TEATRE IN THE CLASSROOM: O APRENDIZADO POR MEIO DA ARTE.



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Transcrição:

1 TEATRE IN THE CLASSROOM: O APRENDIZADO POR MEIO DA Monalisa Dias Menezes i Ramon Diego Fonseca Costa ii Valdson José de Santana Junior iii ARTE. Eixo 9: Arte, Educação e contemporaneidade RESUMO Este artigo tem como objetivo estimular o aprendizado da língua estrangeira por meio do teatro e mostrar a importância da cultura e da Literatura Inglesa com a obra The Canterbury Tales de Geoffrey Chaucer. Seja no aspecto pedagógico ou no aspecto artístico, assistido ou encenado o teatro auxilia o ser no seu crescimento cultural e na sua formação como indivíduo tendo como ambiente de aprendizagem, a escola, que é um espaço de conhecimento. Para tanto foram necessárias pesquisas bibliográficas e em mídias com o objetivo de analisar teorias que estruturassem e fomentassem as práticas desenvolvidas no decorrer do trabalho. Palavras-chave: Educação. Língua Inglesa. Teatro. ABSTRACT This article aims to stimulate the learning of foreign language through theater and show the importance of culture and English literature with the work The Canterbury Talesgives Geoffrey Chaucer. Be the pedagogical aspect or the artistic aspect, assisted or staged theater helps to be in it s cultural growth and its formation as an individual as having learning environment, the school, which is an area of knowledge. Therefore, we need literature searches and media with the aim of analyzing theories that foment organizes and practices developed during the work. Keywords: Education. English. Language.Theatre

2 Nosso dia-a-dia está repleto de momentos teatrais (intencionais ou não) em que desenvolvemos uma ação para nós ou para outrem, em um determinado espaço e tempo, com um objetivo de comunicar desejos, sentimentos e emoções, ou seja, transmitir uma mensagem, informações e vivenciar e trocar experiências. São os momentos incríveis de comunicação, de expressão corporal, de ações oralizadas e não oralizadas. Ao contrário do que muitos pensam, a sala de aula pode se tornar um lugar perfeito para a recriação, pois de acordo com a concepção sociointeracionista o homem é construtor de seu próprio conhecimento, e essa construção está intrinsecamente ligada ao contexto social, histórico e cultural do aprendiz. Instrumentos simbólicos como, por exemplo, a linguagem verbal, a qual está presente no processo de aprendizagem e desenvolvimento, exerce forte papel na reorganização do pensamento. Assim, o aprendizado passa a ser em grande parte, responsabilidade do aluno. É só praticando uma atividade comunicativa que se aprende a comunicar. (Paiva, 2005). Dessa forma, segundo a autora, viu-se nas técnicas de teatro um meio comunicativo de se ensinar Inglês. Acredita-se que o teatro possibilita a criação de situações reais de comunicação numa língua estrangeira, desenvolvendo a habilidade linguística para a prática de produção oral e escrita bem como o exercício da escrita. A utilização de textos curtos e significativos que possibilite o contato e a compreensão da cultura estrangeira por parte dos alunos corrobora a nossa proposição. Para a edificação dessa proposta foram necessárias pesquisas bibliográficas e em mídias com o objetivo de analisar teorias que estruturassem e fomentassem as práticas desenvolvidas no decorrer do trabalho. Despertar o interesse do aluno do ensino médio para a aquisição da Língua Inglesa por meio do lúdico, bem como desenvolver as quatro habilidades básicas que envolvem o aprendizado de uma segunda língua: ler, ouvir falar e escrever, é o que se objetiva com a realização do referido estudo.

