CONTRIBUINDO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO DE GESTÃO E PEDAGÓGICO DO PROGRAMA ENSINO INTEGRAL PUBLICO ALVO Professores do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio e Professores Coordenadores Pedagógicos das escolas de Ensino Integral. JUSTIFICATIVA Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento. Érico Veríssimo Nas últimas duas décadas, ocorreram avanços consideráveis no acesso à educação em todos os níveis de ensino no Brasil. No caso específico do Estado de São Paulo, na direção do aperfeiçoamento da política pública implantada, a Secretaria da Educação, dentre outras ações, implantou o Programa de Ensino Integral, iniciado em 2012, em 16 Escolas de Ensino Médio; em 2013 com expansão para 22 escolas de Ensino Fundamental Anos Finais e 29 escolas de Ensino Médio, e 2 escolas de Ensino Fundamental e Médio; em 2014 expandindo para 189 escolas; e em 2015 com perspectiva de expansão para 300 escolas. O Programa de Ensino Integral aponta a necessidade premente de repensar o atual modelo de escola e redesenhar o papel que essa instituição deve ter para a vida e para o desenvolvimento do jovem do século XXI. Isso implica mudanças tanto na abordagem pedagógica, no conteúdo do currículo e na carga horária do ensino oferecido, quanto no formato da carreira do professor e na sua relação com a unidade escolar. Portanto, diante dessas mudanças e necessidades inerentes ao Programa de Ensino Integral, é fundamental enfrentar esses desafios, entre eles não apenas o desenho curricular dessas escolas que é diferenciado, mas também a sua metodologia, o modelo pedagógico e o modelo de gestão escolar, enquanto instrumento de planejamento, gerenciamento e avaliação das atividades de toda comunidade escolar (gestores, professores, funcionários, alunos, pais etc.). 1
Tendo em vista que o Programa de Ensino Integral representa um novo paradigma na rede estadual de educação em São Paulo, de caráter inovador, por meio do qual há uma ressignificação do papel da escola na sociedade, como também da própria sociedade, há a necessidade de que o modelo pedagógico e o modelo de gestão desse Programa estejam consolidados não apenas em termos teóricos, mas também e sobretudo em cada uma das ações cotidianas nas escolas de ensino integral, em prol de uma educação interdimensional alinhada com seu tempo. OBJETIVOS Os professores não podem criar para seus alunos as condições pelas quais não procuram viver. Heloisa Lück Com base nas premissas do modelo de gestão do Programa Ensino Integral, sobretudo a de formação continuada dos educadores, o presente curso propõe-se a implementar tanto o modelo de gestão como o modelo pedagógico das escolas de ensino integral, oportunizando reflexões, discussões, vivências e replicabilidade, em prol do aprimoramento da prática docente e do aprimoramento das ações da coordenação pedagógica do fortalecimento do trabalho em equipe, de acordo com as concepções e os fundamentos do Programa, para a formação de jovens protagonistas (autônomos + solidários + competentes) via formação continuada de professores. Além disso, este curso tem como objetivos: Preparar o professor e o professor coordenador pedagógico para a dinâmica do trabalho nas escolas de ensino integral; Focar na prática da teoria, de modo intencional e planejado; Desenvolver habilidades e competências dos professores e dos professores coordenadores para o exercício de uma educação interdimensional. EIXOS PARA O TRABALHO COM OS PROFESSORES E PROFESSORES COORDENADORES 2
1. Programa Ensino Integral 1.1 Missão, visão e valores do Ensino Integral. 1.2 Premissas e princípios educativos do modelo pedagógico e de gestão do Ensino Integral. 2. Projeto de vida 2.1 Missão, visão, valores, premissas e princípios educativos do modelo pedagógico e de gestão do ensino integral. 2.2 O projeto de vida como eixo norteador do desenvolvimento das ações previstas no modelo do Programa Ensino Integral. 3. Protagonismo juvenil 3.1 Projeto de vida e o protagonismo. 3.2 O protagonismo do professor como modelo/referência para o aluno. 4. Organização curricular do Programa Ensino Integral 4.1 Princípios norteadores do currículo da base nacional comum. 4.2 Articulação entre o currículo da base nacional comum, parte diversificada e atividades complementares no Programa Ensino Integral. 5. Plano de ação da escola 5.1 Metas estabelecidas e indicadores. 5.2 Ações do cotidiano escolar em prol do plano de ação. 6. Programa de ação 6.1 A competência de planejamento e organização do professor como modelo/referência para o aluno. 6.2 Planejamento e organização dos Guias de aprendizagem. 7. Nivelamento 7.1 Principais atribuições e ações dos professores no nivelamento. 7.2 Estratégias de ensino para o desenvolvimento de habilidades e competências em prol do nivelamento dos alunos. 8. Plano de Ação do Nivelamento (PAN) 8.1 Avaliação da Aprendizagem em Processo (AAP) e Avaliação e Diagnóstico do Ensino Integral (ADEI) como ponto de partida. 8.2 PDCA: Plan/Do/Check/Act. 9. Orientação de estudo 9.1 Aprendizagem do adulto professor. 9.2 Procedimentos e técnicas de estudo. 10. Pedagogia da presença 10.1 A pedagogia da presença como princípio. 10.2 A pedagogia da presença nas ações do cotidiano escolar. 11. Liderança 11.1 O professor enquanto liderança inspiradora. 11.2 As competências de um líder. 12. Espírito de equipe e cooperação 12.1 A importância do trabalho em equipe. 12.2 Cooperação e corresponsabilidade. 3
