEP Nexo Epidemiológico Previdenciário e a Segurança e Saúde dos Trabalhadores. A Aplicação do NTEP 27/11/2009

TRABALHO NO RS Um acidente a cada 10 minutos. Fonte: Zero Hora Dezembro de 2013 (Sábado 14/12/2013)

EXMO. Sr. JUIZ DA ª VARA DO TRABALHO DE TRT 13a Região. Ref.: Ação nº (ex.: RT )

Visando propiciar melhor entendimento das normas que regem as operações em Intercâmbio, é indispensável a leitura dos seguintes conceitos básicos:

Vigilância de Violências e Acidentes VIVA (Inquérito) 2006 e 2007 Notas Técnicas. Origem dos dados

Revista de Saúde Pública ISSN versão impressa

Dr. José Carlos Steola

COMO VIABILIZAR O ATENDIMENTO INTEGRAL DO TRABALHADOR NAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS III CONASEST

Acidentes do Trabalho

O Seguro contra Acidentes de Trabalho no Brasil: RAT e FAP

PROJETO PILATES SOLO: PERFIL CLÍNICO E ADERÊNCIA

Rafael E Kieckbusch. Economista, Mestre e Doutor em Engenharia de Produção. Especialista em Relações do Trabalho na Confederação Nacional da Indústria

Prefeitura da Estãncia de Atibaia

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 2ª Composição Adjunta da 13ª Junta de Recursos

d) condições ergonômicas não ensejam aposentadoria especial e) o trabalho penoso é aceito para enquadramento para aposentadoria especial.

Os trabalhadores da agropecuária desenvolvem

CONDIÇÕES CRÔNICAS DE SAÚDE EM IDOSOS SERVIDORES DE UMA UNIVERSIDADE DE NATAL/RN

Programa Corporativo Fitness Timbu

Impactos dos Acidentes do Trabalho e Afastamentos Previdenciários

POLÍTICAS DE SAÚDE EM QUEIMADOS

CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL: APOSENTADORIAS POR ACIDENTES DO TRABALHO E DOENÇAS PROFISSIONAIS NO PERÍODO

ANEXO VI MODELO DE PROPOSTA

DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO EM PROFISSIONAIS DA LIMPEZA

Estudo de Mortalidade e Hospitalizações por acidentes com crianças de até 14 anos

da área de transportes de carga no Brasil no período de 2010 e 2011

Cenário da Indústria da Construção (IC) Brasil e Bahia, 2009 a 2012

SAÍDA DO MERCADO DE TRABALHO: QUAL É A IDADE?

POSTURA CORPORAL/DOENÇAS OCUPACIONAIS: UM OLHAR DA ENFERMAGEM SOBRE AS DOENÇAS OSTEOARTICULARES

Edith Lauridsen-Ribeiro Cássio Rogério D. L. Figueiredo São Paulo, dezembro/2011

FTST Formação Técnica em Segurança do Trabalho. Módulo de Gestão Aplicada a SST Segurança e Saúde do Trabalho AULA 7

Môsiris R. Giovanini Pereira AFT RS Mestre em Epidemiologia UFRGS

DISCUSSÃO DE PROPOSTAS DE ALTERAÇÕES DO FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO - FAP

(Re) Adaptação de Vida dos Doentes após Enfarte Agudo do Miocárdio

VERITAE TRABALHO PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ORIENTAÇÕES PREVIDÊNCIA SOCIAL

Constituição da República Brasil 1988

FAP FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS FUNCIONÁRIOS DE UM HOTEL DE SINOP-MT

Acidentes com tratores agrícolas

UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS DIABETES MELLITUS E AUTOAVALIAÇÃO DE SAÚDE EM IDOSOS

NTEP/FAP Gestão de Redução de Custos do SAT

Figura 1: Processo de implementação da Rede Social. 04

Análise do absenteísmo durante o ano de Comparação evolutiva no período de 2007 a 2010

