As exportações nos estados da Região Sul do Brasil por intensidade tecnológica entre 1996 a 2007



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Transcrição:

IPES Texo para Discussão Publicação do Insiuo de Pesquisas Econômicas e Sociais As exporações nos esados da Região Sul do Brasil por inensidade ecnológica enre 1996 a 2007 Alexander Nunes Leizke PPGE/UNISINOS Divanildo Triches IPES/UCS/PPGE/UNISINOS Seembro de 2009 Texo nº 036

Alexandre Nunes Leizke e Divanildo Triches e- 2 UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL REITOR Prof. Isidoro Zorzi VICE-REITOR Prof. José Carlos Avino CENTRO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, CONTÁBEIS, E COMÉRCIO INTERNACIONAL Prof a Maria Carolina Rosa Gullo INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS E SOCIAIS Prof Dr.Divanildo Triches PROFESSORES PESQUISADORES Divanildo Triches Enrique Pereira de Almeida Mosar Leandro Ness Wilson Luís Caldar AUXILIARES DE PESQUISA Marli Teresinha Giani Marcos Idalino Rodrigues TEXTO PARA DISCUSSÃO Publicação do Insiuo de Pesquisas Econômicas e Sociais e do Cenro de Ciências Econômicas, Conábeis e Comércio Inernacional da Universidade de Caxias do Sul, para divulgar, em versão preliminar, a produção cienífica e acadêmica de professores, alunos e, ambém, rabalhos apresenados em seminários e esudos feios por pesquisadores e convidados de ouras insiuições. ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA Insiuo de Pesquisas Econômicas e Sociais Cenro de Ciências Econômicas, Conábeis e Comércio Inernacional Universidade de Caxias do Sul Rua Francisco Geúlio Vargas, 1130 95070-560, Caxias do Sul RS ou: Caixa Posal 1352 CEP 95201-972, Bloco J Sala 401 Telefone/ Fax (54) 3218 22 43 hp://www.ucs.br/ucs/insiuos/ipes/publicacoes hp://www.ucs.br

As exporações nos esados da Região Sul do Brasil por inensidade ecnológica enre 1996 a 2007 :. - 3 As exporações nos esados da Região Sul do Brasil por inensidade ecnológica enre 1996 a 2007. Versão 01.09.2009. Alexander Nunes Leizke * Divanildo Triches ** Resumo O objeivo dese arigo é invesigar a concenração por inensidade ecnológica das exporações para cada um dos rês esados da Região Sul do Brasil, no período de 1996 a 2007. Esimam-se os modelos de curo e longo prazo para as funções de ofera e demanda por exporações. Para isso, consideram-se os valores exporados com dados rimesrais, enre 1996 e 2007. A função log-linear é usada em odas as séries emporais, e o Mecanismo de Correção de Erros (MCE), nas relações de curo prazo. Os resulados mosram que, no Rio Grande do Sul, houve um crescimeno expressivo em bens de média ala ecnologia, que praicamene dobraram suas remessas ao esrangeiro. Em Sana Caarina, os produos de baixo grau ecnológico desacam-se com aproximadamene 60% da paua exporada. No Paraná, um crescimeno expressivo das exporações é verificado em bens de ala ecnologia, como equipamenos de comunicação. Nas equações de curo prazo, houve uma relação significaiva enre os valores exporados em períodos aneriores, variando enre um e quaro rimesres, e ano à ofera quano à demanda, em relação às exporações auais. Nas equações de demanda para o longo prazo, os resulados aponam uma relação direa com o crescimeno do comércio mundial. Para ofera de longo prazo, a aberura comercial mosra-se basane significaiva com elasicidades posiivas nos rês esados por faor ecnológico. Palavras-chave: Ofera e demanda por exporações, classificação ecnológica, Região Sul do Brasil. Tile: The expors from saes in souh Brazil by echnological facors from 1996 o 2007. Absrac The objecive of his is o invesigae he range of expored producs from each Sae of he souh region of Brazil, according o he classificaion of echnological degree proposed by OECD in he period from 1996 o 2007 wih quarerly daa. The shor and long erm models for he funcions of supply and demand by expors in each Sae are evaluaed. The log-linear funcion was employed in all ime series and he Errors of Correcion Mechanism (ECM) on he shor-erm relaions. In Rio Grande do Sul, here was an expressive growh of average-high echnology goods, which pracically doubled is expors. In Sana Caarina, he producs of low echnological degree were approximaely 60% from he exporing range. In Paraná, he communicaion equipmen sood ou in is expressive growh of high-echnology goods expors. On he shor-erm equaions, here was an imporan relaion beween he expored values in oher periods and curren expors, ranging from one o four quarers for * Mesre em Economia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). E-mail: alexanderleizke@erra.com.br. ** Douor em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor e Pesquisador no Insiuo de Pesquisa Econômicas e Sociais da Universidade de Caxias do Sul (Ipes/UCS) e no Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, PPGE/Unisinos. E.mails.:driches@ucs.br. e divanildo@unisinos.br.

Alexandre Nunes Leizke e Divanildo Triches e- 4 supply as well as for demand. For he long-erm equaions, a direc relaion wih he growh of he world rade was observed. For he long-erm supply, he degree of open rade is saisically significan wih posiive elasiciies in he hree saes for each echnological facor. Keywords: Supply and demand for expors, echnological classificaion, Souh region of Brazil. JEL Classificaion: C32, C50, F10, F12. 1 Inrodução O comércio exerior brasileiro passou por imporanes ransformações, no período compreendido enre 1996 a 2007. Acompanhando ais ransformações houve uma reversão na posição exerna pela acumulação de superávis na balança comercial do Brasil com o resane do mundo, gerando uma melhora conínua no saldo das ransações correnes. O saldo comercial passou, por exemplo, de um défici de US$ 5,5 bilhões em 1996 para um superávi de US$ 40,0 bilhões em 2007, e foi foremene influenciado pelo incremeno das exporações, sobreudo, a parir de 2000. Para sineizar, as exporações brasileiras mais que dobraram no período 2003-2007, ou seja, iveram um crescimeno nominal de cerca de 170%. No enano, o objeivo dese arigo é invesigar a concenração por inensidade ecnológica das exporações ao longo do período de 1996 a 2007 para cada um dos rês esados da Região Sul do Brasil. Os rês esados da região conjunamene respondem a cerca de 21% das exporações oais brasileiras (referenes ao ano de 2007). Na classificação dos maiores esados exporadores, o Rio Grande do Sul aparece em erceiro lugar, enquano o Paraná em quino e o Esado de Sana Caarina, na nona posição. A classificação uilizada nese esudo é aquela indicada pela OCDE, com o inuio de padronizar e ordenar a análise do comércio inernacional sob a óica da ecnologia. Para ano, ordena as mercadorias de forma a englobar quaro divisões de produos que possuem algum processo de indusrialização, quais sejam, bens de ala ecnologia, de média ala ecnologia, de média baixa ecnologia e de baixa ecnologia. Para verificar esaisicamene as caracerísicas dos produos exporados por inensidade ecnológica, em cada esado sulisa, foram esimadas economericamene as dinâmicas de longo e curo prazo para as equações das funções demanda e ofera. O que se preende idenificar são variáveis explanaórias, como os preços de radables, ciclos inernos, preços relaivos, a absorção exerna, os preços dos

