Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira



Documentos relacionados
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS. Aula 12- Unidade III. Análise avançada das demonstrações contábeis. Prof.: Marcelo Valverde

Ciclo Operacional. Venda

ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL

ABERTURA DAS CONTAS DA PLANILHA DE RECLASSIFICAÇÃO DIGITAR TODOS OS VALORES POSITIVOS.

Gestão Capital de Giro

CENTRO DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA I CAPITAL DE GIRO

2ª edição Ampliada e Revisada. Capítulo 6 Grupo de contas do Balanço Patrimonial

ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL. FASF - Faculdade Sagrada Família - Curso de Administração - Disciplina Contabilidade Geral - 3º periodo

Ao se analisar o comportamento do fluxo de recursos provenientes das operações mercantis das empresas, é possível retratar tal como a figura a seguir:

Contabilidade Básica

Administração Financeira a Curto Prazo

APURAÇÃO DO RESULTADO (1)

No concurso de São Paulo, o assunto aparece no item 27 do programa de Contabilidade:

CONTABILIDADE GERAL PROFESSOR: OTÁVIO SOUZA QUESTÕES COMENTADAS. Neste artigo comentarei algumas questões de provas sobre o tema Análise de Balanços.

BALANÇO PATRIMONIAL / composição 1

Contabilidade Empresarial Demonstrações Financeiras: O Balanço Patrimonial. Prof. Dr. Dirceu Raiser

ASPECTOS AVANÇADOS NA ANÁLISE

4 Fatos Contábeis que Afetam a Situação Líquida: Receitas, Custos, Despesas, Encargos, Perdas e Provisões, 66


10. Balanço Patrimonial Plano de Contas

Graficamente, o Balanço Patrimonial se apresenta assim: ATIVO. - Realizável a Longo prazo - Investimento - Imobilizado - Intangível

Balanço Patrimonial. Art O Balanço Patrimonial demonstrará: I o Ativo Financeiro

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

ANÁLISE FINANCEIRA VISÃO ESTRATÉGICA DA EMPRESA

Olá, pessoal! Bons estudos! Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro.

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira

CONTABILIDADE E CUSTOS Atualizado em 14 de abril de 2009

Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas:

A Geradora Aluguel de Máquinas S.A.

1-DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS BÁSICOS 1.1 OBJETIVO E CONTEÚDO

CONTABILIDADE AVANÇADA CAPÍTULO 1: DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

Resultados 1T07 10 de maio de 2007

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)

UNIDADE I INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 1.1 NATUREZA E DEFINIÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

REDE DE ENSINO LFG AGENTE E ESCRIVÃO PF Disciplina: Noções de Contabilidade Prof. Adelino Correia Aula nº09. Demonstração de Fluxo de Caixa

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO CIRCULANTE , ,44

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014.

Interpretando a Variação da Necessidade de Capital de Giro

2ª edição Ampliada e Revisada. Capítulo 10 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

Aula 2 Contextualização

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS. Aula 7- Unidade II Análise tradicional das demonstrações contábeis. Prof.: Marcelo Valverde

Demonstrações Contábeis

2ª edição Ampliada e Revisada. Capítulo 5 Balanço Patrimonial

5 Análise do Balanço Patrimonial

1. Noções Introdutórias. Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio em suas variações quantitativas e qualitativas.

CNPJ / CET - BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE MAIO DE 2015 (Em R$ Mil)

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SERGIPE - CIÊNCIAS CONTÁBEIS QUESTÕES

Comentários da prova ISS-SJC/SP Disciplina: Contabilidade Professor: Feliphe Araújo

Relação entre Capital de Giro e Necessidade de Capital de Giro.