APRENDENDO OS CAMINHOS DA PERÍCIA MÉDICA NO INSS E OS BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIENCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA ESPECIALIZAÇÃO EM MEDICINA DO TRABALHO BRUNO MASSINHAN

Cálculo do SAT por Atividade Econômica (CNAE Subclasse)

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - MPS. Novo FAP Setor Financeiro

Alterações. Músculo- esqueléticas

PORTO ALEGRE E DEMAIS CAPITAIS BRASILEIRAS

Uma Descrição Relativa ao Período Decenal de 2004 a 2013

PERÍCIA MÉDICA CONCEITOS E FUNDAMENTOS. 05/10/2006 CJTrezub

Faz os seguintes questionamentos:

Estimativa Dos Acidentes De Trabalho No Setor De Base Florestal No Estado Do Mato Grosso

5 0 ENCONTRO TÉCNICO JURÍDICO CONTÁBIL Manaus, 1 de julho de 2010

DIRETRIZES SOBRE PROVA PERICIAL EM ACIDENTES DO TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAIS

CRI R AN A ÇA Ç SEGURA R Safe Kids Bras B il il 2009

Portugal Prevenção e Controlo do Tabagismo em números 2013

TREINAMENTO DE FORÇA RELACIONADO A SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

AVALIAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA PARA A CONCESSÃO DA APOSENTADORIA NO RGPS

INCIDÊNCIA DE LER/DORT EM FISIOTERAPEUTAS DOCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR EM TERESINA (PI)

AULA 1 TEÓRICO-PRÁTICA: ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E METÓDO START Triagem de prioridades na urgência sistema de Manchester.

Semiologia Ortopédica Pericial

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

O desafio do que e como fazer?

Inquérito ao Trabalho Voluntário 2012 «

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo XXXVI CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MEDICINA DO TRABALHO

AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA

INVOLUÇÃO X CONCLUSÃO

Produtos, Serviços e Soluções. Novembro de 2015

Brasil: Produção, Consumo e Exportações de Carne Bovina Projeção: 2012 a 2022

INCAPACIDADE PARA O TRABALHO: UM OLHAR SOBRE OS TRABALHADORES DO RAMO CORREIO

AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA NO TRABALHO DE UMA INDÚSTRIA MADEIREIRA: ESTUDO DE CASO DE UMA SERRARIA NO SUL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.

CAT Melhorias no processo de comunicação de acidente de trabalho com ênfase na informatização

VIOLÊNCIA CONTRA IDOSOS. Edinilsa Ramos de Souza CLAVES/ENSP/FIOCRUZ

EXERCÍCIOS SISTEMA ESQUELÉTICO

esocial - Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas

MORBIMORTALIDADE POR ACIDENTE DE TRABALHO EM SANTA CATARINA: A EVOLUÇÃO DE 1996 A 2012

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA. PROJETO DE LEI Nº 934, DE 2003 (Apenso o Projeto de Lei nº 1.802, de 2003)

ANÁLISE ANATÔMICA DA DANÇA CARIMBÓ 1. PALAVRAS CHAVES: Carimbó, dança, anatomia do movimento.

Define e Classifica as Instituições Geriátricas no âmbito do Estado de São Paulo e dá providências correlatas

O que faz o Departamento Técnico de Medicina e Segurança do Trabalho?

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990

Contexto. 74,3% dos usuários de drogas ilícitas estão empregados.