As exporações nos esados da Região Sul do Brasil por inensidade ecnológica enre 1996 a 2007 :. - 5 concorrenes; o cuso de produção; o cuso financeiro; o grau de aberura econômica e correne de comércio, de forma a caracerizar a paua de produos de cada esado por coneúdo ecnológico. Ese esudo foi delimiado no período rimesral de 1996-I a 2007-I, em função da disponibilidade de dados e saliena-se que, em 1999, houve mudança no regime cambial brasileiro que se refleiu, poserior e posiivamene, na paua exporadora após 2000. Esudase ainda a evolução do comércio exerior no Brasil, especialmene quando há incenivos governamenais para maner e elevar a paricipação do país no comércio global. Tal enfoque desacaria, em úlima insância, produos compeiivos inernacionalmene com elevado coneúdo ecnológico, dada sua inserção comercial. Assim, o exo esá organizado, além desa inrodução, como segue: A seção 2 aborda eoricamene os faores ecnológicos e o comércio exerior. As caracerísicas das exporações do Brasil e dos seus rês esados sulisas são descrias na seção 3. O iem 4 analisa com dealhameno a classificação ecnológica, os aspecos meodológicos e os resulados das esimações economéricas. Por fim, a seção 5 apresena as considerações finais e as conclusões. 2 Faores ecnológicos e o comércio exerior A ecnologia em assumido um papel cada vez mais relevane, ano em ermos eóricos quano empíricos, nas explicações dos fluxos inernacionais e dos padrões de comércio observados enre países. Essa abordagem, conundo, remona as conribuições de Posner (1961) e Vernon (1966). Posner (1961) consruiu um modelo com dois países, em que um deles em a liderança ecnológica, e o ouro, após algum período de empo. Assim, a inovação dá poder de monopólio ao país-líder, durane o hiao de empo. Vermon (1966), por sua vez, defendeu a ese de que as vanagens comparaivas das firmas nore-americanas esariam vinculadas à sua capacidade de inovação em produos e processos. Segundo o conceio de ciclo do produo, a propensão da firma a inernalizar a produção das novas ecnologias, no seu próprio país, seria maior do que no caso de produos ou ecnologias maduras. Tais ideias, no enano, foram pouco uilizadas pelas eorias convencionais do comércio inernacional. Nos modelos ricardianos, a explicação para os fluxos inernacionais de comércio esava associada às diferenças relaivas de produividade enre as nações, que enderiam a

Alexandre Nunes Leizke e Divanildo Triches e- 6 exporar produos nos quais fossem comparaivamene mais produivos. Poseriormene, o modelo de Heckscher-Ohlin desacou a imporância da doação relaiva de faores na explicação desses fluxos. Os países enderiam a exporar bens inensivos no faor de produção no qual fossem relaivamene melhores doados do que ouros países. Nos modelos de doação de faores, a ecnologia é represenada por uma função de produção, suposamene idênica enre os países. Assim, o fao de a inovação ecnológica gerar ao inovador poder de monopólio sobre o novo produo rompe um dos pressuposos da eoria neoclássica do comércio: o da concorrência perfeia. Além disso, o progresso ecnológico é um processo cumulaivo e gerador de economias de escalas. 1 As conribuições mais consisenes, a fim de incorporar a ecnologia na abordagem eórica do comércio inernacional, esão nas chamadas novas eorias do comércio e nos seus modelos de hiaos ecnológicos. Assim, Krugman (1990), a parir de Posner (1961) e Vernon (1966), desenvolve um modelo nore-sul do comércio inernacional, com dois países e um único faor de produção. O Nore é inovador e em o monopólio emporário dos novos produos, enquano o Sul é não inovador, sendo responsável pela produção dos bens de ecnologia madura. O fluxo de comércio enre os dois países seria decorrência, jusamene, do fao de um país possuir o monopólio das inovações, e duraria o empo necessário para que o país menos avançado pudesse imiar a nova ecnologia. Nesse caso, o Nore exporaria para o Sul os produos novos e imporaria os produos com ecnologia madura. Uma consequência do modelo é que os diferenciais de salário, observados enre os dois países, decorrem das rendas de monopólio desfruadas pelo Nore e dependem do número de novos produos produzidos em relação ao número de produos velhos. Desse modo, o diferencial de salário é função crescene da axa de inovação e função decrescene da axa de difusão ecnológica, que amplia o número de produos fabricados pelo Sul. Em equilíbrio, a esruura de comércio permanece inalerada, mas os bens envolvidos mudam coninuamene, pois exise um processo conínuo de inovação e difusão. A mudança nas axas de inovação e difusão em efeios sobre o número de bens produzidos e sobre a disribuição da riqueza enre o Nore e o Sul. 1 Uma discussão sobre esse ema pode ser enconrada em Grosman e Helpman (1994), Kaldor (1978), Krugman (1990), Krugman e Obsfeld (2005), Tigre (2002), enre ouros.

As exporações nos esados da Região Sul do Brasil por inensidade ecnológica enre 1996 a 2007 :. - 7 Grosman e Helpman (1994) apresenam ouros dois modelos ligando progresso ecnológico a comércio exerior. No primeiro, a firma aprende aravés da própria produção ou de aividades desinadas a ouros propósios (learning by doing). No segundo, o aprendizado decorre de esforços deliberaivos para criar conhecimeno, ou seja, de aividades de inovação desenvolvidas pela firma. De modo geral, no modelo learning by doing, a ecnologia é função da experiência de cada país na produção dos bens diferenes. Esses auores ciam o caso em que o comércio inernacional rearda o processo de desenvolvimeno ecnológico de países pequenos ou que enrem no comércio inernacional com uma defasagem de conhecimeno ecnológico. Esse fao conduziria esses países a se especializarem em produos de menor coneúdo ecnológico e, consequenemene, baixo crescimeno econômico de forma que as disparidades iniciais seriam agravadas. Por fim, a lieraura eórica sobre a ecnologia e o comércio exerior em ressalado a crescene imporância dos segmenos inensivos em ecnologia no comércio mundial, em comparação com os produos radicionais. Assim, aquelas mercadorias mais dinâmicas, em ermos de crescimeno no comércio mundial, são, efeivamene, e cada vez mais, os produos inensivos em ecnologia. 2 3 As exporações brasileiras e dos esados da Região Sul do Brasil O comércio exerior brasileiro foi marcado, desde o início de 2000, pela reversão da posição exerna, com a geração de saldos comerciais expressivos. A parir da desvalorização cambial de 1999, observou-se crescimeno significaivo das exporações, com clara aceleração a parir de meados de 2002. O período enre 2000 e 2007 foi marcado por grande elevação dos fluxos comerciais inernacionais, ligados ao elevado crescimeno da economia mundial, em orno de 5% ao ano, em média, o que represena quase 1,5% acima da média da década anerior. Tal aceleração fica clara quando se observa o fore crescimeno dos preços de exporação, principalmene a parir de 2001. Não há nenhuma razão específica que deermine al comporameno para odos os faores agregados, que não o excesso de demanda relaiva. Essa recuperação dos preços de exporação foi, sem dúvida, um incenivo, não relacionado ao câmbio, à aividade exporadora. A figura 1 demonsra a rajeória do índice de preços de commodiies publicado pelo FMI, confirmando a recuperação de preços nessa modalidade. 2 Dos quinze produos que mais conribuíram para o crescimeno das exporações mundiais na década de 90, quaorze deles eram classificados pela Uncad (2002) como de ala ou média inensidade ecnológica.