EIXOS PARA O TRABALHO COM O PROFESSOR COORDENADOR PEDAGÓGICO 1. A importância da organização da rotina escolar como facilitadora na implementação da metodologia dos modelos de gestão e pedagógico das escolas de ensino integral. 1.1 Rotina escolar 1.2 Ciclo PDCA 2 O desenvolvimento das rotinas através das definições claras das atribuições da equipe. 2.1 Atribuições da equipe 2.2 Relações entre atribuições e rotina. 3 Ações do cotidiano escolar que permitem atingir as metas estabelecidas no plano de ação da escola. 3.1 Metas estabelecidas no plano de ação da escola. 3.2 Ações do cotidiano escolar. 4 O professor coordenador pedagógico enquanto liderança inspiradora. 4.1 Liderança inspiradora. 4.2 As competências de um líder. METODOLOGIA Mediação a ser realizada pelo formador, a partir da análise de situações-problema, estudos de caso e relatos de experiência voltados ao processo de ensino-aprendizagem nos espaços educativos das escolas de ensino integral, de acordo com o(s) eixo(s) abordado(s) em cada encontro, para reflexão, discussão, vivência e replicabilidade por meio de diferentes atividades, em prol do aprimoramento das ações da coordenação pedagógica e do fortalecimento do trabalho em equipe. Ao final de cada encontro, o formador irá propor uma tarefa a ser realizada pelos professores coordenadores pedagógicos até o próximo encontro, que iniciará com a discussão das tarefas. CARGA HORÁRIA Professor: Presencial: 24 horas Tarefa: 24 horas Total de horas para certificação: 48 horas Professor Coordenador Pedagógico: Presencial: 16 horas Tarefa: 16 horas Total de horas para certificação: 32 horas 4
CRONOGRAMA Professor: Início: março Término: outubro Quantidade de encontros: 12 Periodicidade: quinzenal Duração de horas por encontro: 2 horas Professor Coordenador Pedagógico: Início: março Término: outubro Quantidade de encontros: 8 Periodicidade: mensal Duração de horas por encontro: 2 horas Obs.: desde que o conteúdo do curso não fique prejudicado, pode-se alterar quantidade de encontros, duração e periodicidade conforme necessidade da escola. TAREFAS Ao final de cada encontro será solicitada aos cursistas a realização de tarefa para que haja aplicação dos estudos desenvolvidos. As tarefas deverão ser entregues aos formadores no encontro subsequente. A sua realização e seu registro serão definidos nas apostilas. As tarefas serão computadas para fim de certificação. AVALIAÇÃO PARA CERTIFICAÇÃO Frequência: mínimo de 80% de presença Aproveitamento: nota mínima 8,0 Tarefa: realização e entrega de no mínimo de 80% de tarefas propostas BIBLIOGRAFIA BRASIL. Lei n. 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as bases e diretrizes da educação nacional. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Acesso em 20/09/2014. COSTA, A.C.G.. A presença da Pedagogia. São Paulo: Global Editora, 2002. 5
DAMON, W. O que o Jovem quer da Vida? - Como pais e professores podem orientar e motivar os adolescentes. São Paulo: Summus Editorial, 2009. GUARÁ, I. M. F. R. Educação e desenvolvimento integral: articulando saberes na escola e além da escola. Em Aberto, Brasília, v. 22, n. 80, p. 65-81, abr. 2009. Disponível em http://emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewfile/1471/1220 Acesso em 20/09/2014. INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO Protagonismo Juvenil suas práticas e vivências, 2008. Disponível em <www.icebrasil.org.br>. MANUAIS OPERACIONAIS DO ICE. Acesso em 20/09/2014. LÜCK, Heloísa. Liderança em Gestão Escolar. Série Cadernos de Gestão. vol. IV. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2008. PLACCO, Vera Maria Nigro; SOUZA, Vera Lucia Trevisan (Orgs.). Aprendizagem do adulto professor. São Paulo: Edições Loyola, 2006. SÃO PAULO (Estado). Resolução SE 70, de 26 de outubro de 2010. Dispõe sobre os perfis profissionais, competências e habilidades requeridos dos educadores da rede pública estadual e os referenciais bibliográficos que fundamentam os exames, concursos e processos seletivos, e dá providências correlatas. Disponível em http://www.educacao.sp.gov.br/lise/sislegis/detresol.asp?strato=201010260070. Acesso em 20/09/2014. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo do estado de São Paulo. Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; coordenação de área, Paulo Miceli. São Paulo SEE, 2010. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Diretrizes do Programa Ensino Integral. São Paulo, 2012. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Plano de Ação das Escolas de Ensino Integral. São Paulo, 2012. SENGE, Peter. Escolas que aprendem: um guia da Quinta Disciplina para educadores, pais e todos que se interessam pela educação/ Peter Senge...[et al.]; tradução Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2005. 6