3 O TEATRO A linguagem do teatro é uma das manifestações primitivas artísticas do homem. Uma Arte que possui em sua essência a poética e a ludicidade, além disso, é capaz de integrar outras linguagens (verbal e não verbal). O teatro também se conecta a Educação, isto é, constitui-se numa proposta pedagógica inovadora de construção da realidade das relações humanas. A palavra Teatro vem do o grego théatron: lugar aonde se vai para ver. Partindo desse pressuposto e agregando com a visão pedagógica, o teatro tem a função de mostrar o comportamento em sociedade por meio do aprendizado de valores éticos e de cidadania. Formalizado pelos gregos, o teatro foi passado do estágio primitivo, no qual concepções religiosas eram simbolizadas, para o mais elaborado, sendo referência de cultura e conhecimento. O homem pela sua própria natureza sente a necessidade de representar, isto é, externar seus sentimentos, alegrias, tristezas e angústias. O ato de representar está, portanto, dentro de cada um como uma forma de compreender e simbolizar uma realidade e essa atividade vai do espontâneo para as regras, do individual para o coletivo. O teatro a priori foi utilizado para cultuar deuses e em seguida uma atividade dramática cultural que ganhou destaque e logo se desencadeou e foi encenada por diversos povos na antiguidade, assim, a partir dai o teatro de fez parte da nossa cultura. A arte, e consequentemente o teatro, fazem parte da linguagem e da cultura próprias de um povo e são peças essenciais para a compreensão de sua história. O fazer teatral desperta os alunos para a observação de si mesmo e do outro, incita-os a aprofundar-se em suas próprias histórias de vida e a desenvolver a capacidade de expressar seus sentimentos de forma positiva, com respeito e colaboração..(granero p. 13, 2011) Historicamente, a arte teatral era estudada e centrada em valores didáticos. O teatro então é considerado uma importante ferramenta para formação da

4 personalidade do homem. Desse modo o teatro foi indispensável para a educação, principalmente na medida em que propagava o conhecimento para todos os povos. Desde os tempos de Platão o teatro vem sendo abordado com a intenção de educar. NA SALA DE AULA O teatro tem como base a experiência cotidiana: conhecimentos, idealizações e sentimentos. Assim sendo, propostas na área educacional devem entender que o teatro contribui para o desenvolvimento do aluno, é um processo de criticidade, um exercício de democracia, uma atividade artística e, sobretudo, uma experiência que faz parte do conhecimento cultural humano. Dessa maneira, a escola como passaporte para o conhecimento é o lugar que pode (e deve) favorecer o acesso do aluno às artes como um todo. A ela compete saber, verificar, observar e julgar a diversidade de se aprender a aprender dentro do universo escolar. Pode-se observar nitidamente que o momento teatral dos alunos inicia-se na Escola a partir de sua entrada na mesma passando ao simples toque do sinal, quando alunos e professores são chamados para o inicio da aula. Pois, nesse instante vive-se um ato cênico, em que grupos de pessoas transitam, e mediante a emissão de um sinal sonoro deslocam de ambiente até que um novo sinal mude as pessoas de lugar e consequentemente transforme outra cena. Além disso, é a sala de aula é um verdadeiro espaço cênico para as expressões humanas. Na sala, todos postos em seus respectivos lugares, direcionam o olhar (ou deveriam) para o professor. Ainda sim, vê-se outros momentos cênicos, como as feiras culturais, exposições, festas juninas, desfiles cívicos do dia da independência, festas folclóricas. Estes eventos movimentam

5 direção da escola, docentes pais e discentes para estes momentos que transfiguram a escola, o que de fato,mostra momentos teatrais. Em uma festa junina, por exemplo, uma das grandes tradições do nordeste, a escola transforma-se num espaço cênico, ou seja, recebe bandeirinhas coloridas, são colocados enfeites, as crianças são maquiadas como caipiras, os figurinos são cuidadosamente elaborados, surgem então os personagens: o noivo, a noiva, o matuto que,são representados,além disso, produz-se comidas tradicionais. Logo, todos se envolvem dentro de um fazer teatral. Desse modo, alunos transformam-se em atores e andam para lá e para cá, fazendo movimentos pré-determinados durante o momento da apresentação de uma das mais tradicionais danças, a Quadrilha, daí pais se transformam em espectadores e aplaudem seus respectivos atores. O teatro é um instrumento vivo na educação, que pode incorporar e ser incorporado por diferentes áreas que englobam o currículo escolar para a realização de uma educação plena. O exercício teatral prepara o indivíduo para a vida, fazendo-o vivenciar alegrias e decepções, encorajando- o a improvisar diante de uma situação inesperada e exercitando-o para trabalho de equipe. (GRANERO p. 14, 2011) Assim sendo, o teatro permite demonstrar a potencialidade da comunicação a partir do exercício expressar o real. A possível intervenção social é um dos objetivos do teatro na educação: interferir na estrutura partindo do individual para o grupal dos atores (educando) de modo que possam contribuir na transformação de uma platéia representante de uma sociedade que pretende-se humanizar e posteriormente melhorar. O ENSINO DE LINGUA INGLESA Com a globalização a Língua Inglesa ganha destaque e está cada vez mais evidente em nosso cotidiano. Seja na rede mundial de computadores - INTERNET,