GPME Prof. Marcelo Cruz

Logística Prof. Kleber dos Santos Ribeiro. Contabilidade. História. Contabilidade e Balanço Patrimonial

Resumo Aula-tema 04: Dinâmica Funcional

Administração do Caixa

Unidade II CONTABILIDADE. Prof. Jean Cavaleiro

Contabilidade Geral Correção da Prova 2 Analista Técnico Controle e Fiscalização - Susep 2010 Prof. Moraes Junior CONTABILIDADE GERAL

1.1 Demonstração dos Fluxos de Caixa

FUNDAMENTOS DA GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO. Isabele Cristine e Vivian Vasconcelos

CONTABILIDADE SOCIETÁRIA AVANÇADA Revisão Geral BR-GAAP. PROF. Ms. EDUARDO RAMOS. Mestre em Ciências Contábeis FAF/UERJ SUMÁRIO

TCE-TCE Auditoria Governamental

Fundamentos de Contabilidade. Representação do Patrimônio. Professor Isnard Martins

Vamos, então, à nossa aula de hoje! Demonstração de Fluxo de Caixa (2.ª parte) Método Indireto

CONTABILIDADE GERAL E GERENCIAL

Os valores totais do Ativo e do Patrimônio Líquido são, respectivamente,

INSTRUMENTO DE APOIO GERENCIAL

DECIFRANDO O CASH FLOW

18- PLANILHA DOS METODOS DIRETO E INDIRETO DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA MÉTODO DIRETO

O que é Patrimônio? O PATRIMÔNIO: CONCEITOS E INTERPRETAÇÕES 14/08/2015 O PATRIMÔNIO

FANOR. MBA Internacional - Finanças. DISCIPLINA: Análise Financeira Estratégica. PROFESSOR: José Moraes Feitosa (Neto)

Workshop Rentabilidade e liquidez nas instituições de ensino Guilherme da Nóbrega Milton dos Santos

2.1 Estrutura Conceitual e Pronunciamento Técnico CPC n 26

Questões de Concursos Tudo para você conquistar o seu cargo público ]

PÓS GRADUAÇÃO DIRETO EMPRESARIAL FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE E LIVROS EMPRESARIAS PROF. SIMONE TAFFAREL FERREIRA

Princípios Fundamentais Contabilidade

CONTABILIDADE GERAL E GERENCIAL

Unidade II ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA

Análise Horizontal. Consiste no estabelecimento de um ano-base, no qual cada item componente da demonstração

Análise Dinâmica do.capital de Giro

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL

FUNDAÇÃO DAS ESCOLAS UNIDAS DO PLANALTO CATARINENSE LAGES - SC BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE. Valores expressos em Reais ATIVO

FCPERJ UCAM Centro. Contabilidade Empresarial DFC. Prof. Mônica Brandão

Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas CCESA. Bacharelado em Ciências Contábeis CONTABILIDADE GERAL. Profª. Cristiane Yoshimura

ATIVO Explicativa PASSIVO Explicativa

Contabilidade Financeira

Professor conteudista: Hildebrando Oliveira

Conceito de Contabilidade

Administração Financeira: princípios,

Sistema de contas. Capítulo 2 Sistema de contas

UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA REGIONAL DE CHAPECÓ - UNOCHAPECÓ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II

Turno/Horário Noturno PROFESSOR: Salomão Soares AULAS Apostila nº.

Prefácio, xvii. Parte I Ambiente da Análise Financeira, 1

INDICADORES FINANCEIROS NA TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS

BERJ PUBLICA BALANÇO DE 2007 AUDITADO (25/08/2008)

Conteúdo. Fundamento da Contabilidade. Prof. Adilson C. Bassan

ANÁLISE DE BALANÇO DAS SEGURADORAS. Contabilidade Atuarial 6º Período Curso de Ciências Contábeis

De acordo com a NBC TG16(R1), estoques, seu item número 9 define como os estoques devem ser mensurados, assim transcrito abaixo:

COMPANHIA DE SANEAMENTO DE SERGIPE - DESO. Aracaju - SE BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO A T I V O CIRCULANTE

DOAR DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS UMA REVISÃO DOS CONCEITOS MAIO / Autor - Manoel Moraes Jr

Transcrição:

