Boletim Aon. Nesta edição. Seguro para eventos: retorno garantido e segurança para quem promove e para quem participa

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Aon Risk Solutions Boletim Aon Janeiro 2016 Nesta edição 02 03 04 Seguro para eventos: retorno garantido e segurança para quem promove e para quem participa O Seguro de Transportes e a proteção em caso de greves ou tumultos Seguro de crédito é ferramenta estratégica para as empresas Iniciamos o ano de 2016 com muitas expectativas. De um lado, os sinais econômicos e políticos não são otimistas, e muito disso já está mais do que diagnosticado e afetando o dia a dia das empresas e das pessoas. De outro, o mercado de seguros ainda apresenta sinais positivos de crescimento contínuo e robusto, mesmo que em proporções inferiores ao que vimos nos últimos anos. Esse dado tem importância significativa. O mercado de seguros tem muito a crescer. No Brasil, seu índice de participação sobre o PIB ainda está aquém de outras economias do mesmo porte, ou até menores. 05 06 Seguro Cyber: proteção para dados de sua empresa e de seu cliente Seguro para Barragens No entanto, temos produtos e nichos com enorme potencial de crescimento. Os produtos recentemente lançados, como o Seguro de Responsabilidade Civil para Danos Ambientais e o Seguro para Riscos Cibernéticos, crescerão muito, a exemplo de outras economias. Além deles, o Seguro de Garantia tornou-se um instrumento importante como alternativa para produtos bancários, mais onerosos e que tomam crédito de quem precisa. E há também outros nichos com potencial de crescimento fantástico, como os de Seguro-Saúde e de Seguro de Responsabilidade Civil. É importante notar que o mercado segurador brasileiro vem passando por um processo de mudança em que a participação dos chamados Global Players é cada vez maior. Ou seja, o Brasil está definitivamente inserido no radar dos grandes grupos seguradores e resseguradores, e isso certamente trará alguns benefícios, como maior troca de experiências e maior rapidez na chegada de produtos e práticas ao mercado local. E podemos ainda esperar em 2016 um mercado altamente competitivo. Os contratos das seguradoras locais seguem o mesmo comportamento das renovações ocorridas no final de 2015, com queda nos preços por conta do excesso de capacidade e abundância de capital. Isso faz com que o mercado permaneça no estágio soft. Que o mercado de seguros continue em crescimento em 2016! A Aon certamente continuará investindo em seus talentos e na busca das melhores soluções e produtos para nossos clientes. Marcelo Homburger Vice-Presidente Executivo Aon Risk Solutions Brasil Risk. Reinsurance. Human Resources.

Eventos Seguro para Eventos: retorno garantido e segurança para quem promove e para quem participa Um espetáculo segurado tem muito mais chances de ser bem-sucedido e gerar bons resultados para todos. No Brasil, esse segmento tem um forte crescimento. O motivo é que no país, embora sejam realizados entre 40 mil e 60 mil eventos por mês, apenas 15% deles são segurados. Levando em conta que, nos últimos anos, o Brasil se tornou palco para a realização de grandes competições esportivas, shows, feiras e encontros, a contratação correta de um seguro reflete na gestão de todo o processo e garante a tranquilidade e a responsabilidade dos organizadores, evitando prejuízos financeiros de todos os envolvidos, sejam eles patrocinadores, exibidores, promotores ou fornecedores contratados para prestar serviços, desde a montagem até a desmontagem. É bom lembrar que as companhias que terceirizam o serviço ou não se atentam à linha do seguro na planilha de custos de suas ações de marketing podem ter problemas. O motivo é que a contratação dessa proteção é crucial para a atividade. Casos famosos que chamaram a atenção da sociedade, entre eles a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria (RS), acidentes na Copa do Mundo e na visita do Papa Francisco ao Rio de Janeiro, situações de não comparecimento de artistas a shows ou adiamento de espetáculos, como a interrupção do show do Iron Maiden por causa da queda de um alambrado no Rio de Janeiro e, mais recentemente, o cancelamento do show do U2 em Paris em razão dos atentados terroristas, são