6 ou em revistas, músicas, na TV, jogos e em várias outras atividades da nossa rotina, nos defrontamos com essa língua que se torna um importante ícone de comunicação. Aprender a língua inglesa hoje é tão importante como aprender uma profissão. Esse idioma tornou-se tão necessário para a vida atual que, para conseguirmos aprimorar qualquer atividade profissional, seja no campo da medicina, da eletrônica, física, etc., temos de saber falar inglês ( ) (PAIVA 2005, p. 18). Então é interessante que o ensino do Inglês nas escolas seja preconizado desde a Educação Infantil, pois a criança está mais apta e tem mais anseio de aprender uma segunda língua. Diante disso os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Inglesa - PCNs, no que se refere à perspectiva educacional discorre: A aprendizagem de Língua Estrangeira contribui para o processo educacional como um todo, indo muito além da aquisição de um conjunto de habilidades lingüísticas. Leva a uma nova percepção da natureza da linguagem, aumenta a compreensão de como a linguagem funciona e desenvolve maior consciência do funcionamento da própria língua materna. Ao mesmo tempo, ao promover uma apreciação dos costumes e valores de outras culturas, contribui para desenvolver a percepção da própria cultura por meio da compreensão da(s) cultura(s) estrangeira(s). (BRASIL p. 37, 1998). Ainda de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN (2001), a arte vem sendo introduzida como vertente fundamental na educação, estando presente na história com vários papéis desde Platão, que a considerava o alicerce de toda a educação natural. A arte é baseada numa noção intuitiva que forma nossa consciência. Não precisa de um tradutor, de um intérprete. Isso é muito diferente das línguas faladas, porque você não entenderia o italiano falado há quinhentos anos, mas uma obra renascentista não precisa de tradutor. Ela se transmite diretamente. E essa capacidade da arte de ser uma linguagem da humanidade é uma coisa extraordinária. (OSTROWER, 1983).

7 Há algum tempo tomou-se consciência sobre a importância de estudar uma língua estrangeira, principalmente a língua Inglesa, que aparece junto a globalização marcando a superioridade das grandes potências. O estudo de uma língua estrangeira passou, então, a ser incorporado nas escolas de nível fundamental e médio baseado na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) - Lei nº 9.394, 20 de dezembro de 1996: Art. 26 5º: na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino pelo menos de uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar dentro das possibilidades da instituição. Entretanto, apesar da sua importância, o que vem sendo verificado no que concerne ao ensino de língua inglesa são os desníveis das habilidades no referido idioma: listening, speaking, reading and writing, isso nos leva a constatar que o ensino de línguas está sendo resumido a uma simples manipulação de estruturas, o que não condiz com as verdadeiras contribuições que o estudo de Língua Estrangeira pode oferecer ao aluno como, por exemplo, o acesso à diversidade cultural que está presente na tecnologia da informação e do conhecimento, assim como o uso e assimilação da aprendizagem garantindo espaço para a criação e distribuição das informações. O desenvolvimento das habilidades comunicativas envolvendo a língua inglesa e a contribuição para o aprimoramento de competências e habilidades que abrange a linguagem, também ficam comprometidos. Ainda segundo o MEC (1998): A língua estrangeira não é só um exercício intelectual de aprendizagem de formas estruturais [...], é sim, uma experiência de vida, pois amplia as possibilidades de agir discursivamente no mundo. Assim, após ter pesquisado e entrado em contato com a problemática em questão e qual nos motivou a tentar suprir as necessidades das habilidades de leitura, audição e prática oral (não só a prática escrita), surgiu a idéia de trabalharmos com a arte dramática utilizando The Cantebury Tales (Os Contos da Cantuária) para tentarmos minimizar os problemas ora citados. THE CANTERBURY TALES