Transcrição:

Universidade de Brasília - UnB Faculdade de Ciências da Saúde Programa de Pós-graduação Doutorado em Ciências da Saúde Incapacidade para o trabalho no Brasil: análise de benefícios auxílio-doença segundo um recorte de atividade econômica, diagnóstico e localização geográfica Discente: Heinz Roland Jakobi Orientador: Prof. Dr. Luís Marcelo Aranha Camargo Setembro de 2013

1 INTRODUÇÃO DEFINIÇÃO Incapacidade para o trabalho é a perda da capacidade para atender às atividades profissionais, decorrente da redução ou perda de função corporal ou social. 2

1 INTRODUÇÃO A EPIDEMIOLOGIA DA INCAPACIDADE PARA O TRABALHO No Mundo As estatísticas mundiais de doenças relacionadas ao trabalho estão subestimadas. (1,2,3) Prevalências: Ferrie et al. (4) 1.370,0 e Roelen et al. (5) 1.050,0 por 10 mil postos de trabalho. No Brasil Prevalências de benefícios auxílio-doença (BAD) em 2008: Barbosa-Branco et al. (6) foi de 421,8 por 10 mil. Almeida e Barbosa-Branco (7) acidentários (B91) foi de 94,2 por 10 mil. 3

1 INTRODUÇÃO FATORES DE RISCO DE INCAPACIDADE PARA O TRABALHO Sexo, Idade, Atividade Econômica, Tamanho da Empresa, Violência Urbana e no Trânsito e Violência no Trabalho: Acidentes e Doenças. 4

1 INTRODUÇÃO O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DO BRASIL O Regime Geral da Previdência Social (RGPS) é administrado pelo INSS. Em 2008 totalizava 40.425.749 trabalhadores - 40,6% da PEA de 99.500.202. (6,7) Os BAD são concedidos pelo INSS a todos os segurados que se encontrem incapacitados temporariamente para executar suas atividades laborais devido a doenças, como reposição salarial, a partir do 16º dia de afastamento do trabalho. (8) Auxílio-Doença Previdenciário (B31) Auxílio-Doença Acidentário (B91) nexo causal ou NTEP! 5

1 INTRODUÇÃO TEMAS ESPECIFICOS DA INCAPACIDADE PARA O TRABALHO Atividade Econômica: O Agronegócio o conjunto de todas as operações que envolvem a produção e a distribuição de insumos para a produção rural, mais o armazenamento, o processamento e a distribuição de produtos e subprodutos agropecuários. (9) Fabricação de Produtos Alimentícios: de carne: pecuária, suinocultura e avicultura; de pescado; e a indústria frigorífica. 6

1 INTRODUÇÃO TEMAS ESPECIFICOS DA INCAPACIDADE PARA O TRABALHO Diagnóstico: Lesões, envenenamentos e outras causas externas Causas externas de morbidade e mortalidade é o conjunto de agravos à saúde que provocam algum tipo de lesão, seja física, mental ou psicológica, podendo ou não levar ao óbito. Acidentes de trânsito, de trabalho, de trajeto, afogamento, envenenamento, quedas ou queimaduras, violências. (13) No Brasil em 2008 as Lesões representaram: 33% dos B31 e 56,3% dos B91 de 1.374.500 benefícios auxílio-doença. (6) 7

1 INTRODUÇÃO TEMAS ESPECIFICOS DA INCAPACIDADE PARA O TRABALHO Localização Geográfica: Estado de Rondônia Economia baseada no agronegócio, setor agrosilvopastoril, ou de transformação da natureza e substituição, em especial a pecuária. (10, 11) Em 2007 agropecuária totalizava 73,0% das empresas criação de bovinos de corte e produção de leite 54,0%. cultivo de café com 10,8%. comércio 19,2%, indústria 4,3% e serviços 3,6%. (12) 8

2 OBJETIVOS Estimar a prevalência e duração dos BAD entre trabalhadores empregados em 2008, a) no Brasil: decorrentes de lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas Lesões, no ramo de atividade econômica indústria de transformação, fabricação de produtos alimentícios Carne e Pescado, b) no estado de Rondônia. 9

3 MÉTODO Todos os BAD concedidos pelo INSS aos trabalhadores empregados, no ano de 2008, analisados sob os seguintes aspectos: a) no Brasil: ramo de atividade econômica (CNAE) - sub-ramo Carne e Pescado, causa clínica da incapacidade - Lesões, Capítulo XIX da CID-10 (S00-T98). b) localização geográfica do empregador - Rondônia. 10