exemplos de sinistros que podem resultar em grandes prejuízos financeiros para as empresas se elas não estiverem seguradas. Organizações de todos os tamanhos devem avaliar a questão seriamente e adotar essas medidas preventivas. Há opções para eventos de todos os portes: Seguro de Responsabilidade Civil para Feiras e Exposições: previne o organizador contra acidentes com terceiros em sua feira e problemas futuros com o evento. Seguro de Responsabilidade Civil para Eventos Artísticos, Esportivos e Similares: a cobertura básica inclui o período do evento e tumulto. Seguro para Cancelamento, Adiamento ou Interrupção de Eventos (no show): garante o reembolso ao segurado até o limite da importância segurada contratada por prejuízos cobertos. Seguro para Equipamentos Riscos Diversos: garante a indenização ao segurado até o limite da importância segurada contratada. Seguro de Acidentes Pessoais Obrigatórios, conforme Lei Estadual 11.265/02, para eventos onde haja cobrança de ingressos: no Estado de São Paulo, existe a obrigatoriedade por lei de cobertura de seguro de acidentes pessoais coletivos em eventos artísticos, desportivos, culturais e recreativos com renda proveniente de cobrança de ingressos. Midiã Borges Consultora Especializada na Área de Seguros de Entretenimento Boletim Aon Aon Risk Solutions 02

Transporte O Seguro de Transportes e a proteção em caso de greves ou tumultos Em um primeiro momento, uma paralisação de caminhoneiros em rodovias para exigir melhores condições de trabalho à categoria pode parecer apenas uma greve localizada e sem maiores consequências, já que esse mecanismo de protesto é um direito dos trabalhadores no Brasil. Mas a verdade é que as manifestações que ocorreram recentemente no Brasil, atingindo Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande Sul, entre outros estados, foram muito além. Os motoristas não apenas paralisaram estradas fundamentais para o escoamento da produção agropecuária e industrial, como também reivindicaram a renúncia da presidente da República, redução do valor do diesel, anulação de multas emitidas em manifestações anteriores, liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos e aposentadoria com 25 anos de contribuição. Tudo isso teve enorme impacto para a sociedade, pois, com a paralisação de vias importantes, houve o desabastecimento de itens de primeira necessidade, como combustíveis, alimentos, matérias-primas e equipamentos, a interrupção do tráfego nas estradas, danos a terceiros decorrentes do atraso de encomendas e, ainda, o risco de destruição do patrimônio público, de propriedades particulares e de violência, se ocorressem confrontos entre os manifestantes e as forças policiais. Quando se fala especificamente das empresas envolvidas em toda a cadeia do transporte rodoviário, além dos transtornos pontuais, também pode ter havido os prejuízos imediatos pelo não cumprimento das entregas e pelos riscos sofridos pelas cargas. Há, porém, uma notícia alentadora: todos esses custos podem ter cobertura por meio do seguro de transportes, que repara as perdas causadas por tais protestos. Muitas apólices não cobrem riscos causados por tumultos, greves e comoções civis, mas, no caso do seguro de transportes, existe a possibilidade de incluir cobertura adicional para eventos como os ocorridos recentemente no país. A contratação dessa categoria de cobertura garante aos embarcadores a reparação em caso de perdas e danos à carga transportada. No entanto, é fundamental que os usuários observem os prazos de término dos contratos e solicitem a extensão de cobertura até o final da viagem. Ricardo Guirao Diretor de Transportes Boletim Aon Aon Risk Solutions 03