8 A obra The Canterbury Tales foi produzida no período que corresponde ao MiddleEnglish 1 (1100-1500), no qual o elemento mais importante foi, sem dúvida, a forte presença e influência da língua francesa no inglês. Essa verdadeira fusão da cultura franco-normanda na nação anglo-saxônica, que durou três séculos, notou-se principalmente, no vocabulário. Isto demonstra que, por mais forte que possa ser a influência de uma língua sobre outra, normalmente tal influencia não vai além de um enriquecimento de vocabulário, dificilmente afetando a sua pronúncia ou a sua estrutura gramatical. Geoffrey Chaucer, considerado o poeta de maior destaque dessa época e conhecido como pai da poesia inglesa, nascido em Londres por volta de 1340, escreveu os Contos da Cantuária no período abrange os anos de 1384 a 1400. Esses contos descreviam a peregrinação de 29 viajantes das mais variadas origens sociais que, saindo de TabardInn, no Southwark, nas proximidades de Londres, dirigiam-se à cidadezinha da Cantuária, onde prestariam suas homenagens no santuário de São Thomas Becket, cuja sepultura estava na Catedral local, no condado de Kent. Os Contos tratavam de pequenas histórias de gente das três ordens: um cavaleiro e seu escudeiro, um mercador em armas, alguns monges, um frade mendicante, uma prioresa, um pároco, um vendedor de indulgências, um estudante, alguns profissionais liberais, tais como um médico, um advogado, um jurista e por fim, a gente do povo, como um moleiro, um feitor, um cozinheiro, um carpinteiro, um tintureiro, um tapeceiro, um marujo, um lavrador, além de uma viúva, a mulher de Bath, que enterrara cinco maridos. Na narração das histórias, alguns dos integrantes da peregrinação eram sorteados para que fossem contando aos demais divertidas aventuras pelo caminho, sendo algumas delas picantes, de amor, sexo e morte, inspiradas em Boccaccio. Nos contos, o poeta revela uma análise profunda da natureza humana, realizada com muito humor e simpatia, retratada não com a parcialidade do moralismo rigoroso, mas com a objetividade da observação perspicaz. O fascinante na obra de Chaucer é que ele não só tem pleno sucesso em dar vida a cada um dos seus personagens, individualizando-os de maneira inconfundível, como os dota de 1 Período Medieval na Literatura Inglesa.

9 traços psicológicos e de speciallanguages 2, de uma fala bem própria. Um idiolect, como prefere chamar Reyes (1994, The Host sidiolect). O texto estabelece um paralelo entre questões de suma importância nesse momento da história humana onde preponderaram os valores éticos e morais, instigando reflexão e ação que podem ser lembradas até hoje. Assim, esses contos formaram um painel extraordinário do século XIV da Inglaterra. Além de trabalhar todo um contexto social da época em que foram escritos os referidos contos da Literatura Inglesa, o aluno poderá ler, ouvir, produzir textos escritos que posteriormente podem servir como orientação e motivação para o aluno a desenvolver todas as habilidades linguísticas. A arte, e consequentemente o teatro, fazem parte da linguagem e da cultura próprias de um povo e são peças essenciais para a compreensão de sua história. O fazer teatral desperta os alunos para a observação de si mesmo e do outro, incita-os a aprofundar-se em suas próprias histórias de vida e a desenvolver a capacidade de expressar seus sentimentos de forma positiva, com respeito e colaboração. (GRANERO p. 13, 2011) Para efetivar a proposta os alunos também fizeram uso da fala e das habilidades corporais, o que de fato pode estimular consideravelmente o processo de desenvolvimento das múltiplas inteligências. Os textos possibilitam que os alunos os transformem em algo prazeroso e representativo e faz com que eles adquiram, além de outra língua, uma visão que perpassa o universo literário do seu cotidiano, uma vez que as várias possibilidades interpretativas os ajudam a contextualizar o processo de engrandecimento pessoal no âmbito de outra língua. CONSIDERAÇÕES FINAIS 2 Linguagens especiais.