3 MÉTODO POPULAÇÃO DE ESTUDO trabalhadores empregados. FONTE DE DADOS - Sistema Único de Benefícios (SUB) e Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). DEFINIÇÃO DE CASO - todo BAD iniciado de 01/01 a 31/12/2008. TRATAMENTO DOS DADOS exclusão de dados inconsistentes e parâmetros de corte. ANÁLISE DOS DADOS - Microsoft Office Excel e IBM SPSS Statistics Standart versão 19. ANÁLISE ESTATÍSTICA: prevalência, razão de prevalência, mediana, 1º e 3º quartil, p (significância 99%), Intervalo de Confiança, método não paramétrico função de sobrevivência de Kaplan-Meier. 11

3 MÉTODO DEFINIÇÃO DE VARIÁVEIS Prevalência = BAD CNIS/CNAE (nmv) x 10.000 vínculos; Atividade econômica: CNAE 2.0, Diagnóstico da incapacidade: CID-10, Unidade Federada (UF), Sexo, Idade faixas etárias e dicotomizadas. Duração do benefício faixas de duração e Despesa do benefício. 12

3 MÉTODO ASPECTOS ÉTICOS Este projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelos CEP: Carta AP/CEP/653/11 do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade São Lucas (FSL) na cidade de Porto Velho no estado de Rondônia em 30 de novembro de 2011, e Parecer Consubstanciado nº 135.115 do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdades Integradas Aparício Carvalho (FIMCA) na cidade de Porto Velho no estado de Rondônia em 30 de outubro de 2012. 13

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Brasil - 2008 População de Estudo Figura 1: Delimitação da População de Estudo (6,7,14) 14

População de Estudo 4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Brasil - 2008 Figura 2 - Delimitação de População de Estudo, - 2008 Fonte: INSS, AEPS (14) 15

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Tabela 1 - Distribuição de empregados segurados, benefícios auxílio-doença e prevalências no sub-ramo Lesões, Carne e Pescado e Rondônia, Brasil - 2008 Ferrie et al. (França The Gazel) 1.370,0 Roelen et al. (Holanda) 1.050,0 Barbosa-Branco et al. (Brasil) 421,8 Almeida e Barbosa-Branco (B91) 94,2 16

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Carne e Pescado CNAE 2.0 Seção C INDÚSTRIAS DE TRANSFORMAÇÃO Divisão 10 - FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS 81.367 benefícios auxílio-doença concedidos. SUB-RAMO - CARNE E PESCADO 31.913 benefícios concedidos: 16.444 masculinos e 15.469 femininos; 23.216 adultos jovens (<40 anos) e 8.697 adultos ( 40 anos); 21.729 previdenciários (B31) e 10.184 acidentários (B91). 17

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Carne e Pescado Tabela 2 - Prevalência* de benefícios auxílio-doença segundo atividade econômica CNAE-Classe e unidade federativa (UF) no sub-ramo Carne e Pescado, Brasil 2008 UF Ferrie et al. 1.370,0 Roelen et al. 1.050,0 Barbosa-Branco et al. 421,8 Almeida e Barbosa-Branco 94,2 Variações UF 250% 18

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Carne e Pescado Tabela 3 - Prevalência* de benefícios auxílio-doença segundo atividade econômica CNAE-Classe, espécie de benefício, sexo e faixa etária** entre trabalhadores empregados no sub-ramo Carne e Pescado, Brasil 2008 RP B31/B91 = 2,1 RP F/M = 1,6 19

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Carne e Pescado Lesões e causas externas Doenças osteomusculares Transtornos mentais 67,2% 20