Produtos Financeiros Seguro de crédito é ferramenta estratégica para as empresas O Brasil vive um momento de grande complexidade, e o atual panorama econômico, com crescimento da inflação, aumento da taxa de juros, disparada do dólar, alta do desemprego e queda do consumo, resulta em grandes dificuldades para as empresas equilibrarem seus caixas, a ponto de elas recorrerem a medidas extremas para continuar em operação. De janeiro a outubro deste ano, tal movimento vem ocorrendo com mais intensidade, pois o número de recuperações judiciais subiu cerca de 40% em relação ao mesmo período de 2014. E, mais do que nunca, as organizações estão endividadas: são cerca de 4 milhões de empresas inadimplentes, o que corresponde à metade do número de companhias em operação no país. É bom lembrar, porém, que esses dados refletem não somente o momento de crise pelo qual passa o Brasil, mas também a falta de preparo das empresas para manter a competitividade e evitar grandes perdas. Em tais casos, é recomendável fazer um planejamento de longo prazo. É justamente nesse ponto que entra o seguro, pois, além de garantir o recebimento de vendas futuras, ele possibilita às organizações fazer melhor uso de seu capital produtivo, otimizando a rentabilidade e a competitividade no mercado. A principal cobertura para esses casos é o seguro de crédito, que é elaborado para evitar perdas em todas as faixas de carteira e transfere o risco para o mercado segurador. Ao garantir o recebimento de vendas futuras, as companhias podem planejar melhor a utilização de seu capital produtivo. Outros benefícios dessa modalidade são acesso a um capital mais barato, redução de custos de cobrança e com agências de informação, além de elevação dos índices de balanço. Em suma: o seguro de crédito é uma importante ferramenta estratégica que resulta em aumento de vendas e melhoria das práticas de governança corporativa, duas condições fundamentais para atravessar a crise. A expectativa é que, mesmo com o grande volume de sinistralidade R$ 749,9 milhões para os casos de inadimplência no período de junho de 2014 a junho de 2015, o mercado se mantenha estável e aberto para a contratação de novas apólices em 2016. Magno Guimarães Gerente de Produtos Financeiros Boletim Aon Aon Risk Solutions 04

Responsabilidade Civil Seguro Cyber: proteção para dados de sua empresa e de seu cliente Manter informações protegidas é cada vez mais imperativo para as empresas em um contexto em que ataques virtuais podem ser usados em disputas planetárias entre governos, terroristas e hackers. As companhias de maneira geral também devem ficar atentas a qualquer tipo de ameaça e estar preparadas para proteger os próprios dados e os de seus clientes. O seguro cibernético é ideal para trazer mais segurança para as organizações, mas, de acordo com o Relatório Global de Impacto Cibernético 2015 da Aon, o mercado tem muito a crescer. Isso porque ainda são poucas as empresas que o contratam. De acordo com o estudo, que envolveu 2.243 participantes de 37 países, apenas 19% das companhias no mundo todo adquirem esse seguro. Se for considerado somente o Brasil, o índice é inferior a 1%. Essa grande diferença é aparente entre o mercado americano, que contrata mais esse tipo de cobertura, e o brasileiro, que ainda engatinha. O motivo é a legislação: quando há um vazamento de informações de clientes, por exemplo, as instituições americanas são obrigadas a fazer um procedimento chamado disclosure, que consiste em comunicar a mídia e toda a sua base de contatos sobre o caso de perda de segurança das informações para que as pessoas envolvidas tomem as providências necessárias. No Brasil, no entanto, não há essa obrigatoriedade legal e as organizações, tanto no país como no resto do mundo, procuram investir apenas em medidas de proteção de seus sistemas, como atualização constante de softwares, barreiras extras de antivírus, ferramentas de prevenção de perda de dados, criptografia e sistemas de gestão de acessos. O problema é que, mesmo quando há a preocupação de prevenir danos, podem ocorrer falhas de segurança. Foi o que afirmaram representantes de empresas mundiais participantes do levantamento da Aon: os principais tipos de violação de dados foram ataques cibernéticos que causaram rupturas dos negócios e da tecnologia da informação (48%) e negligência ou erros que resultaram em perda de dados confidenciais (30%). Isso significa que, mesmo gastando altas quantias para evitar vírus, invasão por hackers e vazamento de informações, as empresas estão sujeitas a eventos inesperados. Para minimizar os riscos, o ideal é aliar as barreiras de proteção com um seguro cibernético para trazer mais tranquilidade em caso de falhas ou ataques. Por exemplo, com a cobertura de Responsabilidade Cibernética (Cyber