Alexandre Nunes Leizke e Divanildo Triches e- 8 Figura 1: Índice de preços de commodiies primárias no período de 1995-2007 400,0 350,0 300,0 250,0 índice 200,0 150,0 100,0 50,0 0,0 1995 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 ano Todas as Commodiies Primárias Sem Combusíveis Meais Energia Fone: Fundo Moneário Inernacional (FMI), média anual com base em 1995. O esudo empírico sobre as exporações brasileiras, como o de Zini Jr. (1988), usou dados rimesrais enre 1970 e 1986, separados por grupos seoriais (produos indusrializados, agrícolas e minerais). O auor concluiu que, na função demanda, a maior relevância é da elasicidade renda, em comparação ao preço relaivo, enquano na função ofera a imporância recai na uilização da capacidade insalada, sobreudo, nos manufaurados. Já o esudo de Porugal (1993) empregou o méodo de esimação simulânea para dados anuais enre 1975 e 1988 e enconrou evidência para price-aking, ressalando a significância esaísica da uilização da capacidade insalada na dinâmica de ofera das exporações. Para dados rimesrais, os resulados maniveram-se mesmo com o uso do modelo esruural por Filro de Kalman, 3 incorporando uma medida de cusos domésicos de produção salários reais da indúsria na equação de ofera. Amazonas e Barros (1995) empregaram um modelo, especificamene, para produos manufaurados, no período de 1964 e 1988, incluindo na equação de ofera medidas de produividade e de cusos de energia, aproximadas pelos preços do peróleo. Os auores enconraram para a função ofera evidência de baixa elasicidade, preço relaivo e, para a função demanda, baixas elasicidades, renda e preços relaivos. 3 Em 1960, Rudolph Emil Kalman publicou arigo descrevendo um processo recursivo para solucionar problemas lineares relacionados à filragem de dados discreos. Sua principal função é a minimização do erro quadráico, associado à esimação de equações maemáicas. Possui ampla uilidade nas áreas de engenharia elérica, maemáica e esaísica econômica.

As exporações nos esados da Região Sul do Brasil por inensidade ecnológica enre 1996 a 2007 :. - 9 No rabalho de Casro e Cavalcani (1997), foram usados dados em valor enre 1955 e 1995, separados por faor agregado via modelo de Correção de Erros (ECM). As conclusões aponam elasicidades de renda e preço relaivo significanes na maior pare das especificações, ainda maiores para produos manufaurados. Já Cavalcani e Ribeiro (1998) analisaram o quanum com dados mensais enre 1977 e 1996, obendo evidências de que o crescimeno das exporações de manufaurados e semimanufaurados fosse explicado por uma endência de longo prazo, inerpreada como crescimeno do comércio mundial. Ribeiro (2006) uilizou dados mensais de quanum enre janeiro de 1999 e dezembro de 2005, a fim de esimar modelos uniequacionais de ofera e demanda das exporações brasileiras. Tais informações foram separadas por faor agregado e analisadas no curo e longo prazo, além de presar especial aenção à imporância relaiva de preços, cusos e renda. Suas conclusões aponam que as mudanças mais relevanes para explicar a expansão das exporações brasileiras foram o crescimeno do comércio mundial e a expansão dos preços, sobrepondo-se aos efeios da apreciação cambial no período. Figura 2: Exporações por esado da Região do Sul do Brasil (1996-2006) 14,00 12,00 US$ bilhões 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00-1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ano PR SC RS Fone: Minisério do Desenvolvimeno, Indúsria e Comércio Exerior / Secex / Depla. No que ange à análise das exporações dos rês esados da Região Sul do Brasil, noase uma paricipação significaiva no oal do comércio inernacional brasileiro, conforme pode ser observado na figura 2. As exporações passaram de US$ 12,5 bilhões, em 1996, para US$ 28,8 bilhões em 2006, represenando 20,6% do oal das exporações nacionais nesse úlimo ano.

Alexandre Nunes Leizke e Divanildo Triches e- 10 Figura 3: Exporações do Brasil e da Região Sul por faor agregado em 2006 Brasil Região Sul Op. Especiais 2% Básicos 29% Op. Especiais 1% Básicos 31% Manufaurados Manufaurados 55% Semimanufaurados 14% 59% Semimanufaurados 9% Fone: Minisério do Desenvolvimeno, Indúsria e Comércio Exerior / Secex / Depla. Na classificação nacional dos esados exporadores, 4 de acordo com dados de 2006, o Rio Grande do Sul aparece como o erceiro maior exporador brasileiro, com 11,8 bilhões de dólares, apenas arás de São Paulo, com 46,1 bilhões dólares e Minas Gerais com 15,6 bilhões dólares. Já o Paraná vendeu para o Exerior, em 2006, 10,0 bilhões de dólares e ocupa a quina colocação logo após o Rio de Janeiro, com 11,4 bilhões dólares. O esado de Sana Caarina aparece na posição denre os esados brasileiros com 5,9 bilhões de dólares. Saliena-se, como mosra a figura 3, semelhança da esruura exporadora da Região Sul com a brasileira, quando comparados os valores por faor agregado. Observa-se que os produos manufaurados compõem mais da meade, ou seja, 55% dos valores exporados pelo Brasil em 2006 e, aproximadamene, 60% dos valores dos produos exporados pelos esados da Região Sul. Isso significa que a maior pare dos produos brasileiros enviados ao esrangeiro em algum grau de indusrialização. Já os produos básicos paricipam em cerca de 30% da paua exporadora nacional. 4 Classificação ecnológica e aspecos meodológicos 4.1 A classificação ecnológica da OCDE nas exporações da Região Sul Inicialmene, procedeu-se à classificação em grau ecnológico das exporações de manufauras da Região Sul do Brasil. 5 Tal procedimeno é proposo pela OCDE, que agrega o 4 Dados publicados pelo Minisério do Desenvolvimeno, Indúsria e Comércio Exerior. 5 Para o caso brasileiro, vários esudos êm sido proposos, a fim de analisar o coneúdo ecnológico do comércio exerior brasileiro, como De Negri e Freias (2004), De Negri e al.(2005), Couinho e al. (2003), Sari e Sabbaini (2003), Soee (1987), Tigre (2002), Willmore (1992), iner alia.