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Carne e Pescado Tabela 5 - Prevalência* de benéficos auxílio-doença segundo a categoria diagnóstica CID-10, a espécie de benefício e a atividade econômica CNAE-Classe no sub-ramo de Carne e Pescado, Brasil 2008 Hemorragia início gravidez Dorsalgia Episódios depressivos Lesão de ombro Fratura punho e mão Sinovite e tenossinovite (*) por 10.000 trabalhadores. IC - intervalo de confiança de 99%. O20 Hemorragia do início da gravidez; M54 Dorsalgia; F32 Episódios depressivos; M75 Lesões do ombro; S62 Fratura ao nível do punho e da mão; M65 Sinovite e tenossinovite; S82 Fratura da perna, incluindo tornozelo; G56 Mononeuropatias dos membros superiores; I83 Varizes dos membros inferiores; K40 Hérnia inguinal; S52 Fratura do antebraço; S92 Fratura do pé (exceto do tornozelo); S83 Luxação, entorse e distensão das articulações e dos ligamentos do joelho; M51 Outros transtornos de discos intervertebrais; S61 Ferimento do punho e da mão; S42 Fratura do ombro e do braço; F33 Transtorno depressivo recorrente; O60 Trabalho de parto pré-termo; M77 Outras entesopatias; K35 Doenças do apêndice. 21

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Carne e Pescado Mediana = 52 dias Pescado = 61 dias Figura 3 Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier da duração de benefícios auxílio-doença segundo o sexo, idade dicotomizada e espécie de benefício (previdenciário e acidentário) no sub-ramo de Carne e Pescado, Brasil 2008 p<0,0001 22

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO LESÕES, ENVENENAMENTO E ALGUMAS OUTRAS CONSEQUÊNCIAS DE CAUSAS EXTERNAS Capítulo XIX da CID-10 (S00-T98) 449.871 benefícios concedidos: 360.273 masculinos e 89.598 femininos; 328.683 adultos jovens (<40 anos) e 121.188 adultos ( 40 anos); 277.241 previdenciários (B31) e 172.630 acidentários (B91). 23

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Lesões Tabela 5 Prevalência* de benefícios auxílio-doença decorrentes de Lesões segundo a unidade federativa (UF), sexo e espécie de benefícios previdenciários e acidentários, Brasil 2008 RP M/F = 1,7 RP B31/B91 = 1,6 RP B31/B91 ES (1,1) RR (2,9) 24

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Lesões Tabela 6 - Prevalência* de benefícios auxílio-doença de Lesões segundo diagnóstico Grupo-CID, sexo e faixa etária**, Brasil - 2008 25

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Lesões Tabela 7 Distribuição, mediana e quartis de benefícios auxílio-doença devido a Lesões segundo Grupo CID-10, idade, duração, despesa e salário, Brasil - 2008 trauma pescoço quadril e da coxa queimaduras sequelas S00-S09 Traumatismos da cabeça; S10-S19 pescoço; S20-S29 tórax; S30-S39 abdome, do dorso, da coluna lombar e da pelve; S40-S49 ombro e do braço; S50-59 cotovelo e do antebraço; S60-S69 punho e da mão; S70-S79 quadril e da coxa; S80-S89 joelho e da perna; S90-S99 tornozelo e do pé; T00-T07 múltiplas regiões do corpo; T08-T14 localização não especificada do tronco, membro ou outra região do corpo; T15-T19 Efeito da penetração de corpo estranho através de orifício natural; T20-T32 Queimaduras e corrosões; T33-T35 Geladuras [frostbite]; T36-T50 Intoxicação por drogas, medicamentos e substâncias biológicas; T51-T65 Efeitos tóxicos de substâncias de origem predominantemente não medicinal; T66-T78 Outros efeitos de causas externas e os não especificados; T79 Complicações precoces de traumatismos; T80-T88 Complicações de cuidados médicos e cirúrgicos, não classificados em outra parte; T90-T98 Sequelas de traumatismos, de intoxicações e de outras consequências das causas externas. 26