10 É por meio do teatro que o professor pode notar traços da personalidade do discente, seu comportamento individual e em grupo, traços do seu desenvolvimento e essa condição permite ao professor, uma melhor orientação para a aplicação do seu trabalho pedagógico voltado ao Ensino do Inglês. Desse modo, o que se pretendeu com este artigo foi mostrar que o teatro em sala de aula é uma maneira muito eficaz e prazerosa de despertar a curiosidade do aluno do ensino médio para a aquisição da Língua Inglesa por meio do lúdico, bem como desenvolver as quatro habilidades básicas que envolvem o aprendizado de uma segunda língua: ler, ouvir falar e escrever, e outros conteúdos curriculares e extracurriculares. Além do mais, o teatro também permite ao discente o conhecimento de outro gênero, além da prosa e da poesia, o dramático. A proposta de realização do teatro no Ensino de Língua Inglesa com a abordagem comunicativa utilizando Os Contos da Cantuária, nos quais possuíam linguagem fácil e tratavam com um contexto embora de outra época, atual. Em decorrência disso foi possível fazer com que os educandos pudessem assimilar a ideia fazendo-os participar de forma efetiva nas atividades ofertadas, assim, foi notório um desenvolvimento considerável durante esse período, o que nos permite afirmar que fomos felizes na missão de construir o conhecimento. Assim sendo, o aluno conhecerá uma variedade de expressões artísticas, as quais serão facilitadoras para que possam sentir o desejo de aprender a ler e em seguida de escrever, uma vez que ela atribuirá a si próprio uma importância que muito além do que ele achava que poderia ter, pois estará conhecedor de várias expressões artísticas. A leitura e a escrita o fará dono se si, e de suas próprias idéias, em suma o aluno não passará mais a se alienar diante das idéias dos outros, ele já terá uma criticidade aguçada, e fará sua própria história. Em suma, o teatro contribui para o desenvolvimento da expressão e comunicação e o aprendizado de uma Segunda Língua, além de favorecer a produção individual/coletiva de conhecimento da cultura e de uma nova linguagem, seja ele no valor pedagógico ou estético.

11 REFERÊNCIAS BERTHOLD, Margot. História mundial do teatro. São Paulo: Pespectiva, 2006. DELACY, Mandi. Introdução ao Teatro. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. DINIZ, Gleidimar J. R. Psicodrama pedagógico e teatro-educação. São Paulo: Icone, 1995. GRANERO, Vic Vieira. Como Usar o Teatro na Sala de Aula.São Paulo: Contexto,2011, 128 p. OSTROWER, Fayga. Universos da Arte. Rio de Janeiro: Campus, 1983. OCHÖA, P. C.A; MESTI, R. L. Teatro na escola: linguagem e produção de sentidos.disponível em: <www.alb.com.br/anais16/sem12pdf/sm12ss01_09.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2012 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Arte/Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental, 3ª ed. Brasília: Secretaria, 2001, 130 p. PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira. Ensino de Língua Inglesa: reflexões e experiências. 3ª ed. Campinas, SP Pontes Editores, 2005. REVERBEL, O. Um caminho do teatro na escola. Minas Gerais: Scipione, 1989. REYES, Dr. Jesús L. Serrano, The Host's Idiolect.In: Selim Bd. 4. 1994. S. 20-47 SILVA, Alexandre Meireles da.literatura Inglesa para Brasileiros. 2ª Ed. Rio de Janeiro. Moderna, 2005. http://quadrilhamedieval.blogspot.com/2009/os-contos-da-cantuaria.html - Acesso em (20 jun. 2012) http://www.chaucerandspain.com/host.htm - Acesso em 20 jun. 2012. i Graduanda do Curso de Licenciatura em Teatro pela Universidade Federal de Sergipe UFS. E - mail: monalisa.dias@hotmail.com ii Graduado em Licenciatura em Dança pela Universidade Federal de Sergipe - UFS. Graduando em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de Sergipe UFS. E-mail: ramon.lic.danca.ufs@gmail.com

12 iii ² Graduado do Curso de Licenciatura em Letras com Habilitação em Português/Inglês da Faculdade José Augusto Vieira. Especialista em Arte Educação da Faculdade São Luís de França. Mestranda em Ciências da Educação da Universidad San Carlos. E mail :vldsn@hotmail.com.