As exporações nos esados da Região Sul do Brasil por inensidade ecnológica enre 1996 a 2007 :. - 11 seor de código D (Manufacuring) da ISIC Rev. 3.1 (classificação inernacional indusrial de aividades econômicas) em quaro níveis ecnológicos: a) ala ecnologia; b) média ala ecnologia, c) média baixa ecnologia; d) baixa ecnologia. O criério uilizado pela OCDE foi a inensidade em pesquisa e o desenvolvimeno às indúsrias de ala e média ala ecnologia e inensidade de capial e rabalho para as indúsrias de média baixa e baixa ecnologia. Dessa forma, a classificação é crescene à medida que ais aividades incorporam maior pesquisa e desenvolvimeno em derimeno à relação capial versus rabalho. Para comparar os dados mundiais disponibilizados, de acordo com a ISIC Rev. 3.1 - com as informações esaísicas nacionais disponibilizadas, de acordo com a Nomenclaura Comum do Mercosul (NCM), o Insiuo Brasileiro de Geografia e Esaísica disponibiliza o raduor de códigos de Classificação Nacional de Aividades Econômicas (CNAE 1.0) para NCM e ouro raduor de CNAE 1.0 para ISIC Rev. 3. 6 Desse modo, o procedimeno foi realizado por meio das correspondências mencionadas: a radução das mercadorias de NCM para ISIC Rev. 3.1. Com isso foi possível classificar os produos exporados para cada um dos rês esados da Região Sul, de acordo com a proposa da OCDE em faor ecnológico. Para padronizar e ordenar o comércio inernacional, sob a óica da ecnologia, a OCDE criou e maném revisões periódicas de suas classificações de aividades e produos, com o propósio de medir e esudar ais faores das mercadorias envolvidas nas ransações mundiais. Essa insiuição oferece ainda uma classificação de produos que engloba quaro grandes divisões, quais sejam, mercadorias de ala ecnologia, de média ala ecnologia, de média baixa ecnologia e de baixa ecnologia, denro daqueles produos que sofrem algum processo de indusrialização e são conceiuados como manufauras. Como o emprego dessa meodologia, foi possível gerar as séries hisóricas das exporações por inensidade ecnológica nos rês esados da Região Sul. A análise da figura 4 mosra o percenual das exporações por faor, em relação ao oal exporado pelo esado gaúcho, enre os anos 1996 e 2006; noa-se a relevância da paricipação de produos manufaurados, os quais compõem cerca de 80% da paua de mercadorias desinadas ao Exerior. Denre esses faores, observa-se uma redução, ao longo do período, daqueles produos classificados em baixa ecnologia. Em 1996, esses produos paricipavam em cerca 6 Esse raduor esá disponível em hp://w.w.w.ibge.gov.br/concla/

Alexandre Nunes Leizke e Divanildo Triches e- 12 de 55% das exporações gaúchas e, em 2006, passaram para aproximadamene 40%. Porém, as mercadorias idenificadas como de média ala ecnologia passaram, no mesmo período, de 19% para aproximadamene de 30%, no ano de 2005. Denre esses produos de média ala ecnologia, a variação expressiva foi do iem veículos e reboques. Nesse segmeno, as exporações passaram de US$ 156 milhões em 1996 para US$ 770 milhões em um período de dez anos. Figura 4: Exporações anuais do Esado do Rio Grande do Sul por faor ecnológico enre 1996 e 2006 (%) 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 RS_AT RS_MAT RS_MBT RS_BT Ind. Transf. Demais Prod. Fone: Minisério do Desenvolvimeno, Indúsria e Comércio Exerior / Secex. Noa: As legendas represenam as exporações do Rio Grande do Sul (RS), respecivamene para: ala ecnologia (AT); média-ala ecnologia (MAT); média/baixa ecnologia (MBT) e baixa ecnologia (BT). O oal das exporações é represenado pela indúsria de ransformação e demais produos. As exporações do Esado de Sana Caarina, por sua vez, conforme se apresena no figura 5, iveram crescimeno real de 83% no oal de manufauras desinadas ao Exerior, com US$ 2,7 bilhões, em 1996, e US$ 4,5 bilhões em 2006, com uma variação clara nas mercadorias de baixa ecnologia. Porém, ao analisar os percenuais de paricipação de cada faor ecnológico na paua de vendas desinada ao Exerior, noa-se que produos de baixa ecnologia manêm-se num percenual hisórico em cerca de 60%, com exceção no úlimo ano. Em 2006, ainda como mosra a figura 5, houve um crescimeno dos valores exporados sem afear a esruura enre os graus desse faor pesquisado. Os produos idenificados como de média ala inensidade ecnológica, nos rês úlimos anos, êm apresenado um crescimeno de valores exporados e ambém no percenual da paua do esado caarinense. Denre eles,

As exporações nos esados da Região Sul do Brasil por inensidade ecnológica enre 1996 a 2007 :. - 13 exemplifica-se o caso do iem de máquinas e equipamenos eléricos, cujo valor nominal mais que riplicou, passando de US$ 153 milhões em 2002 para US$ 512 milhões em 2006. 7 Embora sejam monanes pequenos em relação ao oal exporado pelo esado, não se pode menosprezar a imporância do aumeno da paricipação de ais mercadorias enre aquelas desinadas ao Exerior. Figura 5: Exporações do Esado de Sana Caarina por faor ecnológico enre 1996-2006 (%) 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0-1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 SC_AT SC_MAT SC_MBT SC_BT Ind. Transf. Demais Prod. Fone: Minisério do Desenvolvimeno, Indúsria e Comércio Exerior / Secex. Noa: As legendas represenam as exporações de Sana Caarina (SC), respecivamene para: ala ecnologia (AT); média/ala ecnologia (MAT); média/baixa ecnologia (MBT) e baixa ecnologia (BT). O oal das exporações é represenado pela indúsria de ransformação e demais produos. Com relação ao Esado do Paraná, há uma diferença no percenual de paricipação de ouros produos em relação aos esados previamene analisados, como ilusra a figura 6. Enquano no Rio Grande do Sul e em Sana Caarina, a paricipação de commodiies exporadas, em valores, hisoricamene não ulrapassava 20%, no Paraná o percenual esá acima desse nível, com exceção aos anos de 1996, 2005 e 2006. Nos úlimos dois anos da série, a conraparida da diminuição dos designados ouros produos foi o aumeno daqueles classificados como de ala e média ala ecnologia. Em ala ecnologia, desaca-se o iem de equipamenos de rádio, elevisão e comunicação, cujos valores nominais apresenaram uma variação de quase 10 vezes, iso é, passaram de US$ 12 milhões em 2002 para US$ 117 milhões em 2006. As máquinas e os equipamenos mecânicos, 8 idenificados como de média 7 Esse iem engloba: fios e cabos eléricos, ransformadores e geradores de ensão elérica, lâmpadas, painéis, bobinas e velas, moores eléricos, enre ouros. 8 Esse iem engloba: máquinas de produção em geral, colheiadeiras, compacadores, guinchos, esufas, ec.