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Lesões Mediana BR = 60 dias Construção Civil Edifícios = 77 dias Infraestrutura = 65 dias Figura 4 Curvas de sobrevivência da duração dos benefícios auxílio-doença decorrente de Lesões, segundo o sexo, espécie de benefício e idade dicotomizada, Brasil 2008 p<0,0001 27

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO A INCAPACIDADE PARA O TRABALHO EM RONDÔNIA 4.693 benefícios concedidos: 3.137 masculinos e 556 femininos; 2.986 adultos jovens (<40 anos) e 1.077 adultos ( 40 anos); 3.352 previdenciários (B31) e 1.341 acidentários (B91); Lesões RO 1.954 benefícios. 28

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Rondônia Tabela 9 - Prevalência* de benefícios auxílio-doença segundo atividade econômica CNAE, espécie de benefício e sexo, Rondônia 2008 Silvicultura Construção de edifícios Obras de infraestrutura Locação de mão de obra RP M/F = 1,2 RP B31/B91 = 2,5 29

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Rondônia Tabela 10 - Prevalência* de benefícios auxílio-doença segundo capítulos de CID-10, espécie de benefício e sexo, Rondônia - 2008 Lesões e causas externas Doenças osteomusculares Aparelho digestivo Aparelho circulatório Transtornos mentais 30

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Rondônia Tabela 11 - Prevalência* de benefícios auxílio-doença segundo os capítulos da CID-10, sexo e a faixa etária**, Rondônia - 2008 Lesões D. osteomusculares Ap. digestivo Ap. circulatório Transtornos mentais 31

4 RESULTADOS - Rondônia Prevalência* de benefícios auxílio-doença segundo Grupo de CID-10, sexo e faixa etária, Rondônia - 2008 Dorsopatia Joelho e perna Punho e mão Partes moles 32

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO Rondônia Silvicultura e Exploração Florestal; e Fabricação de Produtos de Madeira. Mediana RO e Lesões = 70 dias Figura 5 - Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier da duração dos benefícios auxílio-doença segundo sexo, espécie de benefício e a idade dicotomizada, Rondônia 2008 p<0,0001 33

5 CONCLUSÃO Brasil Atividade Econômica: Relação íntima entre a atividade econômica, desenvolvimento regional, taxas de prevalências e a duração de benefícios. Atividade econômica é importante preditor das condições de trabalho. BAD é indicador das condições de saúde da população trabalhadora segurada. Carne e Pescado fortes indícios da precarização do emprego, das condições de trabalho e maior gravidade das doenças. Precária caracterização de nexo causal (B91). 34

5 CONCLUSÃO Brasil Lesões: sub-registradas. traumas do joelho e da perna (B31) - acidentes de trânsito [motocicletas]. maior duração dos benefícios e sequelas: baixa resolutividade dos serviços médico-hospitalares [urgência e emergência]. construção civil - péssimas condições de trabalho. 35

5 CONCLUSÃO Rondônia Silvicultura e exploração florestal; a Construção civil e a Seleção, agenciamento e locação de mão de obra são as mais vulneráveis à incapacidade para o trabalho. Locação (terceirização) de mão de obra alerta para a transferência de funções de risco para pequenas empresas, subnotificação e diluição de registros. Traumas do joelho e da perna (B31) [motocicletas]. Neoplasias e Transtornos mentais e comportamentais com precária relação de nexo causal (B91). 36

5 CONCLUSÃO Novos estudos Explorações mais detalhadas da relação entre a atividade econômica, a incapacidade para o trabalho e o desenvolvimento socioeconômico das diversas regiões. Estudos de coorte para a explicação das prevalências observadas, como p.ex. neoplasias femininas, duração BAD no Pescado, transtornos obstétricos no abate de reses, depressão no abate de pequenos animais etc. Resultados úteis para a implantação de políticas previdenciárias e de saúde do trabalhador. 36