Liability), que cobre custos com defesa judicial em casos de reclamação, violação de privacidade e corrupção de dados armazenados, o segurado tem eventuais prejuízos financeiros cobertos pela apólice. Essa segurança representa um diferencial de mercado para as companhias, pois elas mostram aos clientes que, além de estarem prevenidas com programas e muita tecnologia, também estão resguardadas de ataques externos e podem restituir as perdas de seus parceiros se elas ocorrerem. Outro tipo de cobertura previsto nessas apólices é a restituição da imagem pessoal e corporativa para mitigar danos à reputação e lucros cessantes, ou seja, em caso de exposição de informações pessoais de um banco de dados de clientes que resulta em prejuízo, é feita a indenização para minimizar as perdas. Mais do que simplesmente proteger dados, as coberturas inclusas no seguro cibernético funcionam como um investimento de longo prazo, justamente porque foram criadas para restituir a perda de ativos de informação com potencial de rendimento futuro, como estudos para novos produtos, em que é necessário estruturar apólices para mitigar prejuízos caso ocorra o roubo de informações sigilosas. Assim, no momento da contratação, a empresa deve expor suas necessidades e expectativas para que a corretora de seguros desenhe a cobertura mais adequada para a situação. Maurício Bandeira Produtos Financeiros Boletim Aon Aon Risk Solutions 05

Infraestrutura Seguro para Barragens Presenciamos, recentemente, uma das maiores tragédias do Brasil, com danos humanitários, ambientais e materiais de grandes proporções causados pelo rompimento de duas barragens de rejeitos. A razão para a gravidade do caso é que no processamento do minério de ferro, usado como matéria-prima para a fabricação de aço, é produzida uma substância muito parecida com lama. Após o processo de mineração, quando não tem mais utilidade, ela é transportada para um grande reservatório a céu aberto. Para isso, na maioria das vezes, usa-se o relevo da região com a inclusão de estruturas de contenção. O rompimento dessas barreiras, por motivos ainda desconhecidos, fez com que essa lama represada fluísse de forma violenta, atingindo imóveis, soterrando pessoas e causando severos danos ao meio ambiente. A essa altura dos acontecimentos, muitas pessoas querem saber se os prejuízos podem ser minimizados, pelo menos financeiramente, por algum tipo de seguro. Nesse caso, há três opções principais: o Seguro de Riscos Operacionais (com a cobertura opcional de Lucros Cessantes), o de Responsabilidade Civil Operações e o de Riscos Ambientais. O Seguro de Riscos Operacionais tem por objetivo indenizar os prejuízos resultantes dos danos materiais sofridos pelos bens da mineradora, como o custo para o reparo das barragens. Já a cobertura Lucros Cessantes visa ressarcir os prejuízos financeiros da empresa ocasionados pela necessidade de parada da operação durante o período de recuperação das barragens rompidas. O Seguro de Responsabilidade Civil Operações ampara os danos corporais e materiais causados a terceiros, como a destruição de imóveis, veículos e plantações, além de indenizações às vítimas da tragédia provocada pela ação da lama no deslocamento. Já o Seguro de Risco Ambiental visa proteger a mineradora dos prejuízos causados ao meio ambiente. Esse é o mais recente no Brasil e, por esse motivo, ainda não muito empregado, porém cada vez mais importante no cenário atual e com condições mais viáveis de contratação. As coberturas para danos às barragens, bem como para os decorrentes de seu rompimento, no entanto, não são concedidas automaticamente pelas seguradoras. Para isso, elas exigem a apresentação de laudos de estabilidade das estruturas, e esses documentos devem ser emitidos por empresas especializadas. Somente por meio do procedimentopadrão é que os profissionais das seguradoras podem analisar a concessão ou não dos respectivos seguros. Contudo, é muito importante que as empresas se planejem para adquirir a proteção necessária para suas atividades, principalmente se elas têm impacto ambiental e social. Só assim catástrofes como a ocorrida em Mariana poderão ser evitadas. Clemens Freitag Diretor de Infraestrutura Boletim Aon Aon Risk Solutions 06