Alexandre Nunes Leizke e Divanildo Triches e- 14 ala ecnologia, foram os iens que iveram maior crescimeno no mesmo período, com valores desinados ao Exerior de 146 milhões de dólares e 475 milhões de dólares, respecivamene. Figura 6: Exporações anuais do Esado do Paraná por faor ecnológico enre 1996 e 2006 (%) 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0-1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 PR_AT PR_MAT PR_MBT PR_BT Ind. Transf. Demais Prod. Fone: Minisério do Desenvolvimeno, Indúsria e Comércio Exerior / Secex. Noa: As legendas represenam as exporações do Paraná (PR), respecivamene para: ala ecnologia (AT); média/ala ecnologia (MAT); média/baixaecnologia (MBT) e baixa ecnologia (BT). O oal das exporações é represenado pela indúsria de ransformação e pelos demais produos. 4.2 Modelos economéricos esimados Na análise em série emporal, procura-se esimar as exporações sulinas, por meio das equações de ofera e demanda de exporações, no período 1996-I a 2007-I, com dados rimesrais, perfazendo um oal de 45 observações. A função básica de ofera de exporações é demonsrada na equação (1), ou seja, ( Xs) = βo + β ( Px) β ( GPr_ ipa) 8 1 + ε s + β (Pr_ ipa) 2 + β ( K) 3 + β ( DC) 4 + β ( FC) 5 + β6( ABCOM) + β7( GPx) + (1) na qual odas as variáveis são expressas em logarimos. A variável dependene (X), ano nas equações de ofera quano de demanda, represena os valores das exporações de cada esado da Região Sul do Brasil, separados por grau ecnológico. Os dados foram obidos no sisema Alice da Secrearia de Comércio Exerior (Secex) e classificados de acordo com a meodologia indicada pela OCDE, em manufauras inensivas em ecnologia. Px é o preço de exporação, que foi obido na Fundação de Comércio Exerior (Funcex), com um índice de

As exporações nos esados da Região Sul do Brasil por inensidade ecnológica enre 1996 a 2007 :. - 15 preços para produos manufaurados, com base na média de 2000, represenando os preços inrasseoriais. No modelo de ofera, um aumeno dos preços de exporações deve incenivar as quanidades oferadas; assim, espera-se que o sinal do parâmero β 1 seja posiivo. Além disso, os preços inerseoriais (Pr) foram calculados de duas formas, sempre usando um índice de preço com base na média de 2000. Para a ofera, é uma medida da compeiividade das exporações brasileiras calculadas pelo Insiuo de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea), pela média ponderada do índice de paridade do poder de compra dos 16 maiores parceiros comerciais do Brasil. No modelo de ofera, uma desvalorização cambial aumena a renabilidade relaiva, incenivando as exporações. Dessa forma, espera-se que o parâmero β 2 seja posiivo. A variável que procura medir a capacidade domésica de produzir bens e serviços (K) foi obida na Confederação Nacional da Indúsria (CNI). Uma aceleração cíclica da economia deve reduzir a ofera de radables para exporações, ou seja, a expecaiva é de que β 3 deverá ser negaivo. O símbolo (DC) idenifica os cusos de produção, mensurados pela CNI como o índice de salário real da indúsria brasileira. Um aumeno no cuso de produção deve reduzir a ofera de bens ao Exerior, uma vez que esses se ornam mais onerosos frene à concorrência inernacional. A concepção idênica vale para a variável que procura medir o cuso financeiro (FC), que é indireamene proporcional à ofera desses produos no esrangeiro. Espera-se, porano, que ambos os valores de β 4 e β 5 sejam negaivos. O coeficiene de aberura comercial brasileira (Abcom) foi exraído no Ipea para a indúsria de ransformação nacional. 9 O valor obido para essa variável é formado pela correne de comércio em proporção ao PIB, conforme a expressão (2): ( X + M ) /( PIB ABCOM = ) (2) A aberura em relação posiiva com os bens desinados ao Exerior, de al forma que β 6 enha sinal posiivo. GPx e GPr_ipa são medidas de volailidade de preços; nesse caso, usa-se um modelo GARCH (1,1) aplicado nas duas séries de índices de preços. Tal como salienado em Ribeiro (2006), essa medida, quando efeuada para a axa de câmbio, irá revelar a 9 Essa meodologia segue esudo elaborado por Levy (2002).

Alexandre Nunes Leizke e Divanildo Triches e- 16 preferência do exporador a ransações ou não com moeda fore. Espera-se que os coeficienes β 7 e β 8 enham sinal negaivo. O erro aleaório da equação (1), ε s, assume as propriedades radicionais de esimaivas economéricas, como disribuição normal dos resíduos, média zero, inexisência de correlação serial enre os resíduos e variância consane. A função básica de demanda de exporações é demonsrada na equação (3), ou seja: ( Xd) = α 0 + α1( Px) + α 2 (Pr_ inpc) + α 3 ( Yw) + α 4 ( Pw) + ε d (3) Nesse caso, o preço de exporações Px é inversamene proporcional às quanidades demandadas. O coeficiene α 1 deverá apresenar sinal negaivo. Os preços inerseoriais (Pr), assim como na equação de ofera, uilizam a média ponderada do índice de paridade do poder de compra; porém, com a relação de preços do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (o INPC/IBGE). Na demanda, uma desvalorização da axa de câmbio real efeiva orna os produos domésicos mais baraos frene aos similares esrangeiros, ou seja, o α 2 esperado em sinal posiivo. A variável de absorção exerna (Yw) deve impacar posiivamene as exporações, de forma que o parâmero α 3 enha sinal posiivo. A proxy uilizada foi a série mensal de correne de comércio mundial, disponibilizada pelo FMI e consruída, para dólares consanes, por meio da seguine expressão: ( fob) M ( cif ) / 2 Yw = X + (4) Por úlimo, os preços do concorrene esrangeiro (Pw) foram obidos no FMI, mediane o índice de preços das exporações dos países da OCDE. Porano, um aumeno de preços dos concorrenes deve aumenar as exporações nacionais, ou seja, o parâmero α 4 ambém deverá apresenar um sinal posiivo. 4.3 Análise e descrição dos resulados Os eses realizados para verificar a presença de raiz uniária nas séries emporais esão reporados na abela 1. Assim, o ese ADF (Augmened Dickey-Fuller) leva em cona o nível