REFERÊNCIAS 1. Driscoll T, Nelson DI, Steenland K, Leigh J, Concha-Barrientos M, Fingerhut M, Prüss- Üstün A. The global burden of disease due to occupational carcinogens. American Journal of Industrial Medicine 2005;48:419 31. 2. Punnett L, Prüss-Ütün A, Nelson DI, Fingerhut MA, Leigh J, Tak S, Phillips S. Estimating the Global Burden of Low Back Pain Attributable to Combined Occupational Exposures. American Journal of Industrial Medicine 2005;48: 459 69. 3. Leigh JP, Markowitz SB, Fahs M, Shin C, Landrigan PJ. Occupational injury and illness in the United States Estimates of costs, morbidity, and mortality. Archives International Medicine. 1997;157:1557 68. 4. Ferrie JE, Vahtera J, Kivimäki M, Westerlund H, Melchior M, Alexanderson K et al. Diagnose-specific sickness absence and all cause mortality in the GAZEL study. J Epidemiol Community Health. 2009;63(1):50 55. 5. Roelen CAM, Koopmans PC, Hoedeman R, Bültmann U, Groothoff JW, van der Klink JJ. Trends in the incidence of sickness absence due to common mental disorders between 2001 and 2007 in the Netherlands. Eur J Public Health. 2009;19:625-30. 6. Barbosa-Branco A, Bültmann U, Steenstra I. Sickness benefit claims due to mental disorders in Brazil: associations in a population-based study. Cadernos de Saúde Pública. 2012 Out; 28(10):1854-66. 7. Almeida PCA, Barbosa-Branco A. Acidentes de trabalho no Brasil: prevalência, duração e despesa previdenciária dos auxílio-doença. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. 2011;36(124). 38

REFERÊNCIAS 8. BRASIL. Ministério da Previdencia Social. Benefícios Previdenciários. http://www1.previdencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios.asp 9. Vasconcelos MC, Pignatti MG, Pignatti WA. Emprego e Acidentes de Trabalho na Indústria Frigorífica em áreas de expansão do Agronegócio, Mato Grosso, Brasil. Saúde e Sociedade. 2009;18(4):662-72. 10. Pignatti WA. Riscos e agravos à saúde e à vida dos trabalhadores das indústrias madeireiras de Mato Grosso. Revista Ciência & Saúde Coletiva. 2005 out/dez;10(4), p.961-973. 11. Paraguassú-Chaves CA. Geografia Médica de Saúde espaço e doença na Amazônia Ocidental. Porto Velho (RO) : EDUFRO,2001 12. Jakobi HR. Mapa de Risco Ocupacional no estado de Rondônia baseado em tecnologia de georeferenciamento. [dissertação]. [Porto Velho]: Universidade Federal de Rondônia ; 2008. 13. BRASIL. Ministério da saúde. Programa de redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito: mobilizando a sociedade e promovendo a saúde. Revista de Saúde Pública. vol.36. São Paulo, 2002. 14. BRASIL. Ministério da Previdência Social. Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS) 2008. 17: 19. Valor de benefícios emitidos, por clientela, segundo os grupos de espécies, p. 143. Brasília, 2009. Disponível em HYPERLINK: http://www.mps.gov.br/arquivos/office/3_091028-191015-957.pdf. Acessado em 12/04/2011. 39

Agradecimentos Agradeço a à DEUS, aos meus pais, Prof. Dr. Hans Jakobi e Prof ª. Drª. Ivette Zanelo Jakobi, à minha família Silvia, Sibelle, Michelle, Rebeca e Catarina, aos meus professores, alunos e colegas de trabalho. Prof. Luis Fernando Bueno do SIPAM e UNIR, Sra. Márcia Cristina Pinto e a Drª. Lucia Altomar do INSS-RO, Enfª. Ana Flora Gerhardt e aos colegas do CEREST-RO, Aos docentes e trabalhadores do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UnB, e em especial aos docentes da Saúde do Trabalhador da UnB. 39