Aula 3 Gestão de capital de giro Introdução Entre as aplicações de fundos por uma empresa, uma parcela ponderável destina-se ao que, alternativamente, podemos chamar de ativos correntes, ativos circulantes, ou capital de giro. Poderíamos dizer que os ativos correntes constituem o capital da empresa que circula até transformar-se em recursos financeiros dentro de um ciclo de operações. Em vista dessa formulação, o curto prazo como duração desse ciclo de operações realmente varia conforme a natureza das operações da empresa considerada. A otimização de seu custo de oportunidade entre as inúmeras formas de financiar o capital de giro pode representar a diferença entre a liquidez e a insolvência dos recursos financeiros necessários para os negócios da empresa. Compreender os conceitos e os mecanismos operacionais de capital de giro e calcular a necessidade líquida de capital de giro, saldo de caixa e sua respectiva análise são os objetivos deste capítulo e, para que haja condições satisfatórias ao desdobramento deste assunto, é necessário ter conhecimento das contas do balanço patrimonial e saber diferenciá-las, esses conteúdos você poderá encontrar na disciplina Contabilidade Geral, mais especificamente nas aulas sobre contas do ativo e do passivo circulante. Logicamente, estas contas serão tomadas como base para compreender a sistemática de uma eficaz administração do capital de giro, daí a importância desse pré-requisito. Sem esse conhecimento, será bem mais difícil reclassificar as contas do ativo e passivo circulante, extraídas do balanço patrimonial, para calcular a necessidade líquida de capital de giro. 3.1 Administração de recursos de curto prazo O financiamento de capital de giro é importante não só para a análise da empresa do ponto de vista financeiro, ou seja, análise de caixa, mas também para a análise de estratégias de financiamento, crescimento e lucratividade. 3.1.1 Capital de giro O capital de giro é também chamado de capital circulante e corresponde aos recursos do ativo circulante operacional que giram constantemente dentro do ciclo operacional da empresa. Após este ciclo, o capital de giro e a cada transformação, quando o capital retornar ao seu estado monetário, deverá estar com valores maiores do que o valor inicial. 3.1.2 Capital circulante líquido A diferença entre o ativo circulante (ativo corrente) e o passivo circulante (passivo corrente) é o capital circulante líquido (CCL), ou capital de giro líquido (CGL). Quando a soma dos elementos do ativo circulante é maior do que a soma dos elementos do passivo circulante, o CCL é positivo. Em caso contrário, o CCL é negativo. Quando a soma dos elementos do ativo corrente é igual à soma dos elementos do passivo corrente, o CCL é nulo. Verifica-se que, na situação do CCL positivo, uma parte do ativo circulante está sendo financiada pelo passivo não circulante, que são os recursos de longo prazo, ou seja, pelo Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido. Em caso do CCL negativo, o passivo circulante está financiando parte do ativo não corrente, ou seja, os investimentos de longo prazo classificados pelo Realizável a Longo Prazo e em Ativo Permanente. Na situação do CCL nulo, existe equilíbrio entre o ativo circulante e o passivo circulante. 3.1.3 Fontes de capital de giro Os passivos circulantes representam as fontes conservadoras de financiamento a curto prazo do capital de giro da empresa. Algumas fontes são geradas pelas próprias operações, tais como