As exporações nos esados da Região Sul do Brasil por inensidade ecnológica enre 1996 a 2007 :. - 17 da série e, em primeira diferença, nas suas rês versões, iso é, sem consane, com consane e com consane e endência. 10 Tabela 1 Tese de raiz uniária ADF para as variáveis dos modelos esimados no período enre 1996-I a 2007-I τ τ µ τ I (.) τ τ µ τ I (.) rs_a 1,36-0,22-1,37 I(1) rs_a -2,36 b -3,02 b -6,10 a I(0) rs_ma 1,24-0,43-2,26 I(1) rs_ma -4,7 a -4,9 a -4,93 a I(0) rs_mb 0,56-1,36-1,47 I(1) rs_mb -4,45 a -4,61 a -8,38 a I(0) rs_b 0,52-0,51-3,02 I(1) rs_b -1,92 c -1,54-2,73 I(1) sc_a 1,47 0,2-1,39 I(1) sc_a -6,79 a -7,04 a -7,38 a I(0) sc_ma 1,97 0,16-1,41 I(1) sc_ma -6,18 a -6,72 a -6,78 a I(0) sc_mb 1,5-0,24-1,14 I(1) sc_mb -2,29 b -2,44-6,61 a I(0) sc_b 1,21-0,54-1,99 I(1) sc_b -5,79 a -5,88 a -5,87 a I(0) pr_a 0,8-1,61-2,51 I(1) pr_a -5,93 a -5,94 a -5,88 a I(0) pr_ma 1,92-0,68-3,63 b I(1) pr_ma -6,23 a -6,65 a -6,57 a I(0) pr_mb 1,19 0,58-1,46 I(1) pr_mb -10,2 a -6,56 a -7,01 a I(0) pr_b 0,61-0,49-2,65 I(1) pr_b -6,69 a -6,67 a -6,93 a I(0) pr_ipa 0,64-1,78-2,80 I(1) pr_ipa -6,41 a -6,54 a -6,46 a I(0) pr_inpc 0,38-1,67-0,16 I(1) pr_inpc -5,73 a -5,69 a -4,95 a I(0) px -0,41-1,51-0,42 I(1) px -3,31 a -3,30 b -3,32 c I(0) pw 0,63-1,02-1,29 I(1) pw -1,95 b -2,00-5,9 a I(0) dc 0,09-1,80-2,24 I(1) dc -5,67 a -5,60 a -4,22 b I(0) fc -0,68-1,74-3,06 I(1) fc -2,84 a -2,81 c -2,91 I(0) yw 2,07 0,73-1,11 I(1) yw -3,07 a -3,77 a -4,12 b I(0) K 0,90-2,44-3,43 c I(1) k -4,84 a -4,90 a -4,82 a I(0) Abcom -0,97-1,84-2,36 I(1) abcom -6,61 a -5,07 a -5,04 a I(0) Gpx -0,05-5,27 a -5,27 a I(0) gpx -3,79 a -3,77 a -3,7 b I(0) gpr_ipa -5,80 a -6,38 a -6,58 a I(0) gpr_ipa -6,30 a -6,22 a -6,15 a I(0) Noa:τ sem consane; τ µ com consane; τ com consane e com endência. I(.) ordem de inegração. a, b e c referem-se ao nível de significância de 1, 5 e 10% respecivamene. As doze primeiras séries referem-se às variáveis dependenes por inensidade ecnológica em cada um dos rês esados. Com exceção das variáveis de volailidade de preços (gpx e gpr_ipa), odas as demais, quando medidas em nível, acusam a presença de raiz uniária; enreano, quando feia em primeira diferença, ornam-se esacionárias. Com relação à variável da uilização da capacidade insalada (k), ressala-se que, usualmene, na lieraura, essa variável não acusa a presença de raiz uniária. Porém, no 10 A meodologia empregada enconra-se em Enders (1995).

Alexandre Nunes Leizke e Divanildo Triches e- 18 período em quesão, e na análise gráfica, ela mosrou-se não esacionária, de forma que foi uilizado o procedimeno em primeira diferença. Para as esimações procedeu-se al como em Morais e Barbosa (2006), em que em odas as séries emporais foi usada a função log-linear, bem como eliminou-se a sazonalizade por meio de um programa economérico específico. 11 A fim de preservar as relações de curo e longo prazo das séries, deerminou-se o Mecanismo de Correção de Erros (MCE), uma vez que os eses de Johansen (1988) aponaram a exisência de, pelo menos, um veor de coinegração. A abela 2 mosra um resumo das esaísicas mais significaivas dos modelos esados para o longo prazo, para o período de 1996 a 2007. Para a função ofera, a variável aberura comercial mosrou-se esaisicamene significaiva em odos os modelos economéricos esimados e apresenou o sinal esperado. Os valores das elasicidades esimadas são crescenes, de acordo com a elevação do grau ecnológico, ou seja, as maiores elasicidades obidas foram para a ala ecnologia por esado. Tabela 2 Resumo das esaísicas relevanes para o longo prazo no período de 1996 a 2007 Grau ecnológico Ala OFERTA Variável: aberura comercial (abcom) Grau DEMANDA Variável: absorção exerna (yw) RS SC PR ecnológico RS SC PR 0,88 (0,24) [3,72] 0,84 (0,20) [4,21] 0,50 (0,28) [1,80] Ala 0,95 (0,31) [3,03] 1,31 (0,27) [4,81] 1,84 (0,53) [3,44] Média ala 0,76 (0,12) [5,99] 0,53 (0,12) [4,44] 0,50 (0,22) [2,25] Média ala 0,75 (0,16) [4,59] 0,63 (0,16) [4,01] 0,55 (0,20) [2,76] Média baixa 0,43 (0,12) [3,56] 0,23 (0,06) [3,37] 0,26 Média (0,15) [1,72] baixa 0,27 (0,09) [2,82] 0,29 (0,09) [3,14] 1,51 (0,10) [14,13] Baixa 0,15 (0,08) [1,95] 0,22 (0,07) [3,36] 0,28 (0,12) [2,28] Baixa 0,28 (0,08) [3,37] 0,16 (0,07) [2,24] 1,84 (0,53) [3,44] Noa: Os valores enre parêneses referem-se ao desvio padrão e os enre colchees, à esaísica de Suden. Nas exporações gaúchas, a elasicidade esimada para baixa ecnologia foi de 0,15 e 0,88 para ala ecnologia. Os resulados esaísicos para a variável aberura comercial, nos 11 O programa economérico usado foi E-views 5.0.