duplicatas a pagar aos fornecedores, impostos a recolher, salários e encargos sociais a pagar. E outras são provenientes de atividades financeiras, como os financiamentos e empréstimos bancários. Outras fontes de financiamento não conservadoras são onerosas, pois geram encargos financeiros, tais como empréstimos, financiamentos bancários e parcelamento de impostos vencidos. As duplicatas a pagar aos fornecedores embutem encargos financeiros de uma forma ou de outra, porque ocorre, o preço normal de tabela, com prazo de pagamento de 30 dias, mas obtémse um desconto, se for pago à vista. Nesse caso, deve ser considerado como preço normal aquele de pagamento à vista e preço normal de tabela o preço com encargos financeiros incluídos. Existem fontes de financiamento não onerosas geradas naturalmente pelas operações normais da empresa. Que são: salários a pagar, encargos sociais a recolher, impostos a recolher e provisões para férias e 13º salário. Também existe grande variedade de operações financeiras no mercado financeiro que atende às necessidades de financiamento de curto prazo das empresas. 3.2. Necessidade líquida de capital de giro Os balanços patrimoniais fornecem dados para cálculo da necessidade de capital de giro. A Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG) é a diferença entre o Ativo Circulante Operacional (ACO) e o Passivo Circulante Operacional (PCO). O ACO, à medida que vai sendo realizado, é substituído por outro ativo de mesma natureza, para manter o nível das atividades de operações. O PCO, à medida que vai sendo liquidado, também é substituído por outro passivo de mesma natureza. Portanto, as contas do ACO e do PCO são chamadas contas cíclicas. O Saldo de Tesouraria (ST) ou Saldo de Caixa é a diferença entre os ativos e os passivos pertencentes às contas cíclicas, assim chamadas porque não precisam ser repostas com os ativos e passivos de mesma natureza, para que a empresa continue funcionando. São contas do Ativo Circulante Não Operacional (ACNO) e do Passivo Circulante Não Operacional (PCNO), de natureza financeira, não relacionadas diretamente com as atividades operacionais. O ACO representa a aplicação natural de capital de giro, e o PCO representa a fonte natural de capital de giro, ambos existentes em função dos negócios. O ACNO representa a aplicação de capital de giro em atividades financeiras e o PCNO representa fonte de capital de giro de natureza não operacional. Podemos ter as seguintes situações: Aplicações de capital de giro /ativo circulante operacional ==> ACO Fontes de capital de giro / passivo circulante operacional ==> PCO Outras contas do ativo circulante não operacional ==> ACNO Outras contas do passivo circulante não operacional ==> PCNO Saldo da tesouraria ou de caixa ==> ST Necessidade líquida de capital de giro ==> NLCG ACO > PCO ==> indica que a empresa necessita de recursos para financiar capital de giro dos negócios. ACO < PCO ==> indica que a empresa dispõe de fontes para financiar outras aplicações de capital de giro dos negócios. ACNO > PCNO - indica que a empresa tem aplicações de recursos no curto prazo; portanto, tem uma situação financeira favorável no curto prazo ACNO < PCNO - indica que os recursos de terceiros da empresa estão financiando as atividades operacionais.

Obs.: para analisar a situação financeira de curto prazo da empresa, usaremos o quadro de reclassificação do balanço patrimonial, conforme modelo a seguir. Quadro Modelo 1: Reclassificação das contas do circulante: ATIVO CIRCULANTE Aplicações de Capital de Giro - duplicatas a receber (clientes) - estoques - despesas antecipadas - adiantamentos - despesas do exercício seguinte PASSIVO CIRCULANTE Fontes de Capital de Giro fornecedores obrigações fiscais obrigações tributárias obrigações trabalhistas obrigações previdenciárias Outras Contas do Ativo Circulante Outras Contas do Passivo Circulante - disponível (caixa e bancos) - aplicações financeiras - outras duplicatas descontadas instituições financeiras outras Exemplo um (resolvido) Dado o balanço patrimonial a seguir da empresa Tudolimpo Ltda. Pede-se: a) reclassificar o Balanço Patrimonial; b) calcular a Necessidade Liquida de Capital de Giro (NLCG) e saldo de caixa; c) analisar os resultados. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO 2007 2006 2007 2006 CIRCULANTE 3.306.457 3.782.279 CIRCULANTE 3.967.455 4.483.263 Disponibilidade 47.698 119.663 Fornecedores 2.376.741 2.726.660 Duplicatas a Receber 1.226.639 1.605.154 Instituições financeiras 490.492 757.807 Outros créditos 968.679 1.142.863 Obrigações sociais 311.869 270.773 Estoques 991.502 829.219 Obrigações previdenciárias 94.752 83.207 Investimentos temporários 52.641 61.945 Obrigações tributárias 311.984 460.552 Despesas para o exercício seguinte 19.298 23.433 Outras obrigações 381.610 184.263 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 250.061 208.886 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 1.994.100 1.936.820 Depósito compulsório 102.115 102.115 Instituições financeiras 39.735 Depósito judiciário 145.115 103.413 Obrigações tributárias e previdenciárias 557.585 630.570 Outros créditos 2.831 3.358 Diretores e acionistas 1.436.515 1.166.515 PERMANENTE 3.496.967 3.120.309 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.091.930 791.390 Investimentos 2.091 2.091 Capital social 2.380.000 2.380.000 Imobilizado 3.494.876 3.118.218 Reservas 309.506 304.860 ---------------- --------- --------- Resultado acumulado (1.597.576) (1.893.470) TOTAL ATIVO 7.053.485 7.111.474 TOTAL PASSIVO 7.053.485 7.111.474