As exporações nos esados da Região Sul do Brasil por inensidade ecnológica enre 1996 a 2007 :. - 19 demais esados, ambém apresenam valores crescenes, conforme se avança no grau ecnológico. Em Sana Caarina, as elasicidades para as quaro classificações ecnológicas enre baixa e ala inensidade foram 0,22; 0,23; 0,53 e 0,84, respecivamene. No Paraná, as elasicidades foram 0,28; 0,26; 0,50 e 0,50 na classificação respeciva enre baixa e ala inensidade. Assim, quano maior for o grau de aberura maior ende a ser a relação comercial de um país com o resane de mundo. Além disso, a quesão da difusão do conhecimeno ecnológico em relação direa com o comércio inernacional. As indúsrias de produos de maior valor ecnológico endem a comparilhar esse conhecimeno e, consequenemene, adquirem maior produividade e compeiividade global. A maior aberura pode ambém implicar a imporação de bens que possibiliem novas pesquisas e desenvolvimenos para os processos produivos inernos. No que ser refere à função demanda, a variável em desaque é a absorção exerna, conforme exibe a abela 2. No esudo de Ribeiro (2006), uma das conclusões de seu rabalho foi que a maior paricipação das exporações brasileiras, após a segunda meade da década de 90, esá ligada ao crescimeno do comércio mundial. Dessa forma, os resulados das esimaivas dos modelos de longo prazo para as equações de demanda confirmam a expecaiva da significância dessa variável e seu sinal esperado, posiivo. Tabela 3 Coeficienes de ajuses dos modelos de curo prazo para ofera e demanda de exporações da Região Sul por grau ecnológico enre 1996 a 2007 Grau Tecnológico Ala OFERTA Grau DEMANDA RS SC PR Tecnológico RS SC PR 0,10 (0,03) [2,80] 0,44 (0,09) [ 4,96] 0,01 (0,04) [0,04] Ala 0,34 (0,09) [ 3,83] 0,59 (0,15) [ 1,50] 0,56 (0,08) [ 6,89] Média ala 0,36 (0,10) [ 3,45] 0,24 (0,07) [ 3,45] 0,09 (0,05) [ 1,65] Média ala 0,16 (0,05) [ 3,17] 0,58 (0,12) [ 4,79] 0,09 (0,05) [ 2,04] Média baixa 0,05 (0,02) [2,08] 0,14 (0,05) [ 2,75] 0,37 Média (0,10) [ 3,44] baixa 0,19 (0,03) [ 6,26] 0,17 (0,05) [ 3,58] 1,19 (0,13) [ 9,23] Baixa 0,26 (0,08) [2,94] 0,05 (0,03) [ 1,89] 0,11 (0,04) [ 2,94] Baixa 0,06 (0,04) [ 1,72] 0,04 (0,03) [ 2,06] 0,22 (0,08) [ 2,55] Noa: Os valores enre parêneses referem-se ao desvio padrão e, enre colchees, à esaísica de Suden. Os produos de ala ecnologia são os que possuem elasicidades maiores enre os esados. Como exemplo, os bens classificados, nesse segmeno para o Esado do Paraná, esão

Alexandre Nunes Leizke e Divanildo Triches e- 20 basane susceíveis às vendas exernas, quando a correne de comércio mundial cresce ou seja, um aumeno de 1% na absorção exerna em efeio posiivo nas vendas exernas em aproximadamene 2%. 12 Os produos de média ala, no Rio Grande do Sul, crescem aproximadamene 0,75% e de ala ecnologia crescem quase 1%, quando a absorção exerna aumena em um pono percenual. Já para Sana Caarina, a elasicidade dos produos de baixa ecnologia foi esimada em 0,16, em conrase com a esimaiva crescene de 0,29; 0,63 e 1,31, para os demais resulados, de acordo com o acréscimo ecnológico de mercadorias desinadas ao Exerior. O comparaivo dos coeficienes de ajuses das esimaivas de curo prazo, no que concerne aos resulados por grau ecnológico e por esado, das funções ofera e demanda, é ilusrado na abela 3. Observa-se uma grande variedade de sinais e valores obidos para cada equação esimada. De forma geral, a análise das resposas das variáveis a desequilíbrios de longo prazo parece ser menor para os modelos de baixo valor ecnológico. Ao conrário, a maior velocidade de ajuse dos sisemas esá presene na demanda de produos por ala ecnologia, em especial no esado de Sana Caarina, em que ocorre uma correção em orno de 59% do desequilíbrio a cada rimesre. Como não há esudos similares que enham esimado esse ajuse para cada esado, denro da classificação ecnológica proposa, não é possível fazer uma comparação dos resulados achados. Por exemplo, Morais e Barbosa (2006) enconram, para a ofera de calçados brasileiros enre 1985/2003, um coeficiene de ajuse de 0,539 e, para a demanda, de 0,379. Esses valores esão bem acima daqueles obidos para a classificação de baixa ecnologia, como é o caso do seor coureiro-calçadisa. 5 Considerações finais A análise da paua de exporações de cada um dos rês esados sulisas, de acordo com a classificação em grau ecnológico, indicada pela OCDE, mosra que a paricipação de manufaurados, no esado do Rio Grande do Sul, é significaiva, pois aproximadamene 80% dos bens desinados ao esrangeiro possuem algum grau de indusrialização. A maior paricipação de produos classificados como de média ala ecnologia, que passaram de 19% 12 As figuras do Anexo 1 mosram o avanço das exporações mundiais enre 1950 e 2005, o que ende a confirmar a relevância do comércio em nível global e a paricipação do seor exerno brasileiro nesse período.

As exporações nos esados da Região Sul do Brasil por inensidade ecnológica enre 1996 a 2007 :. - 21 do oal enviado ao Exerior em 1996 para cerca de 30% em 2007, dá desaque para auomóveis, raores e chassis. Em Sana Caarina, a paricipação de produos enviados ao Exerior, classificados em baixa ecnologia, maném-se em orno de 60% da paua. Esses produos são dos segmenos alimenício de bebidas e de abaco. O esado de Sana Caarina apresena ainda a menor paricipação de mercadorias exporadas de ala ecnologia. O único seor denro dessa classificação é o de insrumenos médicos de óica e precisão, que exporou US$ 48,5 milhões em 2006, represenando menos de 1% do oal das exporações caarinenses. No Paraná, a paricipação de ouros produos, que não sejam manufauras, no oal das suas exporações ulrapassa os 20%, represenando a maior paricipação desse iem, quando comparados aos rês esados. O esado paranaense regisrou a maior paricipação na paua de bens de média ala e de ala ecnologia, desinados ao esrangeiro após 2003, com desaque para o seor de equipamenos de rádio, elevisão e comunicação. No que se refere aos modelos economéricos esimados, os resulados indicam que, para a ofera, a variável aberura comercial mosrou-se significaiva esaisicamene em odas as regressões. Para odos os graus ecnológicos e nas equações de oferas dos rês esados, essa variável apresenou o sinal esperado. Os valores das elasicidades esimadas são crescenes, à medida que o grau ecnológico em mais imporância, de forma que as maiores elasicidades obidas foram para a ala ecnologia por esado. A elasicidade esimada foi de 0,15 e 0,88 para produos gaúchos exporados de baixa ecnologia e para produos de ala ecnologia, respecivamene. Os resulados esaísicos para a variável aberura comercial nos demais esados ambém apresenam valores crescenes, conforme se avança no grau ecnológico. Em Sana Caarina, as elasicidades para as quaro classificações ecnológicas variaram enre 0,22 a 0,84 e, no Paraná, as elasicidades ficaram enre 0,28 e 0,50. Para a demanda, a variável em desaque em odas as esimaivas é a absorção exerna. Tal variável mosrou-se esaisicamene significaiva com sinal posiivo, conforme esperado, para as esimaivas dos modelos de longo prazo das equações de demanda por exporações dos esados do Sul do Brasil, de acordo com a inensidade ecnológica enre 1996 a 2007. Desacam-se os produos de ala ecnologia que exibiram as maiores elasicidades enre os esados. Assim, os bens classificados nesse segmeno, para o esado do Paraná, esão basane susceíveis às vendas exernas, quando a correne de comércio mundial cresce; ou seja, um aumeno de 1% na absorção exerna impaca posiivamene as exporações de ala ecnologia em aproximadamene 2%. No Rio Grande do Sul, produos de média ala ecnologia crescem

Alexandre Nunes Leizke e Divanildo Triches e- 22 aproximadamene 0,75% e de ala ecnologia crescem quase 1%, quando a absorção exerna aumena 1%. Em Sana Caarina, a elasicidade de produos de baixa ecnologia foi esimada em 0,16. Por fim, nas equações de curo prazo, a parir do MCE, os resulados das esimaivas por padrão ecnológico foram basane variados. Conudo, as resposas das variáveis a desequilíbrios de longo prazo endem a ser menores para os modelos que incorporam os produos exporados de baixo valor ecnológico. Em quase odos os modelos, a velocidade de ajuse em variado enre um e quaro rimesres, e mosrou-se esaisicamene significaiva ano à ofera quano à demanda. Referências AMAZONAS, A. BARROS, A.R. Manufacured expors from Brazil: deerminans and consequences. Revisa Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, FGV, v. 50, n. 01, p. 73-100, 1995. CASTRO, A. S. CAVALCANTI, M.A.F.H. Esimação de equações de exporação e imporação para o Brasil 1955/95. IPEA, Rio de Janeiro. 1997. (Texo para Discussão, TD n.º 469). 30 p. CAVALCANTI, M.A.F.H. RIBEIRO, F.J. As exporações brasileiras no período 1977/96: desempenho e deerminanes. IPEA, Rio de Janeiro 1998. (Texo para Discussão, TD n.º 545). 32 p. COUTINHO, L. HIRATUKA, C. SABBATINI, R. O desafio da consrução de uma inserção exerna dinamizadora. Seminário Brasil em desenvolvimeno, Disponível em: www.ie.ufrj.br/desenvolvimeno/papers.php. Acesso em: 23 se. de 2003. DE NEGRI, J. A. FREITAS, E. Inovação ecnológica, eficiência de escala e exporações brasileiras. IPEA, Rio de Janeiro 2004. (Texo para Discussão, n.º 1.004). 32 p. DE NEGRI, J. A. SALERMO, M. CASTRO, A.B. Inovações, padrões ecnológicos e desempenho das firmas indusriais brasileiras. In: DE NEGRI, J. A; SALERMO, M. (Org.). IPEA, Rio de Janeiro 2005. ENDERS, W. Applied economeric ime series. New York. Jonh Willey & Sons. Inc. 1995. ENGLE, R.F.; GRANGER, C.W.J. Long-run economic relaionship: readings in coinegraion. Oxford: Oxford Universiy Press, 1991. GROSSMAN, G.M. HELPMAN, E. Technology and rade. Cambridge, Naional Bureau of Economic Research.1994. (Working Paper n.º 4926). 23 p.

As exporações nos esados da Região Sul do Brasil por inensidade ecnológica enre 1996 a 2007 :. - 23 JOHANSEN, S. Saisical analysis of coinegraion vecors. Journal of Economic Dynamic and Conrol n. 12, p. 231-254, 1988. KALDOR, N. The new monearism: furher essays on applied economics, London, Duckworh, 1978. KRUGMAN, P. Rehinking inernaional rade. The MIT Press: Cambridge, 1990. KRUGMAN, P; M. OBSTFELD. Economia inernacional: eoria e políica. 6. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2005. LEVY, Paulo Mansur. Coeficienes de imporação e exporação na indúsria. Insiuo de Pesquisa Econômica Aplicada, Rio de Janeiro. 2002. (Boleim de Conjunura nº 58). MORAIS, I. A. C. BARBOSA, A. E. Equações de ofera e demanda por exporações do seor de calçados, 1985/2003. Revisa Análise Poro Alegre, v. 17, nº 1, p. 67-90, 2006. PERRON, P. Furher evidence on breaking rend funcions in macroeconomic variables. Journal of Economerics, v. 80, p. 355-385, 1997. PORTUGAL, M.S. A insabilidade dos parâmeros nas equações de exporações brasileiras. Pesquisa e Planejameno Econômico, Rio de Janeiro, v.23, n.º 2, p.313-348, 1993. POSNER, M. V. Inernaional rade and echnical change. Oxford Economic Papers v. 13, p. 323-341, 1961. RIBEIRO, L.S.L. Dois ensaios sobre a balança comercial brasileira: 1999/2005. Disseração (Mesrado em Economia): Ponifícia Universidade Caólica do Rio de Janeiro, 2006. SARTI, F; SABBATINI, R. Coneúdo ecnológico do comércio exerior brasileiro. Campinas: Ed. da Unicamp, 2003. SOETE, L. The impac f echnological innovaion on inernaional rade paerns: he evidence reconsidered. Research Policy, v.16, n. 3-5, p. 101-130, 1987. TIGRE, P.B. O papel da políica ecnológica na promoção das exporações. In: BNDES, O desafio das exporações. Rio de Janeiro: BNDES, 2002. UNCTAD. Trade and developman Repor, 2002. Disponível em: hp://www.uncad.org/ Acesso em: jun 2007. VERNON, R. Inernaional invesmen and inernaional rade in he produc cycle. Quarerly Journal of Economic, nº 83, p. 124-149, 1966. WILLMORE, L. Transnaionals and foreign rade: evidence from Brazil. Journal of Developmen Sudies, n.º 28. p. 225-253, 1992. ZINI JÚNIOR, A.A. Funções de exporação e de imporação para o Brasil. Pesquisa e Planejameno Econômico, Rio de Janeiro, v.18, p. 615-662, 1988.

Alexandre Nunes Leizke e Divanildo Triches e- 24 ANEXO 1 a) Evolução das exporações mundiais - 1950 a 2006 11.000 10.000 9.000 8.000 7.000 6.000 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 0 Fone: Minisério do Desenvolvimeno, Indúsria e Comércio Exerior / Secex / Depla. b) Paricipação do Brasil nas exporações e imporações mundiais de 1950 a 2006 (%) 2,6 2,4 2,2 2,0 1,8 1,6 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 Exporação Im poração Fone: Minisério do Desenvolvimeno, Indúsria e Comércio Exerior / Secex / Depla.