1 Passo: Reclassificação do BP, conforme quadro modelo 01 APLICAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO FONTES DE CAPITAL DE GIRO 2007 2006 2007 2006 Duplicatas a Receber 1.226.639 1.605.155 Fornecedores 2.376.741 2.726.660 Estoques 991.502 829.220 Obrigações sociais 311.869 270.773 Despesas do exercício seguinte 19.298 23.433 Obrigações previdenciárias 94.752 83.207 ----------------- ----------- --------- Obrigações tributárias 311.984 460.552 Total ACO 2.237.439 2.457.808 TOTAL PCO 3.095.346 3.541.192 OUTRAS CONTAS DO ATIVO CIRCULANTE OUTRAS CONTAS DO PASSIVO CIRCULANTE 2007 2006 2007 2006 Disponibilidade 47.698 119.663 Instituições financeiras 490.499 757.808 Outros créditos 968.679 1.142.863 Outras obrigações 381.610 184.263 Investimentos 52.641 61.945 ------------------- --------- ------- TOTAL ACNO 1.069.018 1.324.471 TOTAL PCNO 872.109 942.071 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 250.061 208.886 EXIGIVEL A LONGO PRAZO 1.994.100 1.836.820 PERMANENTE 3.496.967 3.120.309 PATRIMONIO LÍQUIDO 1.091.930 791.390 TOTAL ATIVO 7.053.485 7.111.474 TOTAL PASSIVO 7.053.485 7.111.474 2 Passo: Cálculo das NLCG e Saldo de CAIXA Necessidade Liquida de Capital de Giro 2007 2006 ACO 2.237.439 2.457.808 (-) PCO 3.095.346 3.541.192 = NLCG (857.907) (1.083.384) Saldo de Tesouraria ou de Caixa 2007 2006 ACNO 1.069.018 1.324.471 (-) PCNO 872.109 942.071 = SALDO DE CAIXA 196.909 382.400 3 Passo: Análise do resultado Esta empresa apresentou valores do ACO < PCO, nos dois anos, ou seja, as aplicações do capital de giro são inferiores às fontes do capital de giro. Estes valores indicam que esta empresa não tem necessidade de financiamento de capital de giro, pois há fontes suficientes para manter o giro dos negócios para o ano de 2008. Em 2007, houve uma perda de 20,813% nas sobras de capital de giro, em valores absolutos substanciais, isto é, R$ 225.477,00 (NLCG =-857.907 +1.083.384). Por outro lado, há também um saldo de caixa positivo nos dois anos, bem verdade que em 2007 em 48,507%, a menos que no ano de 2006,ou seja, em valores absolutos em R$ 185.491,00. Podemos concluir que esta empresa tem condições financeiras bem satisfatórias, tanto em capital de giro como no saldo da tesouraria ou caixa.

3.3 Administração do ciclo financeiro Com base em dados contábeis, pode-se administrar os prazos médios de recebimentos e de pagamentos. A administração do ciclo financeiro contribui significativamente para a redução dos encargos financeiros e a maximização do lucro. O ciclo de caixa ou ciclo financeiro Pode ser calculado com a seguinte equação: Onde: CF = ciclo financeiro ou de caixa N = número de dias do período (um ano = 365 dias) RB = receita bruta deduzida das vendas canceladas CCL = Capital Circulante Líquido AC = Ativo Circulante PC = Passivo Circulante Exemplo dois: (resolvido) 2004 2005 2006 Receita Bruta 1.500.000 1.800.000 2.100.000 NLCG 20.215 486.771 612.658 Ciclo Financeiro (dias) 4,9 98,7 106,48 Análise: isso representa que a empresa tinha um ciclo financeiro de 4,9 no dia 31/12/2004, o ciclo financeiro sofreu forte aumento em 31/12/2005 e passou a ser de 98,7 dias e para 106,48 dias em 31/12/2006, o que significa que a empresa passou a depender substancialmente do capital de giro. Quanto menor o ciclo financeiro (CF), mais liquidez para a empresa. O giro de caixa é a quantidade de vezes que o ciclo financeiro ou ciclo de caixa ocorre dentro de determinado período. Por exemplo: os dados a seguir indicam que o giro de caixa ocorre em: (365 dias / 4,9 dias = 74,21 vezes ) para 2004 (365 dias / 98,7 dias = 3,69 vezes) para 2005 (365 dias / 106,48 dias = 3,43 vezes) para 2006 Dimensionamento da necessidade liquida de capital de giro

Exemplo três: (resolvido) Se a empresa desejar aumentar em 20% sua Receita bruta, que atualmente é de R$ 2.186.000,00, em determinado ano, mantendo o ciclo financeiro de 102 dias, qual será a necessidade líquida de capital de giro? Calculando como segue a seguir: CF = ciclo financeiro ou de caixa. NLCG = necessidade liquida de capital de giro. RB = receita bruta. (1 + i) = índice de aumento da receita bruta. A NLCG aumentará para R $733.058,63, ou seja, aumentará também em 20%, pois o ciclo financeiro ou de caixa é o mesmo. Se a empresa tiver limitação para aumentar as fontes de capital, mas deseja aumentar o volume de vendas em 20%, sua NLCG estará reduzida em 20%, por conseqüência, seu ciclo financeiro diminuirá para 82 dias, ou seja, também em 20% como demonstrado a seguir: (100% - 20% = 80%) 733.058,63 x 0,80 = 586.446,90 Para concluir este assunto, deve ficar claro que a apuração das necessidades líquidas de capital de giro (NLCG) é fundamental para a gestão financeira operacional da empresa, porque, ao necessitar recuperar os custos, despesas operacionais e as despesas financeiras incorridas no processo produtivo, essa gestão possibilitará à empresa a obtenção do lucro desejado com a efetivação das vendas de bens e serviços prestados. Estudaremos, no próximo capítulo, a gestão patrimonial da empresa que é composta pelas contas de estoques determinando o lote ideal de compras, as contas a pagar onde teremos que determinar se as compras serão a prazo ou à vista, também as contas a receber, porque é preciso recuperar os custos e despesas operacionais das vendas. Resumo Observa-se que, ao apurar as necessidades líquidas de capital de giro na empresa, estaremos levantando a necessidade de fontes de capital de giro que a empresa irá aplicar, no próximo ano, no giro de seus negócios. Por outro lado também, nos possibilitará identificar a não necessidade de novas fontes de capital e giro, pois neste caso indica ama situação confortável em relação ao capital de giro necessário para gerir os negócios no futuro. Atividades 1. Como se define capital circulante líquido? Assinale verdadeiro ou falso, entre as alternativas a seguir. ( ) diferença entre o disponível e o passivo corrente ( ) diferença entre o ativo corrente e o passivo corrente ( ) diferença entre o estoque corrente e o passivo corrente ( ) diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante